Em
jeito de dicionário, este Elucidário
de Palavras Antigas pretende dar uma modesta ajuda na compreensão das
obras dos cronistas da nossa História, onde se encontram palavras que andam
hoje fora do uso comum, e mesmo algumas já nem se encontram nos dicionários
atuais.
Este trabalho foi desenvolvido a pensar nas obras dos nossos autores mais antigos, pelo que nas palavras abaixo descritas procura-se apenas referenciar o seu significado nesse contexto histórico, pois em muitos outros casos e em outros contextos, as mesmas palavras podem ter significados diferentes.
Abafas
– Não morremos d'abafas i. é.,
d'espantalhos; bravatas; ameaças arrogantes.
Abade – Prelado de ordem
monástica. O que governa uma abadia. Cura das almas; pároco.
Abadia – Dignidade ou cargo
de abade; mosteiro governado por um abade ou igreja que faz parte do conjunto
do mosteiro.
Abaratar
– Fazer com que algo seja mais barato.
Abastantemente
– Abundante; copiosamente.
Abegão
– O que trata da abegoaria. Caseiro; feitor; capataz. Indivíduo que faz carros,
arados e outros instrumentos agrícolas; carpinteiro de carros. O que trata da
abegoaria e tem inspeção acerca de criados, ganhões, etc.
Abegoaria
– Lugar reservado para guardar o gado ou alfaias agrícolas de uma propriedade
rústica; conjunto de animais e utensílios de uma propriedade agrícola. O
trabalho rústico. Os aparelhos deste trabalho. Estábulo; granja.
Abexi | Abexim – Abissínia, atual Etiópia. Natural da
Abissínia; língua ou relativo à Abissínia.
Abintestado
– Que faleceu sem testamento, ou com testamento nulo.
Aboiz
| Boiz | Buiz
– Armadilha para caçar coelhos e aves.
Aboletar
– Dar boleto a; alojar (militares) em casas particulares; acomodar; instalar.
Aborrimento
– Ato ou efeito de aborrir. Aborrecimento; tédio.
Abrido
– Aberto.
Ab-rogar – Anular, cassar a lei ou
privilégio.
Abrolho – Planta rasteira que produz flores amarelas
e fruto espinhosos; abrolhos: penedos ou penhascos pontiagudos, que se
acham em alguns mares.
Abscôndito
– Escondido; oculto; retirado misterioso. Do latim abscondĭtu-, «idem», particípio passado de abscondĕre, «esconder».
Absência
| Absentar-se – Ausência. Ausentar-se.
Abstero
– Austero.
Acaecer
– Acontecer.
Açafata
– Dama da corte encarregada da roupa das senhoras da família real e lha
entregava num açafate; dama da rainha, moça do açafate.
Açalmar
– Abastecer.
Acanto – Género de plantas
vulgarmente conhecida por erva gigante. Ornato de arquitetura que
representa folhas daquela planta.
Acenha
– Azenha.
Acha – Arma antiga do
feitio de machado. Cavaca; pedaço de madeira tosca para o lume.
Achadego
– O prémio que se dá a quem acha, e nos traz a coisa perdida; coisa achada.
Achaque
– Pretexto; queixa, ofensa; direito de punir; perseguir, importunar; doença ou
mal-estar sem gravidade.
Achém
| Dachém – A provável origem do
etnónimo Achém na língua portuguesa é o malaio daching, conexo com o chinês tá-tching,
em que tching significa "pesar,
medir o peso". Regista as formas "Dachém" em 1532 e
"Achém" em 1610, em português. Costuma utilizar-se a forma original
indonésia Aceh.
Acintemente
– De propósito; advertidamente; com intenção de exasperar alguém.
Acorrimento
– Socorro, acolhimento.
Acotiar – Usar a cote; usar
quotidianamente; frequentar; ter persistência ou assiduidade.
Açougagem
– Imposto que se pagava por qualquer lugar ou praça, em que se vendia carne, e
também por aqueles em que se vendia pão, fruta, peixe, hortaliça, loiça, etc. O
mesmo que açougada. (de açougue)
Acoutar | Acouteza – Fazer couto de algum lugar; recolher em
couto; dar asilo; censurar; tornar a coisa defesa: acoutar as armas;
refugiar-se: acoutar-se aos amigos; por alguém em lugar seguro; dar
asilo; acoutar escravo, abrigar escravo alheio sem consentimento. Ato de
acoutar.
Acrepantar – Subjugar; obrigar; submeter à lavoura e a outro
qualquer serviço. Tratar com acrimónia; demasiada aspereza e rigor.
Acrotério – Pedestal das
figuras sobrepostas na frontaria de edifícios (latim acroterium).
Acume
– Ponta aguda; cume; perspicácia; argúcia. Do latim acumĭne-, «ponta; agudeza».
Adaga
– Arma branca, de lâmina curta e larga, com dois gumes, como punhal, que se
trazia à cinta, da parte oposta de onde vinha a espada.
Adaião
| Deão
| Daião – Decano (dignidade capitular
que preside a um cabido).
Adail
– Chefe ou guia de soldados; cabo-de-guerra; caudilho; o que guia, chefe;
defensor de causa ou movimento.
Adarga
– Escudo oval de coiro, que tem braçadeiras, que são duas asas por onde se
enfia o braço da parte de dentro; golpe por onde se mete o dedo polegar, para o
segurar.
Adarve
– Passeio estreito ao longo da parte superior das muralhas de uma fortaleza;
caminho de ronda. Muralha da fortaleza.
Adela
– Mulher que vende fatos e roupas usadas pelas ruas, ou em casa.
Adelas
das honras – Terceiras; alcoviteiras.
Ader
– Acrescentar; adir.
Adiça
| Adiceiro – Mina de oiro. O que
trabalha em adiças.
Adival
– Antiga medida agrária de 12 braças.
Adjutório
– Auxílio; ajuda; socorro; pessoa que ajuda.
Adoba
– Grilhões (de quatro elos).
Adorado
| Adoorado – Cheio de dores,
enfermidades, moléstias.
Adrede
– Acinte, de propósito. Expressamente; propositadamente.
Adscriptício | Adscritício – Dizia-se do servo ou colono obrigado a viver e
trabalhar em lugar determinado.
Adua
– O serviço real, a que por forais eram obrigadas certas pessoas, no reparo das
fortalezas, cavas, muros, e talvez se converteu em dinheiro.
Aduar – Acampamento mourisco; dividir em aduas
(quinhões) a água de rega.
Adubio
– Amanho de terras. Trabalho de reparação e concerto de qualquer edifício.
Adur
– Velhacaria, traição, engano, maldade – apenas, por acaso, mui raras vezes.
Adusto
– Queimado; tostado; enegrecido pelo calor; muito quente; cálido; ressequido;
árido. Do latim adustu-
Advendiço
| Advenidiço | Adventício – Que chega de fora. Estrangeiro. Casual. Aquele que
vem de fora; que é estranho ou intruso.
(Latim adventicius)
Afear
– Tornar feio; adulterar; deturpar; tirar a proporção; desproporcionar; tornar
vil, indigno.
Afeitado
| Affeitado – De afetado, v.
enfeitado, adornado com afeção.
Aficamento
– Inflexibilidade, firmeza no intento ou primeira resolução, teima, obstinação.
Aficar
– Repetir, apertar com razões, instâncias, aturar, insistir em alguma
pretensão, ação; porfiar, importunar, perseguir; afadigar-se, aplicar-se com
ansiedade; persuadir c/muita força, forcejar, fazer violência às vontades
alheias.
Afiuzado
– Que tem fiúza ou fidúcia, confiado.
Afom
– Trabalho. (antiq.: do italiano affano)
Aforamento
| Aforação – Ato ou efeito de aforar;
contrato de foro; direito antiquado de cessão de usufruto de uma propriedade, a
longo prazo ou perpétua, mediante o pagamento de uma renda; enfiteuse. Foro. O
contexto do contrato de aforamento. Avaliação.
Aforar
– Pôr em certa condição.
Afouteza
| Fouteza
– Confiança em si; animosidade; ardimento; destemor.
Agalardoado
– Galardoado.
Ágape
– História: qualquer refeição de
confraternização (especialmente de carácter político, social, etc.); refeição
entre amigos. Do grego agápe, «amor;
afeto», pelo latim tardio agăpe-,
«amor; caridade».
Agareno(a) – Descendente de Agar; escrava Egípcia de Abraão; árabe; muçulmano,
maometano; ismaelita; moiro.
Agasalhar
– Acolher; receber bem; hospedar; abrigar.
Ágata – Pedra preciosa,
ordinariamente vermelha, com veios de várias cores.
Agomia
| Agumia
– Vaso de duas asas, de boca larga e sem bico; faca curva que usam os
mouros.
Aguada
– Provisão de água doce para o navio; lugar onde se faz essa provisão.
Aguazil
– Antiquado: governador entre os
árabes e os persas; antiquado,
depreciativo: oficial de diligências. Do árabe al-uazír, «oficial de justiça».
Os árabes chamavam uazir ao
ministro do estado ou conselheiro do rei, a que nós chamávamos vizir e uazil ao que adquire posto ou graça do soberano. Entre nós
significava meirinho, beleguim, oficial de diligências, mas juntávamos-lhe o al. Por isto muitos escrevem alvazir e alvazil. Na Índia corresponde a governador de uma cidade. Nos
primeiros tempos da nossa monarquia, alvazil
era o mesmo a que hoje chamamos vereador da câmara. Também se escrevia Guazil. (Leal,
Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág. 34)
Aguça
– Pressa, celeridade.
Aguião
| Aquilão – Vento do norte.
Aguila
| Aquila
– Lenho aromático da Ásia que é o samo, ou branco do aloé.
Aguisar
| Aguisadamente – Ordenar; dispor;
concertar. Como é bem, e cumpre, e convém, ordenadamente.
Ajo – Estado; situação: eu no teu ajo,
repelia a proposta.
Al
– O mesmo que o latino aliud; outra
coisa; al não disse = nada disse; o mais.
Alá
– Nesse lugar; lá; ali.
Alabarda
– Antiga arma composta de uma haste longa, terminada em ferro largo e
pontiagudo e atravessada por outro ferro em forma de meia-lua.
Alacil
– Vindima ou colheita do vinho e azeite; o tempo em que os mouros fazem as
vindimas, e passas d'uvas e figos.
Alacridade
– Alegria; entusiasmo; vivacidade; animação. Do latim alacritāte-, «vivacidade».
Alaguna
– Lagoa pequena ou charco d'água.
A-la-mar
– Além para o mar; largo da costa.
Alamar
– Obra de requife, espécie de firmal, com que se apertam e adornam os vestidos;
requife ou cordão metálico, que guarnece, pela frente, uma peça de vestuário,
de um lado ao outro da abotoadura.
Alambel – Pano de cores para cobrir mesas, bancos, etc. ornato na fímbria dos
vestidos.
Alamira
– À espera; a espreitar; de prevenção.
Alancear
– Ferir com lança; lancear, golpear; afligir; ofender; estimular.
Alão
– Cão de caça corpulento, com pelo curto e orelhas caídas.
Alardo
– Fazer alardo: mostra de gente de guerra; mostrar para intimidar com aparato e
apercebimento de guerra; ostentação vã; bazófia.
Alarves
– São os descendentes de Árabes que andam vagando. Gente campestre. Desta se
faziam reclutas e pelejavam com paus.
Alaúde
– MÚSICA instrumento de cordas, de origem árabe, com a parte de trás curva, o
tampo plano com abertura acústica redonda e o braço largo, muito comum na
Europa desde a Idade Média ao período barroco. NÁUTICA pequena embarcação usada
na pesca do atum. (Do árabe al-‘aud,
«idem»)
Albacar
– Cubelo ou torreão nas antigas fortificações.
Albarda
– Sela grosseira de bestas de carga.
Albarrã
– Torre sólida e saliente, em castelos ou muralhas árabes, onde se guardavam os
dinheiros do Estado. (do árabe al-barrán,
«de fora; exterior»)
Albarrada
– Parede que se faz de pedra seca, sem barro; cerca ou valado; monte de terra e
faxina, que o inimigo vai levando diante de si, para se aproximar à praça, e
não ser varejado pela artilharia; reparo, fixo ou móvel, que se leva, para
cobrir os tiros do inimigo. Vaso para flores; infusa.
Albetoça – Uma embarcação pequena com
coberta. Embarcação indiana, dizem os lexicógrafos; Rui de Pina, porém fala-nos
de albetoças em que se passeava no Tejo, e poderá daqui inferir-se que o
termo se aplicou a mais de uma espécie de embarcação, não só oriental.
Albornoz
– Manto de lã comprido, com mangas e capuz, usado pelos árabes; casaco largo
com capuz e gola grande e subida.
Alborotar – Causar alvoroço; perturbar; inquietar; assustar;
sobressaltar; agitar; alarmar; etc.
Alborque – Troca;
permutação; barganha; escambo. Copo de vinho que na ocasião do contrato, um dos
contratantes, especialmente o comprador, dá às pessoas presentes como sanção do
negócio.
Alcaçaria
– Arruamento de lojas. Alojamento. Lugar onde os Judeus podiam comprar ou
vender géneros. (Do árabe al-caiçaria).
Casa feita à maneira de claustro, para alojamento dos mercadores, com
uma só porta, que se fecha de noite. É derivada de Caiçar (Cesar), porque dizem que este imperador mandou edificar
estas casas no Oriente. Em Lisboa dava-se este nome a um sítio, onde havia
casas de banhos, em que antigamente havia curtumes. Talvez por ter ali havido o
tal mercado para os judeus. Esta circunstância fez errar Viterbo, que disse que
alcaçarias eram pelames ou atanoarias. (Leal, Pinho
– Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág. 56)
Alcáçer
| Alcazar | Alcaçar
| Alcacere – Castelo ou lugar
fortificado; paços em lugar fortificado.
Alcaceva
– Árabe – significa presídio, fortaleza ou castelo arruinado. Alcáçova significa o mesmo, mas enquanto
se conserva em bom estado. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e Moderno –
Volume Primeiro, pág. 61)
Alcáçova – Fortaleza principal de um castelo. Castelo
antigo, fortaleza, presídio. Nos navios antigos era o lugar elevado e
fortificado, uma espécie de castelo, onde vinham os bombardeiros.
Alçada
– Poder cometido ao ministro de justiça - conhecimento ou revisão do que os
juízes ordinários tinham julgado em primeira instância.
Alcaide
– Antigo governador de castelo ou província. Capitão encarregado de defesa do
castelo.
Alcaiz
– Livro de assentamentos.
Alcalde
– Juiz de concelho; alvazil.
Alcanzia | Alcancia – Bola oca de barro, cosida ao sol, que se atirava com flores nas cavalhadas.
Panela de barro que continha matéria explosiva, e se usava nas guerras antigas.
Espécie de granada, que se atirava com a mão, nas guerras. Mealheiro de barro.
Alcouce
– Casa de prostituição, bordel. Dar
alcouce. i.é, casa onde se peca carnalmente.
Alcoucês – Vento do sul.
Alcouço – O lado do sul.
Conjunto de regiões ou territórios que ficam ao sul.
Alcoveta
– Alcoviteira.
Aldrope
– Antiquado. Gualdrope; cabo fixo à
cana do leme para auxiliar o manejo deste; galdrope; aldrope.
Alegrete – Canteiro ou recetáculo
de madeira, pedra ou argamassa, que se enche de terra e onde se criam plantas.
Alfageme
– Barbeiro; que compunha, afiava e guarnecia espadas.
Alfange
| Alfanja – Sabre de folha larga e
curva. Do árabe al-khanjal ou al-khanjar; cutelo curto pela cota e
convexo pelo fio; sabre de folha larga e curta. «punhal».
Alfaqueque
– Redentor de cativos; emissário enviado a propor paz; conciliador da paz.
Alfaras
– Cavalo árabe exercitado na guerra. Cavaleiro destro, bem montado.
Alféloa
– Massa de açúcar ou melaço em ponto, para se fabricar objetos confeitaria;
melindroso; delicado.
Alferes
– Oficial militar que levava o pendão, insígnia e hoje a bandeira (…) no
princípio da monarquia portuguesa, tinha os mesmos ofícios que teve o
condestável.
Alfim
– Enfim; finalmente.
Alfinago
– Pandilha; biltre.
Alfitra
– Tributo que os mouros tolerados pagavam aos senhores Reis de Portugal; era o
dízimo do gado. (ver Azaqui)
Alfonsis
– Moedas de ouro, prata e cobre, já desde os princípios do reino.
Alforria – Liberdade dada ao
escravo pelo senhor; libertação ou liberdade em relação a qualquer domínio ou
opressão. Carta de alforria: documento que concedia a libertação a um
escravo.
Alfoz
– Circunscrição administrativa autónoma; arredores de povoação; proximidades.
Do árabe al-húz, «arredores».
Alfurja
| Alfuja | Alfugera
– Rua estreita entre as casas, onde se lança o despejo delas, ou qualquer área
para este serviço; alfuja parece ser
o mais usado e virá do Vasconço abucha:
cofre, recetáculo, acrescentado o l ao
a e mudado o ch em j. Saguão; monturo;
esterqueira; antro; beco de despejo.
Algar - Poço ou abismo
natural, mais ou menos profundo, originado, por vezes, de cima para baixo, pela
ação mecânica das águas, ou aberto, outras vezes, de baixo para cima, a partir
de uma caverna, pela ação dissolvente da água nos terrenos calcários. Caverna
com abertura vertical; gruta; despenhadeiro; barranco.
Algara
– Incursão militar feita em terra inimiga; investida; algazarra; vozearia. Do
árabe al-gâra, «idem».
Algela
– Acampamento de pouca gente.
Algibebe – Alfaiate, que
vende fatos.
Alhanar – Tornar lhano,
afável. Aplanar; nivelar; unir; facilitar; assolar; arrasar. Facilitar qualquer
negócio.
Alhur – O mesmo que
alhures, noutro lugar.
Alime
– Teólogo entre os árabes.
Aljama
– Mouraria; povoação ou junta de Mouros habitadores em Portugal e como tais
falariam o português misturado de árabe; daqui virá Mouro algemia; Elucidar e algemia a língua arábica corrupta e
misturada com o castelhano ou português da terra onde era a aljama.
Aljôfar
– Pérola pequena; (figurado): gota de orvalho; lágrima. Do árabe al-jáuhar, «pérolas»
Almacorva
– Cutelo.
Almadia
– Embarcação africana e asiática, estreita e comprida; canoa. Do árabe al-ma'adīa, «jangada»
Almáfega | Almáffega
| Almárfega – Pano grosseiro
feito de lã churra; burel branco de que se cobrem as albardas ou serve de
coberta à palha delas. Antigamente se trazia por luto. Não só os parentes e
amigos do defunto vestiam dele por todo o tempo que durava o luto; mas ainda
outros quaisquer que o queriam vestir por honra do finado. Acabado o tempo da
tristeza, os testamenteiros lhe recompensavam a finesa com um vestido de valencina
ou outro pano alegre e festival.
Almágega | Almácega
– Pequeno tanque, onde desagua a água e se recolhe a água da nora ou da chuva;
vulgarmente dizem almácega. (Do árabe
al-maçtaca)
Almásega
– Pano de lã grosseiro que antigamente se fazia por luto.
Almástica
– O mesmo que almécega.
Almatega
| Almática | Almatiga | Dalmática –
Veste eclesiástica em que vão vestidos os diáconos nas procissões, difere da
casula em ter mangas curtas e cauda ou fralda quadrada.
Almazém
– Lugar onde se recolhem armas e munições de guerra, vitualhas e todo o
fornecimento de guerra; forma popular e mais exata que armazém; tudo aquilo que
podia ser levado e com que, de longe, se varejava o inimigo; hoje se diz
geralmente armazém, segundo a
etimologia, posto que almazém tem por si os clássicos.
Almécega
– Resina de lestisco: mastiche, esta é da Índia; há a do
Brasil, ou goma eleme tirada da
árvore Issicatirica.
Almedina
– Parte central e fortificada de uma cidade, geralmente situada num ponto alto.
Do árabe al-madīnâ, «cidade»
Almêitega | Almêitiga – Almoço ou leve
refeição que se dava ao mordomo ou prestameiro, que pedia, media e arrecadava
os foros reais.
Almenaras
– Fogos artificiais e convencionados, com que desde os muros, torres ou
atalaias, se dava rebate de inimigos, ou se faziam outros avisos aos que
estavam distantes.
Almocábar
| Almacávar | Almocovar | Almocave – Cemitério mourisco.
Almocadém
– Comandante, chefe. Caudel de peões ou capitão de infanteria.
Posto militar dos primeiros tempos da nossa monarquia, porém mais usado
na África portuguesa. A palavra árabe, almocaddem, significa guia ou diretor de tropas na
sua marcha, indo na frente delas. É derivado do verbo cadema, adiantar-se, guiar, passar adiante. Depois lhe deu Portugal
o nome de fronteiro e em Castela o de
adelantado (adiantado) (Leal, Pinho
– Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág. 151)
Almocreve
– Indivíduo que transporta em animal de carga; recoveiro.
Almofreixar
– Emalar em almofreixe.
Almofreixe
– Mala grande para colchões e cama de jornada.
Almogavar
– Fazer contínuas correrias contra os mouros (soldados almogávares).
Almogavaria
– Expedição militar, correria, entrada repentina nas terras do inimigo, talando
os campos, cativando gente e roubando tudo que pode ser útil aos que mandam
fazer estas irrupções.
Almograve
– Do árabe al mugawir, 'o que faz
incursões', através do português arcaico almogávar.
(mercenários)
Almotaçaria
– Cargo de almotacé ou tribunal por ele presidido; fixação de preço feita por
almotacé; taxa.
Almotacé
– Antiquado: antigo inspetor
camarário de pesos e medidas que fixava o preço dos géneros.
Almotacel
– Juiz eleito pela Câmara, que tem inspeção sobre pesos, medidas, preços dos
víveres, limpeza da Cidade e outros objetos de Polícia.
Almoxarife
– Administrador ou feitor de propriedades da casa real; tesoureiro da casa
real; cobrador de portagem; funcionário responsável pelo depósito e
distribuição de materiais e matérias-primas; fiel de armazém.
Almoxarife – é a palavra
árabe almoxarraf, significa eminente,
condecorado, honrado, constituído em dignidade, etc. Deriva-se do verbo xarrafa, estar algo, ser honrado, ter
alguma dignidade, etc. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Volume
Primeiro, pág. 157)
Almuadem
– Muçulmano que, da torre da mesquita, chama os fiéis à oração; muezim: Do
árabe al-muadhan, «idem»
Almude – Medida de
capacidade para líquidos, de 12 canadas ou 48 quartilhos. (corresponde a 25
litros no sistema métrico nacional)
Almuinha | Almoinha – Pequena propriedade rústica; horta murada;
propriedade suburbana.
Alodial
| Allodial – Bens allodiaes; livres de encargos; os que a mulher casada possui
sem o encargo de serem de meação dotal. Livre de encargos ou direitos
senhoriais. Diz-se da propriedade isenta de encargos, vínculos, foros, pensões
e ónus, e de que se pode dispor livremente. (De allódio) (alódio+al)
Alqueve
| Alqueive – Terra lavrada e que se
deixou em pousio.
Alquiar
| Aquilar
– Alugar.
Alquicé
| Alquicer – (do árabe quicel) Uma sorte de capa Mourisca de
ordinário branca, de lã. Enxerga ou pequeno enxergão Mourisco.
Alquilador – Aquele que alquila
(aluga, especialmente) bestas de carga.
Alrotar
– Pedir esmola com grandes vozes de piedade e compaixão, com clamores e
alaridos ou ainda cantando ao som de vários instrumentos.
Aluz
– Peles mais finas e pintadas de que se fazia grande uso nos frontais, casulas
e palas dos altares; tecido felpudo para vestuário ou ornato, aluziar.
