O aquecimento global causado pelas crescentes
concentrações de gases de efeito de estufa, resultantes da queima dos
combustíveis fósseis e da desflorestação, tem sido apontado como a causa das
alterações climáticas de que resultam alterações de precipitação, provocando
enchentes intercaladas com períodos de seca, com consequências no ciclo
hidrológico.
A importância dos recursos hídricos em qualquer
processo de desenvolvimento socioeconómico é inquestionável, particularmente no
mundo atual, onde a água, além de cumprir o seu papel natural de abastecimento
para a satisfação das necessidades humanas, animais, vegetais e produtivas,
serve como veículo para os despejos de efluentes urbanos, industriais,
agrícolas e extrativos.
Estima-se que cerca de 1/3 da população mundial viva
em países sob pressão hídrica moderada a forte, em que o consumo de água é
superior a 10% dos recursos hídricos renováveis, de acordo com a definição de
pressão hídrica do Banco Mundial. Portugal encontra-se numa situação hídrica
moderada, mas encerra realidades regionais diversificadas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, menos
de 1% da água doce do mundo (o que representa cerca de 0,007% de toda a água da
Terra) está diretamente disponível. A escassez de água para consumo humano no
planeta poderá constituir o maior problema ambiental e de saúde pública do
milénio.
Grande parte do abastecimento mundial de água depende
dos aquíferos. Torna-se impossível o fornecimento de água para o abastecimento
humano, industria e agricultura, se este recurso não for convenientemente
aproveitado, sendo esta a maior e mais segura de todas as fontes de água
potável existente na Terra.
Portugal explora cerca de 60% do seu potencial
hídrico e disponibiliza acesso a água em quantidade e qualidade a cerca de 80%
da população. Este subaproveitamento é ainda condicionado porque mais de metade
dos recursos hídricos superficiais resultam do aproveitamento dos caudais dos
rios internacionais e as decisões tomadas do outro lado da fronteira afetam o
curso da água no nosso país, bastando uma seca para que o fluxo de água que
chega a Portugal sofrer uma redução significativa.
O escoamento da precipitação contribui para o aumento
dos caudais dos rios e dos lençóis subterrâneos em Portugal, e fatores como o
sistema montanhoso do norte e do centro, aliada à maior concentração vegetal,
contribuem para precipitações mais elevadas de que resultam uma maior
disponibilidade de recursos hídricos, ao invés do sul, tendencionalmente plano,
com pouca vegetação, onde os índices de pluviosidade são menores e consequente
escassez destes recursos. Assim, enquanto a norte, o balanço entre as
necessidades e os consumos ainda são positivos, da zona da Estremadura para
sul, as necessidades e os consumos são maiores do que a disponibilidade de
água.
O aumento exponencial do consumo aliado à crescente
adição de substâncias estranhas e tóxicas aos recursos hídricos, têm feito
diminuir a quantidade de recursos hídricos disponíveis e, consequentemente, tem
crescido a necessidade de se pensar em novas opções de gestão, a nível local,
regional e global, deste bem tão precioso e nem sempre suficientemente
valorizado.
A pegada
hídrica de um país é um conceito relativamente recente, mas cada vez mais
importante, sempre que falamos em escassez de água.
A escassez
dos recursos hídricos é cada vez maior, tornando-se necessário tomar algumas
medidas urgentes de poupança de água. Cada um de nós tem a responsabilidade de
poupar água no seu dia-a-dia.
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