quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

NATAL E ANO NOVO

  • Que este Natal e Ano Novo sejam mais do que confraternizações porque todos os momentos, em especial este novo ano, deverão ser iluminados, que seja vivido na sua totalidade, já que Natal significa: renascer, paz, conquista, compreensão, reflexão, prosperidade.
  • Natal, época de felicidade e paz. Esperamos que o Mundo dê conta do mal que está a fazer a si próprio. Pensemos na paz e tranquilidade dos povos.
  • Que neste Natal cada ser humano procure doar um pouco de si. Não somente em coisas materiais, mas principalmente em pequenos gestos para com o próximo.


Feliz Natal e Ano Novo!

domingo, 14 de dezembro de 2014

Fernando Pessoa



Considerado como o mais universal dos poetas portugueses e um dos mais importantes escritores do modernismo em Portugal, Fernando António Nogueira Pessoa nasceu em Lisboa a 16 de Junho de 1888. O nome Fernando António talvez tenha surgido do facto de ter nascido no dia de S. António (Fernando de Bulhões).
Desde a infância que toda a sua vida foi marcada por acontecimentos nefastos, que muito terão contribuído para marcar a sua personalidade. Em 1893, com apenas cinco anos de idade, vê desaparecer o pai a quem era muito apegado, vitimado pela tuberculose aos 43 anos de idade, e a família é obrigada a leiloar parte dos seus bens e ir viver com a avó Dionísia. Um ano depois, com um ano incompleto, morre o seu irmão Jorge. Para compensar estas perdas, Pessoa encontra um amigo invisível, o seu primeiro heterónimo, através do qual escreve cartas a ele próprio.
Dois anos mais tarde, em 1895, escreve o seu primeiro poema. Em Dezembro desse ano a sua mãe casa, por procuração, com João Miguel Rosa, que fora nomeado cônsul de Portugal e, entretanto, partira para Durban, África do Sul. No ano seguinte, em Janeiro, é concedido o passaporte à sua mãe e a família parte para Durban, onde conclui, na escola de freiras irlandesas da West Stret, o curso primário e faz a primeira comunhão. (1897)
Ingressa no High School, em Durban (Abril/1899) e cria o seu pseudónimo Alexander Search. Mais tarde (1900) é admitido no terceiro ano do liceu, sendo considerado um aluno brilhante e, antes do final do ano, é promovido ao quarto ano. É também premiado em francês.
Em Junho de 1901, Pessoa é aprovado no exame da Cape School High Examination e é nessa altura que começa a escrever as primeiras poesias em inglês. Dá-se a morte da irmã Madalena Henriqueta. Em Agosto parte com a família para Portugal, visita a Ilha Terceira em Maio de 1902, e, em Junho, a família regressa a Durban mas Pessoa apenas volta para junto dos seus em Setembro.

sábado, 22 de novembro de 2014

Um pequeno retrato de Fernando Pessoa


Considerado o mais universal poeta português, Fernando Pessoa, por ter sido educado na África do Sul, teve maior familiaridade com a língua inglesa do que com a portuguesa. É um paradoxo num dos maiores vultos da nossa literatura.
O poeta publicou em vida apenas quatro obras, das quais três são em inglês, tendo-se dedicado à tradução de várias obras inglesas para português e algumas outras de autores nacionais para o inglês.
Apesar de conviver com os amigos, este ícone da língua portuguesa era um homem solitário,reservado, com tendência para o isolamento, mesmo daqueles que lhe eram mais próximos.
Remetido aos seus silêncios e cogitações, Pessoa encontrou refúgio na escrita, expressando, quer através do seu ortónimo, quer das multifacetadas personalidades dos vários heterónimos, todo o seu lirismo poético.
Através da sua obra, o poeta soube transmitir a sua subjetividade, a forma como sentiu as suas dores “Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente” (Autopsicografia), assim como as dos outros “Ó sino da minha aldeia, / Dolente na tarde calma,” (Ó sino da minha aldeia), através da intelectualização das emoções. Por isso ele diz àqueles que o acusam de mentir: “Eu simplesmente sinto / Com a imaginação. / Não uso o coração.” (Isto).
Na sua obra, o artista exprimiu não as emoções do momento, mas sim  mais tarde  a sua idealização, a possibilidade de as sentir através de uma atitude pensada, refletida, onde a razão se sobrepôs à emoção, dando uso à imaginação.

sábado, 21 de junho de 2014

A desumanização do homem contemporâneo


Profundamente influenciado pelas consequências negativas do mundo tecnológico em que vivemos, o homem sofre de uma perda do sentido dos valores humanos. De uma sociedade em que os valores familiares, a convivência social, a amizade e a solidariedade eram valores fundamentais, e os objetos elementos acessórios com o fim de proporcionar algum conforto e segurança, vamos sendo reduzidos cada vez mais a uma sociedade voltada para o culto materialista. De uma sociedade humanizada vamos passando progressivamente a uma sociedade objeto. De um mundo humano a um mundo-coisa.
Os exemplos da segunda guerra mundial e as experiências científicas então realizadas nos campos de concentração, a continuidade dos conflitos regionais que têm alastrado pelo globo até aos dias de hoje; a dominação, a subjugação dos povos, a ganância que conduzem populações à miséria e à escravidão, são a demonstração de que se a ciência e a tecnologia que têm como fim único o benefício do homem, também podem ser utilizadas com fins perversos.
Face a estas anomalias e desorganização impera um espírito de irreflexão e confusão. Não é fácil ao homem de hoje conciliar uma reflexão sobre o sentido da sua existência com a velocidade vertiginosa dos meios de transporte e do ritmo de trabalho, com o ritmo das cidades, com a pressa com que se vive e comunica. Os espantosos avanços da ciência e da técnica geram nos meios de comunicação o culto do consumismo; esvai-se o humanismo do homem e emerge a conceção rigorosamente neutra do homem-objeto. A ciência e a técnica parecem estar, nos nossos dias, mais ao serviço das estratégias do poder instituído e das multinacionais do que do bem-estar da humanidade.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A questão do sentido da vida

