sábado, 16 de abril de 2016

O sobreendividamento

Tem sido explicado até à exaustão quais as razões do sobreendividamento do nosso país. Desde os anos 90 do século passado (como em décadas anteriores noutros países desenvolvidos), as classes médias habituaram-se a consumir, de forma fácil, com recurso ao crédito bancário levando muitos cidadãos a endividarem-se por várias décadas para adquirirem bens essências e supérfluos.
Com a entrada na zona Euro, Portugal passou a usufruir de condições únicas de acesso ao crédito, quer para privados quer para o próprio estado. O fraco crescimento da economia resultado da canalização dos investimentos no mercado imobiliário e em grandes projetos de obras públicas de retorno duvidoso, como resultado da política despesista dos governos, levaram ao acumular de défices e ao sobreendividamento.
Por sua vez, numa Europa unida, onde o princípio da igualdade e da solidariedade não tem acontecido, os mercados financeiros aperceberam-se disso e chegado o momento de pagar as dívidas vencidas, e havendo necessidade de contrair nova dívida para solver a anterior, fizeram disparar as taxas de juro. Este fenómeno não foi estritamente europeu e muito menos português pois teve o seu início nos Estados Unidos.
Acontece que os americanos possuem moeda própria e enfrentaram o problema, começando a sua economia a dar sinais de crescimento, enquanto na Europa a solução tem sido sempre adiar a resolução da crise com pequenos remendos, permitindo aos mercados financeiros especularem com a situação baixando a notação dos países sobre endividados e das suas instituições, exigindo taxas de juro especulativas e planos de austeridade dolorosos em que, como sempre, as principais vítimas são as populações mais carenciadas.
A zona Euro continua sem uma política monetária capaz de enfrentar os mercados financeiros e, até hoje, os mais ricos do clube €uro tentam contornar a crise com paninhos quentes, num contínuo adiar de soluções para contornar o problema.
Fontes:
http://www.portais.ws/?page=art_det&ida=1995
http://www.ie.ufrj.br/images/pesquisa/pesquisa/textos_sem_peq/texto1112.pdf

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