O automóvel (do
grego auto, por si próprio, e do
latim mobilis, mobilidade) ou carro
é um veículo motorizado, com quatro rodas, em geral destinado ao transporte de
passageiros e mercadorias e um dos meios de transporte mais populares do mundo.
A definição abrange todos os
veículos com autopropulsão movidos a combustão interna que pode ser gerada por
gasolina, gasóleo, gás, álcool, bio gasóleo ou por qualquer outra mistura de
combustível, comburente e calor que provoque a combustão interna, ou híbrido
(motor de combustão interna e elétrico), ou ainda veículos que se movimentem
por meio de motores elétricos com a finalidade de transporte de passageiros e
carga.
O automóvel dos dias de hoje
dispõe, tipicamente, de um motor de combustão interna, no geral a quatro
tempos, propulsionado a gasolina, gasóleo ou álcool, havendo já em circulação
muitos veículos híbridos (motor de combustão interna e elétrico), tendo sido já
introduzidos no mercado veículos equipados exclusivamente com motor elétrico.
Desde os primeiros veículos
inventados e experimentados, até ao aparecimento da indústria automóvel e o seu
impacto na economia, a forma como se alterou e alimentou às necessidades do
consumidor, o automóvel tornou-se um meio de transporte eficaz, impôs-se na
sociedade, popularizou-se e nunca deixou de ser uma forma de afirmação, de
estatuto social.
A nível mundial a
estatística aponta para a existência de um veículo por cada onze pessoas e, no
contexto legal, a circulação automóvel encontra-se definida pelo código de
estrada, que pode variar entre países.
HISTÓRIA
Não se pode
definir com exatidão um momento na história do automóvel como o início
desta grande invenção.
Já no século
XVII se idealizavam os veículos impulsionados a vapor; Ferdinand Verbiest, um
padre da Flandres, demonstrara-o em 1678 ao conceber um pequeno carro a vapor
para o imperador da China. Mas,
se ficou escrito que o veículo do padre Verbiest rodava, estudiosos descobriam
que, antes dele, Leonardo da Vinci (1452-1519) criou o projeto de um “veículo que se move por si próprio”,
definição que o Dicionário da Associação de Língua Portuguesa refere como um
automóvel. Este veículo, foi recriado e executado em 2003 por uma equipa de
estudiosos, de acordo com os planos originais. Construído em madeira, era
animado pelo movimento de molas ao estilo do que acontecia com os relógios mais
antigos. No entanto, Leonardo nunca teve possibilidade de avançar com a sua
produção.
Em 1769,
Nicolas-Joseph Cugnot elevava a demonstração à escala real, ao utilizar um
motor a vapor para movimentar um veículo, embora a sua aplicação tenha passado
na sua terra-natal, França, aparentemente despercebida, mas passando a
desenvolver-se, sobretudo no Reino Unido, onde Richard Trevithick montou um
vagão a vapor em 1801.
Este tipo de
veículos manteve-se em voga durante algum tempo, sofrendo ao longo das próximas
décadas inovações como o travão de mão, a caixa de velocidades, assim como ao
nível da velocidade e direção; alguns atingiram o sucesso comercial,
contribuindo significativamente para a generalização do tráfego. Contudo, uma
reviravolta contra este movimento em resultado de leis restritivas, que
obrigavam aos veículos automóveis a serem precedidos por um homem a pé acenando
uma bandeira vermelha e soprando uma corneta, travaram o desenvolvimento do
automóvel no Reino Unido até finais do século XIX. Entretanto, os inventores e
engenheiros desviavam os seus esforços para o desenvolvimento dos caminhos-de-ferro,
as locomotivas. A lei da bandeira vermelha só seria suprimida em 1896.
Com efeito, os
primeiros veículos que surgiram foram o resultado de sucessivas aproximações e
adaptações tecnológicas que se desenvolveram, gradualmente, em torno de um
objetivo comum: viajar rápido, com comodidade e, sobretudo, com um mínimo de
esforço para os ocupantes e com um máximo de segurança.
No entanto, só
com a introdução do motor de combustão interna a quatro tempos a gasolina,
inventado por Karl Benz em 1885, na Alemanha, é que se começou a considerar a
viabilidade de um veículo autopropulsionado que oferecesse as condições já
mencionadas. Contudo, apesar de Benz ser creditado pela invenção do automóvel
moderno, muitos outros engenheiros, também alemães, pesquisavam simultaneamente
sobre a construção de automóveis. Em 1886, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach,
construíram a primeira adaptação da carruagem para o transporte automóvel.
Experiências
isoladas, realizadas em toda a Europa, ao longo das décadas de 1860 e 1870,
contribuíram para o aparecimento de algo semelhante ao automóvel atual. Uma das
mais significativas foi a invenção de um pequeno carro impulsionado por um motor
a 4 tempos, construído por Siegfried Markus (Viena, 1874). Os motores a vapor –
que queimavam o combustível fora dos cilindros –, deram lugar aos motores de
combustão interna, que queimavam no interior do cilindro uma mistura de ar e
gás de iluminação. O ciclo de 4 tempos foi utilizado com êxito pela primeira
vez em 1876, num motor construído pelo engenheiro alemão conde Nikolaus Otto.
A primeira
patente do automóvel nos Estados Unidos da América foi concedida a Oliver
Evans, em 1789. Mais tarde, em 1804, Evans demonstrou o seu primeiro veículo
automóvel que não só foi o primeiro automóvel nos EUA mas também o primeiro
veículo anfíbio, já que este veículo a vapor dispunha de rodas para circulação
terrestre e de pás para circulação na água.