Alvazil | Alvazir
| Alvasir | Alvasil
| Alvacir | Alvacil – Palavra que entre os árabes significa o
ministro de estado, o conselheiro do Príncipe e que está ao seu lado, ou aquele
que conseguiu alguma graça ou mercê. Juiz ordinário e que decidia as causas na
primeira instância, admitindo apelação e agravo nos casos em que a lei o
permitia. (ver Aguazil)
Alvite
– Homem justo, beato, entre os mouros.
Amádigo | Páramo |
Paranho – Lugar; povo; casal ou herdade, que lograva os
privilégios de Honra, por nele se haver criado, ao peito dalguma mulher
casada, o filho legítimo de um Rico-homem ou Fidalgo honrado. Era
este um dos grandes abusos que os fidalgos cometiam e se opunha aos interesses
da real fazenda. Queria um lavrador libertar o seu casal ou herdade: pedia a um
fidalgo, senhor da Honra mais vizinha, lhe desse um filho a criar a sua
mulher; criava-o ela em sua casa, e, por ser ama de leite deste tal filho,
amparavam os pais dele aquele casal e o honravam; e não só a casa do lavrador,
mas todo o lugar e vizinhança onde o lavrador morava, ficava honrado, livre e
isento de imposições e tributos. Estes Amádigos ou lugares privilegiados,
em atenção às amas que criavam os filhos legítimos dos grandes, foram deitados
em devassa e abolidos por El-Rei D. Dinis no ano de 1290.
Amantelar – Fortificar; cercar de muralhas. Daqui vem desmantelar:
demolir (paredes, muralhas); desmanchar; desconjuntar; abater; arrasar.
Amazelar-se
– Lastimar-se; cobrir-se de mazelas.
Ambude
| Embude – Ferrolho; funil.
Âmbula – Pequeno vaso, de
vidro ou metal, de gargalo estreito e bojo largo, em que se guardam os santos
óleos.
Amenta – Ação de amentar;
reza pelos defuntos; quantia paga aos padres pelas rezas em dia de finados.
Amerger
– Abaixar; abater-se; mergulhar; afundar; sepultar ou sufocar nas águas;
humilhar.
Ametade
– Metade; meia parte.
Amoorar | Amorar – Esconder; reter; guardar.
Ocultar, talvez dolosamente, por evitar execução da justiça.
Amorado
– Escondido; ausente; posto a monte; retirado por causa de crime.
Amorar-se
– Ausentar-se; esconder-se.
Amotar - Guarnecer de motas;
rodear de amotas; encostar terra ao pé de uma planta. Fazer motas, valas ou
tapumes, para resguardo de qualquer fazenda.
Amouco – Na Índia, individuo que jura morrer pelo
seu chefe; aquele que incondicionalmente defende e lisonjeia os seus
superiores; individuo que defende cegamente as suas opiniões.
Anadel
| Annadem | Anhadel
| Anadar – Maioral, chefe, capitão dos
besteiros e outra gente de guerra. Havia também o anadel-mor: a este pertencia
o alistamento dos besteiros do conto
(do número que em cada terra havia de haver sem falta), e dos galeotes e homens
do mar.
Annadel – Anadel-mor, lugar
do exército português, criado no reinado de D. Fernando I. Houve várias
diferenças de anadéis-mores, a saber: dos besteiros do conto e do monte, ou de fraldilha; dos besteiros da câmara; dos
besteiros de cavalo; e dos espingardeiros. Também houve alguns anadéis-mores de
todo o reino. (…) Eram sempre
fidalgos que desempenhavam aqueles lugares, que se foram, pouco a pouco,
suprimindo, até que se extinguiram em 21 de março de 1500, por ordem de D.
Manuel I. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e
Moderno, Volume Primeiro, pág. 219)
Anafil
– Trombeta mourisca direita, como charamela. Plural: anafis.
Anafil – Instrumento músico
(militar) de que os árabes, e às vezes os portugueses, usavam na guerra.
Aqueles lhe chamavam Annafir. É uma
espécie de trombeta, do feitio do oboé. Deriva-se do verbo nafara, que significa fugir, aterrar-se, etc., mas na segunda
conjugação quer dizer, incitar para a fugida (tocar a retirar), anunciar a
vitória, dar coragem. Também tocava a ir sobre o inimigo (avançar) (Leal, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Volume
Primeiro, pág. 203)
Anassal
– Parte do antigo capelo de ferro.
Anata – Renda anual paga à
autoridade eclesiástica pelos novos titulares de benefícios.
Ancho
– Largo; por inchado de saber é mais usual; grande de membros.
Andas
– Espécie de leito portátil, ou cadeira de braços.
Anfictionia
– Confederação de anfictiónides; assembleia de anfictiões; direito que tinham
as cidades gregas de se fazerem representar nessa assembleia. Do grego amphiktyonía, «confederação»
Angustura
– Angústia.
Anojar
– Causar nojo a; enjoar; desgostar; enlutar; enfadar-se; desgostar-se.
Anspeçada – Antigo posto militar, o primeiro acima de soldado,
e substituto, talvez, do cabo de esquadra na rendição das sentinelas.
Anta – Monumento megalítico formado uma grande pedra horizontal sobre outras
mais pequenas e verticais; dólmen.
Antonomásia - Substituição de um
nome próprio por nome comum ou perífrase, ou vice-versa. Sobrenome; alcunha.
Antrepoimento
– Interposição, tempo, ou causa que se mete de permeio.
Anúduva
– O mesmo que adua. Imposto pessoal
para as fortificações e seus reparos; trabalho comum forçado.
Apalancar
– Atalhar algum sítio, rodeá-lo de palanques; atalhar com travessas.
Apar
– Junto; perto; em comparação.
Apassionado
– Apaixonado.
Apavesado
| Empavezado
– Coberto com pavês (escudo que cobria quase todo o corpo).
Apenhamento
– Obrigação rigorosa de satisfazer alguma dívida.
Apenhar
– Empenhar.
Apinhoar – Ajuntar muitas
coisas.
Apodar
– Estimar.
Aposentador-mor
– Só se sabe com certeza deste emprego em Portugal, desde o tempo de D. João I,
sendo ainda mestre d’Avis, e pouco mais de um ano depois da morte de D.
Fernando I (1383). É, porém, provável que já existisse no antecedente reinado.
A obrigação principal do aposentador-mor consistia em prevenir o alojamento do
rei nas jornadas e resolver as dúvidas que se oferecessem sobre a aposentadoria
dos infantes e das outras pessoas que seguiam a corte; quer em tempo de paz,
quer no de guerra. Parece que no princípio se lhe dava o nome de pousador-mor. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág.
223)
Apostamento
– Concerto; ornato; apostura.
Apostasia – Mudança de religião, abjuração. Ato de abandonar um
partido ou opinião.
Apotegma | Apophtegma – Dito notável, breve e sentencioso, de pessoa
célebre. Qualquer dito sentencioso. História breve, com intuito moral,
atribuída a uma personalidade notável e rematada por um dito sentencioso, que
se reproduz em discurso direto. (do grego apóphthegma, -atos,
«sentença»)
Apremar
– Obrigar; constranger; apertar com alguém; o mesmo que oprimir.
Apréstamo – Consignação de frutos imposta nalguma
herdade sujeita a esse ónus. O mesmo que préstimo; prestimónio.
Propriedade sujeita a esse imposto.
Aprestimo
| Prestimónio – Pensão tirada para
sempre das rendas de benefício; para educandos eclesiásticos, que se habilitam
para servir a igreja, os soldados que militam contra infiéis.
Aprouguer
| Prouguer – Ter por bem; ser
contente; agradar-se de alguma coisa.
Aprouve
– Pret. antiq. De aprazer; agradar.
Aprouver
– Futuro conjuntivo de agradar.
Apuridar-se
– Falar-se em segredo; segredar.
Aquadrilhar
– Arrolar.
Aquaecer – Acontecer; caber
em quinhão. (aquaeceu-lhe tanto da herança)
Aquecimento
– Fortuna; acontecimento.
Aquelo
– Atino; arranjo; preferência; aquilo.
Aquesse
– Esse; a que esse.
Aquesta
– Acontecimento; caso; esta; a que esta.
Aqueste
– Este; a que este. Este próximo.
Aquesto
| Aquisto – A que isto; isto.
Aquila
| Aguila – Lenho aromático da Ásia que
é o samo, ou branco do aloé.
Aquilão
| Aguião – Vento do Norte.
Aquilar
| Alquiar – Alugar.
Aquilégio – Indivíduo que,
entre os Romanos, descobria nascentes de água ou tinha a seu cargo a
fiscalização das fontes. Canal ou reservatório de água.
Aramá
| Eramá – Em má hora; hora má.
Arbim
– Tecido grosseiro que se trazia por luto.
Arção
– Parte posterior ou anterior da sela. Do francês arçon, «arção; arco».
Arcebispo – Prelado hierarquicamente superior ao bispo, que
dirige uma província eclesiástica, na qual se englobam dioceses subordinadas ou
sufragâneas.
Arcediago – Dignidade
eclesiástica, cujo ofício era governar os diáconos. Dignatário do cabido. O primeiro
entre os diáconos.
Arcipreste - Sacerdote com
determinada jurisdição sobre os outros sacerdotes; vigário da vara. O primeiro
entre os presbíteros. Dignatário de um cabido.
Ardido
– Corajoso; ousado; atrevido; desenvolto em combater.
Ardileza
– Valentia; esperteza; intrepidez; fogosidade.
Arel
– Piloto da barra, que mete dentro os navios e os deita fora (Índia).
Arelhana
– Cinturão asiático, em que se leva dinheiro ou se penduram adagas.
Arequeira
– (Areca catechu) palmeira com flores
brancas e aromáticas, folhas com efeitos antissépticos e frutos vermelhos ou
alaranjados, comestíveis, cuja semente (conhecida como noz-de-areca ou avelã da
índia) tem usos medicinais, sendo usada na preparação de bétele. O mesmo que areca. Antiga unidade monetária nas
comunidades de Goa.
Argaans
– Alforges; trouxas; taleigos; mochilas.
Argão
| Argau – Roupão de luto; espécie de garnacha (vestimenta talar dos
sacerdotes e magistrados) que os eclesiásticos regulares usavam no inverno
sobre o hábito. Argão é também uma
espécie de alforge.
Aríete
– Máquina bélica antiga, feita com uma grande trave, com uma extremidade feita
de cabeça de carneiro; com ela se combatiam as portas, muralhas, dando-lhes
vaivéns.
Arnês
– Antiga armadura completa de um guerreiro. Armadura de ferro de todo o corpo;
talvez a cobre só o tronco.
Aro – Arco;
circunferência; contiguidade; vizinhança; termo de uma cidade, vila ou terra
grande, que ordinariamente fica no centro do dito arco.
Arpéo – Pequeno arpão; fisga; fateixa. Gancho de
ferro com que os navios se aferram nos combates navais.
Arquelha
– Pavilhão da cama; mosquiteiro; sobrecéu.
Arquico – Porto na vizinhança de Maçuá (Massawa, Eritreia) Arkiko; Hargigo. 15°32'07"N 39°27'08"E
Arquitrave – Parte inferior do entablamento, entre o friso do
mesmo e o capitel da coluna, numa ordem arquitetónica.
Arramadas
– Dispersas.
Arrás – Tapeçaria antiga para
ornar paredes de salas ou galerias.
Arras
| Arrhas – Certa quantia que o marido
oferece à mulher para seu sustento, se ela lhe sobreviver; sinal e penhor de
cumprir contrato; dar arras a alguém, ser-lhe superior, ter-lhe vantagem;
compra do corpo; penhor; bens dotais que o noivo assegura por contrato à
esposa.
Arratado
| Arratadura | Arratar – Reatado, reatadura, reatar. Termo náutico. O mesmo que
arrastamento.
Arrátel
– Antiga unidade de medida de peso correspondente a 459 gramas.
Arrebatinha
– Ato de arrebatar; deitou dinheiro a arrebatinhas; em arrebatinha: a quem mais
apanhar.
Arreveses
– Por turno; alternadamente.
Arrife
- Arrecife; recife.
Arrotéa | Arroteia – Terra desbravada
recentemente que começa a ser cultivada.
Arrotear – Desbravar (a terra)
para ser cultivada; decruar; surribar. Lavrar para o primeiro cultivo; cultivar
pela primeira vez. Figurado: dar educação; instruir.
Arteirice
– Manha; astúcia; ardil (de arteiro).
Arteiro
– Que sabe artes de viver; manhoso; sagaz; astuto.
Asceta
– Pessoa que procura atingir o aperfeiçoamento espiritual através de uma
prática de renúncia; que leva uma vida austera.
Ascuma
| Ascunha – Arma antiga; pequena lança
para arremesso.
Asinha
– Depressa; cedo; em breve tempo.
Asna – Heráldica; ângulo formado por duas barras que se afastam
inferiormente. Peça de madeira que forma um ângulo, em cuja ponta assenta a
viga mestra ou pau de fileira.
Aspa
– Antigo instrumento de tortura constituído por dois pedaços de madeira
cruzados em forma de X, aos quais se prendiam os supliciados. Figura formada
por duas hastes ou dois traços atravessados diagonalmente um sobre o outro;
cruz em forma de X; cruz de S. André; santor. Heráldica: insígnia em forma de X.
Assás
(assaz) – Em grau elevado, muito; suficientemente, bastante.
Assessegamento
– Quietação, tranquilidade, sossego, descanso.
Assessegar
– Assossegar; sossegar.
Assomados
– Prontos.
Assuada – Bando de gente
armada para provocar desordem. Motim; algazarra; barulho; zombaria; apupada.
Assumpto
– Elevado; transportado; arrebatado; assumido.
Aste – Haste; hasteado.
Astil | Hastil – Medida de 25 palmos de largo.
Segundo outros esta medida correspondia à aquilhada, e orçava por
5,5 metros. (hastil de haste)
Astrolomia
– Astronomia.
Astroso
| Estroso
– Infeliz, desgraçado, e que nasceu em má estrela; usado; mofino; funesto;
fúnebre; idiota; lunático.
Atafona – Moinho de cereais
movido por força animal; designação extensiva a outros tipos de moinhos, movidos
a água ou manualmente.
Atambor
– O mesmo que tambor.
Atamorra – Matmorra – Cova ou silo; espécie de celeiro subterrâneo, de que
usavam os celtas e antigos lusitanos. O mesmo que masmorra ou matamorra.
Atender
– Esperar, aguardar.
Atopir
| Atupir – Entupir; atupir o caminho:
atalhar; atupir a cava.
Atra(o)
– Negro; escuro; funesto; lúgubre. Do latim atru-,
«negro»
Aução
| Auçam – Ação; ordem.
Augoa
| Augoeir – Água; agueiro.
Augouas
– Águas de regar.
Áulico
– Homem da corte; cortesão; palaciano.
Austinente
– Abstinente, abstinência.
Austro
– Sul; vento do sul.
Avantajem
– Vantagem; adiantamento; excesso.
Avesado
| Vezado
– Acostumado; habituado; cada uma das vezes que se pratica ou sucede
qualquer coisa.
Avesar
– Produzir em vezo; acostumar; adquirir vezo; acostumar-se.
Avindor
| Avindeiro – Ofício criado por D.
Manuel I, homens que tratavam o ofício de compor desavenças, questões,
demandas. Que ou aquele que harmoniza desavindos; mediador. Espécie de julgado
de paz.
Avir – Ajustar; acordar em;
combinar; combinar-se; entender-se; acomodar-se; pôr-se de acordo; estar
conforme; conformar-se com alguém.
Avivadamente
– Com viveza; energia; diligência.
Avoenga – O direito de avós
a descendentes. Série de pessoas de quem se descende; ascendência. Herança
deixada por avós. Parte da herança de um avô que cabe a cada neto. Prosápia;
estirpe; linhagem.
Avolvimento
– Alvoroto; revolta; gritaria; bulha; turbação.
Avondamento
– Abundância; abastança; cumprimento; fartura.
Axorar
– Lançar fora, fazer despejar algum posto; fazer despejar a nau, em guerra, dos
inimigos.
Az
– Fileira, bem ordenada. (gente posta em...)
Azagaia
– Lança curta arrojadiça, ferrada com ossos d'animais ou puas, que usam os
Cafres e outros Bárbaros. São feitas de uma espécie de palmeira, zaga.
Azaqui – Tributo que
pagavam os mouros e que consistia na décima parte dos frutos da terra.
Azeirar
– Forçar de aço; temperar ou dar têmpera de aço ao ferro; endurecer como aço.
Azêmala
| Azémela | Azémola
– Animal de carga; cavalgadura velha e magra; (figurado) pessoa estúpida. Do
árabe az-zámilâ, «idem»
Azemel
| Almocreve – Condutor de azémolas,
almocreve. Do árabe az-zammal, «o que
impele».
Azes – Corpos (alas) de um
exército bem ordenado.
Azo
– Ocasião, motivo, tentação, jeito para fazer algo.
Azorrague – Açoute de uma
ou várias correias entrançadas, atadas a um pau; chicote; zourrague.
Azougue
– Designação vulgar do mercúrio; semimetal branco como a prata derretida, que
se junta sempre em pequenos globos; pessoa esperta e finória; esperteza;
finura. Do árabe az-zâuq, «mercúrio».
Azuago
– Povo antigo de Marrocos que se bateu com os Portugueses em Alcácer-Quibir.
Hoje Zuavos.
Babeira
– A peça do elmo que cobria a cara. Peça da armadura antiga que resguardava a
boca, barba e queixadas, que cobria a cara do nariz para baixo.
Bacamarte
– Antiga arma de fogo individual de cano curto e calibre grosso, de escorva
inflamada por pederneira e de carregar pela boca, sendo este geralmente em
forma de sino.
Bacante
– Sacerdotisa de Baco; mulher que participava nas festas em honra de Baco.
Figurado: mulher libertina.
Bacinete
| camal – Morrião; chapéu de ferro ou
aço p/defender a cabeça.
Baço
– De cor morena amarelada.
Badulaque
| Bazulaque
– Chanfana, guisado de fígados e bofes. Miudezas. Homem gordo e baixo. Coisas
miúdas, trastes de pouco valor. (Brasil: doce de coco e mel)
Português antigo; espécie de sopa feita dos pés e entranhas de rezes.
Era muito usado pelos castelhanos e também em algumas partes de Portugal. Fazia
engordar, e por isso, quando se via um homem muito gordo, dizia-se: – aquele
come badulaque. Depois, por
abreviatura, chamavam-lhe badulaque.
Daqui se deriva chamarmos bazulaque a
quem é gordo, e sobretudo a quem tem grande abdómen. (Pinho Leal – Portugal Antigo e
Moderno, Volume Primeiro, pág. 307)
Bádur
– Chefe indígena dalgum distrito dependente do Estado da Índia Portuguesa.
Bafordar
– Pelejar de cavalo quebrando lanças e fingindo pelejas, para divertir e
alegrar o público.
Bagançal – Armazém de fazendas.
Bahar
– Peso da Índia Portuguesa: (Barros diz que é igual a 4 quintais; Damião de
Góis que é igual a três quintais, três arrobas e dezoito arráteis portugueses.)
Bailéu
– Náutica: pavimento suplementar ou
meio pavimento montado entre cobertas ou a meia altura do porão de um navio,
destinado a arrumações. Do malaio bailai, «estrado alto».
Bailheiro
– Navio leve, boiante, que se leva bem.
Bailia – Comenda grande e
principal. Comenda de bailio.
Bailio
| Balio
– Magistrado a quem os nobres de uma província confiavam a defesa de seus bens;
balio. Comendador nas antigas Ordens.
Significa senhor, príncipe, herói, nobre. É a palavra árabe Valio ou Wali. Deriva-se do verbo valla,
constituir alguém em dignidade, principado ou senhorio. (Pinho Leal – Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág. 314)
Baixel
– Embarcação; pequeno navio.
Bajanca
| Bayanca
– Quebrada de terra, barranco.
(Português antigo) barranco, cova, quebrada com mais ou menos água. (Leal, Pinho
– Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág. 310)
Balagate
– Reino da Ásia na península do Indo, aquém do Ganges. É parte do reino do Decan. Tem uma cidade muito mercantil
chamada Doltabad. (suplemento do Portuguez e latino)
Balão
– Embarcação como bergantim, mui remeira, alguns têm tombadilho.
Baldão
– Reproche; opróbrio; impropério; palavra afrontosa; doesto; ofensa; vadio;
mandrião; contrariedade; desventura.
Baldaquim | Baldaquino – Espécie de dossel, sustentado por colunas.
Pálio. Obra arquitetónica, semelhante a uma coroa sustentada por colunas.
Balista
– Máquina de guerra com que se arremessavam pedras, frechas, etc.
Balravento
– Barlavento.
Balson
| balsam – Estandarte; bandeira;
pendão.
Baluarte – Elemento de defesa
situado nos ângulos de uma fortificação, avançado em relação a ela e destinado
a protegê-la; bastião. Local completamente seguro; fortaleza inexpugnável.
Baluga – O mesmo que
borzeguim.
Bandeira
– Fig. Por companhia. Levantar bandeira
no muro; vencer, conseguir seu intento, como quem vai escalar praça murada.
Salvo quando lhe levantardes a bandeira
do muro.
Bandel – Bairro destinado a
habitação de estrangeiros. (do guzarate bandar).
Bando
– Fação.
Baneane | Baniano – Seita indiana. Negociantes indianos que
traficam, principalmente, na África oriental.
Banzear
| Vanzear
– Mover-se o mar vagarosamente em grandes massas; quando está vanzeiro ou
banzeiro.
Baraza
– Antiga braça; medida de dez palmos.
Barbacã
– Muro anterior a outro, usado para defesa de praças; antemuro.
Barbete | Barbeta – Plataforma, donde a
artilharia dispara por cima do parapeito.
Barbote
– Peça que nas antigas armaduras encobria a barba do guerreiro.
Barbuda
– Antiga moeda portuguesa de prata. Espécie de capacete antigo. (do latim barbuta)
Barchote
– Lenhatos, barchotes carregados de
mantimentos; o mesmo que barcote.
Barga
– Espécie de rede de emalhar; palhoça; cabana.
Pequena casa coberta de palha, cardena, palhoça. Também é rede de
pescar (barga ou varga) e daqui bargueiros
os que a fazem ou a usam. Origem do apelido Vargas. (Leal, Pinho
– Portugal Antigo e Moderno, pág. 335, Primeiro Volume)
Barnagais
– Antigo governador ou fronteiro de província litoral, na Abissínia.
Barranco – Sulco cavado pelas
enxurradas ou outra causa; escavação natural; ravina; precipício; obstáculo.
Barregã
– Pessoa que mantém uma relação amorosa com outra com a qual não é casada;
amante, concubina, amásia.
Barrejar
– Invadir; assaltar.
Basilisco
– Antiga peça d'artilharia que consistia num canhão para balas de ferro.
Bastarda
– Parece ter sido um dos sistemas de equitação, talvez o da estardiota.
Bastiães
| Bastiaens | Bastiaaens – Certos lavores de figuras levantadas em prata ou
outros materiais; trabalhos em relevo.
Bastida
– Trincheira de paus, mui unidos e aconchegados; cerca d'árvores para atalhar
que se chegue a alguma parte; antiga máquina de guerra, muito alta, sobre
rodas.
Bastilha
– Fortaleza avançada, que na idade média, era construída em certas cidades.
Bastilhão
– Bastião; baluarte.
Batel
– Embarcação pequena em que se vai a bordo dos navios que não estão abalroados
c’o a terra. Barco pequeno; bote; canoa. Do francês antigo batel, moderno bateau,
diminutivo do anglo-saxão bât,
«bote».
Baxá – O mesmo que paxá.
Bazaruco
– Moeda Índica de cobre ou calaim, quinze delas valem vinte reis.
Beatria
| Beetria | Behetria
– Na alta Idade Média, povoação rural que tinha o direito de escolher
livremente os senhores que mais lhe conviessem para sua defesa e bem-estar.
