Área de Paisagem Protegida de Sintra/Cascais, abrange
uma área paralela à faixa litoral que se estende desde a Cidadela de Cascais
até à foz do Rio Falcão, passando pela Serra de Sintra e pela área agrícola
para norte da Várzea de Colares, e tem como objetivo principal salvaguardar os
recursos naturais e paisagísticos, nomeadamente no que diz respeito aos seus
aspetos de fauna e flora.
Divido em duas zonas distintas: a zona agrícola com
vista a produzir fruta e vinho, e a zona costeira, com praias, falésias e
dunas.
Possuindo uma espantosa diversidade de ambientes e paisagens,
incluindo dunas, florestas, lagoas, uma acidentada linha de costa com altas
arribas entrecortadas por encantadoras praias, o imponente Caboda Roca e, no
centro, a magnífica Serra de Sintra e toda a área classificada pela UNESCO como
paisagem cultural património da Humanidade, o Parque Natural de Sintra/Cascais
é considerado um dos mais belos e raros lugares e, sem dúvida, um dos paraísos de Portugal.
No território do parque prosperam diversas espécies
de Quercus, entre elas, o carvalho-roble e o carvalho-negral. Encontram-se
também na área do Guincho, nos terrenos calcários mais próximos de Cascais, o
pinheiro-alepo e o eucalipto, o pinheiro-bravo, o pinheiro-manso, o zimbro, assim como outras espécies dispersas pelo parque, como o choupo, o salgueiro
e a acácia, para além de toda a exuberante vegetação da Serra de Sintra, própria do
microclima que ali existe.
A Serra se Sintra é constituída fundamentalmente por
árvores de grande porte pois, devido às suas particularidades microclimáticas, não
há falta de humidade. Envolvendo o arvoredo surgem os liames (trepadeiras de
grande comprimento que se enroscam nas árvores) conferindo por vezes às matas,
sobretudo quando o porte e densidade da vegetação são mais elevados, o aspeto de
floresta tropical. No século XIX, sob a inspiração do romantismo, as propriedades agrícolas foram-se transformando em locais de recreio e laser com sumptuosos palacetes rodeados por jardins, tapadas e bosques, com flora vinda de todo o mundo. A mata de Sintra acaba por ser um misto de associação
natural e de algo construído, uma vez que grande parte das espécies que nela se
encontram são na realidade exóticas. Merecem relevo os parques da Pena e Monserrate, este em especial, que
possuí a maior concentração de espécies vegetais introduzidas, nomeadamente os
abetos do género Thuja.
Em termos de fauna encontram-se no parque aves de rapina
como o falcão-peregrino, a coruja-das-torres, o gavião, o açor e a
águia-bonelli, para além de aves marítimas como gaivotas e pardelas, podendo-se
encontrar ainda diversas espécies de répteis e anfíbios, como a
salamandra-de-pintas-amarelas, o sapo-parteiro, a víbora-cornuda e o
tritão-de-ventre-laranja. A presença do homem fez desaparecer animais de alguma corpulência como o caso do veado ou do javali. No entanto, encontram-se
ali mamíferos como a raposa, a gineta, a toupeira, a doninha, o ouriço e o
vulgar coelho-bravo.
A área do
Parque Natural de Sintra/Cascais assenta num território de antiquíssima
humanização e um pouco por toda a parte surgem vestígios arqueológicos
pertencentes ao Paleolítico. Os Árabes deixaram bem vincada a sua presença,
construindo por volta dos séculos VII ou IX o castelo que iria ser conquistado por D. Afonso Henriques. O consorte de D. Maria II dinamizou a florestação
ordenada e mandou erguer o Palácio da Pena.
Nas
fraldas de uma grande metrópole como Lisboa, o Parque Natural de Sintra/Cascais consegue preservar todo o território envolvente do ponto mais ocidental da
Europa e fazer coexistir harmoniosamente a Natureza e a presença humana num
território tão desejado para construção, evolução económica e habitacional.
Fontes.
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