O belga Etienne
Lenoir construiu um automóvel com o motor de combustão interna, cerca de 1860,
embora fosse propulsionado por gás de carvão. A sua experiência durou 3 horas
para percorrer 7 milhas (cerca de 11,3 km) — teria sido mais rápido fazer o
mesmo percurso a pé — e Lenoir abandonava as experiências com automóveis. Os
franceses reclamam que um Deboutteville-Delamare terá sido bem-sucedido; em 1984
celebraram o centésimo aniversário desse automóvel.
É geralmente
aceite que os primeiros automóveis de combustão interna a gasolina tenham
surgido quase simultaneamente através de vários inventores alemães, trabalhando
independentemente: Karl Benz construiu o seu primeiro automóvel em 1885 em
Mannheim, conseguindo a patente a 29 de Janeiro do ano seguinte e iniciado a
primeira produção em massa a 1888. Pouco tempo depois, Gottlieb Daimler e
Wilhelm Maybach, em 1889 em Estugarda, concebiam um veículo de raiz,
descartando a típica carroça em função de uma carroçaria específica dotada de
motor. Em 1885 eram construídos os primeiros automóveis de quatro rodas
propulsionados a petróleo, em Birmingham, Reino Unido, por Fredericl William
Lanchester, que também patenteou o travão de disco.
Décadas mais
tarde, Henry Ford passaria a fabricar automóveis em série, destacando-se o Ford T, fabricado de 1908 a 1927, cujas
vendas ultrapassaram os 16 milhões de unidades. A produção em massa de
automóveis, iniciada por Henry Ford, foi determinante para a generalização
deste meio de transporte. A circulação aumenta e surgem os primeiros sinais de
trânsito.
Alguns modelos da
indústria automobilística, entre populares e de luxo, tornaram-se célebres,
destacando-se pela evolução e pelo desenho.
Os
Pioneiros — 1895/1904
O primeiro automóvel chega a Portugal em 1895. É um
veículo da marda Panhard & Levassor,
importado de Paris pelo IV Conde Avilez, havendo dúvidas na Alfândega de Lisboa
sobre a taxa aduaneira a aplicar a «tão estranho artefacto»: seria uma máquina
agrícola ou uma “locomobile”? (máquina movida a vapor) Adota-se a última
definição.
Na primeira viagem que realiza, entre Lisboa e
Santiago do Cacém, este veículo é protagonista do primeiro acidente de viação
em Portugal ao atropelar um burro.
Os primeiros tempos do automobilismo não são fáceis para os condutores. A
velocidade que os automóveis atingem, cerca de 30 km/h, é considerada uma
"coisa do diabo." O ruído que produzem assusta pessoas e animais.
A sua mecânica e acessórios são de difícil utilização. Para pôr o motor
em marcha, é necessário manobrar várias alavancas e abrir uma série de
válvulas. A iluminação é feita através de lanternas ou faróis de carboneto. As
rodas são revestidas a borracha maciça, o que torna as viagens muito
desconfortáveis. Só mais tarde será generalizado o pneumático.
A forma destes veículos permite apenas viajar em "cima deles" e
não "dentro deles", o que obriga ao uso de roupas especiais e
adereços de proteção. No princípio do século XX, conduzir um automóvel é uma
prova de perseverança e resistência através da qual os seus proprietários
demonstram a sua perícia e espírito aventureiro.
Os primeiros automobilistas demonstram a sua capacidade de resistência e
a eficiência das suas máquinas realizando "excursões" com os seus
automóveis. Nestas viagens, surgem problemas mecânicos e dificuldades
relacionadas com a pouca funcionalidade dos veículos.
A procura de soluções para estas falhas traz melhorias técnicas e
formais, das quais se destacam: a invenção do motor de arranque e a iluminação
elétrica.
Diferente de antigamente, hoje o automóvel possui características como
conforto e rapidez, alé de ser bem mais silencioso e seguro. Nos últimos anos,
os carros vêm passando por inúmeras mudanças, tornando-os cada vez mais
cobiçados por grande parte dos consumidores. Todo o processo de fabricação gera
milhões de empregos em todo o mundo e movimenta biliões de euros, gerando
lucros para as multinacionais que os fabricam.
O carro do futuro
Os avanços da tecnologia permitem que os carros de
hoje sejam algo que eras inimaginável para os pioneiros da indústria automóvel
e os carros do futuro terão inovações que, para muitos de nós ainda parecerão
do reino da fantasia.
Acredita-se que não faltará muito tempo para que os
veículos modernos estejam permanentemente ligados à internet, permitindo o
controlo total da viatura.
Através de câmaras instaladas no interior, será
possível controlar o que se passa dentro do carro ou à sua volta, conferir o
nível do combustível, verificar todos os equipamentos, ligar e desligar o
carro.
Já existem, em veículos topo de gama, sistemas de
controlo capazes de medir a distância entre o veículo da frente e o de trás,
calcular a velocidade e a posição relativa e manter uma distância de segurança
entre veículos para prevenir acidentes e avisar o condutor sempre que uma
situação potencialmente perigosa surgir.
Surgirão, à semelhança das aeronaves, sistemas de
armazenamento de dados (caixa preta) que podem ajudar as autoridades a
descobrir as causas de um acidente e contribuir para a criação de veículos cada
vez mais seguros.
A breve trecho os carros movidos a eletricidade
tornar-se-ão mais eficientes e com maior autonomia, e talvez seja uma
realidade, num futuro não longínquo, a existência de carros “inteligentes”
capazes de responderem às nossas ordens e nos transportarem sem necessidade de
condutor.
Páginas consultadas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Autom%C3%B3vel
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_do_autom%C3%B3vel
http://forum.motorclassico.pt/showthread.php?t=945
http://sub.automotor.xl.pt/galeria/pioneiros/primeiro.shtm
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