Cidade, vila ou povoação, que tinha o direito de eleger por seus regedores e
senhores, ou livremente a qualquer pessoa, ainda que estrangeira e de qualquer
linhagem, e se dizia behetria de mar a
mar; ou escolhendo-os dentro de uma certa, ou certas famílias, e estas eram
behetrias d’entre parentes.
Pinho Leal, em Portugal Antigo e Moderno, Volume Primeiro, pág. 357,
diz: “Chamava-se antigamente behetria aos
bens de raiz que qualquer possuía por herança e onde vivia sem ter senhorio.”
Beleguim | Belleguim – Agarrador que ajuda o alcaide em prisões.
Antigo empregado judicial que citava, prendia, etc. Hoje designação
depreciativa dos oficiais de diligências, agentes policiais, etc.
Belfurinheiro | Bufarinheiro – Vendedor ambulante de
bufarinhas. (cosméticos de pouco valor; bugigangas; quinquilharias).
Bem
escançado – Bem-sucedido.
Bendara
– Regedor de cidade (Samatra-Malásia).
Beneficiado – Aquele que
tem benefício eclesiástico.
Benjoim
– Espécie de resina de perfume agradável produzida pelo benjoeiro, utilizada em
perfumaria e farmácia, e também designada, beijoim. Do árabe lubān jāuī, «incenso; resina javanesa».
Berço
– Peça d'artilharia curta, antiga.
Bergantim
– Embarcação subtil, de baixo bordo e ligeira, anda à vela e a remo.
Berlinda | Berlina - Pequeno coche de 4
rodas, com 2 assentos, suspenso entre dois varais.
Bérneo
– Antigo pano que vinha da Irlanda. Antiga capa grosseira e comprida.
Besante
– Antiga moeda bizantina de ouro. Heráldica:
peça circular, de ouro ou prata, sem marca, figurada no brasão de armas. Ornato
arquitetónico característico do estilo românico.
Besteiro – Soldado armado de besta e que com ela peleja.
Fabricante de bestas. (do latim ballistarius).
Besteiro
do conto – Disseram-se assim por serem do número que em cada
cidade, terra, vila ou concelho, havia de haver.
Beta
– Corda de rebocar; sirga.
Bétele
– BOTÂNICA: planta aromática, da família das Piperáceas, cujas folhas são muito
empregadas, na Índia e na Malásia, em mistura mastigatória; a semente de
algumas palmeiras utilizada na mistura referida anteriormente; aquela mistura
mastigatória. Do malaiala vettila,
«idem».
Betesga
| Bitesga – Rua estreita; beco sem
saída; loja muito pequena de uma só porta; tasca; cubículo.
Bicha – Antigo corpo de
tropa. Na fortificação marítima, bichas são esplanadas feitas em grandes
barcaças rasas.
Biga – Carro romano puxado
por dois cavalos.
Bitafe
– Pecha; mania; excentricidade – título; rótulo ou inscrição.
Bitalha
| Vitualha – Mantimentos; víveres;
munições de boca; aguadas; refrescos (vitualhas).
Blandícia – Brandura; afago;
carícia. (do latim blanditia).
Blasão
– Brasão.
Bocaxim
– Tela encerada para entretelar vestidos.
Bodoque
– Arco com duas cordas e uma rede no meio, na qual se põe a bala ou pelouro de
barro, com que se atira. Bola de barro que se atirava com a besta.
Boêta
– Boceta; cápsula; arquinha; cofre.
Bofete – Espécie de banca lavrada,
de melhor pau que o ordinário e com mais curiosidade.
Bogio
| Bugio – Espécie de macaco.
Boiz
– Buiz | Abuiz
– Armadilha de caçar coelhos e aves.
Boleto
– Boletim; bilhete militar pelo qual se manda aos paisanos que deem
aposentadoria aos soldados, onde não há quarteis.
Boliço
– Rebuliço; alteração da paz; movimento; azáfama.
Bolir
– Mover; agitar; pôr em movimento; entender com alguém, inquietando-o; tocar em
alguma coisa. O mesmo que bulir.
Bolónio
– Que ou aquele que é simplório; ingénuo. Do castelhano bolonio, «estudante graduado do Colégio Espanhol de Bolonha».
Bombarda
– Antiga máquina de guerra para arremessar pedras. Antiga peça de artilharia
com que se arremessavam grandes balas de pedra. Dizia-se da pedra arremessada
por peça de artilharia. Canhão grosso e curto, de grande alma. Antiga barcaça
chata, que transportava obuses e morteiros. Charamela antiga. (do latim bombus)
Borguinhota
– Antigo capacete sem viseira. Arma defensiva semelhante a capacete, usada
entre os séculos XV e XVII. Carapuça antiga. (do francês bourguignote)
Boroa
– Por meia boroa: por meio do canal.
Borzeguim
– Antiquado: calçado até ao meio da
perna, com atacadores ou botões.
Bosco
– Bosque.
Bosina – Espécie de
trombeta curva, de corno, metal ou marfim. A bosina náutica tem bocal, é
de lata, como o clarim; tem a boca inferior divergente.
Bote
– Pequena embarcação a remos; escaler; golpe de lança ou espada atirado de
ponta para diante; golpe com arma branca; cutilada; censura; sucesso
desastroso.
Braça
– Medida longa de 7 pés e 10 palmos de craveira. Na marinha tem a braça 8 pés
craveiros.
Braçal
– Armadura com que se defendiam os braços.
Bracamarte
– Espada curta e larga, usada antigamente.
Brafoneira
– Parte das armaduras antigas, para proteger a parte superior dos braços e
ombros.
Braga – Argola de ferro que
cingia a parte inferior da perna dos condenados a trabalhos forçados, e que se
ligava a uma corrente. Muro que servia de tranqueira nas antigas fortificações.
Cabo do navio com que se alam caixas, pipas e outras coisas pesadas.
Bragal | Bragel – Pano de linho grosso atravessado com muitos cordões,
com que se faziam as bragas. Preço de uma porção de bragal, que era
tomado como unidade em certas transações; o bragal constava de oito varas, pela
medida antiga e de sete pela nova.
Brâmane
– Membro da casta sacerdotal, a primeira das 4 grandes castas tradicionais da
Índia. Do sânscrito bráhmana, «idem».
Brancagem – Antigo imposto
sobre a carne e o pão, que se vendiam.
Brandão – Vela grande de
cera; tocha.
Breve – Escrito pontifício
de caracter privado, sobre matérias menos importantes do que as de uma bula.
Brica – Heráldica –
Pequeno espaço, nos brasões, para distinguir a linhagem dos filhos segundos.
Briche
– Pano felpudo e grosso de lã de cor castanho-escura.
Brigue
– Embarcação de dois mastros, o maior dois quais se inclina para a popa.
Embarcação veleira de dois mastros com velas redondas. (Do inglês brig)
Britar
– Reduzir a bocadinhos; reduzir a fragmentos; tritura; reduzir a nada. (do
suevo briutan, «quebrar»)
Bronço
– Bronze.
Broquel
– Escudo pequeno. Figurado: proteção; defesa. Do francês antigo bocler ou boucler, moderno bouclier,
«escudo para defesa».
Broslar
| Brolar – Bordar.
Brulote
– Barco carregado de matérias explosivas, destinadas a provocar incêndio nos
navios inimigos.
Bucelário
– Homem que, nos tempos dos Godos, estava adido a uma família poderosa em troca
de alguns serviços. Do latim buccellarĭu-,
«soldado particular».
Bufúrdio
– Justa singular em que dois cavaleiros combatiam em vez dos seus exércitos;
torneio. (do latim medieval bufurdĭu-,
«idem»)
Bulhão
– Punhal antigo; medalhão de oiro ou prata; dado a bulhas; bulhento; desordeiro.
Ca
– Que; porque.
Cabdel
– Caudel; Nobiliário; Caudilho; chefe
de tropa de terra ou de armada; o Cabdel
das Armadas chamava-se Almirante. Os Imperadores e os Reis que haviam guerra
por mar, quando armavam naus para guerrearem seus inimigos, punham cabdeles
sobre elas, a que chamavam em esse tempo Almirante.
Cabeção
– Direito de cabeça, capitação, ou o que paga cada pai de família.
Cabedelo – Pequena elevação de
areia, na foz de um rio, formada poe acumulação de sedimentos fluviais e
marinhos.
Cabido
– Conjunto, corporação, dos cónegos de uma Catedral. Assembleia celebrada por
uma Ordem religiosa. Alpendre anexo a uma igreja.
Cabotagem
– NÁUTICA: navegação marítima entre portos da mesma costa ou costas vizinhas;
NÁUTICA: navegação costeira. Do francês cabotage,
«idem».
Cabre
| Calabre – Corda grossa para amarrar
navios.
Cábrea – Cabo grosso para amarrar navios;
guindaste. O mesmo que cabre.
Cabrestante
– Sarilho (máquina) de eixo vertical para levantar a âncora e outros corpos
pesados. Do provençal cabestran,
«utensílio para enrolar cabos», com «metátese».
Cachopo – Baixio ou escolho à
flor da água que põe em risco a navegação; obstáculo perigoso. Cachopos no
mar: penedos à flor da água onde as ondas rebentam.
Caçote
– Vestido militar, ou saio antigo, de pano grosso, que levavam à guerra os que
não tinham armas de ferro.
Cadafacens
– Cadafalso; patíbulo.
Caderna
| Quaderna – Heráldica: objeto composto de quatro peças em quadrado, de
ordinário em forma de crescentes. A face do dado que apresenta quatro pontos. Pl. Os quatro pontos de uma face dos
dados. (Do latim quaternus, grupo de
quatro coisas). Sinónimo: quadra, quatro.
Cádi
– Magistrado que, entre os muçulmanos, acumula funções judiciais e religiosas.
Çafáro
– Aquele natural montezinho; nem os lavradores e criados no campo, são tão
rudes e çáfaros como entre nós. Era uma cidade remota e safara da jurisdição
Eclesiástica.
Cafre
– Relativo aos Cafres; relativo à Cafraria; pessoa de pele negra, originária e
habitante da Cafraria; pessoa pertencente aos Cafres; pessoa perversa, bárbara,
ignorante ou sovina; língua falada pelos Cafres. Do árabe kāfr, «infiel».
Caimão
| Caimal – Título dos senhores e
príncipes do Malabar.
Caimbo
– Comutação; escambo; troca; cãibos.
Caíque | Cahique - Pequena embarcação
de dois mastros, com velas triangulares; barco costeiro de pesca; pequeno barco
a remos para transporte de uma para outra margem.
Cairo
– Filamentos de noz de coco, resistentes, próprios para cordas.
Cajão
(cajom) – Caso, motivo, ocasião,
acontecimento, sucesso - queda, perda, ruína - desastre, infelicidade,
desgraça, infortúnio - injúria, afronta, insulto, ignomínia, opróbrio,
ludibrio, vitupério, dano.
Calabre
| Cabre
– Corda grossa para amarrar navios.
Calaim
– Arcaico tipo de estanho fino, usado
no Oriente para fabrico de objetos diversos; calim. Antiga moeda portuguesa
feita com esse material. Do árabe qal'aī,
provavelmente derivado de Qalah,
topónimo, localidade na costa de Malaca.
Calaluz
– Embarcação de remos semelhante à fusta (Ásia).
Calamute – Antiga embarcação
indiana.
Calatrava
– Antiga ordem militar e religiosa de Castela.
Caleça | Caleche
| Sege – Antiga carruagem de 4
rodas e 2 assentos, aberta por deante, própria para jornada.
Çalema
| Zumbáia | Zumbáya
– Cortesia profunda cos braços cruzados: çalema
ou çumbaia (entre os Malaios), a qual
cortesia é baixar a cabeça até aos joelhos e a mão direita no chão, e isto três
vezes, antes que cheguem ao senhor, e chegados a ele, metem-lhe a cabeça entre
as mãos, em sinal de que lha oferecem.
Calheta – Pequena enseada;
angra.
Cális
| Cálix | Cales
– Cálice (plural: calizes) cálices.
Calvete
– Espeto de pau em que, por castigo, se enfia o criminoso.
Camafeu – Pedra fina em que
se lavra uma imagem, com que se selam as cartas e escrituras. Selo dos reis de
Portugal. Efígie dos reis nas moedas.
Camal
| Bacinete
– Morrião; chapéu de ferro ou aço p/defender a cabeça. Peça do elmo, ou
bacinete, que cobria o pescoço.
Camândulas | Camáldulas – Rosário de contas
grossas.
Camanho
– Quão grande; tanto; tamanho.
Camaranchão
– Obra avançada das fortificações antigas, torreão em forma de cubo; espécie de
cubelo.
Camaras – Curso, evacuação do ventre.
Cambador
– Cambiador.
Cambolim
– Estofo de lã como burel da Pérsia, dele se fazem capas aguadeiras, que têm o
mesmo nome.
Canada
– Antiga medida portuguesa, igual a 4 quartilhos (2 litros). Azinhaga. Atalho. Fila de
estacas através de rio, para indicar o vau. Sulco, formado pelo rodar dos
veículos. Depressão de terreno ondulado, olga, valeiro.
Canarim
– Pessoa natural da antiga Índia portuguesa.
Canas
(jogo) – No jogo das canas; os cavaleiros emparelhados formam e fecham suas
voltas, acometendo e fugindo com destreza; escaramuça; jogo em que se
parodiavam os torneios, servindo-se de canas os jogadores.
Cancelário | Cancellario – Antiga dignidade da Universidade
de Coimbra equivalente à do atual reitor.
Canon
– Regra moral e por excelência das que a igreja prescreve nos Concílios.
Canotilho
– Fio de prata feito em canudinho envolvendo-se em espiral.
Canté
– Português antiquíssimo, muito usado nas províncias do norte, sobretudo na
Terra da Feira, Porto e seus arredores. É a palavra mais elástica da língua
portuguesa. Significa: está visto, pois
sim, quem dera; não admira, era
d’esperar, pois que, e muitas outras coisas. Desconhece-se a etimologia de
tal palavra. (Leal,
Pinho – Portugal Antigo e Moderno,
Segundo Volume, pág. 96)
Cantochão – Uma das formas antigas do canto litúrgico;
canto gregoriano.
Canutilho
– Canudinho de vidro para enfeites e guarnições de vestuário feminino.
Capear
– Palliar; pretextar; encobrir; cobrir; disfarçar; iludir; atrair
ardilosamente; chamar; provocar com capa (os toiros); revestir; esconder com
capa; cobrir ou revestir de capeia (de
capa).
Capelhar
– Vestidura mourisca que se traz sobre a vestidura a que chamam marlota, e se usa em funções, como
jogos, justas.
Capelina
– Elmo, ligeira armadura para a cabeça. (de capello)
Caquexia
– Abatimento senil. Medicina: enfraquecimento geral das funções vitais.
Cárcava
– Fosso em volta de uma praça. (Do árabe carcab,
ventre)
Carcavar
| Carcavear | Carcabear – Rodear com cárcava; tornar oco; rasgar-se,
abrir-se: “carcavava-se um algar”.
Carena | Querena – Parte do navio que
fica abaixo do nível da água.
Carenar | Querenar – Virar de querena
(um navio) para consertar ou limpar.
Cariátide – Estátua de mulher
que, na fachada de um edifício, funciona como coluna ou pilastra, suportando
uma arquitrave ou cornija.
Carn
– Monumento celta, de que há muitos vestígios em Portugal. (ex: no monte do
Crasto, freguesia de Romariz, Santa Maria da Feira) Espécie de tanque de
diferentes tamanhos (em função do número de pessoas, da família, que devia
conter) e figuras geométricas, com pavimento feito de calçada, coberta de barro
ou saibro, ou ambos, fechado por uma parede de 1 metro de altura. Não se tem
achado sinal de porta ou entrada. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Volume
Segundo, pág. 111)
Carneçarias
– Açougues dos judeus (pág. 321/322 O
Archeologo Português Vol V).
Carneiro
– Ossuário; jazigo; sepulcro. Cemitério. Depósito onde se guardam os ossos
humanos; ossário; cova.
Carpideira | Choradeira
| Pranteadeira – Mulher a quem se
pagava, para ir com outras prantear os mortos. Mulher que anda sempre a
lastimar-se.
Çarração
| Cerração
– Escuridão de nevoeiro ou nuvens grossas d'inverno; cerração do peito, sufocação; embaraço da fala por defluxão.
Çarrado
– Cerrado; justo e nem mais nem menos.
Carregume
– Gravidade; peso.
Carriagem
– Série de carros ou carretas. Do provençal carriatge,
«idem», ou do italiano carriaggio,
«idem».
Casal
de montaria – O que pagava foro de caça do monte, ou cujo enfiteuta ou
colono era obrigado a ir à montaria, quando fosse chamado pelo rei. (Leal, Pinho, Portugal Antigo e Moderno, Voluma
Segundo, pág. 143)
Casal
encabeçado (ou cerrado) – Assim chamavam ao casal ou prazo fateusim que,
dividido por alguns ou muitos colonos, um só, a que chamavam Cabeceira, Cabeça
ou Cabecel, é obrigado, in solidum, a responder pela pensão e
foros, cobrando-os dos mais pessoeiros e entregando-os, ele só, ao
direito senhorio.
Casamata
– Construção subterrânea abobadada para abrigar dos projéteis, pessoas,
material e munições; bateria imediata à cortina, para defender o fosso.
Cascavel
– Guiso; bagatela.
Casquilho
– Indivíduo que se veste de forma vistosa ou garrida, ou se arranja com esmero
considerado excessivo; janota.
Castelático
| Castellatico – Dizia-se do tributo
que os vassalos pagavam, ao senhor do castelo, para reparações deste.
Casteval – Alcaide de
castelo; Castelão.
Castijano – Castelhano. (Leal, Pinho.
Portugal Antigo e Moderno, Volume Segundo, pág. 200)
Catapulta
– Máquina militar antiga com que se atiravam pedras e setas.
Catar
- Buscar.
Catasta
– Instrumento de atormentar; espécie de cavalete. Lugar em que os escravos eram
postos à venda, entre os romanos. Cadafalso em que se torturavam os mártires.
Catele
| Catle – O mesmo que catre.
Catilinária
– Acusação violenta e eloquente. Figurado: descompostura. Do latim catilinarĭa-, «discurso sobre Catilina»,
patrício romano, 109-62 a. C.
Catual
– Funcionário público; intendente de negócios com o estrangeiro em alguns povos
do Oriente.
Catur
– Pequeno navio de guerra que anda à vela e a remo. (Índia).
Caudel
– O melhor que.
Caudelar
– Capitanear (gente de guerra).
Caúnho | Cônho – Penedo insulado e redondo, no meio de um rio.
Cauril
| Caurim | Coril – Corî dizem os negros da costa da Mina e na linguagem deles Corî é dente, talvez do tamanho e alvura
o deram ao marisquinho, ou búzio alvo, e dinheiro na costa d'África.
Cava
– Fortificação; fosso; caminho aberto na terra para cobrir os que trabalham na
trincheira.
Cáva: mulher perdida, concubina, rameira.
(Leal, Pinho – Portugal Antigo e
Moderno, Volume Segundo, pág. 215)
Cavaleiro
vilão – Que não era de linhagem e ia à guerra de cavalo, ou era
obrigado a mantê-lo segundo a contia de sua fazenda, dito aliás cavaleiro
acontiado.
Cavalgada
– Razia.
Cavalhadas – Torneio em que os concorrentes, a cavalo,
obtinham prémios, tocando, com paus ou canas, em objetos suspensos de cordas.
Festa ou cerimónia inspirada neste tipo de torneio.
Cavão – O mesmo que cavador. O que não tem bois nem vacas, e só com o trabalho
da enxada semeia o pão. Na Terra da Feira, aos pequenos lavradores, que não
tinham bois nem carros, se lhes dava o nome de cabaneiros.
Cavername
– Conjunto das cavernas do navio; popular: ossada; esqueleto.
Cavidar
– Acautelar; prevenir.
Cavilação
– Sofisma; ardil; astúcia. Ironia maliciosa. (latim cavillatio)
Caxem
– Atual Qishn, Iémen.
Ceilão,
ilha de – Antiga ilha que corresponde a atual Sri Lanka. Situada em 08ºN,
81ºE, ao sul da Índia. A Taprobana cantada por Camões.
Celamim
| Selamim | Salamim – A décima sexta parte do alqueire.
Cenóbio
– Convento de religiosos; habitação de cenobitas; comunidade religiosa.
Cerame
– Pequena habitação africana e asiática, cujo sobrado se firma em 4 troncos de
árvores, e cujo teto é formado de folhas de palmeira.
Cerame: lugar sombrio e
ameno. É a palavra árabe çarame derivada do verbo çarama, cortar
ramos para fazer uma cabana, ou cobrir algum lugar.) (Leal, Pinho, Portugal
Antigo e Moderno, Volume Segundo, págs. 240 e 241)
Cercoito
– O mesmo que circuito.
Cerveiro
– O mesmo que cérbero como se a pronúncia fosse cerbéro.
Cervilheira
– Capacete de malha de aço que protegia a cabeça e a nuca.
Cetra
– Antigo escudo dos Lusitanos.
Cevar
– Dar ceva a; tornar gordo; nutrir; fartar; enriquecer; pôr a isca em
(armadilha); verbo pronominal saciar-se. (do latim cibāre, «alimentar»)
Chacra
– Antiga arma d’arremesso usada na Índia.
Chaguer – Vaso do couro curtido, com determinada
composição para resfriar a água para beber e lhe dar um bom aroma.
Chalé,
rio – Beypore (Beipur), rio situado a sul e junto a Calecut.
Chalupa – Pequena embarcação
de um só mastro, para navegação de cabotagem. Barco de vela e remos.
Chambaçal
– Variedade de arroz asiático.
Chamelote
| Chamalote – Tecido grosso feito com pelos de camelo; tecido de pelo ou de lã,
geralmente misturado com fios de seda. Tecido cuja trama produz um efeito
ondulado, obtido pela calandragem.
Chamorro
– Tosquiado; nome que os castelhanos deram por desprezo aos portugueses,
ressentidos da batalha de Aljubarrota. D. João I de Castela dizia, que não
tivera tanto sentimento, se o vencera outra qualquer nação do mundo, mas que
não podia sofrer, que assim o derrotassem uns poucos de Chamorros. Se diz que naquele tempo davam esta alcunha aos maus
portugueses que seguiam as partes d'el-rei de Castela e vinham fazer guerra aos
seus compatriotas.
Champana
– Embarcação pequena da Índia.
Chan – Terreno plano;
planície. Carne da coxa (talho).
Chançarel
– Chanceler.
Chanesco – Mal trabalhado,
mal acabado, grosseiro.
Chantre
– Alto dignatário eclesiástico no cabido e numa catedral ou colegiada, que
correspondia a diretor do coro.
Chão salgado – «Segundo a nossa antiga legislação, os
crimes de regicídio, alta traição, parricídio, sacrilégio e outros de máxima
gravidade, não eram só punidos com a morte do reu, depois de horríveis
tormentos. (…) Os sequestros das propriedades dos criminosos (…) vinham a viúva
e os filhos innocentes, a ficar desherdados do que conscienciosamente lhes
pertencia e só herdavam a ignomínia que resultava do crime a que tinham sido
estranhos. (…).
Também nos crimes
gravíssimos, os cadáveres desconjuntados ou mutilados dos réus, eram
queimados e as cinzas lançadas ao mar. Se elles eram nobres, que tinham brazão
d'armas, eram estas picadas e destruídas. A lei, com estas
severidades, pretendia apagar a memoria do criminoso, mas não fazia mais do que
eternizar a lembrança do crime pela atrocidade do castigo.
As sentenças que mandavam
salgar o chão, depois de arrasadas as casas, prohibiam que alli se tornasse
a edificar, e o sal era para que aquelle chão nunca mais tornasse a dar
fructo.» (Leal. Pinho – Portugal
Antigo e Moderno, Volume Segundo, pág. 271)
Chapitéu
– Náutica: parte mais elevada da popa ou da proa do navio. Do latim capitellu-, diminutivo de caput, «cabeça; elevação», pelo francês
antigo chapitel, «capitel»
Charamela
– Antigo instrumento musical de palheta coberta; espécie de gaita; flauta
rústica; charanga. Do francês antigo chalemel,
hoje chalumeau, «cana; palha; flauta
campestre».~
Charneca – Terreno inculto e árido onde há apenas vegetação
rasteira.