Por certo que uns mais, outros menos, todos nós nos questionamos acerca do sentido a dar às nossas vidas. Vulgarmente projetamos para a nossa existência uma vida desafogada, alicerçada numa carreira profissional de sucesso, bem remunerada, que permita fazer profissionalmente aquilo que gostamos; nos proporcione viajar, ter belos momentos de lazer, viver rodeados pelos familiares e amigos. É este, julgo eu, o quadro mais ou menos idílico que cada um de nós projeta para a sua vida.
Quando se coloca a pergunta “qual é o sentido da vida?”, fico com muitas dúvidas perante uma questão que me parece demasiado vaga, pois questiono-me se devemos dar às nossas vidas qualquer outro sentido, outro desígnio, que não seja o de estarmos bem connosco e com os outros, sem precisarmos de meditar na  temporalidade e finitude da vida, sabendo nós de antemão que tudo tem um tempo e um fim.
Enfrentando estas dúvidas as respostas encontradas poderão ser muito diversas e dependendo de várias condicionantes que terão a ver com a cultura, a religião, as tradições, as características pessoais, etc.
Albert Camus descreveu o «homem absurdo» como aquele que vive «sem apelo», desafiando a indiferença que o mundo lhe oferece. É, no fundo o que que a maioria de nós enfrenta, uma vida absurda onde todos os nossos melhores projetos são quotidianamente postos em causa, sofrendo com os insucessos, as desilusões, mas abraçando a vida o mais plenamente possível. E não poderemos negar ou esquecer que existirá algum fundamento racional para isto.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Futebol Clube do Porto


Futebol Clube do Porto

Imagem de marca da cidade cujo nome ostenta, lídimo representante da Invicta, do Norte do País e um dos maiores baluartes de desporto nacional, pelo seu desempenho além-fronteiras, e apesar de dispor de recursos económicos muito inferiores, alcandorou-se ao lado dos grandes colossos do desporto mundial, impondo-se pela sua valia desportiva cujos alicerces se fundam numa estrutura baseada no método, no rigor e na eficiência.

A despeito de todos estes atributos e mesmo apresentando-se muitas das vezes melhor apetrechado no plano nacional, rareavam os títulos em especial no desporto rei, face à hegemonia imposta pelos clubes da capital. Porém, no último quarto do século passado, a queda do regime político que vigorava e o restabelecimento da democracia, teve também influência no panorama desportivo nacional, nomeadamente no futebol, eliminando-se progressivamente o servilismo, o obscurantismo, a subserviência no favorecimento de alguns em prejuízo de outros, permitindo assim que a qualidade e o valor pudesse emergir, pudesse brilhar. Foi a partir daqui que, sob a direção de Pinto da Costa, o FC do Porto impôs a sua valia, jamais aceitando submeter-se à condescendência servil que ainda teimava – e teima – em persistir. Com relevo para as equipas de profissionais de futebol, sobreveio nos relvados do país e no estrangeiro toda a classe, toda a pujança, todo o profissionalismo, toda a qualidade desportiva das equipas do FC do Porto, maravilhando os amantes do desporto e do futebol em particular, proporcionando inesquecíveis momentos de alegria à maioria dos portugueses, e aos portistas em particular, com os seus triunfos. Apesar da supremacia demonstrada em campo época após época, quer no país, quer no estrangeiro, não se livrou o clube de ser alvo de alguns detratores, talvez frustrados por não lhes aparecerem as vitórias como noutros tempos. De uma investigação que deixou a impressão ser dirigida com um objetivo pré-determinado – face às gravações cirurgicamente divulgadas na comunicação social – resultou uma condenação numa justiça desportiva cuja imparcialidade suscitava muitas dúvidas e que, em termos práticos, pouco afetou o clube, nada se tendo provado nos tribunais. A mão que só destapa o que quer que se saiba, melhor sabe esconder o que não quer saber.


Com a sua sede, desde os primeiros dias, na cidade que lhe dá o nome, o Porto, o Futebol Clube do Porto é um dos maiores clubes desportivos portugueses, onde se praticam várias modalidades e cuja fundação remonta ao ano de 1893, por iniciativa de António Nicolau d'Almeida.


Após um período de inatividade de cerca de mais de dez anos, o clube foi refundado, em 1906, por José Monteiro da Costa.

Na principal modalidade do clube, o futebol, venceu 4 Campeonatos de Portugal, 27 Campeonatos Nacionais, 16 Taças de Portugal e 20 Supertaças Cândido de Oliveira (recorde nacional).

Internacionalmente, venceu 7 títulos, nomeadamente 2 Ligas dos Campeões, 2 Ligas Europa, 1 Supertaça Europeia e 2 Taças Intercontinentais, totalizando assim 74 títulos oficiais na modalidade, pelo que é o clube português com mais títulos oficiais.

Para além do futebol, o FC Porto tem também outras modalidades tais como: hóquei em patins (21 títulos – 2 Taças CERS – 1 Supertaça Europeia), andebol (18 títulos), basquetebol (11 títulos), bilhar (19 títulos – 3 vezes Vice-Campeão Europeu), natação (6 títulos “absolutos”), atletismo, voleibol, boxe, desportos motorizados, ciclismo, halterofilismo, pesca desportiva, campismo, entre outras, colecionando diversos troféus nacionais e internacionais.

O FC Porto faz parte duma troica: os "Três Grandes", juntamente com o Sport Lisboa e Benfica, o seu maior rival, e o Sporting Clube de Portugal.

As cores principais do clube são o azul e o branco, e a casa atual do clube para o futebol é o Estádio do Dragão, que tem uma capacidade para 50 mil espetadores. O Dragão Caixa é o segundo recinto do clube, destinado para as outras modalidades. O atual presidente é o Jorge Nuno Pinto da Costa, que está à frente do clube há mais de 30 anos.

