A utilização e aplicação das plantas medicinais é,
porventura, tão antiga quanto a humanidade. Profundamente ligados ao seu meio,
compreende-se que os nossos antepassados recorressem às riquezas que a Farmácia
da Natureza tinha para lhes oferecer.
Durante milénios se reuniu um enorme conhecimento
acerca dos efeitos medicinais das plantas. Através de observação atenta,
tentativas erros, as civilizações anteriores descobriram o valor medicinal das
plantas, que está a ser redescoberto e confirmado mediante análises científicas
modernas. Durante muitos anos foram usadas como complemento à alimentação, como
forma de se manterem saudáveis e ultrapassarem muitas das dificuldades diárias.
As ervas medicinais já eram conhecidas pelos antigos egípcios, cujos sacerdotes
já as utilizavam regularmente com fins terapêuticos. Um papiro datado de 1500
A.C. regista centenas de plantas medicinais – muitas das quais ainda se usam.
Os conhecimentos que os nossos antepassados tinham da
aplicação das ervas medicinais na saúde humana, foram sendo adquiridos pelos
cientistas e, a partir de então, a maior parte dos medicamentos são feitos
tendo por base a origem vegetal e a presença dessas plantas que, através do
melhoramento das fórmulas químicas, introduziram o grande benefício da sua
presença, garantindo assim uma qualidade mínima de químicos ingeridos pelos
seres humanos.
Algumas das composições de medicamentos usadas pelos
nossos antepassados, apenas tinham uma composição diferente e muito mais
natural, mas o seu efeito era exatamente o mesmo e, na maioria dos casos, com
melhores resultados que os químicos puros.
Apesar de tudo, enquanto se continuam a investigar as
propriedades e aplicações de novas plantas, muitos médicos e cientistas
persistem em ignorar as propriedades curativas das plantas medicinais,
preferindo confiar em produtos farmacológicos «testados e experimentados».
Nos dias de hoje as ervas medicinais estão presentes
em muitas das nossas casas, quer seja em tisanas, em medicamentos ou mesmo como
condimentos nas refeições, sendo agora mais usadas devido à atenção que têm por
parte da comunicação social.
Eis algumas das plantas medicinais mais populares e
com maior procura por parte das famílias portuguesas:
·
Agrião
– bastante usado para combater os problemas respiratórios, a anemia e até os
problemas no sistema digestivo.
·
Aipo –
a infusão desta erva medicinal combate os problemas das vias respiratórias,
infeções do estômago e controla a menstruação.
·
Alecrim
– planta com muitas propriedades medicinais como a de cicatrizante,
estimulante, combate ao desânimo, indicada em casos de esgotamento cerebral,
excesso de trabalho e depressão ligeira. Usa-se a infusão de alecrim nos casos
de erupção cutânea persistente, inflamada e de difícil cura, regula a secreção
biliar, é diurética, auxilia a digestão de gorduras, combate a dor de cabeças
associada com tensão nervosa.
·
Camomila
– é bastante usada para combater as urticárias e as inflamações da boca e
garganta, inflamações da pele em geral, queimaduras, cólicas intestinais e
menstruais, cólicas infantis, nervosismo, ansiedade, insónia, prisão de ventre,
enjoos, cólon irritável.
Propriedades: adstringente, antialérgico, calmante,
sedativo, clareador, digestivo, laxante, sudorífico, anti-inflamatório,
espasmolítico, cicatrizante, antibiótico. Partes usadas: inflorescências.
·
Capim-santo
– uma das muitas ervas usadas como tranquilizante e para combater a diarreia e
hipertensão.
·
Carqueja
– bom para a anemia, cálculos biliares, diarreia, enfermidades do baço, da
bexiga, do fígado e dos rins, má digestão, má circulação do sangue, icterícia,
inflamação das vias urinárias. Partes usadas: folhas em infusão.
·
Cidreira
– esta é talvez a mais popular hoje em dia, como infusão (tisana), é usada como
calmante para aliviar as dores de estômago e combate a diarreia.
·
Eucalipto
– bastante usado por quem tem problemas respiratórios, já que ajuda a aliviar a
sinusite e a bronquite e ainda alivia a febre.
·
Louro
– como infusão é bastante usado para combater os problemas de reumatismo e
nevralgias.
·
Nabo –
procurado por quem possui problemas gastrointestinais, ajudando na digestão e
no trânsito dos alimentos no sistema digestivo, tratamento de gengivites e
amigdalites.
·
Alfazema
– indicações: insónia, ansiedade, nervosismo, dor muscular, acne e inflamações
na pele. Propriedades: analgésica, sedativa, anti-inflamatória,
antisséptica, relaxante, calmante. Partes usadas: flores, folhas e caule.
Alguns modos de preparação:
Infusão: a
infusão é preparada regando-se as partes ativas do vegetal (folhas ou flores)
com água a ferver. Este é o modo de preparar o chá.
Decocção:
na decocção, geralmente coloca-se a planta em água fria, em seguida aquece-se a
mesma num recipiente fechado até à ebulição, deixando ferver por alguns
minutos.
Maceração:
é um preparo que requer uma longa imersão. Coloca-se a planta em água fria,
cobre-se o recipiente e deixa-se repousar em lugar fresco durante a noite.
Em jeito de conclusão podemos afirmar que o uso das
plantas medicinais com fins terapêuticos vem dos tempos primórdios do ser
humano e que apenas começaram a ser vistas com bons olhos há relativamente
pouco tempo. Na maior parte dos casos, os problemas de saúde podem ser
aliviados ou até mesmo curados ingerindo, nas mais diversas formas, as ervas
medicinais. Mesmo assim, convém antes de iniciar um tratamento ser acompanhado
por um técnico, para que este possa informar qual a melhor forma de usar
determinada erva, ou se é a melhor solução para o problema. A ingestão de uma
erva errada pode agravar, em casos específicos, ainda mais o problema.
Sítios consultados:
http://seleccoes.pt/eras_arom%A1ticas_e_plantas_medicinais/
http://plantasmedicinais.net/
http://www.cm-guimaraes.pt/files/1/documentos/20100201154141669228.pdf
http://plantasmedicinais.com.sapo.pt/plantas%20medicinais.htm
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