Charque
(Brasil) – Carne bovina salgada e seca, cortada em tiras largas; prato reparado
com essa carne.
Charrua – (Náutica) Antigo
navio, grande, redondo, ronceiro, de três mastros, de grande porão, destinado ao
transporte de tropas, víveres, munições, etc.
Chatim
– Negociante pouco escrupuloso; traficante; velhaco. Do dravídico chetti, «mercador».
Chaveco | Xaveco – Pequena embarcação,
mal construída ou velha; embarcação ordinária.
Chersoneso (quer) – O mesmo que península. (do grego kersos,
e nesos, ilha)
Choça
– Casebre ou habitação humilde; choupana.
Choradeira | Pranteadeira
| Carpideira – Mulher a quem se
pagava, para ir com outras prantear os mortos. Mulher que anda sempre a
lastimar-se.
Choro
– Derramamento de lágrimas; coro.
Chorrar – Jorrar.
Chufa – Motejo; zombaria;
mofa; chocarrice; chacota; troça; dito picante, mordaz; gracejo impertinente;
remoque.
Cibório | Píxide – Vaso em que se
guardam as partículas (hóstias) consagradas.
Cimeira
– Capacete ou elmo; penacho ou outro adorno no capacete.
Cimitarra
– Espada de lâmina larga e curva; alfange. (Do persa shimshir, «espada», pelo castelhano cimitarra, «idem»)
Cíngulo – Cinturão de couro
revestido com placas de metal, usado pelos soldados romanos como insígnia e
elemento de defesa; qualquer faixa ou pedaço de tecido usado para cingir o
vestuário; cordão com que o sacerdote aperta a alva em volta da cintura e que
constitui símbolo de continência e pureza.
Cintemente
– Cientemente, com advertência, reflexão. Do que despende moeda falsa cintemente: sabendo que é falsa.
Cipo
| Cippo – Cepo, tronco de pau ou pedra
em que se entalham inscrições; tronco de alguma família. Coluna truncada que os
antigos punham em cima das sepulturas; coluna com inscrições usada para
divulgar decisões de interesse público; antigo marco miliário que consistia num
pequeno pilar; pequena coluna usada para demarcar terrenos, como estela
funerária, etc.; pedra tumular; estrado usado para suportar o esquife; tronco
duma família ou linhagem; cepa. (do latim cippu,
«poste; marco».
Cira – Mata, brenha, lugar
cheio de silvados e matagais. «À direita do Tejo e cinco léguas de Lisboa,
havia uma dilatada cira, ou mata, que el-rei D. Sancho I doou a D.
Raulino e outros flamengos, ano de 1200, para ali se estabelecerem e com as
maiores franquias. (…) Ora, segundo alguns dizem, xara é palavra arábica
que vale o mesmo que mata, e se destes matagais abundam naquele território de
Vila Franca, que muito lhe chamassem Cira, e hoje Xira, com a
mudança de uma só letra?...»
Ciranda
– Peneira grossa; crivo. Cantiga e dança populares. Do árabe çârand, de sarda, «peneirar; joeirar».
Cirne
– O mesmo que cisne.
Cistagano
– Situado aquém do Tejo, rio português. Do latim cis-, «aquém» +Tagu-, «Tejo» +-ano.
Citamente
– Acintemente, sabendo e por vontade (intencionalmente).
Cítara
– Instrumento de cordas, semelhante à lira, mas maior. Na Idade Média, guitarra
de quatro ou seis pares de cordas. Modernamente, espécie de psaltério, com
trinta e nove cordas. (Grego kithera)
Cividade – Cidade.
Civitas – Ver Ópido.
Clava – Pau curto terminado
em pera; moca; maça. Arma de Hercules; era um pau grosso para baixo, nodoso.
Claveiro
| Craveiro
– Dignidade, cujo ofício era ter a chave do convento. Fora da comunidade
tem a chave do cofre dos votos.
Codilhar
– Dar codilho a; desbancar; superar. Figurado: lograr; prejudicar.
Clérigo casado – Clérigo ordinando, antes de ter ordens sacras.
Casando antes de ser ordenado, continuava a ser admitido ao serviço da Igreja,
mas perdia muitos dos privilégios, que lhe dava o estado de solteiro. Os
clérigos minoristas casavam clandestinamente, depois, se queriam tomar ordens
sacras, negavam o casamento contraído sem testemunhas. (Leal, Pinho; Portugal
Antigo e Moderno, vol. 7º, pág. 291).
Cofo – Espécie de escudo ou adarga.
Cohorte – Parte duma legião
entre os romanos. Porção de gente armada. Magote. Corpo de gente da milícia
romana antiga, que constou de vários indivíduos, no tempo de Augusto;
compunha-se de 2 mil homens; depois variou o número; era capitaneada por um
tribuno.
Cohorte – corpo de tropas romanas formado de várias centúrias
(ordinariamente de 10), tendo cada uma destas, 100 soldados, d’onde veio o nome
e de centurião ao seu chefe (hoje capitão). (…) Também se dava o nome de
cohorte ao arraial ou acampamento de uma cohorte, e daqui a
corrupção ou contração para Corte. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e Moderno, Volume
Segundo, pág. 314)
Coisa
defesa – Coisa interdita.
Coita
– Sofrimento; infelicidade; desgraça.
Colaça
– A menina a respeito de outra criança, que mama aos mesmos peitos.
Colação | Collação - Concessão de
título, grau, etc. Ato de conferir. Trazer à colação: referir; vir à
colação: vir a propósito. Restituição à massa da herança dos valores
recebidos pelos herdeiros antes da partilha.
Colaço
– Diz-se dos indivíduos que foram criados com leite da mesma mulher.
Colar | Collar – Conferir benefício eclesiástico
a… Collar em algum benefício; conferi-lo em propriedade e para a vida do
beneficiado.
Colareja
– Regateira dos mercados de Lisboa; mulher de má vida; rameira; meretriz;
prostituta; amante.
Colheita – O mesmo que: procuração,
visitação, jantar, comedoria e parada. Imposição, ou cargo de
hospedagem, que se pagava ao rei ou senhorio, quando vinha ao lugar, uma vez
cada ano, e depois se pagou mesmo quando não vinha.
Collacia – Relação entre
colaços. Celeiro, armazém, tulha, adega, ou outro qualquer edifício em que os
frutos, ou outros quaisquer depósitos, ou provimentos, se põem a bom recado.
Collegiada | Colegiada – Corporação de sacerdotes, que
têm funções de cónegos, em que a igreja não é episcopal. Igreja onde há essa
corporação. Corporação de eclesiásticos que, com a obrigação do ofício coral,
se dedicam ao culto numa igreja, à qual foi concedido esse privilégio.
Color
– Colores retóricos: adornos, ornatos; pretexto: color de piedade; color de
mais honesto lugar.
Colubrina
– Arma de fogo, portátil, que disparava apoiada no ombro do combatente e numa
forquilha cuja carga era inflamada por uma mecha. Do latim colubrína-, «de cobra».
Comborça
– Manceba de homem casado.
Comedura
– O mesmo que comedoria; exigida dos mosteiros pelos fundadores ou deus
descendentes.
Comenda
– Antigo benefício que se dava a eclesiásticos ou a Cavaleiros das Ordens
militares. Porção de terras com que oficialmente se recompensavam serviços.
Distinção puramente honorífica, e correspondente a um grau da Ordem militar.
Insígnia de comendador.
Comendatário | Commendatário – Que frui benefício
de comenda.
Comesto
– Irregular; antiquado comido.
Comitre
– Oficial que superintendia nos forçados das galés.
Commũa
– Variação feminina do adjetivo comum.
Esta variação é mais análoga aos femininos de um, ũa; algum, algũa; nenhum, nenhũa.
Companhão
– Testículo; companheiro.
Compeçar
– Começar.
Compreição
– Compleição.
Comprender
– Achar culpado; compreender na devassa.
Compridamente
| Cumpridamente
– Completamente.
Comunal
– Comum; universal.
Comunalmente
– Comummente; ordinariamente.
Concelho – Antigamente se
tomou esta palavra no significado de Sínodo, Assembleia Eclesiástica e
Concílio.
Concluder
| Concludir | concrudir – Concluir.
Condapnar
– Condenar.
Condeça | Condessa – Pequena cesta de
vimes ou verga com tampa; mulher de conde ou aquela que recebeu título honorífico
correspondente ao de conde.
Conde-stable
– Estribeiro-mor; ofício militar assim na campanha como na marinha.
Condral
– Relativa ao condro.
Condro
– Designação científica de cartilagem.
Conezia
| Canonicato – As rendas do
canonicato. Dignidade ou funções de cónego. Emprego rendoso e de pouco
trabalho; sinecura.
Confaloneria
– Ofício de gonfalão ou confalão.
Confirir
– Conferir.
Congraçar – Reconciliar; tornar
amigo; pacificar; apaziguar; restituir à graça; à amizade; harmonizar-se;
conciliar-se.
Côngrua
– Antiquado: quantia concedida aos
párocos para se sustentarem, obtida por meio de derrama paroquial. Do latim congrŭa, feminino de congrŭu, «conveniente; congruente».
Conquerir
| Conquerer – Conquistar.
Consirar
– Considerar.
Constantinopla
– Atual Istambul, Turquia.
Cônsul
– Um dos supremos magistrados da república romana e na primeira república
francesa. Agente de uma nação, encarregado, em país estrangeiro, de proteger os
súbditos dessa nação, fomentar o respetivo comércio, etc.
Contenças | Conteenças – Trastes, móveis, utensílios
de pouco preço, mas indispensáveis para os usos domésticos, e sem os quais
muito mal se poderia servir e governar uma família.
Contenença
– Cortesia; moderação e continência de palavras e ações - boa disposição de
corpo e rosto; tom de voz; modos e gestos.
Contía
– Certa porção de dinheiro que os antigos reis honravam seus nobres e fiéis
vassalos.
Contingente
– Que é incerto suceder ou não; eventual; duvidoso; que não é essencial;
secundário.
Contino
– Contínuo; perpetuamente; sempre; continuamente.
Contorvado
– Perturbado.
Convento
– Divisão judicial do Império Romano. Assembleia convocada para a administração
da justiça nessa divisão judicial. (Latim conventus)
Convinhavelmente
– Razoadamente; ordinariamente; comumente.
Coonestar | Cohonestar – Dar um exterior e aparência
de honestidade; dar motivo com que a coisa feita deva parecer honesta.
Coorte – Parte de uma legião, entre os Romanos. Porção de gente armada. Magote.
Grupo de pessoas.
Copegar
– Cair, tropeçar, cegar-se de amor, deixar-se colher nas redes d’afeto ou
paixão; escorregar, deixar-se cair em feitos amorosos; claudicar.
Copete – Cabelo dianteiro
frisado; que se levanta e eriça na frente da cabeça. Poupa; topete.
Coracora
| Corocora
– Embarcação asiática de remo, da feição da fusta.
Corada
– Fingida.
Corazil
– Parte do porco que se pagava em pensão nos antigos prazos e forais; pano de
toucinho. (pelo Natal pagareis hum corazil de toucinho).
Corga
– Caminho estreito; sulco. Canal aberto pelas águas; regueiro. (do latim currŭga, «canais de água».
Corgo – Caminho
apertado entre montes. (do latim currŭgu, «canal de água»
Corifeu
– Chefe ou regente de coros, nas tragédias gregas; indivíduo principal de
um partido, classe ou profissão. O chefe dalguma seita, escola.
Coríntio – Relativo à cidade
Grega de Corinto. Uma das três ordens da arquitetura clássica (séc. V a.C.),
caracterizada por coluna com base, fuste (tronco) com caneluras e capitel com
duas filas de folhas de acanto, estilizadas.
Corrilho – Ajuntamento de
gente. Conciliábulo; reunião facciosa; mexerico; conluio.
Corro
– Cerco.
Coruchéu | Coruchéo – A parte mais
elevada duma torre; zimbório. Torre ou torreão que coroa um edifício.
Corveia – Trabalho gratuito
que era devido pelo camponês ao seu senhor ou ao soberano; trabalho árduo ou
imposto por outrem.
Cossairo
– O mesmo que corsário.
Cossolete
– Peito de armas, ou coiraça leve. Antiga armadura para proteger o peito. Corpete.
Cota
| Cotão – Armadura de coiros
retorcidos e atados, ou de malhas de ferro, que cobria o corpo.
Cote
– Com muita frequência, continuadamente e sem interrupção, – roupa ou vestido
de cote: que diariamente se traz.
Cotia
– Antiga embarcação asiática. Do guzerate cotiyum,
«idem»
Cotica – Heráldica. Peça estreita que
atravessa o escudo nos brasões.
Cotonia
– Lençaria de algodão.
Couce
– Retaguarda de um cortejo ou formatura. Tratamento agressivo; brutalidade.
Couceira | Coiceira – Peça de pau sobre que se volve a porta, gonzos,
dobradiças, quício. Faixa de madeira ou barra de ferro sobre que gira a porta e
onde se pregam as dobradiças ou gonzos.
Coudel
– Antigo capitão de cavalaria. Capitão de companhia de Cavalos.
Couraça
– Armadura de ferro, de peito e espaldar, talvez de coiro forrado a lâminas ou
malha de ferro.
Couto
– Terra coitada, defesa, privilegiada. Lugar de algum senhor em cujas terras
não entravam justiças d’el-rei; mas regia-se por seus juízes e tinha outros
privilégios. Asilo, refúgio. Couto de
malfeitores: cidade ou terra povoada, onde se coutavam ou recolhiam,
ficavam isentos da justiça por certos crimes. Devassar o couto: quebrar-lhe o privilégio, entrando nele as
justiças reais, por castigo ou por se averiguar que eram mal havidos por
coutos. Medida antiga, talvez o mesmo que côvado.
Cova
– Celeiro subterrâneo, a modo cisterna, que os antigos espanhóis chamaram silo
e os mouros matamorras.
Covão
– Covão de pintões (pintos grandes); galinheiro.
Covilheira
| Cuvilheira – Mulher que cuidava da
limpeza da roupa, perfumava os vestidos; cubilaria
ou camareira.
Coxote
– Parte da armadura que defendia as coxas.
Cramar
– Forma antiquada nos Açores de clamar.
Crasta
– Claustro. Em Portugal Antigo e Moderno – Volume Segundo (Leal, Pinho,
pág. 446), pode ler-se: «… castra ou crasta. Castra é o
arraial de todo um exército, com suas quatro portas (uma para cada um dos
quatro pontos cardeais, N., S., E. e O.) cercado de fosso. Ao arraial de uma só
legião (brigada) dava-se o nome de Castrum.»
Criz | Cris
– Punhal dos malaios; Sol eclipsado.
Cromeleque – Monumento megalítico
que consiste num conjunto de pedras ou menires, normalmente colocados em
círculo ou elipse.
Croque
– Náutica: vara com um gancho na
ponta para atracar barcos. Do frâncico krók,
«gancho», pelo francês croc, «idem».
Cubelo
– Obra da fortificação antiga; torreão em forma de cubo.
Cubiçar
– Cobiçar.
Cumpridamente
| Compridamente
– Completamente.
Cumpridoiro
| Compridoiro | Compridouro – Necessário; conveniente.
Çunda
(Sunda) – Fica no cabo da ilha de Sumatra (Sonda).
Cunta
– O mesmo que conta.
Cura – Sacerdote que pastoreia um pequeno povo. Coadjutor do pároco. Padre.
Curato – Igreja que tem
cura; benefício com ofício de Cura.
Curral
– Casa, ou residência honrada com todas as peças e quartos necessários.
Curugeira
– Pardieiro; povoação vil; sítio penhascoso e só próprio para criar corujas.
Cúspide – Extremidade aguda e
alongada (de algo); ápice.
Dachém
| Achém
– A provável origem do etnónimo Achém na língua portuguesa é o malaio daching, conexo com o chinês tá-tching, em que tching significa "pesar, medir o peso". Regista as formas
"Dachém" em 1532 e "Achém" em 1610, em português. Costuma
utilizar-se a forma original indonésia Aceh.
Daião
| Adaião | Deão – Decano (dignidade
capitular que preside a um cabido).
Dala – (Também se escrevia
«dalla») Sulco ou calha que dá vazão a águas ou outros líquidos. Espécie de pia
onde se lava a loiça. Terreno ou caminho entre montanhas. Cabo da rede das
armações de pesca de Peniche. Mesa de cozinha com tabuleiro de pedra ou lousa.
Dalmática
| Almatega
| Almática | Almatiga – Veste eclesiástica em que vão vestidos os diáconos
nas procissões, difere da casula em ter mangas curtas e cauda ou fralda
quadrada.
Dapífero
– Antiquado: aquele que servia à mesa. (Latim dapifer). No Portugal Antigo e Moderno – Volume Segundo (Leal,
Pinho), a págs. 464/465, pode ler-se:
«(…). Não se pode dizer com uma certeza incontestável, se dapifer (…)
era o trinchante, se o veador da casa real, se, finalmente, o mordomo
ou o copeiro-mor. (…). Julga-se, com algum fundamento, que os ofícios de
vedor e trinchante, estavam unidos, naqueles tempos, e que um e outro era
designado pela palavra dapifer, sendo estas funções depois divididas por
sujeitos diversos. (…). Desde o reinado de D. Sancho II, não vejo mais em
documento coevo o título de dapifer.»
Davandito
– O mesmo que sobredito. (Condensação de de + avante + dito)
De
besta – Montado.
De
praça – Em público.
Debadoura
| Dobadoura – Máquina onde se enfiam
as meadas abertas para se dobarem.
Debuxo
– Representação gráfica de um objeto pelos seus contornos ou linhas gerais;
esboço; risco. Projeto inicial de algo. Fig.
Plano, traça.
Decênviro – Cada um dos dez
magistrados que na república romana foram encarregados de codificar as leis.
Cada um dos dez cidadãos que, com o pretor, constituíam a magistratura
judicial, entre os romanos.
Decer – Descer.
Decúria – A décima parte
duma cúria militar. Grupo de dez. Classe de alunos mais adiantados duma escola,
dirigida por um decurião.
Decurião – Chefe ou diretor
duma cúria.
Dedignar-se
– Não se dignar; julgar indigno de si; ter desprezo por; rebaixar-se.
Defamamento
– Difamação; infamação.
Defeso
– Proibido; vedado; sítio defeso: onde
não se pode entrar, bem como na defesa, devesa; defendido, livre: o que se acolhe à Igreja, ou couto, fica
defeso das penas.
Defumar
– Expor algo ao fumo.
Deificar
– Incluir no número dos deuses; divinizar. Figurado: exaltar; sublimar. Do
latim deificāre, «idem».
Delancolia
– Desgosto, abatimento, tristeza profunda (acrimónia=azedume).
Deletério
– Que provoca perigo de vida; que destrói; nocivo à saúde; que corrompe e
desmoraliza (figurado). Do grego deletérios, «destruidor».
Deosa
– As divindades femininas do gentilismo; mulher a quem se adora.
Departir
– Conversar; praticar; distinguir; estremar; dividir; demarcar.
Derramados
– Dispersos.
Derrota
– O rumo que as embarcações seguem no mar; o caminho que se leva em demanda de
algum sítio, por mar e fig. por terra.
Des
– Desde.
Desagora – Desde já.
Dês-ahi
– Depois.
Desataudar
– Tirar do ataúde.
Descorrer
– Escorrer.
Desegurado
– Falta de segurança.
Desembargadamente
– Livre; sem embargo.
Desenxarciar
– Desaparelhar o navio das enxárcias.
Desferir
– Desfraldar; dar a vela ao vento.
Desmando
– Confusão.
Despeso – Despendido;
empregado; gasto.
Despoer – Explicar; dispor.
Despora
| d'Espora – Corresponda; acudir com a
resposta.
Destro
– Trazer cavalo a destro, vazio, para se for necessário; de destro: da direita; dotado de destreza.
Desvairadas
– Diferentes.
Determinança
– Determinação; sentença; decisão.
Deteúdo
– Detido.
Devandito – Sobredito.
Devassidade
– Devassidão.
Devesa
– Lugar cercado; mata cercada; quinta murada; soito; alameda que delimita um
terreno.
Di
– O mesmo que bis; o mesmo que dis; daí; diz.
Diácono – Clérigo que recebeu
o diaconado (ordem sacra inferior à de presbítero) e que não desempenha funções
de sacerdócio, mas de serviço, auxiliando o celebrante da missa, coadjuvando
nas atividades caritativas da Igreja, etc.
Digar
– Funcionário judicial na Índia portuguesa.
Dircurso
– Raciocínio, uso da razão, palavras com que se exprime o discurso mental; o
espaço de tempo que corre; decurso.
Diuturno – Que vive muito
tempo; que dura muito (do latim diuturnus).
Divedos
| Dividos – Laços parentais.
Parentesco de sangue ou afinidade.
Divo – Divino; deus; homem
divinizado; cantor notável.
Divodignos – Sociedade secreta
que havia em Coimbra e a que pertenciam os estudantes que, em 1828,
assassinaram os Lentes que iam em comissão apresentar-se a D. Miguel.
Dixe
– Ornamento de ouro ou pedrarias; enfeite; adorno feminino; brinquedo. Do
castelhano dije, «joia».
Dizimento
– Ato de dizer.
Doairo
- Desdém.
Dobre
– Dobrado; duplicado; fingido; que revela diferentes sentimentos, segundo os
fins que persegue; ato de dobrar os sinos; repetição da mesma palavra ou
fórmula em certos lugares de uma estrofe.
Dobrez
– Falta de sinceridade; fingimento; qualidade de quem é dobre.
Docto
– Doutrina; doctor; doutor; douto.
Dões
| Doens – Dons.
Doesto
– Insulto; injúria; acusação injuriosa; vitupério.
Doge
– Magistrado superior das antigas repúblicas de Veneza e Génova. Do latim dŭce-, «chefe», pelo italiano doge, soberano de Veneza ou de Génova.
Dólmen – Monumento megalítico
composto por pedras dispostas em forma de mesa gigantesca; anta.
Doma
| Edoma – Semana.
Donaire
– Garbo; gentileza; elegância; graça. Do latim tardio donarĭu-, «donativo», pelo castelhano donaire, «donaire; gentileza; galhardia».
Donatário – Pessoa que aceita
ou recebeu uma doação. Aquele que recebia um terreno para povoar, explorar e
administrar.
Donato - Leigo que servia
num convento de frades, e que de frade só tinha o hábito.
Dórico - Relativo aos
Dórios. É uma das três ordens da arquitetura clássica (séc. VII a.C.), caracterizada por coluna sem base, fuste (tronco) liso ou provido de
caneluras, capitel (parte superior) com ábaco liso, quadrado e friso com tríglifos
e métopas.
Doroso
– Doloroso.
Dorsel
– Dossel.
Dulcidão
– Doçuras.
Duunvirato | Duumvirato – Magistratura servida por dois oficiais, entre
os Romanos.
Duúnviro | Duúmviro – Cada um dos magistrados romanos que
funcionavam juntamente.
Ebridade
– Embriaguez; bebedice.
Echacorvo
| Ichacorvo – Pregador que andava
pelas pequenas povoações, fazendo homilias e recolhendo esmolas.
Edícula – Pequena casa. Nicho
para imagem de santos. Oratório.
Edoma
| Doma
– Semana.
Égide
– Escudo; couraça; figurado: defesa; proteção; amparo; salvaguarda. (do grego aigís, -ídos, «escudo de Zeus», pelo
latim ӕgĭde-, «escudo de Júpiter;
escudo de Minerva»)
Egresso
– Indivíduo que abandonou o convento, que saiu de alguma comunidade,
especialmente religiosa; que se afastou de em grupo; saída; retirada.
