Um passo muito importante quando decidimos poupar é saber distinguir uma despesa essencial de uma despesa menos essencial, ainda que esta não seja supérflua.
Decidir poupar, apenas porque a situação do país se complicou e estamos em crise, ou porque a situação financeira da família atingiu um ponto mais complicado e é necessário começar com os cortes na despesa, não é uma boa forma de gestão. Devemos poupar precisamente nos momentos bons para prevenir os momentos menos bons.
Devemos saber bem onde cortar por forma a garantirmos a sustentabilidade do lar e aforrar um pé-de-meia que nos permita alguma segurança para enfrentar uma possível dificuldade no futuro. Se não soubermos bem em que cortar, poderemos continuar a não conseguir poupar o que precisamos ou que definimos nos nossos objetivos.
Devemos definir o que é essencial, como o crédito à habitação ou a renda, a água, a eletricidade e o gás, para além da alimentação. Despesa essencial é aquela que despendemos para viver: precisamos de comida, casa, água, luz, gás para cozinhar, mas não só.
Depois de sabermos distinguir uma despesa essencial da não essencial, devemos estabelecer prioridades e ver onde podemos e devemos fazer cortes.
Uma das formas para descobrirmos se estamos a gastar dinheiro desnecessariamente pode ser fazer o registo de todas as despesas. Guardar todos os documentos das despesas efetuadas: renda ou hipoteca da casa, contas da água, luz, gás, alimentação, créditos (devem ser evitados), etc. No final do mês, pelo montante despendido, se poderá avaliar de forma mais assertiva quais as despesas a eliminar e gerir melhor o orçamento. Ficamos a saber até onde devemos “apertar o cinto”! Chama-se a isto: inteligência financeira!
· Tome o pequeno-almoço, o almoço e o lanche em casa. Se pode ir almoçar a casa, porque não? Ou então leve o almoço numa lancheira para aquecer no micro-ondas no emprego!
· Resista à tentação de ir constantemente ao restaurante. Um piquenique no campo ou no parque, é uma boa e económica opção; ou então quando marcar um jantar com amigos, faça-o em casa e peça a cada um para trazerem os ingredientes para confecionar o repasto.
· Nunca deite comida fora! As sobras podem perfeitamente ser aproveitadas para a refeição seguinte, incorporadas, como complemento ou acompanhamento.
· Os cupões e talões que os super e hipermercados oferecem aos seus clientes, podem ser aproveitados, mas é conveniente ter em atenção que nem sempre os descontos que oferecem são compensadores. Geralmente são para artigos de que não temos necessidade e, mesmo com o desconto que oferecem, poderão ser mais caros. E, antes de fazer as compras semanais ou mensais, elabore uma lista detalhada daquilo que precisa e não ceda à sedução daquele produto “fantástico” estrategicamente colocado na prateleira mesmo em frente dos seus olhos!
· Reutilize os sacos de plástico. Aproveite-os para transportar as suas compras e para o lixo doméstico. Hoje em dia já não são oferecidos nos supermercados e evita assim desperdiçar dinheiro protegendo ao mesmo tempo o ambiente!
· Incentive o seu médico a prescrever, sempre que possível, medicamentos genéricos. A diferença de preço, entre fármacos de marca e genéricos, é grande… e os produtos são idênticos. Não peça medicamentos genéricos apenas quando o dinheiro não chega para os de marca!
· Nas deslocações para o emprego, opte pelos transportes públicos ou combine com os colegas e partilhem o transporte no carro particular de cada um ou ainda, se possível, vá de bicicleta ou a pé. Livre-se das filas de trânsito, dos parqueamentos ou das voltinhas à procura de lugar para estacionar!
· Compre roupa apenas quando precisa e aproveite os saldos. Os restos da coleção Outono/Inverno compram-se nos saldos de Verão e vice-versa. Não se deixe levar pelas modas. Pode andar tão bem vestido/a ou melhor que os outros e por metade do preço.
· Resista a comprar a crédito. Nunca se esqueça que os créditos têm de ser pagos e que se não pagar nos prazos previstos, vai-lhe custar mais caro ainda. Desista dos cartões de crédito!
· Não compre tudo aquilo de que gosta! Lembre-se que “quem não tem dinheiro, não tem vícios”! Compre apenas aquilo que pode comprar, pois é isso o essencial e o que precisa!
Estes são alguns dos passos que nos podem ajudar a poupar, a fazer com que sobre algum dinheiro no final do mês, a juntar algumas economias que serão úteis no futuro com toda a certeza. Não são as únicas, há muitas outras e a imaginação de cada um, no sentido da poupança, por certo as encontrará.
Desperdiça-se muito em eletricidade, em água, em gás e em combustíveis e, com pequenas alterações nos nossos hábitos, comportamentos ou pequenas alterações em equipamentos do nosso lar, se poderão reduzir em muito, quer os custos, quer os gastos em energia, poupando na carteira e contribuindo para a preservação do ambiente.
Para terminar, se quer realmente poupar abra uma conta poupança num banco, estipule uma quantia mensal a depositar, assuma esse compromisso consigo mesmo/a e cumpra-o religiosamente. Se o fizer depressa se aperceberá onde desperdiça o seu dinheiro, saberá mais facilmente onde deve cortar nas despesas e verá que afinal andava a gastar dinheiro que não lhe proporcionava melhor qualidade de vida, antes pelo contrário, lhe trazia angústias e incertezas.
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