sábado, 26 de setembro de 2015

O LIVRO



Mas, afinal, o que é mais importante num livro?
Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive
(Padre António Vieira, 1608/1697).
Ler é como entrar na máquina do tempo que nos transporta a todos os lugares, passando por todas as épocas, por todas as gentes, é dar asas à nossa imaginação.
Mia Couto, prestigiado escritor moçambicano, diz que ao ler “recuperamos histórias da nossa infância”, ler “é uma caixa de tesouros que não encontramos em mais lado nenhum”.
Através da leitura podemos imaginar mundos, criar imagens, paisagens, os rostos das personagens de acordo com a nossa visão e o modo de sentir as coisas. Podemos até sentir os aromas que as histórias dos livros nos sugerem: a terra molhada, as flores, a maresia, o suor das gentes; podemos rir e chorar, sentir a dor, a tristeza, o luto, a infelicidade, ou a satisfação, a alegria, a felicidade. Podemos até definir, no nosso ponto de vista, o carácter dos personagens, mesmo em desacordo com o autor.
A leitura desenvolve a imaginação, a criatividade, o raciocínio, transmite o conhecimento, o esclarecimento; transmite-nos a liberdade que vem do nosso saber. “Quanto mais esclarecidos forem os homens, mais livres serão” (Voltaire).
O livro é um amigo, um companheiro sempre pronto nos bons e nos maus momentos, um conselheiro e um inspirador que nos torna mais humanos, e quanto mais humanos formos, melhor será o mundo em que vivemos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

HOMO SACER E A VIDA NUA (Giorgio Agamben)


Segundo Giorgio Agamben, «bando» é o meio no qual e pelo qual se estabelece a relação de “pertença” como fundamento das comunidades políticas. O bando é o grupo ou corpo social relativamente ao qual nos encontramos numa relação de inclusão, de pertença ao bando, dele participando e da sua estrutura de soberania baseada num poder instituinte na lei e nos mecanismo para a fazer cumprir.
Ainda segundo Agamben, a modernidade leva a cabo a politização da vida criando, através de tecnologias apropriadas, “os corpos dóceis” de que tem necessidade e em que, num maior ou menor grau, nos tornámos e que fazem parte, por sua vez, do corpo da nação, relativamente ao qual nos encontramos numa relação de inclusão. Os que estão dentro do espaço ou zona da lei participam do bando e da sua estrutura de soberania baseada no poder da lei instituinte e nos mecanismos para a fazer cumprir. Por outro lado, o indivíduo excluído é aquele que se encontra excluído do bando e se encontra, por isso, excluído da cidadania e do âmbito do direito, sujeito a um estado de exceção. Sustenta Agamben que o estado de exceção “juridicamente vazio” ultrapassou os seus limites e tende a coincidir com a ordem natural, na qual tudo se torna novamente possível. Para Agamben isto é um paradoxo, pois o estado de exceção pretende que é impossível distinguir, nele, a transgressão da lei da sua execução.
Abandonado     – deixado à sua sorte, marginalizado.
Banido                 – posto à margem, excluído, expulso, desterrado.
Bandido               – fora da lei, malfeitor, antissocial.
Debandada        – fuga ordenada, êxodo, partida, saída, abandono, autoexclusão.

sábado, 12 de setembro de 2015

Projeto

O termo “projeto” provém do latim projicere que significa lançar para a frente e é o plano de trabalho para realizar qualquer ato. É a intenção de fazer alguma coisa.
Ao longo da nossa vida, somos confrontados com diversas situações em que necessitamos de recorrer à elaboração de projetos e trabalhos para as contornarmos. Os projetos fazem parte do dia-a-dia de cada indivíduo enquanto pessoa e enquanto trabalhador.
Características dos projetos
O projeto centra-se no desenvolvimento de um processo. Existem características fundamentais que estão associadas à definição de projeto, com uma relação entre si, distinguindo-se de um plano.
A realização de um projeto pressupõe um objetivo formulado pelos autores e executores, que dá unidade e sentido às várias atividades e está associado a um produto final que pode assumir formas muito variadas. Procura responder ao objetivo inicial e reflete o trabalho realizado.
A sua finalidade é introduzir mudanças reais numa situação e os intervenientes podem ser os agentes dessa mudança, ou seja, têm capacidades de decidir e influenciar o futuro que desejam.
As metas devem ser alcançáveis devendo ter em conta os recursos financeiros e humanos disponíveis.
Os projetos surgem de novas ideias, devendo ser inovadores. Aquilo que se pretende fazer constitui um novo problema para quem o faz e envolve alguma originalidade.
O objetivo central do projeto constitui um problema ou torna-se fonte geradora de problemas, exigindo várias habilitações de planeamento e de implementação, envolvendo diversos parceiros e jogadores.
A elaboração de um projeto é um processo progressivo que tem de ter em conta as condições objetivas. É necessário recolher informações que permitam conhecer a situação, definir o problema, os recursos disponíveis e os que se poderão disponibilizar.