Existem várias definições de liderança, contudo o conceito contemporâneo
de liderança diz que “liderança é a capacidade para
influenciar um grupo de pessoas a atuar no sentido da prossecução dos objetivos
desse mesmo grupo ou da organização”.
Sendo apenas uma das muitas tarefas de um gestor, a forma como se exerce
a liderança repercute-se enormemente não só na evolução da empresa, mas também
na forma como a empresa, como organização, é vista, quer pelos seus empregados,
quer pelas restantes partes
interessadas.
É tão grande a importância da liderança na gestão das organizações, que
muitas vezes é confundida com a própria gestão. No entanto, nem todos os
líderes são gestores, do mesmo modo que nem todos os gestores são líderes.
A liderança é uma influência de relacionamento, contudo a gestão é um
relacionamento de autoridade. A liderança é executada por líderes e pelos seus
seguidores envolvendo-os na procura de mudanças reais na organização, ao passo
que a gestão é levada a cabo pelos gestores e os seus subordinados envolvendo a
coordenação de pessoas e recursos para a produção e venda de bens ou serviços
na organização.
Liderar consiste em guiar, orientar e exercer influência, e gerir
consiste em realizar, assumir responsabilidades, comandar.
Organização do trabalho
Quer pela transformação dos produtos ou serviços que o trabalhador
maneja, quer pela transformação do equipamento e instalações, a mudança de
objeto de trabalho de muitos postos de trabalho levou também a uma evolução da
relação do trabalhador com o seu objeto de trabalho. Reduzem-se, normalmente,
os tempos de intervenção sobre o objeto para aumentar os tempos de intervenção
dedicados à preparação, programação, supervisão, controlo e vigilância. Esta
nova relação homem-objeto de trabalho, realiza-se principalmente através de
códigos, símbolos e linguagens.
A capacidade de encetar um processo de reorganização e qualificação do
trabalho acompanhando as mudanças estratégicas e tecnológicas, parece ser
fundamental para o desenvolvimento das competências técnicas e relacionais, que
passam a ter graus de importância diversos:
A importância do saber relacionado com o produto
diminui ao mesmo tempo que aumenta a importância do saber relacionado com o
processo;
O aumento da importância dos componentes
cognitivos e sociais do saber e a diminuição da importância dos componentes
senso-motores. É cada vez menos importante o papel de desempenho no trabalho
manual, ao mesmo tempo que o trabalho com sistemas técnicos complexos é
determinante. Para isso, exige-se essencialmente um conhecimento sobre as
relações lógico-técnicas e a interpretação dos símbolos;
As exigências reportam-se cada vez menos a
operações individuais e cada vez mais a sistemas técnicos ou segmentos de
processos completos – conhecimentos sobre o sistema, definição de orientações,
negociação de objetivos, gestão de meios, decisão, análise e controlo de
resultados.
Gestão dos recursos humanos
A gestão das competências e do emprego não se restringe à adequação do
homem ao posto de trabalho, mas especialmente ao domínio dos efeitos recíprocos
da relação entre o homem e o seu posto de trabalho. A análise dos fatores de
evolução e as suas especificidades, revelam a necessidade de uma gestão de
mão-de-obra que responda às seguintes questões:
ü
Combater os tempos mortos pela integração de
outras tarefas de outros postos de trabalho e de outras funções (multivalência
e polivalência);
ü
Mobilidade interna por forma a adaptar as
disponibilidades de mão-de-obra à variação da produção, quer no volume, quer na
composição de lotes;
ü
Disposição para aprendizagem a novas situações
de trabalho e novas competências técnicas e organizacionais, objetivando a
facilitação da adaptação da organização às inovações tecnológicas;
ü
Capacidade de raciocínio abstrato para a
execução de tarefas intelectuais em postos de trabalho tradicionalmente
manuais;
ü
Capacidade de comunicação e de trabalho em
equipa por forma a melhorar a coordenação e o relacionamento interpessoal.
Será pois importante definir e implementar na política de recrutamento e
seleção enfase em padrões mais elevados de qualificação e que privilegie as
novas competências associadas a um trabalho qualificado: capacidades de
adaptação, aprendizagem e polivalência.
Importa, porém, rever a política de mobilidade na empresa, que pode até
ser inexistente ou muito dificilmente responder aos objetivos de
desenvolvimento individual e coletivo ou a uma gestão eficiente dos recursos em
função da análise das necessidades. Será importante a possibilidade de acesso a
trajetórias/carreiras profissionais, já que é frequente entre as empresas a
utilização quase exclusiva do recrutamento externo para as funções de
enquadramento, nomeadamente através da captação de profissionais qualificados,
a outras empresas concorrentes.
No âmbito da evolução tecnológica, a “economia de trabalho”, que surge
do emprego de máquinas e tecnologias quase sempre automatizadas e de alto
custo, gera a necessidade do incremento da sua utilização, como forma de
garantir os custos empregados na sua aquisição (investimento). Como resultado
dessa utilização mais produtiva, são criados horários atípicos dentro do padrão
clássico da tradição industrial, tais como turnos à noite e fins-de-semana,
introduzindo a ideia de trabalho contínuo. Ainda com base no avanço
tecnológico, pode ser notado que, principalmente através da informatização e do
emprego de alta intensidade de informação, a ideia de linha de montagem deixou
de ser hegemónica no modelo industrial. Surge a possibilidade de romper a
sincronia e dissociar tempos relativos aos processos de produção. A utilização
de tal premissa, de forma mais intensiva na atividade de serviços, é um dos
traços importantes da transformação do trabalho, a partir da década de 80 do
século passado.
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