sábado, 11 de fevereiro de 2012

Medicina natural


A utilização e aplicação das plantas medicinais é, porventura, tão antiga quanto a humanidade. Profundamente ligados ao seu meio, compreende-se que os nossos antepassados recorressem às riquezas que a Farmácia da Natureza tinha para lhes oferecer.
Durante milénios se reuniu um enorme conhecimento acerca dos efeitos medicinais das plantas. Através de observação atenta, tentativas erros, as civilizações anteriores descobriram o valor medicinal das plantas, que está a ser redescoberto e confirmado mediante análises científicas modernas. Durante muitos anos foram usadas como complemento à alimentação, como forma de se manterem saudáveis e ultrapassarem muitas das dificuldades diárias. As ervas medicinais já eram conhecidas pelos antigos egípcios, cujos sacerdotes já as utilizavam regularmente com fins terapêuticos. Um papiro datado de 1500 A.C. regista centenas de plantas medicinais – muitas das quais ainda se usam.
Os conhecimentos que os nossos antepassados tinham da aplicação das ervas medicinais na saúde humana, foram sendo adquiridos pelos cientistas e, a partir de então, a maior parte dos medicamentos são feitos tendo por base a origem vegetal e a presença dessas plantas que, através do melhoramento das fórmulas químicas, introduziram o grande benefício da sua presença, garantindo assim uma qualidade mínima de químicos ingeridos pelos seres humanos.
Algumas das composições de medicamentos usadas pelos nossos antepassados, apenas tinham uma composição diferente e muito mais natural, mas o seu efeito era exatamente o mesmo e, na maioria dos casos, com melhores resultados que os químicos puros.
Apesar de tudo, enquanto se continuam a investigar as propriedades e aplicações de novas plantas, muitos médicos e cientistas persistem em ignorar as propriedades curativas das plantas medicinais, preferindo confiar em produtos farmacológicos «testados e experimentados».
Nos dias de hoje as ervas medicinais estão presentes em muitas das nossas casas, quer seja em tisanas, em medicamentos ou mesmo como condimentos nas refeições, sendo agora mais usadas devido à atenção que têm por parte da comunicação social.
Eis algumas das plantas medicinais mais populares e com maior procura por parte das famílias portuguesas:
·         Agrião – bastante usado para combater os problemas respiratórios, a anemia e até os problemas no sistema digestivo.
·         Aipo – a infusão desta erva medicinal combate os problemas das vias respiratórias, infeções do estômago e controla a menstruação.
·         Alecrim – planta com muitas propriedades medicinais como a de cicatrizante, estimulante, combate ao desânimo, indicada em casos de esgotamento cerebral, excesso de trabalho e depressão ligeira. Usa-se a infusão de alecrim nos casos de erupção cutânea persistente, inflamada e de difícil cura, regula a secreção biliar, é diurética, auxilia a digestão de gorduras, combate a dor de cabeças associada com tensão nervosa.
·         Camomila – é bastante usada para combater as urticárias e as inflamações da boca e garganta, inflamações da pele em geral, queimaduras, cólicas intestinais e menstruais, cólicas infantis, nervosismo, ansiedade, insónia, prisão de ventre, enjoos, cólon irritável.
Propriedades: adstringente, antialérgico, calmante, sedativo, clareador, digestivo, laxante, sudorífico, anti-inflamatório, espasmolítico, cicatrizante, antibiótico. Partes usadas: inflorescências.
·         Capim-santo – uma das muitas ervas usadas como tranquilizante e para combater a diarreia e hipertensão.
·         Carqueja – bom para a anemia, cálculos biliares, diarreia, enfermidades do baço, da bexiga, do fígado e dos rins, má digestão, má circulação do sangue, icterícia, inflamação das vias urinárias. Partes usadas: folhas em infusão.
·         Cidreira – esta é talvez a mais popular hoje em dia, como infusão (tisana), é usada como calmante para aliviar as dores de estômago e combate a diarreia.
·         Eucalipto – bastante usado por quem tem problemas respiratórios, já que ajuda a aliviar a sinusite e a bronquite e ainda alivia a febre.
·         Louro – como infusão é bastante usado para combater os problemas de reumatismo e nevralgias.
·         Nabo – procurado por quem possui problemas gastrointestinais, ajudando na digestão e no trânsito dos alimentos no sistema digestivo, tratamento de gengivites e amigdalites.
·         Alfazema – indicações: insónia, ansiedade, nervosismo, dor muscular, acne e inflamações na pele. Propriedades: analgésica, sedativa, anti-inflamatória, antisséptica, relaxante, calmante. Partes usadas: flores, folhas e caule.
Alguns modos de preparação:
Infusão: a infusão é preparada regando-se as partes ativas do vegetal (folhas ou flores) com água a ferver. Este é o modo de preparar o chá.
Decocção: na decocção, geralmente coloca-se a planta em água fria, em seguida aquece-se a mesma num recipiente fechado até à ebulição, deixando ferver por alguns minutos.
Maceração: é um preparo que requer uma longa imersão. Coloca-se a planta em água fria, cobre-se o recipiente e deixa-se repousar em lugar fresco durante a noite.
Em jeito de conclusão podemos afirmar que o uso das plantas medicinais com fins terapêuticos vem dos tempos primórdios do ser humano e que apenas começaram a ser vistas com bons olhos há relativamente pouco tempo. Na maior parte dos casos, os problemas de saúde podem ser aliviados ou até mesmo curados ingerindo, nas mais diversas formas, as ervas medicinais. Mesmo assim, convém antes de iniciar um tratamento ser acompanhado por um técnico, para que este possa informar qual a melhor forma de usar determinada erva, ou se é a melhor solução para o problema. A ingestão de uma erva errada pode agravar, em casos específicos, ainda mais o problema.


Sítios consultados:
http://seleccoes.pt/eras_arom%A1ticas_e_plantas_medicinais/
http://plantasmedicinais.net/
http://www.cm-guimaraes.pt/files/1/documentos/20100201154141669228.pdf 
http://plantasmedicinais.com.sapo.pt/plantas%20medicinais.htm


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