sábado, 29 de setembro de 2012

O impacto da globalização nas nossas vidas


A globalização é resultante da evolução tecnológica associada a grandes mudanças no âmbito das telecomunicações, da produção, da comercialização e nos mercados financeiros mundiais.
É um fenómeno que está a provocar profundas alterações nas sociedades, afetando as nossas vidas pessoais e íntimas, entrando nas nossas casas, nas comunidades ou contextos locais através de meios impessoais como os média, a internet, a cultura popular ou através do contato pessoal com indivíduos de outros países e culturas.
O fenómeno da globalização obriga-nos a redefinir muitos dos aspetos das nossas vidas pessoais, familiares, os papéis de género, a sexualidade, a identidade pessoal, as nossas relações com os outros e as relações laborais. No fundo, a forma como nos concebemos a nós próprios e a nossa relação com os outros na sociedade.
Nesta época em que vivemos, os indivíduos têm muito mais oportunidades para configurar as suas vidas do que no passado. Antigamente os valores e os estilos de vida dominantes forneciam as regras que guiavam as pessoas na sua vida. As entidades pessoais formavam-se no seio da comunidade em que nasciam. A tradição e os hábitos tinham uma influência determinante na vida das pessoas. A classe social, o género, a etnia e religião, eram condicionantes de peso para se ter acesso ao conhecimento, à cultura e a melhores níveis de vida. O espaço natural da mulher era o lar e a sua vida e identidade eram, em grande medida, definidas pelo marido ou pelo pai e aos filhos estava reservado seguirem, para toda a vida, a profissão do seu predecessor ou outra análoga ao seu estatuto.
Sob a globalização, estamos contudo perante a emergência de um novo individualismo, no qual as pessoas têm de constituir-se a si próprias de modo ativo e construir as suas identidades. Os «códigos sociais» que guiavam as escolhas e as ações das pessoas foram perdendo a sua importância. O peso da tradição e dos valores estabelecidos vai enfraquecendo à medida que as comunidades interagem com a nova ordem mundial. Muitos dos fatores que moldavam a vida das pessoas deixaram de existir; a mulher libertou-se do espaço do lar que lhe estava reservado; diluíram-se muitas barreiras sociais; abriram-se novas perspectivas e a possibilidade de escolha de novos caminhos futuros. Emergem novos padrões de identidade, obrigando as pessoas a viver de forma mais aberta e reflexiva, a responderem às mudanças que surgem à sua volta e a ajustarem-se a elas. Evoluímos com os contextos mais abrangentes onde estamos inseridos e, mesmo as mais pequenas coisas que fazemos no dia-a-dia como: o que vestir, como ocupar os tempos livres, cuidar da saúde e do físico – são parte integrante do processo contínuo de criação e recriação das nossas identidades pessoais.
“Os padrões tradicionais de trabalho a tempo inteiro estão a desfazer-se perante esquemas mais flexíveis: o trabalho a partir de casa com recurso a tecnologias de informação, múltiplos empregos, projetos de consultoria de curta duração, «horários de flexibilidade», e outros” (Beck, 1992). Face aos avanços tecnológicos, as indústrias tradicionais tiveram que se requalificar para não perderem a sua quota de mercado, ou tornaram-se obsoletas em relação a empresas estrangeiras com custos de mão-de-obra inferiores aos praticados nos países industrializados. Os novos padrões de comércio internacional e o aparecimento de uma economia de informação alteraram profundamente os padrões de emprego de longa duração.
No nosso dia-a-dia e como objetivo de vida, o trabalho ocupa um lugar central na vida de muitas pessoas, é um elemento muito importante das nossas realizações pessoais. Muitos dos aspetos da nossa existência são diretamente influenciados pelos padrões de trabalho.
O comércio global e as novas tecnologias alteraram profundamente as relações de trabalho e tiveram um profundo impacto nas comunidades que assentavam na indústria tradicional. Muitos trabalhadores ficaram sem emprego e sem qualificações para fazerem parte da nova economia baseada na informação, enfrentando todo um conjunto de problemas sociais, como o desemprego e o aumento da taxa de criminalidade. O conceito de trabalho para toda a vida está a desaparecer e cada vez há um maior número de indivíduos que criam o seu próprio percurso de carreira profissional. Fazem opções de acordo com objetivos específicos, o que implica mudar de emprego muitas vezes ao longo da sua carreira e a obter conhecimentos e aptidões, aplicando-os a diversos contextos de trabalho.
Também as mulheres entraram em grande número no mundo do trabalho, alterando profundamente a vida das pessoas de ambos os sexos. As oportunidades profissionais e académicas que se lhes deparam levam-nas a adiar a opção de casar e ter filhos. Estas alterações levam também muitas mulheres trabalhadoras a regressar aos seus empregos pouco tempo depois de darem à luz, em lugar de permanecerem em casa com os bebés.
Todas estas mudanças no mundo laboral exigiram importantes ajustes no seio das famílias, alterando o papel do homem no seio familiar, designadamente na natureza da divisão do trabalho doméstico e do seu papel na educação das crianças, criando a necessidade de políticas laborais mais «familiares» que respondam às necessidades dos «casais de duplo assalariamento».

8 comentários:

  1. Obrigado, ajudou no meu trabalho!

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  2. obrigado, ajudou no meu trabalho....

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  3. A mim também me ajudou imenso, muito obrigado!!!

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  4. vc colocou o passarinho em cima da palavra

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  5. pode deixar ele saiu
    obrigado ajudou muito

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  6. TIRANDO O fdp DO PASSARINHO QUE FICA EM CIMA DA ESCRITA, O TEXTO ME AJUDOU MUITO ME AJUDOU BASTANTE!!!

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    1. O passarinho é um bicho (virtual) que inocentemente vagueia através dos textos sem incomodar, e sempre que que quisermos, com pequenos gestos, ele move-se deixando-nos ler.
      Sejamos pacientes e não insultemos o pobre bicho. Ele apenas pretende animar as pessoas!

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  7. Não tive a oportunidade de ver o passarinho, mas gostaria. E sobre a pessoa que reclamou do pássaro... Tem é que prestar um agradecimento por ter esse texto para usar em suas pesquisas, e não reclamar. O pessoal não tem limites, tudo normal.

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