domingo, 8 de julho de 2012

A INVESTIGAÇÃO EM SAÚDE


A qualidade de vida  tem sido cada vez mais alvo de estudo, reflexão e encarada numa perspectiva multidimensional: biológica, psicológica, económica e cultural, uma vez que depende destes fatores e é subjetiva. É frequentemente associada à saúde relativamente a determinadas patologias ou intervenções, de forma a indicar os efeitos que determinada medicação ou tratamento tem sobre a qualidade de vida dos pacientes a eles sujeitos, o que pressupõe um estudo prévio do seu nível de qualidade de vida, para ver se haverá ou não alterações, tornando-se oportuno investigar as causas subjacentes, prognóstico, intensidade, etc., caso surjam variações.
Os governos investem fundos em investigações, não com o objetivo de obter produtos que possam ser comercializáveis a curto prazo, mas para solucionar problemas de saúde pública e ampliar o conhecimento médico em geral.
No caso especifico da investigação em saúde, os objectivos gerais a alcançar podem ser resumidos no seguinte:
a)      ampliar o conhecimento dos processos biológicos e psicológicos das pessoas;
b)      ampliar o conhecimento entre as causas da doença, a prática da medicina e a organização da sociedade;
c)       desenvolver melhores técnicas de prevenção e controlo dos problemas de saúde;
d)      ampliar o conhecimento sobre os efeitos nocivos de certos factores ambientais na saúde;
e)      produção de aplicações para a saúde.
É com estes objetivos em mente que o investigador escolhe o tema da sua investigação, partindo dos problemas que se apresentem na sua especialidade.
Há correntes que defendem que, nas investigações, se deve ter em atenção não apenas os indicadores de mortalidade, mas também a qualidade de vida, os custos e o impacto económico e social.

Para outras, o ter em atenção prioritariamente o impacto em saúde da população, significa esquecer a complexidade da ciência e a forma como ocorrem os avanços científicos. Para estes a prioridade seria a integração da atividade científica, a interação entre as várias disciplinas por forma a alcançar melhorias científicas que otimizem a prática da medicina em geral.
A cultura celular é um conjunto de técnicas que permitem cultivar ou manter células isoladas fora do organismo onde existem, mantendo as características próprias, podendo fazer-se a partir de tecidos humanos, animais ou vegetais.
Há dois tipos de culturas: cultura primária, preparada diretamente de tecidos de um organismo, com ou sem o fracionamento inicial das células; cultura secundária, com células retiradas de uma cultura primária, podendo ser subcultivadas desta forma repetidamente, por semanas ou meses.
A cultura celular é de grande importância em investigação nos campos de virologia, imunologia, oncologia, engenharia de proteínas, interação e sinalização celular, entre outras, com aplicações em medicina e farmacologia, em terapia (manutenção e geração de tecidos para transplantes) e industriais, como na reprodução de clones de plantas in vitro.
Entre as vantagens da cultura celular encontra-se a possibilidade de estudar fenómenos, inacessíveis em tecidos intactos; controlar de forma precisa o ambiente (pH, temperatura, concentração de O2 e CO2 etc.); obtenção de células com boa homogeneidade e bem caracterizadas; economia de reagentes, de tempo, etc.; conhecimento do comportamento e função de uma população isolada de células.
Como desvantagens é de salientar: o elevado custo do material; condição de crescimento da cultura; instabilidade da cultura; perda de características; dificuldade de extrapolação para o modelo do organismo intacto; necessidade de operadores com conhecimentos da técnica em condições assépticas, etc.; perda de características fenotípicas; instabilidade das células principalmente em linhas celulares mortais.
Parece serem múltiplos os obstáculos a uma prática consistente de investigação por médicos-clínicos em Portugal, resultantes da própria estrutura organizacional e funcional das Unidades do SNS, impondo-se, à semelhança da prática noutros países: a) a adoção de medidas de incentivo dirigidas às instituições de saúde; b) reforço das iniciativas dirigidas à formação científica pós-graduada de médicos-clínicos; c) reforço e regularidade no financiamento de projetos de investigação orientados para o doente; d) criação de instrumentos essenciais para uma investigação médica de qualidade – bases de dados clínicos e bio bancos.
Em vários centros de ensino já se utilizam com sucesso vários métodos alternativos ao uso de animais, contudo ainda estão em estudo e têm sido pouco aplicados em pesquisa científica. Ao falar-se em métodos alternativos pensa-se imediatamente na substituição de animais vivos mas, além da substituição, a redução e a aplicação de métodos para diminuir o grau de sofrimento provocado aos animais, também são considerados como alternativas.
No contexto histórico, a utilização de animais em pesquisa e experimentação foi determinante na evolução das ciências biológicas e da saúde. Desde Hipócrates e Aristóteles, que iniciaram os primeiros estudos biológicos de maneira descritiva, até William Harvey, que estudou a circulação sanguínea em animais, e Claude Bernard, a homeostasia por via da vivissecção -, a pesquisa tem ganhado um caráter experimental imprescindível, vistos os resultados na elucidação da fisiologiapatologia e farmacologia, animal e humana. Nos dias de hoje utilizam-se animais para a experimentação, com fins humanos e veterinários, de acordo com o objecto de estudo e a sua complexidade. Por isso, uma vasta gama de espécies podem ser empregadas, e uma classificação geral é observada antes da escolha. Esta classificação leva em consideração a maleabilidade pelo pesquisador, os custos de manutenção, a representatividade dos fenómenos, e mais uma série de vantagens e desvantagens, de acordo com a condição da população.
Os defensores dos métodos alternativos apresentam vantagens como o custo menor (estima-se que o método alternativo, em média, custe cerca de 30% do valor da pesquisa em animais), economia de espaço (para criar e manter os animais, é necessária toda uma estrutura de viveiros, como estantes, caixas, alimentação, controle de ambiente etc.). As desvantagens são poucas, mas especialistas apontam que, em alguns casos, a falta de interação de uma substância teste com um organismo vivo pode atrapalhar os resultados mas, neste caso, o avanço do conhecimento científico acabará por eliminar esse factor.
Fontes:
http://vidadequalidade.org/conceito-de-qualidade-de-vida-pagina/
http://www.liaaq.ufsc.br/aulas/Biologia%20-%20Cultura%20Celular.PDF
http://news.fm.ul.pt/Content.aspx?tabid=65&mid=414&cid=1057
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252008000200021&script=sci_arttext
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gnotobiologia
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfico
http://www.soberaniadopovo.pt/portal/index.php?news=5412
http://www.fct.unl.pt/estudante/gapa/anorexia-e-bulimia

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