Ei – O mesmo que eu.
Eichão
| Ichão | Uchão – Despenseiro;
caixeiro; o que tinha à sua conta a ucharia real.
Eido - Pátio. Quinchoso.
Quintal junto a uma casa. Lugar ocupado por uma pessoa ou coisa. Lugar que
compete a uma pessoa ou coisa. Eito.
Eirádega | Eirádiga – Pensão que antigamente pagavam os enfiteutas aos
senhorios, e que variava segundo as cláusulas dos aforamentos e contratos.
Elche
– O arrenegado; o cristão que se tornou mouro.
Electuário
| Leituário
– Medicamento composto de pós e extratos vegetais misturados com mel e
açúcar.
Ello
– Ele; isto; isso; aquilo.
Elmete
– Pequeno elmo; morrião.
Elmo
– Antiga armadura para a cabeça. Espécie de capacete.
Em
rosto – Em frente.
Emader
| Enader
– Acrescentar alguma coisa mais ao que já estava dito.
Emavessar
| Emavesar – Dar com alguém do avesso,
desorientá-lo; transtornar os seus projetos; perdê-lo; distraí-lo com o engano;
destruí-lo; derrotá-lo.
Embaimento
– O estado do que não forma verdadeiro conceito das coisas, mas engana-se com
mentiras, embustes, aparências.
Embair
| Embelecar – Induzir em erro com
embaimentos, imposturas; embelecar.
Embrechado – Incrustações de
loiça, vidros, conchas, pedrinhas, etc., com que se enfeitam as paredes de
grutas, jardins e cascatas. Embutido. Pessoa importuna; empecilho; estorvo.
Também se escrevia embrexado.
Embude
| Ambude – Ferrolho; funil.
Embuizar
– Curvar como o arco do buis; atochar; embutir.
Emburilhada
– Embrulhada.
Ementes
| Ementres – Enquanto; entretanto.
Emético
– Que provoca vómitos; emetizante; substância que provoca o vómito, vomitório.
Do grego emetikós, «vomitório», pelo
latim emetĭcu-, «idem».
Empachar
– Embaraçar, impedir, obstruir, estorvar, perturbar, enlear.
Empadezado
– Cobrir com padês (pavês).
Emparamento
– Enfeite; adorno.
Emparedada
| Emparedeada | Empardeada – Desde séc. XII até séc. XV, se achavam em Portugal
muitas emparedadas. Eram mulheres varonis, que desenganadas inteiramente do
mundo, se sepultavam em vida numa estreita cela, cuja porta no mesmo ponto da
sua entrada se fechava com uma pedra e cal, e só por morte da inclusa se abria,
para ser levada finalmente à sepultura.
Empavezado
| Apavesado – Coberto com pavês
(escudo que cobria quase todo o corpo).
Empenoso
– Alto; soberbo; grande; levantado.
Empero
| Emperol – Porém; todavia; contudo;
posto que.
Empicotar
– Por no pico, no picoto, no cume. Prender, espetar na picota. Fig.: expor à irrisão
ou à vergonha. (de picoto e picota)
Empolgadeira
– Buraco em que se enfiava a corda no extremo do arco da besta.
Empolgadura – O mesmo que empolgadeira.
Empoz
| Empolos – Após os; depois os; depós
os.
Emprazar – Intimar para
comparecer, em certo prazo, na presença das autoridades. Marcar prazo a. Ceder por
contrato de enfiteuse. Fig. Dar aviso ou ordem para que alguém se
justifique, faça declarações ou pratique certos atos. Empatar, fazer estorvo a.
Cercar para que não fuja (a caça).
Empréstido
– Empréstimo; ordem.
Empuxar
– Atrair com força; arrastar; impelir; empurrar; induzir.
Emsembra – Juntamente; emsembra com meu filho Rei D. Sancho faço Carta de… (o mesmo que sembra,
ensembra ou em sembra).
Enagenação
– Alienação.
Enalhear
– Alienar; alhear.
Encalçar
– Seguir ao encalço por terra ou por mar; alcançar.
Encanecido
– Que tem cãs; alvo; envelhecido; figurado: experiente.
Encavalgadura
– Cavalgadura.
Encendimento
– Incêndio; cor afogueada e vermelha que causa calma; a paixão; a inflamação;
acendimento que veio ao rosto.
Encolheito – Encolhido.
Encorrer
| Incorrer – Ir dar; correndo para
coisa onde se vai dar; odiar-se na censura, ficar ligado a censura; cair na indignação
de alguém; em perigo.
Encouto – Multa ou pena
pecuniária imposta por certas leis, que proíbem o uso de armas defesas, de
bestas muares, etc., as quais leis mandam tomar, ou em lugar delas certas
multas, e assim os que entram como não devem, ou fazem o que é defeso, em
coutos ou coutadas, e infringem privilégios.
Enculca
| Inculca
– Perseguição, vigia, informador, pesquisa.
Ende
– Palavra que equivale a: dele(s), dela(s);
juntamente; daí. Pron.: isto, este motivo. fazem ende honras, i.é., fazem delas
honras. (Do latim inde)
Endoenças
– Dores, paixões, padecimentos; quinta,
sexta-feira de endoenças, das paixões, ou dores do Redentor.
Energúmeno
– Pessoa que, dominada por uma obsessão ou fúria, pratica disparates. Figurado:
desprezível, ignorante. Antiquado:
possuída pelo demónio; possesso. Do grego energoúmenos,
«possesso», pelo latim energumĕnos,
«possesso do demónio».
Enfesto
| Infesto
– Cumeada; cumeeira; picoto.
Enfitêutico
(enfiteuse) – Convenção pela qual o
proprietário de um prédio transfere para outrem o seu domínio útil contra o pagamento
de uma renda ou foro; aforamento; aprazamento. Do grego emphýteusis, «enxertia», pelo latim emphyteŭse-, «enfiteuse; contrato».
Enflorecer
– Criar flor.
Enfraquentar
– Enfraquecer.
Enfrear
– Pôr o freio a; refrear; reprimir; conter; domar; moderar-se; dominar-se;
controlar-se. Do latim infrenāre,
«idem».
Engargantar
– Emperrar-se (a bala) no cano da espingarda, em vez de descer à culatra.
Enquerer
– Inquirir.
Ensembra – Juntamente; de comum acordo, consentimento e
vontade (o mesmo que sembra, emsembra ou em
sembra).
Ensoberbado
– O mesmo que ensoberbecer: tornar soberbo ou arrogante; tornar ufano,
orgulhoso; envaidecer; alterar; encrespar.
Ensosso
| Ensoço – Insípido; parede ensossa:
de pedras assentadas sem serem ligadas com cal ou argamassa.
Ensujentar
- Sujar.
Entejar
– Ter fastio, tédio; aversão a alguma coisa; aborrecer; desaprovar.
Entena
- O mesmo que antena.
Entrelunho
| Enterlúnio | Interlúnio – Tempo que decorre entre em que a lua, decrescendo,
deixa de ser vista e aquele em que reaparece.
Entremetera
– Aventurara.
Entremez
- Drama pequeno que se representa entre atos da comédia, ou tragédia e, depois
talvez, depois da comédia ou tragédia; tomar
alguma coisa para entremez: para objeto de riso, zombaria ou ridículo;
curta composição teatral jocosa ou burlesca; farsa; coisa ridícula.
Entrepoimento
– Interposição, tempo, ou causa que se mete de permeio.
Envez
– Parte de alguma coisa oposta ao rosto; o avesso; às avessas; representar as
coisas ao contrário do que são.
Enxalçaria
– Engrandeceria.
Enxara
– O mesmo que matagal, mata, deserto despovoado e sem cultura; charneca.
Enxárcia
– Náutica: conjunto de cabos fixos
que prendem os mastros e os mastaréus da gávea às mesas de guarnição situadas
nas amuradas dos navios. Do baixo grego exártia,
plural de exártion, «cabo».
Enxebre
– Bruto; estúpido.
Enxemprado
– Dado, ou reduzido a escritura pública, copiado em pública forma.
Enxergadamente
– Claramente.
Enxerir
| Inxerir – Inserir.
Enxobregas
– Formula antiga de Xabregas, antigo
mosteiro de Lisboa.
Eperador/Eperatriz – Imperador/imperatriz.
Epigrama
– Literatura: breve composição
poética, com um remate de engenhosa agudeza, de conteúdo gnómico, irónico ou
satírico; dito picante. Antiquado:
inscrição em prosa ou verso, na face de um monumento.
Epítome – Resumo de um livro;
sinopse; súmula; compêndio.
Eramá
| Aramá
– Em má hora; hora má.
Ergo | Eigo – Termo lat., de concluir.
Ergo – antiq. exceto; salvo. (não pode demandar ergo se for fora da
terra). Mas; pois; portanto.
Escâimbo
| Escãibo – Escambo; troca; permuta.
Escala
– Escada.
Escaler – Pequeno barco de quilha, ordinariamente de remos
e vela, com toldo, para serviço de um navio, de uma repartição ou estação
pública.
Escança
| Esquença
– Andança; fortuna; sorte; acontecimento; dita.
Escapulário – Parte do vestuário
monástico que cai sobre as espáduas e o peito; distintivo pendente do pescoço
sobre o peito, ou sobre o peito e as costas, próprio de certas confrarias;
objeto de devoção constituído por um fio que une dois quadrados pequenos
benzidos, geralmente de pano, para colocar ao pescoço, ficando um deles sobre o
peito e o outro sobre as costas; bentinhos.
Escaques
– Divisões quadradas do escudo, mas em cores alternadas; os quadrados do
brasão, como os tabuleiros de xadrez, mas em cores alternadas.
Escarcela
– Bolsa de couro que se prendia à cintura; parte da armadura que se prendia à
couraça e que ia da cinta ao joelho.
Escarcina
– Alfange dos Persas.
Escarlata
– Tecido escarlate, ou de cor vermelha.
Escatema
– Paixão; escândalo; referta; engano; fraude; cautela.
Escoldrinhar
| Escudrinhar – Esquadrinhar;
investigar; procurar com diligência; analisar minuciosamente; procurar.
Escorva
– Parte da arma em que se coloca a pólvora; porção de pólvora que comunica o
fogo à arma.
Escovém
– Orifício circular, no costado do navio, por onde passa a amarra.
Escozer
– Maltratar ou ferir com arma branca; trespassar; varar.
Escrivão
da puridade – Principal notário da casa real, depositário dos segredos
do gabinete do monarca, punha vistos nos alvarás, tinha em sua mão a chancela
do soberano p/não pararem os despachos por impedimento; este o ofício de maior
importância; era o que hoje são os ministros/secretário de estado.
Escuitar
– Escutar; espiar.
Esculca
– Sentinela noturna; guarda avançada; vigia assalariado.
Escuna – Embarcação de dois
mastros, com velas latinas no da popa e velas redondas no da proa, e sem
mastaréu de joanete.
Escusa
– Dispensa.
Esguardar
– Atender; considerar; ter respeito; ter cuidado, cautela; resguardar-se.
Esmar
– Calcular; orçar; avaliar a esmo; conjeturar.
Espalda
– Retaguarda.
Espalhafato
– Peça d'artilharia antiga, assim chamada porque fazia grande esborralhada no
inimigo.
Espata
– Espada larga de dois gumes e sem ponta.
Espatário
| Spathario – Gladiador; soldado do
corpo da guarda dos soberanos bizantinos. Soldado armado de espata. (Latim Spatharius)
Espedição
– Expedimento; expedição.
Espedimento
– Despedida dos que se apartam.
Esprital
– Hospital.
Esquença
| Escança – Andança; fortuna; sorte;
acontecimento; dita.
Estadio | Estádio – Arena para jogos públicos. Antiga medida itinerária,
equivalente a 41,25 metros.
Estança
– Estada; parada; estância, lugar onde se para; o mesmo ou melhor que estância;
dizia-se boa ou má estança pela boa ou má reputação que alguma obra, ação ou
discurso rendia ao seu autor.
Estanco – Loja em que se
vende tabaco. Monopólio autorizado de algum ramo de comércio. Onde se vendem
artigos estancados (estanque).
Estantes
– Residentes.
Estáo
| Estau – Estalagem; pousada;
albergue.
Estardiota
– Ant. brida. Processo de cavalgar estendendo bem as pernas, contrário ao de
gineta. Cavaleiro do Levante que outrora exercia a sua atividade como batedor
de estrada. Soldado de cavalaria ligeira às ordens de Carlos VIII de França
(1483-1498), na expedição a Nápoles.
Estim | Estil | Styl
– Astil, medida.
Estipêndio – Retribuição por
serviços prestados; quantias pecuniária, sujeita a regulamentação pela
autoridade eclesiástica competente, que os fiéis dão ao sacerdote, para que
aplique a celebração eucarística por determinada intenção.
Estória – História de
carácter ficcional ou popular; conto, narração curta.
Estoutro
– Determina o objeto que é ali presente e próximo a quem fala e o mostra, mas
diverso de outro semelhante.
Estramazão
– Antiga e larga espada de dois gumes. (do italiano stramazzone)
Estremança
– Divisão; demarcação; partilha.
Estrinque
– Os cordoeiros em fazer guindarezas (cabos de guindastes).
Estro – Furor; entusiasmo
poético; veia poética; fantasia rica; inspiração.
Estroso
| Astroso
– Infeliz, desgraçado, e que nasceu em má estrela; usado; mofino; funesto;
fúnebre; idiota; lunático.
Estruir
– Destruir.
Estrumento
– Instrumento; escritura autêntica, feita ou dada em pública forma.
Estrupo
– Barulho; rumor; estrondo; arruído; tumulto; tropel; confusão; violação.
Éthico
| Etico | Ética
– O doente de hetiguidade: doença que vai consumindo o corpo, sem febre. Outros
dizem que é acompanhada de febre (febre ética); quando está fraco, sem forças,
pode pouco, está sem energia.
Ethiguidade
– Doença que vai consumindo o corpo, sem febre. Outros dizem que é acompanhada
de febre e dizem febre ethica, ou tísico.
Eulógias – Fragmentos de
pão que os primeiros cristãos levavam para a celebração, nas Missas. Pão bento
que, por caridade, se distribuía em domingos aos fiéis, nas igrejas.
Exação
– Extremo rigor na cobrança e arrecadação de contribuições; ato de um recebedor
exigir mais do que é devido; figurado:
desvelo; pontualidade; exatidão. Do latim exactiōne-,
«exação; cobrança».
Exautorar – Tirar a autoridade a… Privar do cargo, de honras.
Depreciar. (latim exautorare).
Exceição
– O mesmo que exceção.
Exerdar
| Exherdar – O mesmo que deserdar.
Exido
– Terreno inculto à saída das cidades, vilas; que serve de pasto, ou pastio do
comum e concelho. (terreno baldio)
Exostra
– Ponte corrediça que se estendia, das torres móveis até às muralhas, e pela
qual passavam os soldados que iam combater a praça. (do latim exostra)
Experto
– Experimentado, que sabe e tem facilidade de dizer ou fazer alguma coisa por
uso e frequência de a fazer.
Faca
– Cavalo pequeno e membrudo.
Facanea – Cavalo pequeno em
que comummente cavalgam senhoras; um faca.
Facha
ou Tea
– Toda a qualidade de lenha de pinho, que também se diz facha.
Fachinar
| Faxina
– Atulhar, encher com faxina;
fazer em faxina ou feixes os ramos, rama, bicadas.
Factótum
– Faz-tudo; indivíduo que tem a seu cargo todos os negócios de alguém; mordomo;
administrador. Do latim fac totum,
«faz tudo».
Falárica
| Phalárica – Sorte de lança que
levava juntamente uma bola, ou tromba, ou manga, cheia de materiais
inflamáveis, para pôr fogo onde se pregava o seu grosso ferro, atirada por
grandes bestas de torno. (latim falárica)
Falcão
– Canhão de 3 polegadas de diâmetro.
Falcata
– Arma antiga, formada de uma haste, encimada por uma espécie de foice.
Faldão
– O mesmo que fraldão.
Falimento
– Omissão; falta - morte; falecimento - pecado; culpa.
Falua – Embarcação de vela latina tradicionalmente utilizada no transporte de
passageiros e mercadorias no Tejo, media aproximadamente 15 metros de
comprimento, podendo ter 1 ou 2 mastros inclinados à ré e 2 a 3 remeiros.
Fâmulo – Servo; criado. Funcionário subalterno de uma
comunidade religiosa ou tribunal eclesiástico. Clérigo que acompanha um prelado.
Caudatário. Pejorativo: pessoa subserviente.
Fanão – Antiga moeda indiana, anterior à conquista portuguesa.
Fanga
| Fanega – Praça ou lugar público em
que se vendia o pão por uma medida Fanga,
que levava 4 alqueires (mais antiga 6 alqueires).
Fano – Pequeno templo
antigo. Santuário. Templo de idolatria.
Faraute
– Intérprete; arauto; corretor e medianeiro de negociação; guia; chefe; cabeça
de alguma empresa.
Fastígio - O ponto mais
elevado; píncaro; cume. Auge. Eminência. Sublimidade. Ornato que se colocava no
alto dos templos romanos. (Fastigium)
Fateosim
| Fateusim – O mesmo que enfitêutico. O mesmo que enfiteuse.
Fatimitas –
Tribo árabe que, na idade média, constituía um império no Magreb. Dinastia islâmica
que governou regiões do Norte de África entre 909 e 1171.
Fato
– Bens móveis, como roupas, e outros; nº de cabras que se apascenta; diz-se por
manada ou rebanho.
Fátuo
– Que tem fatuidade; presumido; pretensioso; frívolo; ignorante; néscio; insensato;
que só dura um instante; passageiro; efémero. Do latim fatŭu-, «estúpido; extravagante».
Favoreza
– Favor; benefício; mercê.
Faxina
| Fachinar – Atulhar, encher com faxina; fazer em faxina ou feixes os
ramos, rama, bicadas.
Fazer
portais – Brechas.
Femença
| Efemença – Desconfiança, suspeita;
atenção.
Fementido – Que mente e
falta à fé dada, à fidelidade. Ardiloso; pérfido; perjuro. (De fé + mentido)
Feminto
– Perjuro.
Férula
– Castigo; severidade, autoridade.
Fervilhar
– Ferver frequentemente; agitar-se com frequência; aparecer ou concorrer em
grande número; mexer-se de um lado para o outro; andar numa roda-viva; tratar
de muitas coisas.
Feudo
– Domínio concedido pelo suserano ao seu vassalo, em troca de obrigações de
fidelidade (nomeadamente por parte do suserano e prestação de serviços ou
pagamento de um tributo por parte do vassalo); conjunto dos servos de uma
propriedade feudal; vassalagem feudal; posse exclusiva.
Ficadas
– Compungidas.
Fieldade
– Fidelidade.
Fiir
– Do latim finir; acabar.
Filhar – Adotar; defender; adotar como
filho; perfilhar; (planta) deitar rebentos. Tomar posse pela força; agarrar;
filar. Apoderar-se de terrenos abandonados para os cultivar. Tomar; apreender.
Finta – Tributo real pago
do rendimento da fazenda de cada súbdito; de ordinário se impõe para obra
pública ou por ocasião de guerra. Também põem ou lançam fintas as Câmaras, com
licença d’el-rei.
Firmal
– Peça com que se prendiam os golpes dos vestidos antigos; relicário de pé
largo com figura de custódia, ou porta-paz, em que se guardam as relíquias que
merecem os nossos cultos; também se tomou por selo com que as cartas ou papeis
se firmam.
Fiúza
– Fé, confiança; esperto, finório.
Foão
– Fulano; homem cujo nome não se declara.
Fojo
| Foio | Foyo
– Cova funda, cuja abertura se tapa, para nela se apanharem, vivos, animais
ferozes. Cova semelhante, que se faz durante a guerra, para colher inimigos.
Caverna; gruta.
Foral – Lei que o
conquistador ou fundador dava à cidade conquistada ou edificada acerca de,
polícia, tributos, juízo, privilégios, condição civil, etc. Carta de lei que
regulava a administração de uma localidade, ou que concedia privilégios a
indivíduos ou corporações. Título de aforamento de terras.
Foramontão – Designativo de
povoado que pagava foro de montaria; lugares ou casais e enfiteutas, que
pagavam foro de montaria ou serviam os senhores nas montarias. Casa ou lugar
que pagava foro imposto sobre as casas de prostituição.
Formigão – Mistura de cal, saibro e cascalho para construções.
Fornizio – Coito
pecaminoso. Fornicação pecaminosa entre não-casados.
Foro
– Na Roma antiga, praça pública onde se realizavam os atos mais importantes da
vida do povo romano (mercados, julgamentos, etc.); fórum. Pensão determinada
paga ao senhorio direto pelo titular do domínio útil de prédio ou propriedade,
conforme o estabelecido no contrato (enfiteuse); domínio útil de um prédio;
encargo ou despesa usual ou obrigatória; privilégio ou imunidade estabelecidos
por lei ou pelo tempo; tribunal judicial; competência de um tribunal;
jurisdição; alçada; competência; direitos; privilégios.
Forol
– O mesmo que farol.
Forrejar
– Andar à pilhagem.
Forro
– Desobrigado, isento. Que saiu da escravidão, liberto; que não paga foro nem
direitos, livre; que teve alforria; liberto; livre; desobrigado.
Fossado
– HISTÓRIA: serviço militar medieval cuja prestação respeitava normas
estabelecidas pelo foral ou pelo costume da terra; incursão ou investida
militar sobre território inimigo, na Idade Média.
Fota – Tela fina, listrada
com cadilhos, que se enrodilha na cabeça a modo de turbante; touca mourisca;
turbante.
Fouteza
| Afouteza – Confiança em si;
animosidade; ardimento; destemor.
Fouveiro – (cavalo) cuja pelagem é castanho-clara malhada de branco. O mesmo que
ruivo.
Frangue
– Europeu, nome que os mouros dão aos franceses, espanhóis, portugueses e
italianos.
Frasca
– Louça de mesa ou de cozinha; trem; baixela; provisões; bagagem.
Frautar
(a voz) – Pronunciá-la baixa, menos forte, para não se ouvir muito.
Frautar
(o órgão) – Tapar os registos ou servir-se de engenho para saírem as vozes mais
pianas e doces, trazidas a metáfora da frauta doce, ou doçaina.
Friável – Quebradiço; que se
parte ou esboroa facilmente. Diz-se da rocha que se desfaz com facilidade.
Frictor
– Peça de cobre com que se incendia a escorva nas bocas de fogo (latim frictus)
Frisão | Frizão - Cavalo forte e
corpulento, cuja raça é originária da Frísia, Países Baixos.
Frol
– Flor; escuma (espuma) do mar.
Frolenças
| frolyées – O mesmo que florins, moeda de ouro puro que se começou a lavrar em
Florença.
Froncil
– Espécie, ou sorte de lençaria antiga. Lenço de pregas.
Frontar
– Instar; requerer; propor; denunciar alguma coisa; afrontar.
Fruxo
– Frouxo; fluxo; diarreia; fruxo de riso: risada longa sem interrupção.
Fumadego | Fumagem – Censo, tributo ou pensão que o direito
senhorio recebia de todas as casas dos seus vassalos, ou colonos, prescindindo
de nelas acenderem o fogo ou fazerem fumo; porque o comum e regular era
acendê-lo. Antigo imposto sobre as casas onde se acendia o lume.
Fundibulário
– Indivíduo que combate com funda. Fundeiro.
Fusta
– Embarcação longa e chata, de vela e remos, de um até dois mastros e de porte
até 300 toneladas. Serviu de carga ou na guerra.
Gaaçar
– Ganhar, adquirir.
Gage
– Coisa que se dá em penhor; nos duelos antigos era uso lançar uma luva
ensanguentada em sinal de desafio, ou mandar alguma peça como uma espada.
