O solo é um
ecossistema com características físicas, químicas e biológicas próprias, no
qual se desenvolvem uma grande quantidade de diferentes formas de vida. É um
recurso finito, limitado e não renovável, face às suas taxas de degradação
potencialmente rápidas que têm vindo a aumentar nas últimas décadas (pela
pressão crescente da atividade humana) em relação às suas taxas de formação e
regeneração extremamente lentas. A formação de uma camada de solo de 30 cm leva
1000 a 10000 anos a estar completa.
A poluição do solo
pode definir-se como a presença de substâncias que têm uma ação nociva na saúde
do homem, nos recursos biológicos, e nos ecossistemas.
Os poluentes do solo
podem classificar-se em dois tipos: endógenos, ou próprios ao mesmo
solo, e exógenos, ou de origem exterior ao solo. Os poluentes mais
problemáticos são os que resultam da poluição exógena, causada pela ação
humana.
Durante o século XX, a população
mundial triplicou. Face a este desenvolvimento exponencial da espécie humana, é
cada vez mais frequente a existência de graves problemas a nível global que
comprometem a promoção de um desenvolvimento sustentável. Um dos problemas que
certamente comprometerá o futuro da espécie humana é a poluição das águas.
As águas subterrâneas
integram a componente que não é diretamente observada pelo ser humano e também
a mais lenta do ciclo hidrológico. Muitas vezes, quando ouvimos falar na
contaminação das águas, surge logo a imagem de que algo de grave ocorreu na
água que existe à superfície. No entanto, da pouca água doce disponível
(aproximadamente 3%), 30% são águas subterrâneas.
Contrariamente
ao que acontece com as linhas de água superficiais, as águas subterrâneas,
quando contaminadas não conseguem auto depurar-se (capacidade de recuperar
rapidamente de descargas de matéria orgânica oxidável) de resíduos
desagradáveis. A razão para isto acontecer deve-se ao facto de a água
subterrânea ter um movimento muito lento, ter populações muito menores de
bactérias decompositoras e ser fria, o que abranda a velocidade das reações
químicas de degradação de resíduos.
Os riscos para
a saúde humana deste tipo de poluição são acrescidos devido ao facto da água
subterrânea constituir a principal fonte de água para consumo humano direto.
Os principais
poluentes do solo e de água podem ser classificados em três grandes grupos:
a. Derrames
resultantes de atividades industriais, de atividades mineiras, do tráfego
automóvel, e da construção civil.
b.
Derrame
de compostos orgânicos, muitas vezes acidentais.
c. Substâncias químicas que são adicionadas aos solos sobretudo na agricultura, como os fertilizantes e os biocidas, para combater pragas de fungos, ervas daninhas, ou insetos.
Distinguem-se três tipos: fungicidas, herbicidas e inseticidas.
A gestão
correta das águas subterrâneas é fundamental para a Humanidade, por isso, a
ocupação do solo deve ter em conta uma eficaz política de ordenamento de
território, uma vez que uma ocupação abusiva pode ter graves consequências para
as águas subterrâneas e consequentemente para o Homem.