Tem sido explicado até à exaustão quais as razões do sobreendividamento
do nosso país. Desde os anos 90 do século passado (como em décadas anteriores
noutros países desenvolvidos), as classes médias habituaram-se a consumir, de forma
fácil, com recurso ao crédito bancário levando muitos cidadãos a endividarem-se
por várias décadas para adquirirem bens essências e supérfluos.
Com a entrada na zona Euro, Portugal passou a usufruir de condições
únicas de acesso ao crédito, quer para privados quer para o próprio estado. O
fraco crescimento da economia resultado da canalização dos investimentos no
mercado imobiliário e em grandes projetos de obras públicas de retorno
duvidoso, como resultado da política despesista dos governos, levaram ao
acumular de défices e ao sobreendividamento.
Por sua vez, numa Europa unida, onde o princípio da igualdade e da
solidariedade não tem acontecido, os mercados financeiros aperceberam-se disso
e chegado o momento de pagar as dívidas vencidas, e havendo necessidade de
contrair nova dívida para solver a anterior, fizeram disparar as taxas de juro.
Este fenómeno não foi estritamente europeu e muito menos português pois teve o
seu início nos Estados Unidos.
Acontece que os americanos possuem moeda própria e enfrentaram o
problema, começando a sua economia a dar sinais de crescimento, enquanto na
Europa a solução tem sido sempre adiar a resolução da crise com pequenos
remendos, permitindo aos mercados financeiros especularem com a situação
baixando a notação dos países sobre endividados e das suas instituições,
exigindo taxas de juro especulativas e planos de austeridade dolorosos em que,
como sempre, as principais vítimas são as populações mais carenciadas.
A zona Euro
continua sem uma política monetária capaz de enfrentar os mercados financeiros
e, até hoje, os mais ricos do clube €uro tentam contornar a crise com paninhos
quentes, num contínuo adiar de soluções para contornar o problema.
Fontes:
http://www.portais.ws/?page=art_det&ida=1995
http://www.ie.ufrj.br/images/pesquisa/pesquisa/textos_sem_peq/texto1112.pdf
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