Fundação do Clube

Em 28 de setembro de 1893, no dia do aniversário do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia, o Foot-Ball Club do Porto é fundado, pela vontade de um jovem de 20 anos, António Nicolau d'Almeida, um comerciante do vinho do Porto, que descobriu o futebol através das suas viagens a Inglaterra. O FC Porto inicia então os seus primeiros treinos no Campo do Prado, em Matosinhos e, no dia 8 de outubro disputa o primeiro jogo da história do clube, contra o Clube de Aveiro.

A 25 de outubro de 1893, Nicolau d'Almeida convida o Club Lisbonense para uma partida de futebol, que disputaria no dia 2 de novembro. O Diário Ilustrado é quem noticia o convite e até a resposta do Club Lisbonense. Porém, Guilherme Pinto Basto, o então presidente do Club Lisbonense, aceitou o convite mas não no dia previsto. A data escolhida é o dia 2 de março do ano seguinte e para além disso, Pinto Basto consegue convencer D. Carlos a patrocinar o jogo, para o qual ofereceu também uma taça. O nome escolhido foi Taça D. Carlos I, ou “Cup d'El Rey”. O encontro é disputado no Campo Alegre, no Porto, também chamado Campo dos Ingleses, casa do Oporto Cricket and Lawn-Tennis Club, e termina com uma derrota do FC Porto, por 1-0.

António Nicolau d'Almeida casa-se, em 1896, com Hilda Rumsey e esta pede-lhe para se afastar do futebol, modalidade que considerava demasiado violenta. Nicolau d’Almeida acede e afasta-se do clube que entrou num período de letargia.

Doze anos depois, em 1906, José Monteiro da Costa regressa de Inglaterra e, fascinado pelo mesmo desporto que encantara o seu amigo há mais de uma década, cria uma equipa de futebol sob o nome “Grupo do Destino”.

Entretanto, conversando com Nicolau d'Almeida sobre o projeto que este iniciara em 1893, Monteiro da Costa extingue o “Destino”, refunda o FC Porto e instala a primeira sede do clube nas instalações do recém-extinto “Destino”. A nova fundação ocorre no dia 2 de agosto de 1906, assumindo desde logo uma faceta de clube eclético, logo se começando a praticar também diversas outras modalidades. Monteiro da Costa decidiu o azul e branco como as cores do clube: “As suas cores devem ser as da bandeira da Pátria [azul e branco naquela altura], e não as cores da bandeira da cidade, que tenho esperança que o futuro clube há-de ser grande, não se limitando a defender o bom nome da cidade, mas também o de Portugal, em pugnas desportivas contra os estrangeiros”, mantendo o nome. Para além disso, foi desenhado o seu primeiro emblema, que consistia numa bola de metal azul com as iniciais "FCP". Entretanto, é alugado à Companhia Hortícola Portuense o primeiro campo do clube, o Campo da Rainha, que fora simultaneamente o primeiro relvado de Portugal.

O Campo da Rainha, entretanto começa a ficar pequeno para tanta assistência e, em julho de 1912, o FC Porto muda-se para o Campo da Constituição. Para comemorar a nova casa, a equipa inglesa Oporto Cricket Lawn-Tennis Club organizou um jogo, do qual saíram vencedores por 5-2. Em agosto de 1912, juntamente com o Leixões, o FC Porto cria a Associação de Futebol do Porto, participando assim no Campeonato do Porto, que viria a ganhar 30 das suas edições, 21 delas consecutivas, entre 1915 e 1947.

Outra modalidade do clube, pesos e halteres, destacar-se-ia na época de 1915-16, com o duplo campeonato nacional alcançado por Carlos Oliveira. A época posterior a essa foi também de grande interesse, devido à inauguração do campo de ténis, substituindo o rinque de patinagem, que serviu para mostrar os troféus e taças conquistados pelo clube. Na temporada 1920-21, o clube tenta a compra do Campo Nova Sintra, desistindo da ideia devido ao alto valor do terreno, 800 contos, continuando o Campo da Constituição como casa do clube.

Em junho de 1922, arranca a primeira edição do Campeonato de Portugal, prova criada pela União Portuguesa de Futebol, antecessora da Federação Portuguesa de Futebol, com o objetivo de juntar os campeões regionais de Lisboa e Porto. É o FC Porto quem leva a melhor, ganhando ao Sporting por 3-1, na finalíssima. Nesse mesmo ano, o futebolista "Simplício", que fora também artista gráfico, conjugou o antigo símbolo do FC Porto com as armas da cidade do Porto, dando origem ao atual emblema do clube.

Dois anos depois, na primeira prova de sempre nas piscinas do FC Porto, Luíz Canto Moniz ganha os 200 metros livres do campeonato nacional, iniciando-se no mesmo ano a prática do hóquei em patins. Dias depois da derrota do FC Porto contra o Deportivo por 7-3, a 18 de maio de 1925, Velez Carneiro, um ídolo portista da época e que marcou o golo que valeu o título de campeão nacional de futebol, é assassinado com quatro tiros pelo escriturário Carmindo Duarte, na Travessa dos Congregados, e a sua homenagem foi imponente pelas muitas pessoas que se acotovelaram, desde a Constituição até ao cemitério de Paranhos, para o último adeus. O Jornal de Notícias, na sua edição de 22 de maio escrevia: “Muito antes da hora marcada para a saída do féretro já o Campo de Jogos da Constituição regurgitava de pessoas. Depois de dar a volta ao campo, o féretro, conduzido pelos jogadores da equipa de que o finado fazia parte, foi colocado ao centro do campo, mantendo-se o público em silêncio durante cinco minutos, que foram observados religiosamente. Findo este recolhimento que impressionou, a Direção do F. C. Porto procedeu à colocação da bandeira do seu clube sobre o féretro. O capitão da equipa, Hall, conduzia sobre uma almofada de cetim preto as medalhas oferecidas ao falecido jogador.”

A 1926, inicia-se a prática do basquetebol, por iniciativa de três jogadores, e três anos depois o clube estreia-se no hóquei em campo, a 20 de outubro de 1929.

