domingo, 22 de janeiro de 2012

A poluição dos solos

O solo é um recurso natural. Qualquer alteração das suas características físicas, químicas ou biológicas, impedem ou alteram a sua autorregeneração e afetarão a vida do homem.
A erosão, a compactação e o aumento da salinidade do solo são os maiores problemas relacionados com o uso inadequado e terão relação direta com a escassez de alimentos num futuro não muito distante, resultando num profundo desequilíbrio do sistema produtivo, se não forem adotadas práticas corretas.
A população mundial ronda em torno de 6 biliões de habitantes, obrigando a humanidade a disponibilizar pelo menos 1 bilião de hectares de áreas de cultivo. As áreas com práticas de cultivo não respeitadoras dos ciclos naturais reduzem significativamente o seu potencial de produção. Por isso hoje se trabalha na renovação e aperfeiçoamento das técnicas produtivas. Devemos observar que os recursos são limitados, não podendo ser desperdiçados.
O solo é um ecossistema com características físicas, químicas e biológicas próprias, no qual se desenvolvem uma grande quantidade de diferentes formas de vida. É um recurso finito, limitado e não renovável face às suas taxas de degradação rápidas, que têm vindo a aumentar nas últimas décadas pela pressão crescente das atividades humanas em relação às suas taxas de formação e regeneração extremamente lentas. A formação de uma camada de solo de 30 cm leva entre mil a dez mil anos a estar completa.
A degradação dos solos tem sido causada pelas práticas de cultivo, pela deposição aérea de contaminantes, quer naturais, quer produzidos pelo homem, pelas atividades resultantes do crescimento urbano, pela extração dos recursos, pelo aterro de resíduos, e outros.
Os efeitos visíveis da degradação dos solos têm a ver com as alterações provocadas na sua topografia, pouca vegetação ou a sua inexistência, propiciando a sua erosão e a intrusão de substâncias poluentes que alteram a qualidade dos solos provocando alterações na sua densidade e consistência, alteração da sua aptidão para a drenagem e alteração da sua composição em matéria orgânica, com impacto nos microrganismos, flora e fauna, nos produtos agrícolas, na qualidade da água, entre outras.
A eutrofização é um processo natural de acumulação de nutrientes na bacia aquática, acelerando um desenvolvimento cada vez maior de fitoplâncton, observando-se o aparecimento de algas. É um processo natural (desenvolve-se ao longo de décadas) e nada tem de errado em si mesmo. O que está a acontecer atualmente é assistir-se à excessiva concentração de nutrientes nas bacias lacustres devido às atividades humanas, que provoca a aceleração da eutrificação (pode dar-se numa dezena de anos) com resultados catastróficos. Resulta das inúmeras descargas de efluentes (industriais, urbanos e domésticos) diretamente para os cursos de água e lagos.
Os sistemas aquáticos são capazes de se auto-depurar sem que isso lhes cause prejuízos. Só quando a carga poluente é excessiva e ultrapassa a capacidade autorregeneradora do sistema é que a água começa a apresentar sinais de poluição.
É à transferência dos elementos químicos dos organismos para o ambiente físico-químico e deste novamente para os organismos, que se designa por ciclos biogeoquímicos.
Estas transferências dos elementos químicos, ou nutrientes, fazem-se de uns compartimentos para os outros e as transformações dos materiais não se fazem só dentro de um ecossistema, ocorrem também através das fronteiras de um ecossistema para os outros.
Os ecossistemas do Globo estão relacionados pelos ciclos biogeoquímicos. São também estes ciclos que permitem a reciclagem dos nutrientes.
A poluição é um problema que não se restringe a uma área restrita, a uma região, a um país ou a um continente. Não tem fronteiras. O mesmo se aplica à preservação dos recursos naturais. De pouco ou nada serve um país adotar medidas de gestão sustentável do ambiente e recursos naturais, se os vizinhos seguirem políticas de descontrolo do meio ambiente. Como os ecossistemas do Globo estão relacionados com os ciclos biogeoquímicos, a necessidade de estabelecerem tratados internacionais com vista à preservação dos recursos naturais e da sustentabilidade, nomeadamente dos recursos hídricos, são fundamentais para a qualidade de vida da humanidade.
A poluição atmosférica pode surtir efeitos a nível local: ter efeitos nos ecossistemas e na saúde das pessoas em determinada região, efeitos esses que acabam por se desvanecer sem causar efeitos significativos a nível global. São os efeitos à escala espacial. Por sua vez, nos efeitos à escala temporal, as emissões atmosféricas geram efeitos à escala global, efeitos esses que por vezes se traduzem em alterações climáticas e que influenciam o planeta ao longo do tempo.

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