Galdrope | Gualdrope - Cabo fixo à cana do
leme para auxiliar o manejo deste. (veja aldrope)
Galé – Antiga embarcação
de baixo bordo que anda à vela e com 15 até 30 remos por banda, a cada um dos
quais corresponde um banco com 4 ou 5 remeiros; leva um canhão grande, chamado
coxia, e outros, poucos, menores.
Gálea
– Antigo capacete de guerreiro; elmo. Capacete de coiro. (do latim galea)
Galeaça – Galé grande de três
mastros com velas bastardas, que leva 20 canhões e tem lugar na popa para muitos
fuzileiros.
Galeota – Galé de dois
mastros e de alguns canhões pequenos; tem 16 ou 20 remos por banda e em cada
banco um só remeiro.
Galeote – Remador de galé;
condenado às galés. Espécie capa antiga.
Galilé – Cemitério destinado
ao enterro de pessoas nobres, em alguns conventos. A parte alpendrada dos claustros.
Recinto coberto, suportado por pilares ou colunas, geralmente adossado ao corpo
de uma igreja, que constituía uma entrada alternativa e lateral à entrada principal
e um espaço destinado à celebração de assembleias de fiéis. Regionalismo:
bando de garotos.
Galveta
– Pequena embarcação veleira da Índia.
Gançar
– Ganhar; lucrar.
Gancar
| Gancaria – Lavrador indiano que cultiva terras que arroteou. Cobrador de rendas
na Índia.
Gardingo – Nobre visigodo
que exercia altos cargos na corte dos príncipes. Desembargador d’el-rei.
Gargalheira
– Corrente ou forquilha com que se prendiam os escravos.
Garnimemto
– Guarnecimento.
Garotil
| Gorotil – Parte superior de vela do
navio em que há os ilhós onde entram os envergues. Envergue: cabo que prende a
vela à verga.
Garoupés
| Gurupés – Mastro que vai meio
deitado ou lançado obliquamente sobre a proa do navio, ou a sua roda de proa.
Garrocha
– Pau com ponta de ferro.
Garrucha
– Pau curto com que se armavam as bestas. Antigo instrumento de tortura. Naut. Argolas de ferro pregadas no
garotil das velas latinas. Cabos que se metem nas relingas por entre chicotes.
Gasalhado
| Gasalho – Agasalho, hospedagem.
Gastadores
– Sapadores.
Gata
– Máquina militar de grossos madeiros, a coberto da qual subiam os muros.
Gauros
– Povos espalhados pela Pérsia e na Índia, que professam religião particular.
Gelva
– Barco pequeno usado no mar Roxo.
Gentar
– Jantar.
Germano – Que ou aquele que
procedeu do mesmo pai e da mesma mãe; que ou aquilo que não foi alterado; puro,
verdadeiro. Relativo aos Germanos; alemão.
Geso
– Lança pesada e comprida dos Gálios.
Gibanete
– Antiga armadura de ferro, malha de aço ou tecido encorpado e dobrado.
Gibão – Vestidura antiga
que cobria os homens desde o pescoço até à cintura. Colete. Espécie de casaco
curto que se veste sobre a camisa. Veste de couro usada pelos vaqueiros.
Gilvaz
– Golpe, ou cicatriz no rosto.
Gineta
– Sistema de equitação com estribo curto; posto de capitão; antiga insígnia de
capitães.
Ginete
– Cavaleiro armado de lança e adarga; cavalo pequeno, de boa raça, esbelto e
ligeiro.
Giolhos
– Joelhos.
Giraçal
– Arroz; o de melhor espécie que se produz na Ásia.
Girofalco | Gerifalte | Gerifalto
– Ave de rapina diurna, da família dos falconídeos, nativa das regiões árticas
e rara em Portugal. Pode apresentar plumagem de cores diversas, sendo a de
tonalidades brancas e acinzentadas a mais comum.
Gládio
– Antiga espada curta, robusta, de lâmina larga com dois gumes, usada
especialmente pelos legionários romanos. (Do latim gladĭu, «idem»)
Gocete
– Peça da armadura que se ajustava por debaixo dos braços.
Goiva
– Agulha com que o artilheiro desimpedia o ouvido da peça.
Goliardo – Diz-se de quem,
ou indivíduo que, na Idade Média, possuía certa formação intelectual
(geralmente clérigo ou estudante boémio) e que vivia de esmolas, como trovador
ou jogral, destacando-se pela produção de versos ou canções de teor satírico ou
amoroso; diz-se de quem frequenta tavernas ou leva vida desregrada.
Gomil
– Jarro de boca estreita, para lavatório. De agomil.
Gonfalão
– Antiquado: pendão ou estandarte de pontas pendentes, próprio para ser
suspenso numa barra transversal, usado sobretudo em contextos militares ou
religiosos.
Gonfaloneiro
– Cargo de certas terras d'Itália: o que leva a bandeira da República, como
entre nós os alferes das câmaras ou capitães da cidade.
Gorjal
– Parte da armadura, para defesa do pescoço.
Gouver
– Jazer; estar; residir; jouver.
Gouvir
– Gozar, desfrutar; aproveitar-se de alguma coisa.
Gradelhas
– Espécie de malha rara na armadura antiga. (Do latim craticŭla, «grade pequena»)
Grande
peça – Grande espaço.
Grandor
– O mesmo que grandeza.
Grevas
| Grebas – A parte da armadura que
cobria as pernas, do joelho para baixo.
Grilheta
– Anel de ferro na extremidade da corrente a que se prendiam os condenados a
trabalhos forçados; condenado a trabalhos forçados.
Groza – O mesmo que glosa;
interpretação; anotação; comentário, etc.
Gualdrapa – Espécie de manta
que se estende debaixo da sela, pendendo dos lados; xairel. Grandes abas de um
casacão.
Guarda-mor – Oficial militar, capitão de 20 homens da
guarda d’el-rei. Era o primeiro, depois do mordomo-mor. Fidalgo a quem competia
a guarda do rei.
Guarecer
– Convalescer, sarar, refazer-se dalgum dano - escapar, refugiar-se,
amparar-se, defender-se.
Guarnimento
| Guarnimentos – Peça para guarnecer;
guarnição. Peças de guarnecer, aparelhar.
Guça
– Pressa; atividade; diligência.
Gué
| Guer – Antiga possessão de Santa
Cruz do Cabo Gué (Agadir) (Cap Ghir ou
Rhir)
Guéche
– Madeira forte; pau-ferro.
Guilda
– Associação corporativa medieval que agrupava os indivíduos do mesmo ofício
(mercadores, artesãos, etc.) para fins de assistência e interesses comuns,
geralmente regida por regras próprias e com jurisdição e privilégios
exclusivos.
Guindareza
– Cabo de guindaste.
Guinola
– Parece ser mascarada de vários vestidos (dic AK); mímica e dança burlesca em
que entravam judeus e cristãos.
Guisa
– Maneira; feitio; laia; feição; à guisa de; à maneira de. (do germânico wisa, «maneira», pelo francês guise, «idem»).
Guisado
– Ensejo.
Gundra
– “Gundras carregadas de cairo para
amarras"; pequena embarcação asiática.
Gútedra
– “Gutedras de cairo que vinham das
Maldivas" (será erro por Gundra)
Habudo – Português antigo, havido, tido. (Leal, Pinho. Portugal Antigo e Moderno, Volume Terceiro, pág.
371).
Hacanea
| Hacaneia – Cavalgadura maior que faca e menor que cavalo de marca; der
ordinário se chama hacanea a cavalgadura de damas e outras personagens.
Hagiologia | Agiologia
| Agiológio - Tratado acerca dos
santos. Livro da vida dos santos.
Hansa
| Hanseático – Confederação comercial
de várias cidades portuárias do Norte da Europa, do mar do Norte e do mar
Báltico, criada em 1241, para proteção do seu comércio contra os piratas e
defesa dos seus privilégios contra os príncipes vizinhos que as ameaçavam
(Lubeque, Hamburgo, Brema, Colónia eram os principais centros desta
confederação), que também é conhecida por Liga Hanseática.
Harpeo – Ferro de arpoar. Instrumento de aferrar os
navios, leva uma fateixa de ferro que prende a borda do navio aferrado.
Hastea
| Haste – O pau em que está inserido o
ferro da lança, da alabarda, da bandeira.
Hastil | Astil – Medida de 25 palmos de largo. Segundo outros esta
medida correspondia à aquilhada, e orçava por 5,5 metros. (hastil de
haste)
Hastim – Antiga medida
agrária. Courela; porção de terreno, comprida e estreita. Lança pequena a que
também chamavam Estim.
Heráu
– Arauto.
Heril – Próprio do senhor
relativamente ao escravo.
Hermar
– Despovoar; desabitar; tornar em ermo.
Hermenho | Hermínio – Na linguagem antiga significava, áspero,
duro, intratável. Assim se chamavam os montes da Serra da Estrela e do Marvão,
devido à dureza da sua paisagem. O da Serra da Estrela era o maior, o do
Marvão, o menor. Assim também era conhecidos os seus habitantes,
lusitanos bravíssimos e que mais estragos causaram aos romanos. (Elucidário, tomo II (G-Z)
Viterbo, pág. 21 e Portugal Antigo e Moderno, Vol. III, Pinho Leal, pág. 375).
Hervanço
– Grão.
Hi | Hy
– Adv. antiq. que que dizer nesse lugar; aí. Usado antigamente
como y.
Hidrófobo | Hydrophobo – O que tem horror
aos líquidos. Aquele que é atacado de raiva (doença). Cães hidrófobos, com
raiva.
Hierosolimitano
– Relativo ou pertencente a Jerusalém; natural ou habitante de Jerusalém. Do
grego hierosolymítes, «natural de
Jerusalém», pelo latim hierosolymitānu-,
«de Jerusalém».
História – Evolução da
Humanidade. Narração de factos sociais, políticos, económicos, intelectuais,
etc., que mais ou menos influíram na existência dos povos.
Histrião – O que representava
mascarado nos antigos teatros; ator considerado cabotino ou exagerado; bobo;
palhaço. Figurado: charlatão; hipócrita.
Hodierno – Dos dias de hoje;
de agora; atual; contemporâneo; moderno.
Homiziar
– Dar refúgio (a alguém que anda fugido à justiça); tornar inimigo, malquistar,
inimizar; fugir à ação da justiça; fugir ao cumprimento do dever militar;
esconder-se, fugindo.
Homizio
– Esconderijo; inimizade proveniente de crime de morte; antigo tributo.
Honra – Terra privilegiada
pertencente a fidalgos ou cavaleiros. Título honorífico; cargo; dignidade.
Horas
canónicas – Prima (matina); terça (9 horas); sexta (12 horas); noa (15
horas); vésperas.
Hornaveque – Obra avançada em
fortificação. Obra cornuta em arquitetura.
Hucha
– Arca; cofre; caixa ou casa em que se guardam os géneros alimentícios. (do
Latim hutica)
Hucharia
| Ucharia – Depósito de géneros
alimentícios. Despensa; ucha. Casa onde se guardam as viandas. Prov. Abundância, fartura: é muito rico, tem em casa uma hucharia de
tudo o que é preciso.
Huchote
– Arquinha; pequeno cofre ou armário.
Hugonote | Huguenote – Designação depreciativa
que os católicos deram em França ao Protestantes, especialmente aos Calvinistas,
e que estes adotaram.
Hum
| Hu – Onde.
Hurdício
– Grade de madeira com que se resguardavam algumas muralhas, para não serem
danificadas por aríetes e projéteis. (do latim hurdicium)
Huri
– Figurado: mulher de beleza
extraordinária. Segundo o Alcorão, cada uma das virgens do paraíso que, como
recompensa pela fidelidade ao culto e pela prática de ações meritórias em vida,
os muçulmanos bem-aventurados poderão desposar.
Hymineu | Himeneu – Deus das bodas; as bodas. Casamento; festa nupcial.
Ichacorvo
| Echacorvo – Pregador que andava
pelas pequenas povoações, fazendo homilias e recolhendo esmolas.
Ichão
| Uchão
| Eichão – Despenseiro; caixeiro; o
que tinha à sua conta a ucharia real.
Imigo
– Inimigo.
Imizade
– Inimizade.
Impida
– Impedir; (que ele mesmo se impida o crescimento).
Impudicícia
– Falta de pudor, de vergonha, ou honra; ato ou dito impudico; lascívia;
desonestidade. (do latim impudicitĭa).
In
solido – Por inteiro.
Inçar
| Insar – Povoar de filhos em grande cópia.
Incorrer
| Encorrer
– Ir dar; correndo para coisa onde se vai dar; odiar-se na censura, ficar
ligado a censura; cair na indignação de alguém; em perigo.
Inculca
| Enculca – Perseguição, vigia,
informador, pesquisa.
Indicias | Indizias – Certa pena que
pagavam os que feriam, matavam ou maltratavam alguma pessoa, ou a injuriavam
com palavras torpes, desonestas e afrontosas.
Indinação
– Indignação.
Indino
– Indigno.
Indurado
– Obstinado; endurecido; contumaz.
Inerme
– Desarmado; indefeso; que não sabe defender-se.
Inexacção (Inexação) –
Inexatidão; qualidade daquilo que é inexato; falta de exatidão.
Infanção
– Título de nobreza, inferior ao de rico-homem.
Talvez escudeiro fidalgo que às vezes regia terras ou era guarda de castelos.
Há divergência sobre o significado rigoroso da palavra. Talvez se dava aos
filhos segundos, e posteriores dos ricos-homens, e capitães das tropas dos
Infantes, bem como se dizem Infantes os filhos segundos dos reis e os outros
que não herdam o cetro.
Infesto
| Enfesto – Cumeada; cumeeira; picoto.
Infinto
– Fingido; dissimulado.
Infundir
– Por de infundiça (urina em que as lavadeiras põem de molho a roupa).
Ingénito
– Que nasceu com o indivíduo; inato; congénito. Do latim ingenĭtu-, «dado pela natureza».
Ingenuação – Ato ou efeito
de ingenuar. Libertação; alforria. Isenção de impostos e das mais condições de
servo.
Ingrês
– Inglês.
Inópia
– Falta de riqueza; penúria; deficiência; defeito. Do latim inopĭa-, «falta; carência».
Inóxio
– Não nocivo; inócuo. Do latim innoxĭu-, «que não faz mal; inofensivo».
Insoa
| Inssoa| Insua
– Ilha formada por algum rio.
Insolido
| Insollido – Cada um por inteiro
concedo o mesmo a todos juntos.
Inssoa
| Insua | Insoa – Ilha formada por
algum rio.
Instituta
– Livro elementar do direito Romano, mandado compor para a escola de Direito
pelo Imperador Justiniano.
Insua
| Insoa
| Inssoa – Ilha formada por algum rio.
Ínsula
– Ilha.
Interlúnio
| Entrelunho | Enterlúnio – Tempo que decorre entre em que a lua, decrescendo,
deixa de ser vista e aquele em que reaparece.
Inxerir
| Enxerir
– Inserir.
Írrito - Sem efeito; sem validade; sem valor; nulo; vão.
Irrogar
– Impor a alguém; infligir; fazer recair sobre; atribuir; rogar. Do latim irrogāre, «idem».
Jacobino
– Membro de um clube político francês revolucionário (clube dos Jacobinos),
fundado em Paris (1789), cujas reuniões se faziam no antigo convento de frades
com o mesmo nome; democrata exaltado ou radical; que tem ideias
revolucionárias.
Jaez
– Conjunto de peças com que se preparam os animais de sela ou de tração;
arreios. Figurado: natureza; índole;
laia.
Janapatão
– A celebrada ilha de Ceilão, onde está a fortaleza de Columbo com os reinos de
Janapatão (que é vassalo) (…) (Décadas da Ásia, Vol 20, João de Barros). Para a
banda do sul.
Jangada
– É o Naire que por certo prémio empenha a sua fé de livrar, defender e
proteger ao português, a custo da sua vida, e se ofendem ao seu afilhado, ele,
com sua parentela, vingam o ofendido ou morrem na empresa. Os naires servem de
Jangadas: daqui as frases naire da
fortaleza; que lhe dá guarda, a protege e serve.
Janíçaro
| Janíssaro | Janízaro – Soldado turco de infantaria, geralmente destinado à
guarda do sultão. (Do turco antigo jañychari,
hoje jeñicheri, «nova tropa»)
Corrupto do turco janglichiari.
Jáo – Natural ou morador de Jaoa, ou Java, ilha
na Ásia. Medida itinerária da Malásia, correspondente a 4,5 léguas.
Jaoa
– Java (coordenadas, -7.38, 109.82)
Jaque
– Espécie de saio militar. Náutico:
espécie de bandeira branca, orlada de azul, com as armas da nação ao centro, e
que se iça no gurupés, para pedir socorro.
Jaquete
– Casaco curto, ou véstia de soldado.
Jaspe – Variedade de
quartzo, pedra fina e opaca, da natureza da ágata; mármore betado, com veios.
Jazer
– Permanecer.
Jocosério
– Um tanto sério, um tanto jocoso. Poema cujo assunto é cómico e ridículo,
cantado, porém ao modo das composições sérias.
Jogo
do tavolado – Jogo medieval.
Jogral – Chamou-se jogral
o que vivia a maior parte do ano, tocando por preço vários instrumentos em
festas, que não eram principalmente eclesiásticas e do serviço de Deus.
Dizedor, poeta, cantor e talvez chocarreiro. Truão; bobo; farsista.
Jógue
– Na Índia: o gentio que peregrina por penitência.
Joguetar
| Joguetear | Jugatar – Zombar; brincar com ditos ou donaires; gracejar;
esgrimir.
Jónico – Relativo à Jónia,
antiga Grécia. Uma das três ordens da arquitetura Grega (séc. VI a.C.),
caracterizada por colunas providas de base, fuste (tronco) delgado, canelado e
liso, ou de arestas vivas, capitéis ornados de volutas simétricas e frisos
contínuos.
Jorne
| Jornea – Vestuário encanudado que se
usava sobre a cota de malha, espécie de camisola, em que se bordavam as armas
da família; vestido com feitio de meias canas.
Jouver
– Jazer, ser, estar.
Jugada
– Tributo que pagavam, em cereal, as terras lavradias, e que era proporcional
ao número de jugos (juntas de bois) empregados no seu amanho.
Juiz
da vintena – Vintena são 20 vizinhos ou casais, daqui juiz da vintena ou do povo de 20 casais.
Juiz de Fora – Magistrado
nomeado pelo rei, frequentemente mudado de localidade, com a função de zelar
pela justiça em nome do rei e de acordo com as leis do reino, com autoridade
superior ao Juiz Ordinário.
Juiz Ordinário – É juiz
leigo da Terra, nomeado pelo concelho, e opõe-se ao Juiz de Fora.
Julgajul
– O mesmo que juiz. Julgajul por el-rei;
juiz posto por ele. Ministro de justiça.
Jurdição
– Jurisdição.
Jusã | Jusãa | Jussãa | Jusan – Feminino de Jusão. Que está abaixo.
Jusão – Que está abaixo.
Dizia-se especialmente dalgumas terras divididas em duas partes, que se
distinguiam pela sua posição.
Juso
– Abaixo; debaixo; a parte inferior.
Lábaro
– Estandarte imperial dos romanos; estandarte militar do imperador Constantino;
bandeira; pendão. Do latim labăru-,
«idem».
Ladrando
– Apupando; perseguindo.
Lágima – Não pagar direitos
(… nem lágimas de saída.)
Laidamento
– Lesão que afeia; deformidade por ferimento, etc. Ferida; contusão.
Lais
– Ponta da verga dos navios; penol.
Lamira
– O mesmo que libra (moeda).
Lampassado
– Heráldica: diz-se do animal
representado no escudo com a língua de fora, ou da língua deste animal nestas
condições.
Lampo
– Que aparece ou amadurece muito cedo; temporão. Figos lampos: os
primeiros que amadurecem. Figurado: que é atrevido, espevitado,
desembaraçado; lampeiro.
Lanada
– Instrumento d’artilharia. É uma haste que num dos extremos tem envolta uma
porção de pele de ovelha, com a lã para fora; serve para limpar a alma da peça,
ou para a refrescar com vinagre.
Lança
– Arma ofensiva ou d’arremesso, formada de uma haste que tem na extremidade uma
lâmina pontiaguda.
Lanchara
– Embarcação asiática pequena.
Landel
| Laudel – “Landeis de pano de seda" como coletes de tafetá dobrado por
defesa do corpo. Veste antiga, forrada de lâminas de aço ou couro, para
preservar dos golpes da espada.
Landoa
– Lande; glândula inchada, ou nascida que se lhe parece.
Lantunita
| Lamtunita – Diz-se da dinastia dos
Almorávides. Uma grande tribo das bérberes pertencente aos Sanhajas.
Lascari
| Lascarim – Soldado nativo da Índia
no tempo das conquistas portuguesas. Marinheiro
que vivia a bordo com mulher e filhos.
Látego
– Chicote de cordas ou correias; azorrague; figurado: flagelo; castigo. (De
origem obscura)
Latrocínio – Roubo ou extorsão violenta à mão armada.
Laudémio – Pensão que, segundo a constituição dos prazos
antigos, é paga aos senhorios diretos, quando o enfiteuta aliena o prédio
respetivo e que, mais tarde, passou a estar integrada no foro.
Lausperene
– Religião: Exposição permanente do
Santíssimo Sacramento nas igrejas. Do latim laus,
«louvor» +perenne-, «contínuo».
Lazarar
| Lazerar – Causar detrimento ou
perda; lesar; ofender; lacerar; quebrar; despedaçar.
Lazarerar
– Pagar; emendar; compensar o dano.
Lazareto
– Hospital de lázaros (leprosos); edifício para quarentenas; casa remota para
empestados.
Lazarina
– Arma de fuzil, comprida e de pequeno calibre, que se fabricava na Bélgica
para os pretos d’África, e que é imitação grosseira das que entre nós fabricava
o armeiro Lázaro, de Braga.
Lebréu
(lebreiro) – Cão adestrado para a caça de lebres; galgo; que caça lebres.
Ledo
– Alegre, jubiloso, risonho.
Legacia
– Cargo, jurisdição ou instalações de um legado; dignidade, ofício de Legado. O
Tribunal do Legado Apostólico.
Legado – Aquilo que se deixa
por disposição testamentária a quem não é herdeiro legítimo; sucessão a título
particular. Aquilo que as gerações passadas transmitem às atuais. Dádiva.
Leicenço
– Tumor com inflamação, que de ordinário, quando amadurece, abre um olho e
lança pus.
Leituário
– Código, tombo ou censual em que estão descritos os bens ou rendas que
pertencem a uma corporação.
Leituário
| Electuário – Medicamento composto de
pós e extratos vegetais misturados com mel e açúcar.
Leixa
– Deixa; legado; esmola.
Leixar
– Deixar; permitir.
Lenhato
– Sorte de embarcação antiga.
Lentisco
– Aroeira (árvore).
Levadia
– Movimento agitado das águas do mar.
Lhi
– Variação antiquada em vez de lhe. Do francês “lui” ou do
italiano “gli”.
Lia – Linha de geração. «E
por vossa morte fique esse herdamento a hum provinquo da vossa lia.» i.e. a
um parente próximo da vossa linha, ou linhagem.
Liança
– Atadura; aliança.
Loba
– Vestido eclesiástico antigo, consta de túnica aberta que sobrepõe por diante,
sem mangas e de uma capa talar.
Loeste
– O mesmo que oeste.
Lógea
– Casa baixa no andar da rua; outros dizem loge:
e de comum vendem-se nelas fazendas de retalheiros; loja.
Londo
– Certa renda ou foro de terras amaninhadas (cultivadas).
Longanimidade
– Qualidade de longânime; magnanimidade; paciência para suportar ofensas. Do
latim longanimitāte-, «idem».
Loriga
– Saio de malha coberto de escamas ou lâminas de ferro.
Loudel | Laudel – Vestidura antiga de
coiro, ou acolchoado com lâminas metálicas, para preservar dos golpes da
espada.