O FC Porto conseguia tanto público que o Campo da Constituição começou a ficar pequeno. Por isso em 1933, foi proposta em Assembleia Geral a aquisição de terrenos para a construção de um novo estádio, o Estádio das Antas. Enquanto este não estava disponível, o clube ia jogando, de vez em quando, noutros campos emprestados, como o Campo do Ameal ou o Estádio do Lima.

No ano da primeira edição da Primeira Divisão, em 1934-35, o FC Porto é o seu vencedor, com dois pontos de avanço sobre o segundo classificado, o Sporting, e graças ao húngaro Joseph Szabo. O FC Porto volta a ser campeão nacional apenas quatro anos depois, em 1938-39, ano em que o Campo da Constituição aumenta a sua lotação para 20 mil lugares.

Foi por pouco que o FC Porto não desceu à Segunda Divisão na temporada seguinte, pois a equipa de futebol acabou o Campeonato Regional na terceira posição, lugar que não dava acesso à Primeira Divisão. No entanto, devido ao alargamento de clubes do principal escalão, o clube manteve-se na mais alta competição de futebol, e curiosamente foi bicampeão pela primeira vez na sua história.

A pior época de futebol até esta altura ocorreu em 1942-43, quando a equipa se quedou no sétimo lugar no campeonato. Os 12-2 sofridos perante o Benfica para o campeonato em 7 de fevereiro de 1943, e a eliminação na Taça de Portugal, pelo Vitória de Setúbal por 7-0, sucessora do Campeonato de Portugal, reforçaram ainda mais a fraca época dirigida pelo técnico húngaro Lipo Herczka. Contudo, o clube é hexacampeão nacional de andebol na temporada seguinte, e o número de sócios dos dragões aumenta, passando dos 1800 sócios para 4 mil.

Em 1948, Fernando Moreira vence a 13ª edição da Volta a Portugal em bicicleta, e em 1952 o FC do Porto vence pela primeira vez o campeonato de basquetebol.

Ainda no mesmo ano, o FC Porto venceu a equipa do poderoso Arsenal, num jogo amigável, considerada a melhor equipa do mundo da época, por 3-2. Os “arsenalistas” deslocaram-se a Portugal para realizar dois jogos particulares. O primeiro no Estádio nacional contra o Benfica, a 3 de maio, vencendo por 4-0 e não faltando quem dissesse que, se em Lisboa foram 4, no Porto seriam muitos mais. Mas para a história reza que aos vinte minutos de jogo, o FC do Porto já vencia por 3-0, não sendo os ingleses capazes de evitar a derrota por 3-2. Para compensar o feito, um grupo de seis sócios lançou uma campanha para a compra de uma taça. A "Taça Arsenal", a maior taça do mundo, que custou duzentos contos e pesa cerca de duzentos e cinquenta quilos, repartidos 130 quilos de prata, os restantes num relicário com 2,80 metros de altura.

Só em 1937 começaram a ser tomadas medidas para concretizar o objetivo do novo estádio, com a criação de um empréstimo obrigacionista. Dez anos após, é adquirida uma área de 48 mil metros na zona das Antas, a leste da cidade. O ato simbólico do lançamento da primeira pedra aconteceu em dezembro de 1949, começando as obras um mês depois. Ao longo do processo foi necessário adquirir terrenos adjacentes aos originais, dado ter-se concluído que os atuais eram insuficientes para a complexo que o clube pretendia construir, ascendendo a área total a 63.220 metros quadrados. O "Estádio do Futebol Clube do Porto" é inaugurado em 28 de maio de 1952, mas para a história ficou como Estádio das Antas. Na inauguração, os dragões perdem por uns incríveis 8-2 contra o convidado Benfica.

Apesar de tudo, o clube chega à sua primeira final da Taça de Portugal na época seguinte, mas é novamente vencido pelo mesmo Benfica por 5-0. Estes episódios dramáticos chegaram ao fim em 1955-56, quando o clube portuense venceu a primeira dobradinha de futebol da sua história, ganhando ao Torriense na final da Taça por 2-0 e terminando em igualdade pontual com o Benfica no campeonato, conquistando o título de campeão por ter ganho por 3-0 nas Antas e empatado em Lisboa por 1-1. Como campeão, participa pela primeira vez em competições europeias na época seguinte, mas o sonho de seguir longe terminou rapidamente após a derrota contra o Atlético de Bilbao na 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus.

Nas épocas posteriores, entraram para o palmarés do clube duas Taças de Portugal de futebol, em 1958 e em 1968, um campeonato da mesma modalidade em 1959, quatro títulos consecutivos de Volta a Portugal em bicicleta em 1963 e o primeiro título de campeão nacional de voleibol em 1965. No futebol, o cenário inverteu-se quando o FC Porto termina a liga em nono lugar em 1969-70, pior da história, e é eliminado tanto na Taça de Portugal, como na Taça das Cidades com Feiras. O número de sócios aumenta para cerca de 41 mil em 1971, e no bilhar o clube obtém o terceiro lugar no campeonato europeu em 1972, melhor classificação da história por uma equipa portuguesa.

Entretanto, Pavão, futebolista do clube, falece no dia 16 de dezembro de 1973, devido a um ataque cardíaco, ao minuto 13, durante um jogo nas Antas, contra o Vitória de Setúbal, respeitante à 13ª jornada do campeonato. Em 1977, o regresso de José Maria Pedroto, que fora jogador do clube por largas épocas, a entrada de Jorge Nuno Pinto da Costa para diretor do departamento de futebol e a promessa de uma estrutura mais forte no clube, acaba com o jejum de títulos no futebol, ao conquistar a Taça de Portugal frente ao Braga. 19 anos depois, os dragões voltam a conquistar o campeonato nacional de futebol em 1978, mas perdem na final na Taça de Portugal frente ao Sporting, na finalíssima. Na época seguinte, mais uma vez campeão nacional de futebol, e vários títulos nas modalidades, nomeadamente a Taça de Portugal em basquetebol, campeonato nacional de ciclismo em equipas, Taça de Portugal de andebol e campeonato nacional de corta-mato, graças a Aurora Cunha.

