sábado, 31 de outubro de 2015

As alterações climáticas



As alterações climáticas podem ser causadas por processos ligados ao sistema Terra-atmosfera, por forças externas como as variações na atividade solar, que vão desde a energia que chega à Terra até às variações da própria órbita terrestre ou, como parece acontecer mais recentemente, pelo resultado da atividade humana. Em suma, as variações climáticas tanto podem ser o efeito de processos naturais como decorrentes da ação do homem.
Os efeitos das alterações climáticas provocadas pela ação humana, terão começado a partir da Revolução Industrial com a rápida intensificação da utilização dos combustíveis fósseis, aumentando a poluição atmosférica através da emissão dos gases de efeito de estufa.
Qualquer evento que chame a atenção da humanidade para os efeitos que a poluição está a causar nos ecossistemas e na vida do planeta, terá impacto nas consciências coletivas e, quanto mais não seja, ajudará a formar grupos de pressão para que se adotem formas de produção menos poluidoras e se refreiem consumismos exacerbados. Assim, documentários, palestras, fóruns, campanhas de sensibilização, ou outros, que visem alertar, sensibilizar e educar para a prevenção de males maiores, são sempre positivos.
As preocupações ambientais generalizaram-se entre finais da década de 60 e início da década de 70 do século passado. No entanto, as raízes do ambientalismo e os movimentos pioneiros, principalmente ingleses e norte-americanos, iniciaram-se já no século XIX.
A primeira lei de cariz ambiental surgiu na Inglaterra, em 1813, e um dos primeiros parques naturais, o Yellowstone, data de 1872.
O primeiro tratado internacional surgiu para proteger a fauna de África – Conservação para a Preservação de Animais, Pássaros e Peixes em África – e foi assinado em Londres, em 1900, lançando as raízes para a criação dos primeiros parques naturais. Portugal subscreveu este tratado apenas 7 anos depois.
O primeiro Congresso Internacional para a Proteção da Natureza realizou-se em Paris, em 1909.
Assim, as preocupações ambientais criaram as suas raízes a partir do século XIX, perduraram e reforçaram-se com a criação da ONU, da FAO e UNESCO, as quais viriam a preparar e a constituir as primeiras organizações ambientais num âmbito mais global.
Portugal só muito tarde «acordou» para a necessidade da preservação do meio ambiente com a primeira “Legislação da Conservação da Natureza” (lei 7/70), apesar de a primeira ONG com propósitos ambientais que se constituiu na Península Ibérica ser portuguesa (LPN – 1948), e que levou a que, um ano depois, fosse criado o Parque Natural da Peneda-Gerês.
A partir daqui, e em especial com a adesão à então CEE (Comunidade Económica Europeia), no nosso país foram sendo criados organismos e criadas leis que foram impondo medidas no sentido da preservação da Natureza, algumas delas mesmo para a adequação do sistema legislativo às normas europeias.
A nível global, o Protocolo de Quioto e o último tratado internacional estabelecem as metas de redução da emissão de gases de efeito de estufa, considerados pela maioria da comunidade científica como a causa do aquecimento global.
É importantíssimo haver legislação que obrigue os países a respeitar a Natureza. O Protocolo de Quioto que começou na Conferência de Toronto, no Canadá, em 1988, foi discutido e assinado no Quioto, Japão em 1997, porém, estamos em 2015 e o país mais poderoso, os Estado Unidos da América, ainda o não ratificou. No ano de 2009 o presidente Barack Obama, encaminhou o Protocolo de Quioto para ser ratificado pelo Senado, mas continua por ratificar. Após as várias conferências sobre o clima, resta-nos esperar por alguns resultados palpáveis da Conferência da Paris, que se realizará de 30 de novembro a 11 de dezembro, deste ano.
Se é com leis que se disciplina o mundo, falta encontrar o meio de fazer com que os mais indisciplinados aceitem as regras acordadas. Mas como encontrar os instrumentos capazes de punir os prevaricadores, quando são os relapsos que detêm os mecanismos para impor a punição?
Resumindo, foi nos países mais poluidores (e poderosos) que primeiro despertaram as consciências para os problemas da poluição e, ainda hoje, são esses países que continuam a ser os que mais poluem. É um paradoxo que reside no facto de que são os mais poderosos e que se arrogam no direito de obterem lucros para si, mesmo que se prejudique a humanidade no seu todo.
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