Luancos – Povos da antiga
Lusitânia, cuja capital era Merva, desconhecendo-se onde era situado o
seu território. Ptolomeu trata estes povos na 2ª Tábua da Europa,
capítulo VI. (Leal, Pinho –
Portugal Antigo e Moderno, Volume Quarto, pág. 475)
Lubenos | Luenos – Povos da antigo Lusitânia,
supondo-se que a sua capital era a cidade de Benis, que segundo uns terá
dado o nome ao rio Minho, segundo outros ao rio Coura. Plínio, no Livro IV,
pág. 20, diz que estanciavam na margem esquerda do rio, próximo de Monção. Benis
situava-se no monte Medulio, hoje serra d’Arga. Foi destruída pelos
bárbaros do norte no princípio do século V. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e
Moderno, Volume Quarto, pág. 475)
Lúbrica
– Escorregadia; sensual; lasciva. Do latim lubrĭcu-,
«escorregadio; lascivo».
Luctuosa | Luctosa | Lutosa
| Luytosa | Loitosa
– Peça ou porção da herança dos eclesiásticos, vigários e reitores
perpétuos, etc., que os bispos tomavam para si; e que antigamente os reis
tomavam de certas pessoas de seu serviço, ditos vassalos. Certa peça ou pensão
que se paga por morte dalguma pessoa, que por direito ou costume a deve, e só
entre o luto e funeral se paga. Tempo houve em que os vassalos d'el-rei não
podiam testar das suas armas e cavalos, devendo ficar o soberano por luctuosa;
e ele fazia delas mercê ao que entrava a servir no lugar do falecido. Também
foi lei antiga e costume pagarem as viúvas luctuosa, para poderem tornar
a casar. Igualmente se introduziu em algumas partes receber o direito senhorio luctuosa
por morte do enfiteuta, que, (...), era outro tanto como o foro ou como nos prazos
se estipulava.
Lugre
– Navio mercante, com vários sistemas de mastreação. Navio de vela, geralmente
com três mastros, que normalmente é usado na pesca do bacalhau. (Do inglês lugger, pelo francês lougre.)
Luna
– Espécie de brinco.
Lundum
– Dança de origem africana introduzida em Portugal no século XV e no Brasil no
século XVII.
Maçaduras – Pena que pagavam
d’antes os que matavam, feriam, espancavam, faziam contusões ou nódoas, maçavam
ou também injuriavam com palavras afrontosas, torpes, indignas, e bem capazes
de tirar o sangue às faces de qualquer pessoa. No foral de Bragança de 1514 declara
el-rei D. Manuel, que se não devem levar as penas de Maçaduras e Sangue,
que antes chamavam Indicias, e nos princípios do Reino Vozes, Coimas
ou Livores.
Maçuá
– Massawa: atualmente é uma
cidade portuária da Eritreia, na costa do Mar Vermelho, situada a noroeste de
Asmara. (15º 36’ 36’’N, 39º 27’E)
Madioso – Mavioso,
enternecido.
Madrafaxão
– Moeda da Ásia.
Magacia – Arte mágica,
feitiçaria, magia.
Maimona
– Espécie de trabuco.
Maiorino – Juiz supremo do rei, segundo
os doc. de Espanha e Portugal, até ao século XIV, a que depois correspondeu o Meirinho-mor.
Havia Maiorinos-Mores e Menores já desde o tempo dos Godos. A Maioria
que eles tinham para fazer justiça em algum determinado território, é que lhes
deu o nome de Maiorinos. Os primeiros tinham quase o mesmo poder que os Adiantados; eram
postos pelo rei e o seu poder absoluto não tinha apelação mais que para o
soberano. Os Menores eram postos pelos primeiros; a sua jurisdição não
se estendia fora de certas causas.
Malada – Escrava, serva, manceba, menina, criada ou moça de
servir que, por condição ou salário, tem a obrigação de se empregar no obséquio
e serviço de seus senhores ou amos.
Maladia | Maladya – Serviço não gratuito e pendente da vontade e primor
do colono ou enfiteuta, mas rigorosamente devido como o de um escravo a seu
senhor, ficando este reciprocamente obrigado a defender, amparar e manter em
certos privilégios e isenções a estes seus servos ou malados. As terras
ou prazos em que estes serviços, foros ou pensões se pagavam aos Milites
ou fidalgos, se chamavam maladias.
Malado – O que vive em terras de senhorio e sujeito a Maladias,
na forma que nesta palavra fica dito.
Malamente – Mal e indevidamente, com detrimento grave e sem
razão. “Por esta razom leixam (deixam) a terra e se desproba (despovoa)
malamente.”
Malatosta | Malla-Tosta | Maltosta – Direito, imposição ou tributo que pagavam os que embarcavam vinho na
cidade do Porto, correspondente a 48 reis por cada tonel; metade para o bispo e
cabido, a outra metade para el-rei.
Maleza – Fraude, malícia, trapaça, conluio.
Malfairo
| Malfario – Adultério.
Malfetria – Delito, ação má,
malfeitoria.
Malsim
– Denunciante; zelador dos regulamentos policiais; fiscal aduaneiro;
espião. Pejorativo, antiquado:
oficial de diligências.
Mamelucos
| Mamalucos – Soldados de uma milícia
egípcia constituída por escravos turcos.
Mamoa | Mamua
– Outeiro de aspeto análogo a um seio de mulher. Montículo artificial, ou
monumental, de origem pré-histórica; disposição de pedras, da época
pré-histórica, que se supõe ser construção sepulcral; anta. (Do latim mammŭla, «mama pequena»). Segundo o Portugal
Antigo e Moderno – Volume Segundo, pág. 476, pode concluir-se que as mamoas
eram construídas juntando as lajes necessárias, para formar uma pia, colocando
aí dentro as cinzas, tapando-a depois com outras lajes. Por fim, ajuntavam uma
porção de terra e cobriam esta construção, formando um pequeno cabeço de forma
piramidal. É de supor que, quanto maior era a pirâmide, maior era a importância
da pessoa sepultada.
Manceba
do mundo – Mulher prostituída, rameira, meretriz.
Mancebo
de soldada – Criado que servia por salário.
Mancenilheira – Árvore euforbiácea,
de cujo tronco e fruto se extrai um suco venenoso, de cuja sombra se diz que é letífera
ou nociva.
Manchua
– Pequeno barco (Ásia).
Mane – Homem.
Manhanimo
– Magnânimo.
Maninhádego – Tributo que
se pagava aos mosteiros ou à Coroa, e consistia na terça parte dos bens
daqueles que, sendo casados, morriam sem deixar descendentes. (de maninho)
Maninho
– Não cultivado; estéril. Que não tem dono conhecido. Terreno inculto. Bens de
pessoa falecida sem deixar descendentes. Que é logradoiro público: aquele tojal é maninho. Logradoiro
público de lenha ou pastagens: os
maninhos do concelho.
Manopla
| Monopla – Luva de ferro da antiga
armadura; açoite longo dos cacheiros e dos que ensinam cavalos à guia; mão
grande e mal feita (manápula).
Manso – Não silvestre, mas
cultivado; hortado. Parte duma propriedade senhorial onde as populações tinham
direito ao uso, mediante o pagamento dum tributo ao senhor.
Manta
– Defensivo de madeira com que se cobrem e amparam os que vão saltar
praças, picar muros, abrir fornilhos, etc.
Manteeiro | Mantieiro – Oficial da casa real com o cargo das roupas e
alfaias de mesa.
Mantelete
– Parapeito militar. Capa curta com que os cavaleiros cobriam o capacete e o
escudo. Vestidura eclesiástica que se usa sobre o roquete.
Mantens
– Toalhas ou guardanapos de mesa.
Mantieria | Mantiaria – Oficina de manteeiro ou manteiro.
Manumissão – Ato ou efeito
de manumitir. Libertação de escravos. Alforria.
Manzanilha – Variedade de
azeitona. O mesmo que mancenilha.
Marabia
– (Índia) Junto a Cananor, norte, na foz do rio Beliapatam. Situada em
11º57’N, 75º18’E.
Marachão – Monte de terra ou
pedras para suster as águas ou fazer pouco fundo o rio. Faixa de areia submersa
no mar ou num rio. Dique; restinga, recife.
Maranha – Enredo; intriga;
negócio intrincado, astúcia. Fios, linhas, cabelos, etc., embaraçados.
Marco
milliar – A milha romana representava, com pequena
diferença, 2 quilómetros. Eram, pois, estes marcos que se encontravam nas vias
militares romanas. (Leal, Pinho – Portugal Antigo e
Moderno, vol. 3, pág. 68 e vol. 5 pág.68)
Marichal
| Mariscal – Marechal.
Marido
conuçudo – Marido público e
notório, e que todos reconhecem como tal, mas não recebido pela Igreja, cujo
contrato matrimonial não foi santificado com a bênção do sacerdote.
Já antigamente havia 3
espécies de contratos matrimoniais: o 1º era o consagrado pela bênção do
sacerdote. Aquele a que hoje chamamos "casamento católico"; o
2º consistia meramente no contrato matrimonial que se fazia público e notório,
assim aos parentes, como aos vizinhos, mas sem lhe acrescentarem a bênção
sacerdotal. Seria aquele a que hoje chamamos "casamento civil";
o 3º resumia-se simplesmente no contrato de um matrimónio segundo o direito
natural, que só pendia da vontade séria e livre dos contraentes, sem que alguém
soubesse ou ao menos fosse pública a sua determinação e vontade. Era aquele a
que hoje chamamos "união de facto". Estes viviam maritalmente,
mas sem o favor das leis, que não aprovavam estes atos, nem concediam
comunidade de bens, nem herança aos filhos que destes particulares ajuntamentos
procediam, contrariamente às leis de hoje.
Marlota
– Capote com capuz, usado pelos Mouros; antigo casaco de senhora. Do grego meloté, «pele de ovelha», pelo árabe malũtâ, «capote curto», pelo castelhano marlota, «capote mourisco, curto e com
capuz».
Marnel | Marnoceiro – Campo alagadiço que
só em pequenos barcos ou bateiras se pode vadear (passar a vau).
Marran | Marrã | Marrãa – Porca nova que deixou de mamar; carne
fresca de porco; toucinho fresco. Corcunda; corcova.
Marrano | Marranho – Designação injuriosa que
se dava aos Moiros e Judeus, talvez por não comerem carne de porco. Imundo;
excomungado. Porco já crescido.
Marruaz
– Certa embarcação da Ásia; amarrado à sua opinião; obstinado.
Martinegua
| Martinega | Martiniega – Foro; tributo; pensão
que se paga por dia de S. Martinho, donde tomou o nome; tributo que os
proprietários pagavam no dia de S. Martinho.
Mascabo
– Menoscabo; descrédito; desdouro; diminuição de reputação; estada de…
Masmorra
| Matamorra - Matmorra – Primitivamente, celeiro subterrâneo, que também
servia de cárcere entre os moiros. Prisão subterrânea. Lugar ou aposento
sombrio e triste.
Mastaréu – (Náutica) Mastro pequeno; cada uma das pequenas
hastes de madeira com que se rematam no topo os mastros principais.
Mastaréu de joanete – Mastaréu fixo a outro, para onde ia o cesto de
gávea, para aumentar o alcance do vigia.
Mastim – Cão para guarda de
gado. Cão bulhento. Agente de polícia, malsim. Pessoa maldizente.
Masto
– Na maior parte dos Clássicos se lê masto, masteação; hoje mastro.
Mazagania
– Companhia de soldados mouros.
Mean
– Meã.
Medês
– Antiq.; sing. e plural: por mesmo. (esso medês: isso mesmo, ou
assim mesmo).
Meefestar
– Confessar-se sacramente.
Meefesto
| Menfesto – Confissão sacramental.
Melinde
– Cidade no Quénia.
Menagem
– Dar a sua fé de não desertar; homenagem.
Menefesto
– Ouvir sua confissão sacramental.
Menencoria | Merencoria – Tristeza; enfado;
melancolia; indignação.
Menencorio
| Merencório – Melancólico;
sorumbático.
Menfestar
– Dar ao manifesto; confessar-se.
Menhã
- Manhã.
Menir – Monumento megalítico
composto por uma pedra grande e comprida, fixa verticalmente no solo.
Mentes
– Em mentes: em tanto que; enquanto; no ínterim; no entretanto. Conspiração; parar mentes: ter atenção.
Mentre | Mentres – Entretanto, enquanto; de maneira que.
Meor
– O mesmo que menor.
Mercê – Título que se dava,
nos primeiros séculos da monarquia portuguesa, aos reis. Deste tratamento
usavam os reis das Hespanhas até aos reis católicos de Castela, Fernando e
Isabel e D. Manuel de Portugal. A partir de então se introduziu o de alteza,
a que se seguiu pouco depois o título de majestade, trazido da Alemanha
por Carlos V (pai de Filipe II). Os reis de Portugal e Castela sempre se
trataram por alteza, mas no encontro, em Guadalupe, entre Filipe II de Espanha
com D. Sebastião, aquele se apressou a tratar por majestade ao nosso rei. Foi
com os Filipes que se radicou em Portugal este tratamento real, que é o de
todos os países monárquicos. (Leal, Pinho. Portugal Antigo e Moderno,
Volume Quinto, pág. 180)
Merceeria
– Ofício de rezar ou ouvir missas por alma de alguém, que deixou por morte
esmola à pessoa com essa obrigação, ou certa renda para quem quiser encomendar
a Deus a sua alma; igreja onde os merceeiros oram, etc.
Merlão
– Da fortificação, a porção do parapeito que fica entre as ameias. Porção de
muro entre duas ameias de uma fortaleza. Do francês merlon.
Mesnada
– Antiquado: força militar com
que os ricos-homens ou os senhores da Igreja contribuíam para o exército real em
campanha; tropa mercenária. (do latim mansionāta-,
«criados da casa», pelo provençal maisnada,
«idem»).
Mesquindade
– Infelicidade; desgraça; infortúnio = mezquindade.
Mesteiral | Méesteiral |
Menesterial – O mesmo que artífice.
Homem de mester ou profissão manual. Oficial mecânico.
Mesteiroso
– Necessitado; em urgência de necessidade.
Métopa – Intervalo quadrado
entre tríglifos do friso dórico.
Metropoli
– Capital; outra forma de metrópole;
nação considerada em relação às suas colónias; país donde nasceram colónias.
Miasma
– Emanação considerada outrora, erradamente, como causadora de doenças e
proveniente de detritos orgânicos em decomposição ou de doenças contagiosas, e
cuja ação se pode identificar, atualmente, com a dos micróbios; figurado: má influência; corrupção. Do grego
míasma, -atos, «exalação impura».
Mice
– Senhor.
Ministris
– Ministreis (músicos).
Minotauro – Monstro fabuloso
que os poetas fingem meio homem, meio touro. Indivíduo a quem a mulher é
infiel; cabrão.
Mirabolano – Fruto medicinal usado em Farmácia, de que há várias espécies.
Miscellanea | Miscelânea - Compilação de várias peças literárias, no mesmo volume; coletânea. Mistura de diferentes coisas; confusão; salgalhada; mistifório.
Mistagogia
– Iniciação nos mistérios de uma religião. Do grego mystagogía, «idem».
Mister
– Necessidade, precisão.
Misura
– Mesura.
Mitra – Antigo albergue de
mendigos. Barrete de forma cónica, fendido na parte superior, e que em certas
solenidades é usado pelos bispos, arcebispos e cardeais. O poder pontifício.
Dignidade ou jurisdição de um prelado eclesiástico.
Miúça | Miunça – Miuçalha. Antigo dízimo que
se pagava à Igreja, em géneros, por miúdo.
Miuçalha – Pequena porção.
Pequeno fragmento. Conjunto de coisas miúdas de pouco préstimo.
Moabitas – Antigo povo da margem
oriental do Mar Morto. Nome que em Portugal se deu aos mouros residentes em
África, para os diferençar dos residentes ou naturalizados na Hespanha.
Mocambo – (arcaico)
Refúgio; esconderijo. (Brasil antiquado) Esconderijo de escravos
fugitivos, geralmente em zona de mato; quilombo.
Módio – Antiga medida de
capacidade, entre os Romanos, que equivalia ao alqueire e medida agrária de 12 pés
de longo e outro tanto de largo, também conhecida por mina. Em muitas
escrituras de compra de propriedades, no século XI e XII, consta o módio
como moeda de troca; supõe-se ser o correspondente ao valor em dinheiro, do
módio de pão.
Moesteiro
– Mosteiro.
Mogores
– Segundo o dicionário, antigos povos do império Mongol.
Moimento
– Sepultura; monumento ou mausoléu; o estado do corpo moído, lasso e
fatigado.
Moio – Antiga medida de
capacidade, equivalente a 60 alqueires. Talvez também medida de vinho (moios de
vinho). Moio de terra (saco de terra de semeadura de um moio. Provérbio: Já
tenho um moio de anos (o número de 60).
Moiram | Moirão – Antigo morrão;
de morrer.
Molinismo
– Doutrina do teólogo espanhol Luís de Molina (1535-1600), professor em
Coimbra e Évora, que tentava conciliar a eficácia da graça com a liberdade da
vontade.
Monetágio – Moeda. Direito
majestático de quebrar a moeda, i.e., fundi-la de novo, aumentando-lhe o valor
e diminuindo-lhe o peso, de que os nossos soberanos muitas vezes usaram.
Monitória
– Admoestação eclesiástica, feita à missa conventual aos paroquianos, para irem
declaram sobre a matéria da minotoria. Aviso em que se convida o público a ir
declarar o que souber acerca de um crime.
Monomachia
| Monomaquia – Combate entre dois
homens. Meio de prova judiciária por meio de duelo.
Monomotapa – Antigo império da
África Oriental, também conhecido por Benomotapa, que se situava no
território do atual Zimbabué, junto a Moçambique; chefe desse império.
O Estado
da Índia foi em tempos dividido em três partes: a primeira, o governo da Índia,
abrangia o Cabo Guardafu até a Ilha de Ceilão; a segunda, o governo de Monomotapa,
abrangia toda a costa d’África; e a terceira parte, desde o Pegu até à China,
era o governo de Malaca.
Montante – Grande espada antiga que se brandia com
ambas as mãos.
Montático | Montádigo
| Montádego | Montado – Certa pensão ou tributo que se pagava por pastar
os gados no monte de algum concelho ou senhorio.
Monte
Dely – Na costa da Índia, a primeira
vista de terra, na viagem de Vasco da Gama, no reino de Cananor. Ily, na linguagem da terra quer dizer
rato, e lhe chamam monte dely porque
neste monte havia muitos ratos.
Monteiro – Caçador de monte; o que guarda matos.
Monteiro-mor - Oficial da casa real que governa as coutadas,
dirige as caçadas reais e as pessoas a elas pertencentes; nas comarcas:
superintendente dos monteiros.
Moque – Tributo que os mouros pagavam em Portugal e que abrangia a quarentena
dos frutos. (ver Azaqui e Alfitra)
Mórbus |
Morbo – Doença; estado patológico.
(Latim morbus)
Moro
– Género de medida.
Morphea | Morfeia – Designação antiga de doença cutânea mal classificada.
Elefantíase. Doença de S. Lázaro, lepra.
Mosleme | Moslém – O mesmo que muçulmano.
Motira
– Tranca ou fecho com que se segura uma porta.
Moyaçom
| Moiação – Parece ser medida de
tantos moios de vinho, ou de tantos moios de grão, os quais, nos forais,
arrendamentos, etc., eram avaliados a dinheiros.
Moyador – Medidor de moios para cobrar impostos.
Munificente
– Magnânimo; generoso; liberal.
Murça | Mursa – Vestidura de cónegos. É de lã ou seda preta, vem do
pescoço até abaixo dos peitos e anda sobre a sobrepeliz.
Mursello
– Cavalo cor de amora preta.
Muslim
– O mesmo que muçulmano.
Naique
– Contínuo de um tribunal (Ásia); empregado inferior, espécie de contínuo
nas repartições da antiga Índia portuguesa. (do indost. naiak).
Naire
– Militar nobre e cavaleiro, entre os Índios do Malabar; domador de
elefantes. Do malaialim naiar,
«idem».
Nanquim
| Nankim – Tecido de algodão ou ganga
amarela, que vinha antigamente da China; cor semelhante à desse tecido. Tinta
preta procedente da China, usada em desenhos e aguarelas; traço semelhante ao
que é feito com essa tinta; o desenho em que essa tinta é utilizada;
tinta-da-china. Cidade da China (32.060138, 118.796920).
Nauta – Aquele que navega;
navegante; mareante; marinheiro.
Nebri
– Designativo do falcão adestrado para a caça. Do castelhano neblí, «idem».
Necessária
– Casa; latrina; secreta.
Nembrado
| Nembrar | Nembro
– Lembrado; lembrar; lembrado.
Neveiras – Poços onde se
guarda a neve natural, que em todo o verão abastecem as principais cidades do
reino.
Nímio – Demasiado;
exagerado; excessivo.
Ninha
– Do antigo português que dizer menina. Corrupção
do espanhol niña. (Leal, Pinho
– Portugal Antigo e Moderno, Volume Segundo, pág. 111)
Noa
– Hora do ofício divino, entre a sexta e a véspera.
Nojo
– Náusea, repulsão; enjoo. Aquilo que inspira asco, repugnância. Dano, mal (o pellouro ia já tão morto, que dando em hum
barril, não fez nojo algum). Descontentamento, aborrecimento, fastio,
desgosto; pesar; tristeza; luto.
Novea
– O mesmo que novena. Série de nove dias.
Nuncupativo – O mesmo que oral; feito de viva voz
(testamentos ou disposições de última vontade). Instituído ou nomeado oralmente
(herdeiros). Oposto ao que se faz por escrito.
Oblatos
e Familiares – Aqueles que, doando todos os seus bens (ou parte) a algum mosteiro ou outra casa eclesiástica, umas vezes se entregavam eles
mesmos ao serviço dessa corporação, debaixo da obediência do seu prelado;
outras vezes, ligados com o matrimónio, ficavam em suas casas, como caseiros
colonos ou usufrutuários dos ditos lugares santos, que os faziam participantes
em todas as boas obras. Estes chamaram-se Oblatos, Ofertos, Donatos,
Condunatos, Confrades ou Familiares. Antes do concílio de
1215 não havia uniformidade na receção e conduta dos Oblatos: uns se
ofereciam com mulher e filhos para serem admitidos à profissão monacal;
prometendo estabilidade, conversão e obediência; outros ficavam seculares, com
liberdade de professarem o monacato ou não; mas todos eram reputados por Familiares
do mosteiro, a cujo abade obedeciam e de quem recebiam hábito e mantença. Além
destes, havia outros que viviam sempre no mosteiro, mas com hábito mui
diferente dos monges e sem profissão alguma monacal. Outros se faziam Escravos
dos mosteiros ou igrejas, com suas mulheres, filhos e bens, tendo por
verdadeira nobreza a escravidão a Cristo. Por fim, outros pagavam ao mosteiro
um certo censo anual, que voluntariamente tinham imposto nas suas fazendas, de
que haviam conservado o usufruto; a estes, que se ofereciam com suas famílias,
se chamaram Hospites Oblatiarii; ou seja, gente de fora que se ofereceu
ao serviço de Deus e do mosteiro.
Ochava | Ochavilha
| Ochavila | Ochavilla – O mesmo que oitava.
Ola
– Palmeira. Folha de ola: folha
da palmeira preparada por forma a que, com um estilo ou ponteiro, se escreve
nela. Com a ola se cobrem também os tetos das casas.
Olanda
– Lençaria fina que vem da Holanda; mal
de olanda, doença dos cavalos, lândoas internas e superficiais.
Olga – Porção de terra
lavradia e capaz de dar fruto, cercada de sebes ou valados, e que no espaço de
um dia se podia cavar, lavrar, gradar e semear. Leira; coirela.
Olhandilhas
– O mesmo que farricoco; alusão ao pano desse nome usado talvez por
farricocos em armações fúnebres.
Omenagem
– Homenagem.