A era Pinto da Costa

A 17 de abril de 1982, Jorge Nuno Pinto da Costa é eleito presidente do FC Porto, começando o clube a ganhar terreno ao longo dos anos sobre os rivais de Lisboa em qualquer modalidade. A conquista da Taça das Taças em hóquei em patins na mesma época, frente ao Sporting, e a reconquista na época seguinte, frente ao Benfica, foi prova disso mesmo.

Na última época de Pedroto, em 1983-84, o clube acaba a temporada com a Taça de Portugal no museu, ganha ao Rio Ave por 4-1, e a Supertaça, ganha ao Benfica na segunda mão. Para além disso, o FC Porto chegou à primeira final europeia, a Taça das Taças, tendo perdido para a Juventus por 2-1, em grande parte devido a uma arbitragem tendenciosa que favoreceu os italianos. Na época seguinte, o clube é campeão graças ao treinador Artur Jorge e vence também a Supertaça. Na mesma época e agora no atletismo, Aurora Cunha bate dois recordes nacionais e sagra-se campeã mundial dos 10 km de estrada. Na época de 1985-86, o FC Porto volta a ser campeão nacional em futebol, e Aurora Cunha volta a vencer o Campeonato Mundial dos 15 e dos 10 quilómetros. Entretanto, a 9 de dezembro de 1986, é criada a secção de Desporto Adaptado do clube.

A 27 de maio de 1987, na época de 1986-87, o clube vence com brilho o favorito Bayern de Munique por 2-1 e alcança o seu primeiro troféu internacional de sempre no futebol, a Taça dos Clubes Campeões Europeus. No Estádio Prater, em Viena, a equipa portuguesa esteve a perder até aos 78 minutos por 1-0, minuto em que Rabah Madjer se inspira, marca o famoso golo de calcanhar e empata a partida. Poucos minutos a seguir, Juary marca o golo da vitória do primeiro título europeu do palmarés do clube, no que ao futebol diz respeito. O FC Porto foi ainda campeão da Supertaça, ganha, mais uma vez, ao Benfica.

Com a saída de Artur Jorge na época seguinte, Tomislav Ivic assumiu o cargo de treinador, e venceu mais quatro títulos. Entre eles, a primeira Taça Intercontinental do clube e de Portugal (1987), ganha na neve ao Peñarol, e a primeira Supertaça Europeia do clube e, novamente, de Portugal, ganha frente ao Ajax. O FC Porto sagra-se ainda campeão nacional e vencedor da Taça de Portugal. Em 1993-94, a equipa de hóquei em patins conquista pela primeira vez a Taça Europa – CERS, acontecimento que se repete, quatro anos depois, na época de 1996. Foi na mesma época que o FC Porto gelou o Estádio da Luz, na Supertaça de futebol, ao golear por 5-0 o seu maior rival, na sua maior vitória na casa do Benfica, tendo-se iniciado a gloriosa caminhada até à época de 1997-98, vencendo o campeonato nacional de futebol, pela quarta consecutiva, sagrando-se tetracampeão e igualando o Sporting que detinha o recorde de quatro campeonatos seguidos alcançado nos anos 50 para, na época seguinte, revalidar o mais uma vez título e chegar ao PENTA, feito inédito. Em 1999 não escapou mais uma Supertaça, desta vez frente ao Sporting de Braga.

Em 1997, é criada a Futebol Clube do Porto – Futebol SAD (Sociedade Anónima Desportiva), tendo como objetivos a gestão e a organização do futebol no clube. Foram três os acionistas fundadores da SAD: Investiantes – Investimentos Desportivos, Lda., com noventa e nove mil novecentos e noventa e sete ações (50%); o próprio clube, com oitenta mil ações (40%); e a Câmara Municipal do Porto, com vinte mil ações (10%). No mesmo ano, a 20 de julho, a Futebol Clube do Porto – Basquetebol SAD é criada, sendo o grande objetivo a exclusividade da gestão técnica e financeira da modalidade e a participação em competições desportivas profissionais.

Novo século

Este novo século começou com um segundo lugar no campeonato de futebol, com a equipa liderada por Fernando Santos, despedido nessa época após a falha do objetivo principal dois anos consecutivos. Contudo, o FC Porto não deixou de vencer títulos e conquistou a Taça de Portugal frente ao Marítimo. A época seguinte, valeu a Octávio Machado e a José Mourinho, um terceiro lugar no campeonato. No entanto, a Supertaça entrou novamente no palmarés portista, conquistada frente ao Boavista.

A 16 de novembro de 2003 foi inaugurado o Estádio do Dragão, com capacidade para cerca de 50 mil espetadores, mas que só começaria a ser utilizado mais tarde devido a problemas relacionados com a relva. O jogo da inauguração com a equipa do Barcelona, clube convidado, e que terminou com uma vitória por 2-0, marcou também a estreia da futura estrela mundial, Lionel Messi. Já no ano anterior, a 5 de agosto, havia sido inaugurado outro complexo, o Centro de Treinos e Formação Desportiva Porto/Gaia, destinado para os treinos da equipa e construído em Vila Nova de Gaia.

 A época de glória chegou na segunda época de José Mourinho, com a conquista da primeira Taça UEFA do clube, deixando pelo caminho adversários complicados tais como a Lazio e o Panathinaikos, vencendo na final, em Sevilha, o Celtic por 3-2, após prolongamento. Para além disto, Mourinho ganhou a Taça de Portugal e o campeonato. Mourinho atingiu apenas o apogeu da sua carreira no clube no ano seguinte, quando o FC Porto venceu o Mónaco na final da Liga dos Campeões por 3-0. Manchester United e Deportivo da Corunha foram alguns dos adversários eliminados pela equipa novamente campeã nacional e vencedora da supertaça. Já no mesmo ano, o FC Porto sagrar-se-ia campeão mundial de futebol de clubes, após a vitória contra o Once Caldas, nos penaltis, na disputa da última Taça Intercontinental. Mourinho havia saído no fim da última época, mas isso não impediu o FC Porto de vencer quatro títulos em 2004.

