sábado, 5 de dezembro de 2015

A quantidade e a qualidade dos recursos hídricos

O aquecimento global causado pelas crescentes concentrações de gases de efeito de estufa, resultantes da queima dos combustíveis fósseis e da desflorestação, tem sido apontado como a causa das alterações climáticas de que resultam alterações de precipitação, provocando enchentes intercaladas com períodos de seca, com consequências no ciclo hidrológico.
A importância dos recursos hídricos em qualquer processo de desenvolvimento socioeconómico é inquestionável, particularmente no mundo atual, onde a água, além de cumprir o seu papel natural de abastecimento para a satisfação das necessidades humanas, animais, vegetais e produtivas, serve como veículo para os despejos de efluentes urbanos, industriais, agrícolas e extrativos.
Estima-se que cerca de 1/3 da população mundial viva em países sob pressão hídrica moderada a forte, em que o consumo de água é superior a 10% dos recursos hídricos renováveis, de acordo com a definição de pressão hídrica do Banco Mundial. Portugal encontra-se numa situação hídrica moderada, mas encerra realidades regionais diversificadas.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, menos de 1% da água doce do mundo (o que representa cerca de 0,007% de toda a água da Terra) está diretamente disponível. A escassez de água para consumo humano no planeta poderá constituir o maior problema ambiental e de saúde pública do milénio.
Grande parte do abastecimento mundial de água depende dos aquíferos. Torna-se impossível o fornecimento de água para o abastecimento humano, industria e agricultura, se este recurso não for convenientemente aproveitado, sendo esta a maior e mais segura de todas as fontes de água potável existente na Terra.
Portugal explora cerca de 60% do seu potencial hídrico e disponibiliza acesso a água em quantidade e qualidade a cerca de 80% da população. Este subaproveitamento é ainda condicionado porque mais de metade dos recursos hídricos superficiais resultam do aproveitamento dos caudais dos rios internacionais e as decisões tomadas do outro lado da fronteira afetam o curso da água no nosso país, bastando uma seca para que o fluxo de água que chega a Portugal sofrer uma redução significativa.
O escoamento da precipitação contribui para o aumento dos caudais dos rios e dos lençóis subterrâneos em Portugal, e fatores como o sistema montanhoso do norte e do centro, aliada à maior concentração vegetal, contribuem para precipitações mais elevadas de que resultam uma maior disponibilidade de recursos hídricos, ao invés do sul, tendencionalmente plano, com pouca vegetação, onde os índices de pluviosidade são menores e consequente escassez destes recursos. Assim, enquanto a norte, o balanço entre as necessidades e os consumos ainda são positivos, da zona da Estremadura para sul, as necessidades e os consumos são maiores do que a disponibilidade de água.
O aumento exponencial do consumo aliado à crescente adição de substâncias estranhas e tóxicas aos recursos hídricos, têm feito diminuir a quantidade de recursos hídricos disponíveis e, consequentemente, tem crescido a necessidade de se pensar em novas opções de gestão, a nível local, regional e global, deste bem tão precioso e nem sempre suficientemente valorizado.
A pegada hídrica de um país é um conceito relativamente recente, mas cada vez mais importante, sempre que falamos em escassez de água.
A escassez dos recursos hídricos é cada vez maior, tornando-se necessário tomar algumas medidas urgentes de poupança de água. Cada um de nós tem a responsabilidade de poupar água no seu dia-a-dia.

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