A globalização é resultante da evolução tecnológica
associada a grandes mudanças no âmbito das telecomunicações, da produção, da
comercialização e nos mercados financeiros mundiais.
É um fenómeno que está a provocar profundas
alterações nas sociedades, afetando as nossas vidas pessoais e íntimas,
entrando nas nossas casas, nas comunidades ou contextos locais através de meios
impessoais como os média, a internet, a cultura popular ou através do contato
pessoal com indivíduos de outros países e culturas.
O fenómeno da globalização obriga-nos a redefinir
muitos dos aspetos das nossas vidas pessoais, familiares, os papéis de género,
a sexualidade, a identidade pessoal, as nossas relações com os outros e as
relações laborais. No fundo, a forma como nos concebemos a nós próprios e a
nossa relação com os outros na sociedade.
Nesta época em que vivemos, os indivíduos têm muito
mais oportunidades para configurar as suas vidas do que no passado. Antigamente
os valores e os estilos de vida dominantes forneciam as regras que guiavam as
pessoas na sua vida. As entidades pessoais formavam-se no seio da comunidade em
que nasciam. A tradição e os hábitos tinham uma influência determinante na vida
das pessoas. A classe social, o género, a etnia e religião, eram condicionantes
de peso para se ter acesso ao conhecimento, à cultura e a melhores níveis de
vida. O espaço natural da mulher era o lar e a sua vida e identidade eram, em
grande medida, definidas pelo marido ou pelo pai e aos filhos estava reservado
seguirem, para toda a vida, a profissão do seu predecessor ou outra análoga ao seu
estatuto.
Sob a globalização, estamos contudo perante a
emergência de um novo individualismo, no qual as pessoas têm de constituir-se a
si próprias de modo ativo e construir as suas identidades. Os «códigos sociais»
que guiavam as escolhas e as ações das pessoas foram perdendo a sua importância.
O peso da tradição e dos valores estabelecidos vai enfraquecendo à medida que
as comunidades interagem com a nova ordem mundial. Muitos dos fatores que
moldavam a vida das pessoas deixaram de existir; a mulher libertou-se do espaço
do lar que lhe estava reservado; diluíram-se muitas barreiras sociais;
abriram-se novas perspectivas e a possibilidade de escolha de novos caminhos
futuros. Emergem novos padrões de identidade, obrigando as pessoas a viver de
forma mais aberta e reflexiva, a responderem às mudanças que surgem à sua volta
e a ajustarem-se a elas. Evoluímos com os contextos mais abrangentes onde
estamos inseridos e, mesmo as mais pequenas coisas que fazemos no dia-a-dia
como: o que vestir, como ocupar os tempos livres, cuidar da saúde e do físico –
são parte integrante do processo contínuo de criação e recriação das nossas
identidades pessoais.
“Os padrões tradicionais de trabalho a tempo inteiro
estão a desfazer-se perante esquemas mais flexíveis: o trabalho a partir de
casa com recurso a tecnologias de informação, múltiplos empregos, projetos de
consultoria de curta duração, «horários de flexibilidade», e outros” (Beck,
1992). Face aos avanços tecnológicos, as indústrias tradicionais tiveram que se
requalificar para não perderem a sua quota de mercado, ou tornaram-se obsoletas
em relação a empresas estrangeiras com custos de mão-de-obra inferiores aos
praticados nos países industrializados. Os novos padrões de comércio
internacional e o aparecimento de uma economia de informação alteraram
profundamente os padrões de emprego de longa duração.
No nosso dia-a-dia e como objetivo de vida, o
trabalho ocupa um lugar central na vida de muitas pessoas, é um elemento muito
importante das nossas realizações pessoais. Muitos dos aspetos da nossa
existência são diretamente influenciados pelos padrões de trabalho.
O comércio global e as novas tecnologias alteraram
profundamente as relações de trabalho e tiveram um profundo impacto nas
comunidades que assentavam na indústria tradicional. Muitos trabalhadores
ficaram sem emprego e sem qualificações para fazerem parte da nova economia
baseada na informação, enfrentando todo um conjunto de problemas sociais, como
o desemprego e o aumento da taxa de criminalidade. O conceito de trabalho para
toda a vida está a desaparecer e cada vez há um maior número de indivíduos que
criam o seu próprio percurso de carreira profissional. Fazem opções de acordo
com objetivos específicos, o que implica mudar de emprego muitas vezes ao longo
da sua carreira e a obter conhecimentos e aptidões, aplicando-os a diversos
contextos de trabalho.
Também as mulheres entraram em grande número no mundo
do trabalho, alterando profundamente a vida das pessoas de ambos os sexos. As
oportunidades profissionais e académicas que se lhes deparam levam-nas a adiar
a opção de casar e ter filhos. Estas alterações levam também muitas mulheres
trabalhadoras a regressar aos seus empregos pouco tempo depois de darem à luz,
em lugar de permanecerem em casa com os bebés.
Todas estas mudanças no mundo laboral exigiram importantes
ajustes no seio das famílias, alterando o papel do homem no seio familiar,
designadamente na natureza da divisão do trabalho doméstico e do seu papel na
educação das crianças, criando a necessidade de políticas laborais mais
«familiares» que respondam às necessidades dos «casais de duplo
assalariamento».
Obrigado, ajudou no meu trabalho!
ResponderEliminarobrigado, ajudou no meu trabalho....
ResponderEliminarA mim também me ajudou imenso, muito obrigado!!!
ResponderEliminarvc colocou o passarinho em cima da palavra
ResponderEliminarpode deixar ele saiu
ResponderEliminarobrigado ajudou muito
TIRANDO O fdp DO PASSARINHO QUE FICA EM CIMA DA ESCRITA, O TEXTO ME AJUDOU MUITO ME AJUDOU BASTANTE!!!
ResponderEliminarO passarinho é um bicho (virtual) que inocentemente vagueia através dos textos sem incomodar, e sempre que que quisermos, com pequenos gestos, ele move-se deixando-nos ler.
EliminarSejamos pacientes e não insultemos o pobre bicho. Ele apenas pretende animar as pessoas!
Não tive a oportunidade de ver o passarinho, mas gostaria. E sobre a pessoa que reclamou do pássaro... Tem é que prestar um agradecimento por ter esse texto para usar em suas pesquisas, e não reclamar. O pessoal não tem limites, tudo normal.
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