Em 2008-09, o FC Porto sagrou-se tetracampeão nacional de futebol e vencedor da Taça de Portugal, por obra e graça de Jesualdo Ferreira. Os dragões atingiram ainda os quartos-de-final da Liga dos Campeões, sendo eliminados graças a um golo de Cristiano Ronaldo na segunda mão, que valeu a passagem do Manchester United à fase seguinte, depois de um 2-2 em casa dos ingleses. Entretanto, no dia 23 de abril de 2009, o Dragão Caixa é inaugurado, um pavilhão destinado às várias modalidades do clube, após um terceiro lugar no campeonato em 2009-10.

André Villas-Boas entra no comando técnico e vence brilhantemente quatro títulos na época 2010-11, um deles internacional, a nova Liga Europa, alcançada frente ao Sporting de Braga por 1-0, com um golo do melhor marcador da competição Radamel Falcao, naquela que foi a primeira final europeia entre clubes portugueses. Para além do campeonato, Taça de Portugal e da Supertaça, o FC Porto ainda estabeleceu diversos recordes, entre eles a equipa portuguesa com mais títulos no futebol, ultrapassando o Benfica que tinha na altura 68. Os juniores de futebol conquistaram pela primeira vez um título oficial de dimensão internacional para os escalões de formação do clube: o Blue Stars/FIFA Youth Cup.

Em 2012-13, o FC Porto, sob o comando do técnico Vítor Pereira, foi mais uma vez campeão invicto, com seis empates em trinta jogos, sucedendo a Villas-Boas que tinha sido também campeão sem derrotas dois anos atrás. Ainda no mesmo ano de 2013, é inaugurado o Museu do FC Porto BMG. Já esta época que está a terminar, o FC Porto que começou normalmente arrecadando mais uma Supertaça, perde o campeonato, é eliminado da Taça de Portugal e de Taça da Liga ironicamente aos pés do seu maior rival, o Benfica, depois de ser afastado, primeiro, da Liga do Campeões Europeus e depois da Liga Europa, numa temporada frustrante para os seus adeptos.

Recintos

O primeiro campo utilizado pelo FC Porto para a modalidade do futebol foi o Campo do Prado, em Matosinhos, onde iniciou os seus primeiros treinos no princípio de outubro de 1893. Mais tarde, em 1906, é alugado à Companhia Hortícola Portuense o Campo da Rainha, que fora entretanto um terreno não cultivado. Era um pequeno campo de trinta por cinquenta metros, o primeiro relvado de Portugal. No mesmo ano foram transferidos os viveiros de plantas para outro local, permitindo ao clube criar um campo com as medidas oficiais, rodeado de bancos para 600 pessoas e ainda uma pista de atletismo, balneários e um bar. O arrendamento anual era de 1$20.

Para além da tanta assistência que a equipa trazia ao recinto, no final de 1911, o FC Porto foi informado da gradual desocupação do Campo da Rainha para a construção de uma fábrica, que iria ser construída no relvado. Portanto em julho de 1912, uma assembleia geral aprova um novo terreno, o Campo da Constituição, na Rua da Constituição, arrendado por 350 escudos anuais e também subarrendado por outras três equipas. Para comemorar a nova casa, os ingleses do Oporto Cricket Lawn-Tennis Club organizaram uma partida, do qual saíram vencedores por 5-2.

Mais tarde, para poder exibir os troféus conquistados do clube, o FC Porto inaugura o campo de ténis em 1917, substituindo assim o antigo rinque de patinagem. Em 1920, o clube adquire o Campo da Constituição, na sequência do arrendamento por dez anos (400 escudos nos primeiros cinco anos e 450 nos restantes cinco). A comemoração foi feita através de um torneio amigável triangular, do qual saiu vencedor. Na temporada 1920-21, o clube tenta a compra do Campo Nova Sintra, mas desiste da ideia devido ao alto valor do terreno, continuando o Campo da Constituição como casa do clube. Na época 1928-29 é renovado o contrato de arrendamento do Campo da Constituição, com uma renda anual de 12 mil escudos, pagos em duas prestações de 6 mil escudos. Em 1938-39, o campo aumenta a lotação para 20 mil pessoas, o que implicou num aumento das receitas de bilheteira. Este recinto começa a ficar pequeno e, por isso, em 1933 foi proposta numa Assembleia Geral a aquisição de novos terrenos para um novo estádio, que viria a ficar conhecido como Estádio das Antas. Enquanto a nova casa não estava disponível, o FC Porto jogava de vez em quando noutros campos emprestados, como o Estádio do Lima ou o Campo do Ameal.

A primeira pedra para a construção do Estádio das Antas foi lançada a dezembro de 1949, mas a obra só começou um mês depois. José Bacelar, sócio número um do clube, pagou o salário do primeiro dia de trabalho a todos os operários. A inauguração acontece finalmente no dia 28 de maio de 1952, oficialmente denominado como "Estádio do Futebol Clube do Porto", onde esteve presente o general Craveiro Lopes, então presidente da República Portuguesa. O Benfica foi a equipa convidada para a inauguração, e com toda a frieza, o clube de Lisboa goleou o FC Porto por 8-2. Em 1962-63 é inaugurado o sistema elétrico do Estádio das Antas.

Ao longo do século o recinto foi ficando maior, devido à inclusão do Pavilhão Américo de Sá, para as modalidades de basquetebol, andebol e hóquei em patins, da piscina coberta, três campos relvados de treino, a Loja Azul, o Bingo, a Sala-Museu e a Torre das Antas. Além disso, sofreu um rebaixamento que permitiu aumentar a lotação para noventa mil lugares em 1986, o que levou a ser um dos estádios eleitos para o Mundial de juniores de 1991. Mas ainda antes, em 1973, o recinto foi palco de um triste falecimento de um jogador portista, Pavão, caído no relvado num jogo do campeonato devido a um ataque cardíaco.

