sábado, 11 de agosto de 2012

O Desafio do Século XXI


O envelhecimento da população e o decréscimo populacional constituem um dos grandes desafios do século XXI.
O aumento do número de idosos trará inúmeras consequências: pressão nos sistemas de saúde e segurança social, mudanças sociais profundas, cuidados de saúde acrescidos, solidão, pobreza, problemas económicos, exclusão social e cultural, entre outras. O grande desafio passará pela mudança das mentalidades. Perceber que os conhecimentos e valores dos mais velhos podem constituir uma enorme mais-valia. Teremos de saber respeitá-los, valorizá-los e proporcionar-lhes as melhores condições de vida, onde não caiba a solidão, o abandono e a tristeza.
O aumento da esperança média de vida é um bem, resultado das melhores condições sociais em que vivemos, dos progressos da tecnologia e da medicina. Trata-se de uma etapa normal da evolução humana que se funda num progresso considerável, no alongamento da vida e da sua qualidade, e que conduz a uma alteração do estado demográfico.
A existência de uma estrutura etária envelhecida não significa, assim, necessariamente uma evolução desvantajosa para a sociedade. A verdadeira razão de ser desvantajosa poderá estar na não adequação entre o curso dos factos demográficos e o modo dominante de organização social, levando a que as sociedades envelhecidas não aproveitem convenientemente o envelhecimento das suas estruturas etárias. Será necessário pensar uma economia mais competitiva e dinâmica do mundo, baseada no conhecimento, apta a um crescimento económico sustentado, com mais e melhores empregos e grande coesão social.
O problema-chave a resolver, num futuro próximo, é o de como revitalizar os fundamentos económicos tirando vantagem da globalização face a uma competição crescente vinda dos mercados mais inovadores e da abundante mão-de-obra emergente, e também do rápido desenvolvimento tecnológico das economias Asiáticas, avançando em mercados de baixa e média tecnologia. O segundo desafio é negociar a mobilização de recursos extraordinários — necessários para financiar o envelhecimento da população e aproveitamento eficaz da despesa social.
No fundo, um modelo socioeconómico que garanta pleno emprego/atividade e em que os mais idosos possam, com os seus valores e os seus conhecimentos, ser uma mais-valia e continuar dar o seu contributo em prol da sociedade enquanto física e psiquicamente aptos, em vez de serem colocados na situação de reformados inúteis e serem um custo social.

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