quarta-feira, 9 de março de 2011

O Renascimento




Renascimento,   Renascença ou Renascentismo, são os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, não havendo consenso sobre esta cronologia, variando as consideráveis nas datas conforme o autor.  Seja como for, este período ficou marcado por transformações em muitas áreas da vida humana, assinalando o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar de estas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comummente usado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências
Chamou-se "Renascença" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antiguidade clássica, que nortearam as mudanças deste período na direcção de um ideal humanista e naturalista. O termo foi registado pela primeira vez por Giorgio Vasari já no século XVI, mas a noção de Renascimento como hoje é entendida surgiu a partir da publicação do livro de Jacob Burckhardt A cultura do Renascimento na Itália  (1867), onde se definia o período como uma época de "descoberta do mundo e do homem".
O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, com principais centros nas cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península Itálica e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa por Johannes Gutenberg. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, mas ocorreram manifestações renascentistas de grande importância também na Inglaterra,Alemanha, Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e nas suas colónias americanas. Alguns críticos consideram, por várias razões, que o termo "Renascimento" deve ficar circunscrito à cultura italiana desse período, e que a difusão europeia dos ideais clássicos italianos pertence com mais propriedade à esfera do Maneirismo. Além disso, estudos realizados nas últimas décadas têm revisto uma quantidade de opiniões historicamente consagradas a respeito deste período, considerando-as insubstanciais ou estereotipadas, e vendo o Renascimento como uma fase muito mais complexa, contraditória e imprevisível do que se supôs ao longo de gerações.

Em Portugal o Renascimento é simultâneo e antecede os Descobrimentos portugueses, constituindo uma mola incontornável para tal empreendimento. O Humanismo indissociável do Renascimento potencia, através de uma mentalidade antropocêntrica, uma atitude de arrojo da parte de um povo que à sua frente só vê o mar obscuro, carregado de mitos e perigos assustadores. A coragem para a descoberta do desconhecido acaba por advir da empresa do Infante D. Henrique, cujo investimento no domínio das ciências náuticas oferece aos marinheiros instrumentos nunca antes testados. Em termos económicos, assistimos a um período de intenso comércio de novos produtos vindos das colónias. Na verdade, é à custa das especiarias da Índia e do ouro do Brasil, que uma nova burguesia capitalista emerge e adquire grande relevância na sociedade. Se cientificamente se evoluiu devido à necessidade de novas técnicas de navegação e por via de um novo método baseado na experiência, também do ponto de vista artístico e linguístico surgem mudanças de vária ordem. A língua sofre um grande enriquecimento com novos termos vindos do Brasil e de África. Mas é na arte que o Renascimento mais se faz notar: o ponto de referência relativo à Antiguidade Clássica é inserido num contexto de contacto com novos povos, daí que a pintura e a arquitectura, por exemplo, privilegiem novos motivos ligados ao mar e ao Homem, que o conquistou. Para as aventuras ultramarinas também se vira a literatura, podendo destacar-se, neste domínio, nomes como Gil Vicente, Sá de Miranda, ou o mais emblemático dos nossos poetas da época: Luís de Camões.

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