A 9 de março de 1994, o estádio foi incrivelmente penhorado pelo ministro das finanças, Eduardo Catroga, devido a uma dívida fiscal de cerca de 200 mil contos. O estádio começou por ser demolido em 1 de abril de 2004 e acabou em 28 de junho de 2004, sendo substituído pelo atual Estádio do Dragão.

Inaugurado no dia 16 de novembro de 2003, o atual estádio do clube só começou a ser utilizado em 2004 devido a problemas relacionados com a relva. A construção do estádio custou 98 milhões de euros e tem uma capacidade para 50 mil espetadores. O jogo amigável da inauguração resultou numa vitória
de 2-0 contra o Barcelona, onde também se estreou a jovem promessa Lionel Messi, então com dezasseis anos. O estádio também foi utilizado para o Euro 2004 e recebeu o jogo de abertura, em que Portugal perdeu 2-1 com a Grécia. O Dragão tem recebido, entretanto várias distinções, entre elas a certificação GreenLight, entregue em 2004 pela Comissão Europeia, e a certificação "Sistema de Gestão Ambiental", entregue em 2007 pela Associação Portuguesa de Certificação. As instalações do recinto também mereceram o certificado de "Sistema de Gestão de Qualidade".

Outros recintos

O FC Porto, para além destes recintos, possui também o Dragão Caixa, pavilhão para as modalidades do clube, inaugurado no dia 23 de abril de 2009, com uma capacidade para dois mil espetadores, e um campo de treinos para a modalidade de futebol, de nome Centro de Treinos e Formação Desportiva Porto/Gaia, inaugurado em 5 de agosto de 2002 em Vila Nova de Gaia.

A 28 de setembro de 2013, é inaugurado o Museu do FC Porto BMG, porém só abriu oficialmente ao público no dia 26 de outubro do mesmo ano.

O Clássico (FC Porto vs. Benfica)

A rivalidade entre Lisboa e Porto já se fazia sentir antes das existências destes dois clubes. O FC Porto começou a sua história no topo, conseguindo uma vitória de 8-0 em 1933 para o Campeonato de Portugal, a maior que conseguiu até hoje. Porém, esta partida foi fruto de muitos protestos por parte do Benfica, pois o clube não tinha sido informado sobre a alteração da hora do jogo. No final do jogo, dois jogadores do Benfica agrediram o dirigente da Federação Portuguesa de Futebol, e ambos foram suspensos. A seguir à segunda mão, os dois clubes cortaram relações, até 1935, quando os dois clubes voltaram a entrar em paz com um amigável. O cenário do FC Porto enquanto melhor equipa portuguesa rapidamente se inverteu, cabendo às águias o estatuto de "maior clube de Portugal". Em 1943, o FC Porto é derrotado por 12-2 no campeonato, naquele que foi a maior derrota de sempre contra as águias. Foram tempos negros para o clube azul e branco, mas a amizade entre os dois ia-se aprofundando mais. Um exemplo foi o convite ao Benfica para a inauguração do Estádio das Antas em 1952, e dois anos depois a inversão dos papéis. Mas a pacífica relação não se ficou por aí, quando o FC Porto admitiu o Benfica como Membro Honorário do clube, após a aceitação do convite. O FC Porto também foi eleito Membro Honorário do Benfica a 11 de março de 1955, pela mesma razão. O Benfica dominava o futebol nacional, e começou a ser reconhecido internacionalmente com a conquista de duas Taças dos Clubes Campeões Europeus, e a presença em várias finais da mesma competição. Com a chegada de Jorge Nuno Pinto da Costa e de José Maria Pedroto ao clube portuense, a história inverteu-se e a rivalidade foi ficando mais forte com as conquistas do FC Porto, tanto nacional como internacionalmente. Em 1986-87, quando o clube portuense estava prestes a contratar Ademir, do Vitória de Guimarães, o Benfica desviou o jogador para a Luz. Com efeito, no ano seguinte o FC Porto contratou dois jogadores ao Benfica, e por consequência os dois clubes cortaram relações institucionais. "O Clássico" tornara-se a maior rivalidade de Portugal até aos dias de hoje.

O FC Porto venceu 87 jogos, empataram 55 e o Benfica venceu 83, em competições oficiais. O portista em que mais jogos atuou contra o Benfica foi João Pinto, com 51 partidas disputadas. Os três atletas com mais golos frente ao rival foram Fernando Gomes, Pinga e Monteiro da Costa, cada um com dez golos marcados.

Rivalidade com o Sporting

A rivalidade entre leões e dragões começou na finalíssima do Campeonato de Portugal, em que o FC Porto venceu o Sporting por 3-1, dando assim o título ao clube azul e branco. A partir daí, os leões cortaram relações com os portistas, mas em janeiro de 1924, dirigentes de ambos os clubes selaram a paz com a disputa da Taça Soares Júnior. No fim, ganhou o Sporting por 2-1, onde, ainda antes do jogo, presidentes dos dois clubes trocaram ramos de flores. Em 1936, o FC Porto vence por 10-1, naquele que foi a maior vitória sobre o Sporting. No ano seguinte, o Sporting devolveu a proeza e bateu o FC Porto por 9-1, tornando-se na maior derrota de sempre contra os leões. A era dourada para o Sporting começou a partir dos anos 40, superiorizando-se ao FC Porto por muitos anos. Jorge Nuno Pinto da Costa tornara-se no novo presidente do FC Porto em 1982, e os papéis inverteram-se, enriquecendo o palmarés do FC Porto com títulos nacionais e internacionais. O FC Porto é agora favorito sempre que defronta o Sporting em casa. A 5 de junho de 2013, o Sporting informou que iria cortar novamente relações institucionais com o clube.

