Desde a moeda-mercadoria até hoje, passando pela moeda-metálica,
papel-moeda, moeda fiduciária e moeda escritural, tem-se desenvolvido um longo
processo de desmaterialização da moeda. Ou seja, a moeda foi perdendo o seu
conteúdo material e passou a ser formada por meros registos contabilísticos,
deixando de ter realidade material.
Atualmente circulam enormes quantias entre contas bancárias no mesmo
país, ou entre países, constituindo mais um passo no processo de
desmaterialização da moeda. Grande parte das transações atuais são efetuadas
através da movimentação contabilística de depósitos por via informática.
Regra geral a moeda desempenha três funções:
- Meio de pagamento ou instrumento geral de trocas, pois sendo aceite
por todos, é utilizada na aquisição de todos os bens;
- Unidade de conta ou medida de valor, visto ser através da moeda que se
mede o valor dos bens entre si, isto é, o seu preço;
- Reserva de valor, que se traduz na possibilidade de se conservar moeda
por algum tempo, utilizando-a mais tarde.
A motivação política que levou à introdução do Euro foi aprimorar a
solidariedade política dos países europeus. Embora tenha um efeito económico de
unificação das economias das nações participantes, a moeda comum faz muito mais
pela União Europeia.
As vantagens económicas do euro compreendem:
- Eliminação da flutuação das taxas de câmbio. O euro elimina as
flutuações do valor do dinheiro através de certas fronteiras;
- Transparência de preços. Os preços variam, mas os consumidores podem
identificar bons, ou maus negócios mais facilmente. Cada país pode desenvolver
melhor a sua vocação económica para determinados produtos;
- Custos de transação. Particularmente útil para turistas e outros que
atravessam diversas fronteiras durante o percurso de uma viagem. Com o euro,
deixou de ser necessário troca de moeda dentro dos países aderentes;
- Aumento do comércio entre fronteiras. A transparência dos preços, a
eliminação das taxas de câmbio e a eliminação dos custos de transações de
câmbio contribuiu para o aumento do comércio entre países da Europa;
- Faturação simplificada. Com a entrada do euro, a faturação dos
produtos, serviços e outros tipos de pagamento, foram simplificados;
- Expansão de mercados. Permitiu expandir mais facilmente os negócios
para países vizinhos, pois o euro torna mais simples os sistemas de
contabilidade bancária para transações entre países;
- Estabilidade do mercado. Em larga escala o mercado financeiro e a
bolsa de valores pode relacionar cada instrumento financeiro em euros em vez de
fazê-lo na denominação de cada país;
- Estabilidade macroeconómica. Por causa do Banco Central Europeu, a
introdução do euro ajuda a reduzir e a controlar a inflação entre os países da
EU;
- Baixas taxas de juro. Em virtude da reduzida taxa de risco de câmbio,
o euro encoraja taxas de juro menores, deixando de ser cobrados juros
adicionais para cobrir o risco de uma flutuação na taxa de câmbio;
- Reforma estrutural das economias europeias. Para participar na moeda
única os países aderentes foram forçados a deixar as suas economias em boa
forma e a melhorar o seu crescimento económico.
Desvantagens e riscos do euro:
A introdução da moeda única requereu uma enorme tarefa de organização,
planeamento e implementação. A mudança de sistemas contabilísticos, mudança de
programas, de material, de máquinas de venda, etc., que acarretou enormes
custos. A possibilidade de um choque económico pela introdução da moeda única,
pois cada país aderente deixou de ter controlo sobre a flutuação monetária,
como no passado.
- Sem moeda própria, os países deixam de poder ajustar as taxas de juro
para encorajar investimentos e o consumo interno;
- Deixa de haver a possibilidade de desvalorização monetária, ajustando
a taxa de câmbio, em declínio económico, desencorajando as exportações e
dificultando a recuperação económica.
- Os governos são forçados a manter os seus défices dentro das
exigências do Pacto de Estabilidade e Crescimento, restringindo-se a liberdade
de gastar durante os períodos economicamente difíceis, limitando a eficácia de
retirar o país de uma recessão.
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