domingo, 5 de junho de 2011

A minha terra daqui a 50 anos

Ficcionar como será a minha terra daqui a 50 anos é um exercício com um grau de dificuldade semelhante ao de descrever como será um país, o mundo ou mesmo uma casa.
A constante evolução da ciência e da tecnologia quase todos os dias nos traz novidades e quem se predispuser a uma tarefa destas, arrisca-se a falhar em alguns aspectos, mesmo que as suas previsões sejam para apenas daqui a 50 meses.
Veja-se na vertente das energias renováveis os estudos que estão em curso nos mais variados sectores e fixemo-nos, por exemplo, na indústria automóvel, mais concretamente no veículo eléctrico: quando um construtor inicia o projecto para a construção, desde o seu início à fase do protótipo, o espaço temporal é relativamente curto, mas depois, a fase de desenvolvimento, criação e testes até ao produto final, vai um período de tempo que não será menos de 4 anos. Alguém acreditará que este carro tem tudo a ver com o projecto inicial? O carro surgirá com inovações que não eram sequer previsíveis na fase inicial do projecto e até o seu aspecto inicial (o seu desenho) aparecerá com modificações, quer por serem necessárias face às novas tecnologias entretanto incorporadas, quer para tornar o modelo mais atractivo comercialmente. E isto acontece em todos os sectores, como sabemos.
Só por causa dos veículos de transporte, uma localidade, seja a minha ou outra qualquer, já será diferente ao fim de alguns anos. Agora haverá imaginação suficiente para descrever como será uma terra daqui a 50 anos?
Ou até quem sabe, talvez que daqui a 50 anos nem precisemos de transportes, nem privados, nem públicos, e sejamos teletransportados e, então, não haverá veículos automóveis a circular pelas ruas da minha terra que passarão a ser espaços de não sei o quê, pois as pessoas terão, face às tecnologias, outras formas quaisquer de convivência entre si, não precisarão de se encontrar por se sentirem sós dado que a tecnologia porá ao seu dispor, por certo, formas de comunicar bem eficazes para suprir a solidão. Não sei que finalidade se dará ao espaço público se vier a acontecer que as pessoas passem a teletransportar-se a menos que, mesmo assim, sintam necessidade de passear a pé. Se as crianças e adolescentes futuros não tiverem a inclinação dos de hoje, ou seja, não passarem grande parte do seu tempo agarrados à consola de jogos, as ruas sem carros, poderão ser um chamariz para se divertirem, conviverem e, a partir dos próximos 50 anos, a sociedade talvez comece a entrar numa nova era de fraternidade, amizade, solidariedade e, a nível global, se comecem a lançar as sementes de um mundo solidário e fraterno, livre de guerras e ódios.
Como será a minha terra daqui a 50 anos? Como serão as nossas casas? De que equipamentos disporão? Como será a vida das pessoas? Como se relacionarão entre si, no seio familiar, escolar, emprego, em sociedade? Haverá famílias daqui a 50 anos, pelo menos segundo o paradigma actual, ou viverá cada um no seu apartamento e só se encontram para satisfazer determinados desejos?
As habitações terão divisões como as habitações de hoje, ou terão apenas uma divisão que pode ser cozinha e, quando quisermos, se transformará num quarto, numa sala ou num escritório, etc?
São questões para as quais, duvido, possa haver resposta!

1 comentário:

  1. Uma coisa podemos tomar como garantida, com a constante evolução e melhoramento das infraestruturas, o futuro trará condições de vida melhores...

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