O FC Porto venceu 79 jogos, empataram 61 e o Sporting venceu 76 em competições oficiais. O futebolista com mais jogos disputados frente ao Sporting foi Virgílio, com 39 jogos disputados. Pinga foi também o jogador que mais marcou ao Sporting, com treze golos marcados.

Emblema

Em 1906, é criado o primeiro emblema do clube, que consistia numa bola de futebol azul com as iniciais "FCP". Mais tarde, na Assembleia Geral de 26 de outubro de 1922, é aprovado o novo símbolo do FC Porto, desenhado pelo artista gráfico e também jogador do clube, Augusto Baptista Ferreira, mais conhecido por "Simplício". Este novo logótipo representa uma simbiose do antigo emblema com as armas da cidade do Porto. A bola azul representa a modalidade mais antiga do clube. D. Maria II atribuiu armas à cidade do Porto em janeiro de 1837: um escudo esquartejado com as armas reais (sete castelos e cinco quinas) no primeiro e quarto quartéis, e as mais antigas armas da cidade do Porto. No segundo e terceiro quartéis, um coração, que representa o legado que D. Pedro IV deixou à cidade. Daí a presença das armas no logotipo do clube. O Colar e Grã-Cruz, da Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e espada de Valor Lealdade e Mérito, do qual pende a respetiva medalha, encontram-se presenciados à volta das Armas. Por fim, a Coroa Ducal e o dragão negro do poder, eram pertencentes às antigas armas dos Senhores Reis destes Reinos, em cujo pescoço está uma fita com a palavra Invicta, nome que D. Maria II atribuiu ao Porto.

Recordes do clube

A maior vitória de sempre foi de 19-1, fora contra o Coimbrões para o Campeonato Regional do Porto no dia 22 de janeiro de 1933, e de 18-0 em casa contra o Ginásio Lis a 3 de abril de 1932 para o Campeonato de Portugal. A maior vitória no primeiro escalão foi de 14-0, contra o Leça a 22 de fevereiro de 1942. A maior vitória na Taça de Portugal foi contra o Sanjoanense, a 30 de maio de 1943, por 15-1. Nas competições europeias, a maior vitória da equipa foi de 9-0 contra o Rabat Ajax a 17 de setembro de 1986, para a 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus de 1986-87. A maior derrota de sempre foi contra o Sporting por 9-1, em Lisboa, a 4 de abril de 1937 para a Primeira Divisão Experimental. A maior derrota na Taça de Portugal foi de 7-0 em Setúbal, contra o Vitória, a 13 de junho de 1943. Na Europa, a maior derrota de sempre foi contra o AEK de Atenas para a Taça dos Campeões Europeus a 13 de setembro de 1978.

O jogador que marcou mais golos no clube em competições oficiais foi o português Fernando Gomes, tendo marcado 352 golos em 455 jogos nas 13 épocas ao serviço do clube (1974-1989), obtendo assim uma média de 0,77 golos por jogo e 27,1 golos por época. Gomes foi também por seis vezes o melhor marcador do campeonato (totalizando um total de 288 golos no clube para a liga), e por duas vezes o melhor da Europa. O segundo melhor marcador foi Pinga, com 314 golos marcados. O defesa que mais golos marcou na equipa foi Zé Carlos. O brasileiro marcou 26 golos em seis épocas no dragão em 1989-90 e entre 1991 e 1996. Vítor Baía, antigo guarda-redes do clube, foi o atleta que mais títulos venceu da Primeira Divisão, com dez troféus conquistados. O portista que mais jogou na equipa principal foi João Pinto, com 587 jogos entre 1981 e 1997. João Pinto é também o jogador que mais jogou na seleção enquanto portista, tendo-se estreado em 16 de fevereiro de 1983 contra a França e jogado 71 partidas. Os jogadores que mais jogaram numa só época foram Vítor Baía (1990-91), Drulović (1999-00), Hulk e João Moutinho (ambos em 2010-11), os quatro com 53 jogos. O primeiro portista internacional foi Artur Augusto, cuja estreia aconteceu a 8 de dezembro de 1921. A aquisição mais cara de sempre foi a do brasileiro Hulk, tendo o FC Porto pago 19 milhões de euros. Curiosamente, a saída dele para o Zenit São Petersburgo foi também a venda mais alta de sempre do clube, juntamente com Radamel Falcao, tendo rendido 40 milhões de euros em 2012 e 2011 respetivamente.

A maior assistência no Estádio das Antas aconteceu em 1980, quando 59 327 espectadores foram ver a equipa jogar contra o Benfica. A maior assistência no atual Estádio do Dragão foi de 50 818 espetadores, contra o Desportivo da Corunha em 2003.

Títulos conquistados pelas equipas principais de futebol
 Campeonato de Portugal – 4 – Recorde
1922, 1924-25, 1931-32, 1936-37
 Primeira Liga – 27
1934-35, 1938-39, 1939-40, 1955-56, 1958-59, 1977-78, 1978-79, 1984-85, 1985-86, 1987-88, 1989-90, 1991-92, 1992-93, 1994-95, 1995-96, 1996-97, 1997-98, 1998-99, 2002-03, 2003-04, 2005-06, 2006-07, 2007-08, 2008-09, 2010-11, 2011-12, 2012-13
 Taça de Portugal – 16
1955-56, 1957-58, 1967-68, 1976-77, 1983-84, 1987-88, 1990-91, 1993-94, 1997-98, 1999-00, 2000-01, 2002-03, 2005-06, 2008-09, 2009-10, 2010-11
 Supertaça Cândido de Oliveira – 20 – Recorde
1981, 1983, 1984, 1986, 1990, 1991, 1993, 1994, 1996, 1998, 1999, 2001, 2003, 2004, 2006, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014.
 Supertaça Europeia – 1
1987
 Taça UEFA/Liga Europa da UEFA – 2
2002-03, 2010-11
 Taça dos Clubes Campeões Europeus/Liga dos Campeões da UEFA – 2
1986-87, 2003-04
 Taça Intercontinental – 2
1987, 2004