quinta-feira, 25 de abril de 2013

O UTILITARISMO (John Stuart Mill, 1806-1873)


Stuart Mill resume os conceitos de moralidade, utilidade, correção, felicidade e prazer no princípio da máxima felicidade para o maior número.
Para Mill, a moralidade das ações é avaliada pelas suas vantagens ou desvantagens, o que permite definir se uma ação é boa ou má, correta ou incorreta, pelas suas consequências, pela sua utilidade para o bem comum, proporcionando a felicidade e prazer para um maior número.
A definição utilitarista da felicidade é a máxima felicidade para o maior número. Do ponto de vista geral é este o fim último em função do qual todas as outras coisas são desejáveis, quer se considere o nosso próprio bem, quer o bem dos outros. No entanto, podemos ser colocados perante situações em que será difícil optar pelo bem do maior número em detrimento do menor. Perante a emergência de salvar um parente próximo de um acidente ou salvar três estranhos, dado que o padrão moral do utilitarismo defende que o certo é salvar os estranhos porque maximiza a felicidade, que atitude tomaríamos? Dependendo dos fatores circunstanciais de inevitabilidade, o nosso primeiro impulso será salvar o familiar. Como em tudo na vida, nada é perfeito!
Para Jeremy Benthan (1748-1832) a origem da felicidade era irrelevante e, apesar de acorrer com diferentes intensidades, era sempre do mesmo tipo. Stuart Mill estabeleceu uma distinção entre prazeres inferiores (físicos) e prazeres superiores (mentais), argumentando que uma pessoa que conheça ambos os prazeres, optará pelos segundos em detrimento dos primeiros, e é certo que quem conhece os dois lados dá primazia aos prazeres superiores.
Assim, Benthan podia calcular a felicidade tendo em conta a intensidade e duração: quanto mais intensos e prolongados forem os prazeres associados à ação, mais útil ela será, assentando o seu critério na quantidade. Já Stuart Mill distingue os prazeres assentes na qualidade, fazendo distinção entre prazeres inferiores ligados às sensações corporais e prazeres superiores ligados ao espírito (inteligência, imaginação, sentimentos morais) considerando, tendo em conta a sua qualidade, os prazeres superiores preferíveis aos inferiores, por serem mais dignos, justificando que aqueles que conhecem bem os dois tipos de prazeres podem identificar o que é preferível ao homem.

sábado, 6 de abril de 2013

Fundamentação da Metafísica dos Costumes (Kant, 1724-1804)


Dever é a necessidade de agirmos em conformidade com a lei moral que possa servir como princípio único à vontade de proceder sempre de maneira a que a minha máxima se torne uma lei universal.
A boa vontade não é boa nem é má apenas pela aptidão de alcançar o fim a que se propõe.
Se considerássemos apenas as ações do ponto de vista da razão, poderíamos encontrar contradições em relação à máxima que invalidariam a sua transformação em lei universal.
A ética kantiana é deontológica defendendo que o valor moral de uma ação reside em si mesma e não nas suas consequências.
O imperativo da moralidade assume uma forma categórica e há uma relação íntima entre a boa vontade, o respeito e a razão.
Agir moralmente é agir pelo sentimento do respeito que o dever me impõe, mas é essencial que a minha ação tenha um fundamento racional, que eu conceba racionalmente o meu dever para que a minha razão ordene a minha vontade.
As ações podem ser conformes à regra da moralidade, mas movidas por interesse ou vantagem pessoal e, desta forma, embora concordantes com a regra da moralidade, sem validade moral.
Por sua vez, as ações por inclinação são quase sempre contrárias, ou são tão-só conformes, à moralidade; ações em que pretendemos abrir exceções em nosso favor e, por isso, imorais.