Todos nós comemos porque
necessitamos de o fazer e nos dá prazer. O modo como nos alimentamos varia de
pessoa para pessoa, umas comem mais, outras menos; algumas engordam com
facilidade, outras não. A preocupação com o peso e a forma corporal leva as
pessoas, cada vez mais, a iniciar dietas progressivas e selectivas, procurando
evitar ao máximo alimentos de alto teor calórico. Este tipo de comportamento
pode levar a distúrbios alimentares, como a anorexia e a bulimia.
Embora seja aparentemente fácil distinguir, as
pessoas (geralmente do sexo feminino) que sofrem destas duas perturbações
alimentares têm por vezes sintomas comuns, acontecendo com frequência a bulimia
desenvolver-se após um período de meses ou anos de sintomas anorécticos.
A anorexia
tem habitualmente início na adolescência, podendo ter início num período
anterior (infância), ou posterior (30 ou 40 anos de idade). É uma perturbação
alimentar e psicológica que consiste, essencialmente, na persistência em manter
o peso corporal abaixo do normal. Este tipo de distúrbio conduz a uma percepção
distorcida do próprio corpo, levando a pessoa a ver-se como gorda. Quando não
consegue manter restrição da comida, inicia episódios de sobrealimentação,
entrando num ciclo vicioso no qual aumentam o medo de engordar e o desejo de
emagrecer, recorrendo ao excesso de exercício físico, uso de laxantes e
provocação do vómito para perder peso.
A bulimia
atinge habitualmente uma faixa etária diferente (na casa dos 20 anos) com
história de peso excessivo na infância. Caracteriza-se por episódios de
alimentação compulsiva que não se conseguem controlar ingerindo grandes
quantidades de alimentos. Como as anorécticas, sofrem da síndroma de excesso de
peso mas conseguem normalmente o seu controlo através da indução do vómito e do
uso de laxantes. Apesar de ser uma situação muito desconfortável, cria-se um
círculo vicioso que não se consegue ultrapassar, instalando-se este padrão
caótico de alimentação.
São várias as causas que podem explicar o desenvolvimento da anorexia e
bulimia. A extrema valorização da magreza e o preconceito com a gordura nas
sociedades ocidentais estão muito ligados à ocorrência destes distúrbios, sendo
a comunicação social uma das principais causas destes transtornos alimentares
ao impor o estereótipo da magreza como um factor essencial para o sucesso
social e económico.
As adolescentes são o grupo etário de maior risco, mas há casos destes
em todas as idades e em ambos os sexos. As alterações ao nível cardiovascular,
gastrointestinal, depressão, fadiga e comportamento obsessivo-compulsivo, são
as principais consequências da anorexia e bulimia podendo, em casos mais
graves, estes problemas do foro alimentar levar mesmo à morte.
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