Omíadas – Trata-se duma
dinastia de califas muçulmanos do clã dos Coreichitas, que reinaram em Damasco
de 661 a 750 e em Córdova de 756 a 1031.
Onzenar – Praticar usura.
Levar grandes juros de quantia emprestada. Mexericar; intrigar.
Onzeneiro
– Relativo à onzena; que envolve usura; que é mexeriqueiro, intriguista;
agiota, usurário; bisbilhoteiro, mexeriqueiro. De onzena+-eiro.
Ópido
| Óppido – Cidade forte; praça
fortificada. (Latim oppidum) No Portugal
Antigo e Moderno, Volume Segundo, a págs. 298/299, cidade em latim pode ser
urbs, civitas ou oppidum. Só se chamava urbs à
povoação acastelada, cercada de muralhas e verdadeiramente defensável; civitas
era a capital de uma nação ou grande parte dela e todo o seu território, campo
ou diocese. Na baixa latinidade eram chamadas cidades os grupos de
lugares abertos e que tinham o mesmo governo. Esta denominação ainda se dava,
no tempo dos nossos primeiros reis, a vastos territórios compreendendo muitas
povoações; em documentos daqueles tempos vemos dar-se à Terra da Feira a
denominação de cidade de Santa Maria, assim como à Terra de Panoias, Terra de
Server do Vouga, etc.
Orco – A morte; região dos
mortos; inferno, segundo a crença dos antigos pagãos.
Ordenança – Decreto, ordem, lei, estatuto ou preceito do
legítimo superior, assim temporal como espiritual. Disposição, ordem do
Regimento, Exército. Soldados ou gente da Ordenança; eram os
soldados, ou gente de guerra, dada pelas Câmaras e Concelhos, e ordenada à
defesa da terra, alistada, exercitada, sempre prestes, apercebida e armada à
sua custa.
Ordinário
– Superior eclesiástico.
Orilhádo
– Tecido grosseiro de lã, usado dantes em vestidos de luto.
Ortiga
– Canhão de 19 palmos que atirava pelouros de pedra. Tiro de pelouro de pedra.
Ostender
– Mostrar; ostentar, (lat. ostendere).
Ousança
– Ousadia, confiança, atrevimento.
Outiva
– Ouvido; audição.
Ouvençal
– Antigo oficial da fazenda ou justiça.
Ouvidor
– Juiz especial junto de algum ministério ou tribunal. Do latim auditōre-, «o que ouve».
P
Paceiro-mor - Intendente, vedor, curador ou inspetor das
obras e fábricas dos paços reais; o que frequenta o paço real; cortesão;
palaciano.Pacer – Pascer; pastar.
Padeliças – Pastagens. Pastos ou lugares destinados a pastagem dos animais.
Padinhadamente – Às claras;
publicamente; manifestamente.
Padrasto – Monte colina ou edifício que sobreleva e fica superior a vale, ou edifício mais baixo, do qual se podem fazer tiros e combates às praças mais baixas, sem resguardo dos seus defensores.
Padroado – Direito de conferir benefícios eclesiásticos; direito de protetor adquirido por quem fundava uma igreja.
Paguado – Pagado.
Paguel | Paguer – Antigo; embarcação indiana.
Pairamente | Pararmentes – (plural: paredementes) O mesmo que para-bem-mentes - atende bem e repara; refletir; lançar sua confiança; esperançar-se; por notar; reparar, ponderar.
Paje – Pajem.
Pala – (…) Espécie de embarcação asiática.
Palafrém – Cavalo manso, elegante, destinado principalmente às senhoras, e que os reis e nobres montavam ao entrar na cidade.
Palanquim – Rede suspensa pelas duas pontas num varal, onde vai alguém sentado ou deitado, sobre o varal corre um sobrecéu com cortinas que cobrem a pessoa. Usa-se na Ásia, no Brasil e em Angola é a tipoia.
Palatino – Relativo a palácio imperial ou pontifício. Príncipe ou senhor que tinha palácio e administrava justiça; título de diversas dignidades segundo o uso das terras.
Padrasto – Monte colina ou edifício que sobreleva e fica superior a vale, ou edifício mais baixo, do qual se podem fazer tiros e combates às praças mais baixas, sem resguardo dos seus defensores.
Padroado – Direito de conferir benefícios eclesiásticos; direito de protetor adquirido por quem fundava uma igreja.
Paguado – Pagado.
Paguel | Paguer – Antigo; embarcação indiana.
Pairamente | Pararmentes – (plural: paredementes) O mesmo que para-bem-mentes - atende bem e repara; refletir; lançar sua confiança; esperançar-se; por notar; reparar, ponderar.
Paje – Pajem.
Pala – (…) Espécie de embarcação asiática.
Palafrém – Cavalo manso, elegante, destinado principalmente às senhoras, e que os reis e nobres montavam ao entrar na cidade.
Palanquim – Rede suspensa pelas duas pontas num varal, onde vai alguém sentado ou deitado, sobre o varal corre um sobrecéu com cortinas que cobrem a pessoa. Usa-se na Ásia, no Brasil e em Angola é a tipoia.
Palatino – Relativo a palácio imperial ou pontifício. Príncipe ou senhor que tinha palácio e administrava justiça; título de diversas dignidades segundo o uso das terras.
Palhabote – Barco de dois
mastros muito juntos e vela triangular ou latina.
Palliar – Encobrir com disfarces e pretextos; colorar. Encobrir com falsa aparência; disfarçar; atenuar; remediar provisoriamente; adiar; empregar paliativos. (do latim palliare)
Panceira – Parte da armadura com que os guerreiros resguardavam o ventre.
Pangaio – Pequena embarcação asiática.
Pangajoa | Panguejava | Panguejaoa – Embarcação asiática, comprida, chata e muito veloz.
Parangue – Ásia; embarcação de carga, cosida com cairo (filamentos de noz de coco), do lume d’água para cima e é de esteiras de palma.
Parau – Pequeno barco asiático. Do dravídico padavu, «idem», pelo malaio parahu ou parau, «idem».
Parca – A morte; a causa da morte; cada uma das três deusas que cortavam o fio da vida, segundo a mitologia latina.
Parçaria | Praçaria – O mesmo que pareceria.
Parcel – Escolho. Baixio; recife. Banco de areia ou pedra, plano e extenso, coberto por água do mar ou de rio pouco funda, que dificulta ou impede a navegação; baixio; restinga; escolho; cachopo.
Páreas – Tributo, pago antigamente por um soberano ou estado a outro, em reconhecimento de vassalagem; satisfação; desagravo. Do latim parĕre, «parir; gerar; dar à luz».
Palliar – Encobrir com disfarces e pretextos; colorar. Encobrir com falsa aparência; disfarçar; atenuar; remediar provisoriamente; adiar; empregar paliativos. (do latim palliare)
Panceira – Parte da armadura com que os guerreiros resguardavam o ventre.
Pangaio – Pequena embarcação asiática.
Pangajoa | Panguejava | Panguejaoa – Embarcação asiática, comprida, chata e muito veloz.
Parangue – Ásia; embarcação de carga, cosida com cairo (filamentos de noz de coco), do lume d’água para cima e é de esteiras de palma.
Parau – Pequeno barco asiático. Do dravídico padavu, «idem», pelo malaio parahu ou parau, «idem».
Parca – A morte; a causa da morte; cada uma das três deusas que cortavam o fio da vida, segundo a mitologia latina.
Parçaria | Praçaria – O mesmo que pareceria.
Parcel – Escolho. Baixio; recife. Banco de areia ou pedra, plano e extenso, coberto por água do mar ou de rio pouco funda, que dificulta ou impede a navegação; baixio; restinga; escolho; cachopo.
Páreas – Tributo, pago antigamente por um soberano ou estado a outro, em reconhecimento de vassalagem; satisfação; desagravo. Do latim parĕre, «parir; gerar; dar à luz».
Pariato – Título ou dignidade
dos antigos pares do reino.
Parlezia – Paralisia.
Parrafo – O mesmo que parágrafo.
Partasana | Partazana – Espécie de alabarda de ferro mais comprido e mais largo.
Partir – Partilhar.
Pascer – Nutrir-se, comer erva ou pasto.
Passamente – Mansamente; em voz baixa.
Passim – Advérbio latino que significa, literalmente, aqui e ali; por toda a parte; neste lugar e noutros. Colocado logo após o título de uma obra ou de um autor que citamos, indica que ali podem ser encontradas diversas referências a um determinado assunto, numerosas demais para serem indicadas pelo número de páginas em que aparecem. (https://www.dicionarioinformal.com.br/passim/).
Patacho – Embarcação ligeira de dois mastros.
Pateira – Designação de vários pontos da bacia hidrográfica do Vouga, encharcados d’água, que formam como que pequenas lagoas. Espingarda para caçar patos.
Parlezia – Paralisia.
Parrafo – O mesmo que parágrafo.
Partasana | Partazana – Espécie de alabarda de ferro mais comprido e mais largo.
Partir – Partilhar.
Pascer – Nutrir-se, comer erva ou pasto.
Passamente – Mansamente; em voz baixa.
Passim – Advérbio latino que significa, literalmente, aqui e ali; por toda a parte; neste lugar e noutros. Colocado logo após o título de uma obra ou de um autor que citamos, indica que ali podem ser encontradas diversas referências a um determinado assunto, numerosas demais para serem indicadas pelo número de páginas em que aparecem. (https://www.dicionarioinformal.com.br/passim/).
Patacho – Embarcação ligeira de dois mastros.
Pateira – Designação de vários pontos da bacia hidrográfica do Vouga, encharcados d’água, que formam como que pequenas lagoas. Espingarda para caçar patos.
Patibular – Relativo a patíbulo. Que tem aspeto criminoso; lúgubre,
medonho. Que traz à ideia o crime e o remorso.
Patrazana | Patrasana – Soldado da antiga guarda nacional.
Patronímico – Relativo a pai, em especial a respeito de nomes de família. Relativo ao nome paterno; que designa o nome do pai: Rodrigues é nome patronímico, i.e., mostrava que Rodrigues era filho de Rodrigo.
Paugágem – Paisagem (Goes).
Paulina – Breve de excomunhão cominatória a quem não revelar o que sabe em alguma matéria, de que só por essa via pode haver notícia. Repreensão; descompostura. Maldição; praga. Bebida venenosa.
Pavês – Escudo grande que cobria quase todo o corpo do soldado; paveses de guerra: reparo de teias grossas ou redes, e talvez de tábuas, para resguardar os de dentro dos tiros do inimigo e não serem vistos.
Pavesada – Pavês de pano basto, de ordinário encarnado, ou de rede, que cobre os navios; reparo defensivo com paveses unidos; paveses de campo: atrás dos quais se amparavam canhões e soldados besteiros ou de outras armas.
Paxá | Pachá | Bachá – Título dos governadores das províncias turcas.
Pé d’altar – Rendimento que os párocos usufruem dos serviços religiosos prestados aos paroquianos (casamentos, batizados, funerais, esmolas, ofertas pelas missas, desobrigas, etc.).
Peage | Peagem | Pedágio – Portagem. Imposto que se pagava (como hoje) pela passagem por uma ponte, barcos, entrada de cidades, etc.
Pedâneo – Juiz pedâneo: o ordinário das Vilas, aldeias, etc.; opõe-se ao de fora e letrados. Diz-se dos juízes que, nas localidades menos importantes, julgavam de pé. (Latim pedaneus)
Pederastia – Prática homossexual do homem com o rapaz. Pejorativo: toda a prática homossexual. Do grego paiderastía, «idem».
Pedra de cevar/sebar – Íman; magnete.
Peia – Embaraço; estorvo; impedimento. Cabos náuticos. Tudo o que serve para prender os pés das bestas para lhes moderar o andamento.
Peita – Tributo que era pago pelos que não eram fidalgos. Dádiva ou promessa com o fim de subornar; suborno.
Pejada – Diz-se da mulher que está grávida.
Pélago – Mar alto; profundidade do mar; abismo; voragem; imensidade. Do grego pélagos, «idem», pelo latim pelăgu-, «idem».
Pelejar – Brigar na guerra; batalhar; lutar; guerrear; travar luta ou combate; bater-se; pugnar. Desavir-se; discutir com veemência.
Peleteria |Pelitaria – Multidão de peles. Muitos fardos de pilatarias (peleterias deve ser).
Peliteiro | Peliceiro | Peliterio – O que curtia, preparava ou vendia peles.
Pella – Bola do couro cheia de lã com que se joga o jogo chamado pella.
Pelote | Pellote – Antigo vestuário de grandes abas; capa forrada de peles; vestidura portuguesa antiga como veste de abas grandes, que se trazia por baixo da capa, opa ou roupa.
Pelouro – Bala de metal que se empregava em algumas peças d’artilharia. Cada um dos serviços em que se costumava dividir a administração de um município. Bola de cera em que se incluía o voto de cada eleitor.
Pelta – Pequeno escudo, em forma de crescente, usado pelos Trácios e outros povos antigos.
Peltato – Antiga milícia romana.
Penadoiro – Punível.
Penagris – Penugem parda.
Pendença – Penitência; trabalho; castigo; pendência; conflito.
Pendenças – Multa eclesiástica em que se comutavam as penitências que se deviam pelas culpas; penitência.
Pendoenças – Penitências; ações; mostras e sinais de verdadeiro arrependimento.
Patrazana | Patrasana – Soldado da antiga guarda nacional.
Patronímico – Relativo a pai, em especial a respeito de nomes de família. Relativo ao nome paterno; que designa o nome do pai: Rodrigues é nome patronímico, i.e., mostrava que Rodrigues era filho de Rodrigo.
Paugágem – Paisagem (Goes).
Paulina – Breve de excomunhão cominatória a quem não revelar o que sabe em alguma matéria, de que só por essa via pode haver notícia. Repreensão; descompostura. Maldição; praga. Bebida venenosa.
Pavês – Escudo grande que cobria quase todo o corpo do soldado; paveses de guerra: reparo de teias grossas ou redes, e talvez de tábuas, para resguardar os de dentro dos tiros do inimigo e não serem vistos.
Pavesada – Pavês de pano basto, de ordinário encarnado, ou de rede, que cobre os navios; reparo defensivo com paveses unidos; paveses de campo: atrás dos quais se amparavam canhões e soldados besteiros ou de outras armas.
Paxá | Pachá | Bachá – Título dos governadores das províncias turcas.
Pé d’altar – Rendimento que os párocos usufruem dos serviços religiosos prestados aos paroquianos (casamentos, batizados, funerais, esmolas, ofertas pelas missas, desobrigas, etc.).
Peage | Peagem | Pedágio – Portagem. Imposto que se pagava (como hoje) pela passagem por uma ponte, barcos, entrada de cidades, etc.
Pedâneo – Juiz pedâneo: o ordinário das Vilas, aldeias, etc.; opõe-se ao de fora e letrados. Diz-se dos juízes que, nas localidades menos importantes, julgavam de pé. (Latim pedaneus)
Pederastia – Prática homossexual do homem com o rapaz. Pejorativo: toda a prática homossexual. Do grego paiderastía, «idem».
Pedra de cevar/sebar – Íman; magnete.
Peia – Embaraço; estorvo; impedimento. Cabos náuticos. Tudo o que serve para prender os pés das bestas para lhes moderar o andamento.
Peita – Tributo que era pago pelos que não eram fidalgos. Dádiva ou promessa com o fim de subornar; suborno.
Pejada – Diz-se da mulher que está grávida.
Pélago – Mar alto; profundidade do mar; abismo; voragem; imensidade. Do grego pélagos, «idem», pelo latim pelăgu-, «idem».
Pelejar – Brigar na guerra; batalhar; lutar; guerrear; travar luta ou combate; bater-se; pugnar. Desavir-se; discutir com veemência.
Peleteria |Pelitaria – Multidão de peles. Muitos fardos de pilatarias (peleterias deve ser).
Peliteiro | Peliceiro | Peliterio – O que curtia, preparava ou vendia peles.
Pella – Bola do couro cheia de lã com que se joga o jogo chamado pella.
Pelote | Pellote – Antigo vestuário de grandes abas; capa forrada de peles; vestidura portuguesa antiga como veste de abas grandes, que se trazia por baixo da capa, opa ou roupa.
Pelouro – Bala de metal que se empregava em algumas peças d’artilharia. Cada um dos serviços em que se costumava dividir a administração de um município. Bola de cera em que se incluía o voto de cada eleitor.
Pelta – Pequeno escudo, em forma de crescente, usado pelos Trácios e outros povos antigos.
Peltato – Antiga milícia romana.
Penadoiro – Punível.
Penagris – Penugem parda.
Pendença – Penitência; trabalho; castigo; pendência; conflito.
Pendenças – Multa eclesiástica em que se comutavam as penitências que se deviam pelas culpas; penitência.
Pendoenças – Penitências; ações; mostras e sinais de verdadeiro arrependimento.
Penisco – Porção de pinhão
miúdo. Semente de pinheiro bravo.
Penol – Ponta da verga dos navios. Lais superior da verga.
Pentateuco – Os 5 primeiros livros da bíblia: Genesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio.
Per – Por.
Percalçar – Alcançar alguém em contas - conseguir algum emolumento - direito: conseguir que se lhe faça justiça.
Perdante – Ante; perante; diante de. (contração de per+de+ante)
Perfia – Porfia.
Peripatismo – O gosto ou doutrina dos peripatéticos, ou sectários de Aristóteles.
Perlonga – Maliciosa e fraudulenta demora; palavras com que se ganha tempo.
Permudação – Escambo; troca.
Permudar – Trocar.
Pero – Ainda que, posto que (todavia; mas; porém; contudo).
Perpao | Prepao | Perpau | Prepau – Pau junto do mastro que atravessa as escoteiras da gávea, tem seus furos e serve de dar a volta aos cabos que vêm de cima da vela grande.
Perponte | Perponto – Gibão forte, acolchoado com algodão e pespontado, para embaraçar a ponta da lança e espada.
Perro – Figurado: que não cede; teimoso; obstinado; resistente; zangado; arreliado.
Petitório – Petições repetidas em material de pouco porte; o distrito onde pedem e o ato de pedir; ação de pedir a propriedade; pedido; petição.
Phalárica | Falárica – Sorte de lança que levava juntamente uma bola, ou tromba, ou manga, cheia de materiais inflamáveis, para pôr fogo onde se pregava o seu grosso ferro, atirada por grandes bestas de torno. (latim falárica)
Piastrão – Peça de ferro que forra por diante as couraças, ou peitos d’aço, ou coiras; note-se que se dá estas armas sempre aos piões. (do francês piastre; chapa, lâmina, folha ou solha)
Picota – Poste ou madeiro erguido em praça pública, em cuja extremidade superior se expunham as cabeças dos justiçados. Poste guarnecido de argolas e correntes, onde se executavam penas ignominiosas, açoitando-se os delinquentes, ou sendo expostos à irrisão pública.
Pífano | Pífaro – Instrumento popular pastoril, do feitio duma frauta, que se tocava nos regimentos.
Pilastra – Pilar de quatro faces, em geral aderente por uma delas a uma edificação ou parede.
Pinaça – Embarcação pequena, estreita, de vela e remos, que vai descobrir o mar, ou serve para levar tropas de desembarque.
Penol – Ponta da verga dos navios. Lais superior da verga.
Pentateuco – Os 5 primeiros livros da bíblia: Genesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronómio.
Per – Por.
Percalçar – Alcançar alguém em contas - conseguir algum emolumento - direito: conseguir que se lhe faça justiça.
Perdante – Ante; perante; diante de. (contração de per+de+ante)
Perfia – Porfia.
Peripatismo – O gosto ou doutrina dos peripatéticos, ou sectários de Aristóteles.
Perlonga – Maliciosa e fraudulenta demora; palavras com que se ganha tempo.
Permudação – Escambo; troca.
Permudar – Trocar.
Pero – Ainda que, posto que (todavia; mas; porém; contudo).
Perpao | Prepao | Perpau | Prepau – Pau junto do mastro que atravessa as escoteiras da gávea, tem seus furos e serve de dar a volta aos cabos que vêm de cima da vela grande.
Perponte | Perponto – Gibão forte, acolchoado com algodão e pespontado, para embaraçar a ponta da lança e espada.
Perro – Figurado: que não cede; teimoso; obstinado; resistente; zangado; arreliado.
Petitório – Petições repetidas em material de pouco porte; o distrito onde pedem e o ato de pedir; ação de pedir a propriedade; pedido; petição.
Phalárica | Falárica – Sorte de lança que levava juntamente uma bola, ou tromba, ou manga, cheia de materiais inflamáveis, para pôr fogo onde se pregava o seu grosso ferro, atirada por grandes bestas de torno. (latim falárica)
Piastrão – Peça de ferro que forra por diante as couraças, ou peitos d’aço, ou coiras; note-se que se dá estas armas sempre aos piões. (do francês piastre; chapa, lâmina, folha ou solha)
Picota – Poste ou madeiro erguido em praça pública, em cuja extremidade superior se expunham as cabeças dos justiçados. Poste guarnecido de argolas e correntes, onde se executavam penas ignominiosas, açoitando-se os delinquentes, ou sendo expostos à irrisão pública.
Pífano | Pífaro – Instrumento popular pastoril, do feitio duma frauta, que se tocava nos regimentos.
Pilastra – Pilar de quatro faces, em geral aderente por uma delas a uma edificação ou parede.
Pinaça – Embarcação pequena, estreita, de vela e remos, que vai descobrir o mar, ou serve para levar tropas de desembarque.
Pindra | Pindrar – Penhor; penhora.
Penhorar.
Pintalegrete – Que ou aquele que é peralta; janota; pedante; alegre; vivaz. De pinto+alegrete.
Piorno – Planta arbustiva semelhante à giesta, espontânea em Portugal.
Pipia – Cano da cevada, em que os meninos sopram, e fazem um som agudo.
Pique – Arma ofensiva, a modo de lança, com um ferro pequeno e agudo.
Pírola – Pílula; bola de remédio que se toma pela boca; má nova, coisa desabrida que se faz a alguém.
Pisão – Moinho de uma roda dentada, que faz alçar e baixar uns paus como martelos sobre um pano, para o fazer mais liso e firme.
Pita – Fibra das folhas da piteira; obra feita com essas fibras.
Pitança – Ração diária ou ordinária. Mesada ou ordinária em dinheiro. Prato extraordinário, que se dava em festa, fora do comum. Ração de alimentos extraordinária que se dava em comunidade, por ocasião de uma festa; iguaria saborosa; ração diária de alimentação; comida; dádiva em dinheiro, mesada; pensão; esmola de missa.
Plinto | Plintho – Peça quadrada que serve de base a um pedestal ou coluna. Soco ou pedestal de estátua. (latim plinthus)
Pobra | Pobla – O mesmo que povoação.
Pobrado – Povoado.
Pobrador – Povoador de terra, vila, castelo, herdade, reguengo, ou os que se avizinharam com os primeiros povoadores.
Pobrar – Povoar.
Podestade – Primeiro magistrado de alguma província que juntamente administrava as coisas da justiça e guerra, cargo que era ocupado por ricos-homens ou pessoas dessa sorte. Rico-homem com autoridade suprema em certas comarcas ou províncias. (do latim protestas)
Poer – Pôr.
Poimento – Ato de pôr ou depositar.
Poleá – Homem plebeu, no Malabar, Índia; homem de raça ínfima.
Poliandra – Que ou mulher que tem mais de um marido, ao mesmo tempo. Do grego polýandros, «que tem muitos homens».
Policia – Cultura, aperfeiçoamento de nação culta, política ou polida, (…), no saber, artes liberais. Polidez no servir iguarias, no falar, vestir; obras de curioso lavor, manufaturas de luxo; polícias de guerra, artifícios bélicos.
Por uma parte – Sector.
Porende – Porém, portanto, à vista do que, por esta razão, por isto.
Porquanto – Porque, visto que, uma vez que, já que, por isso que.
Porra – Maça.
Porsuivan – Passavante; espécie de arauto da casa real, encarregado de anunciar a paz ou guerra.
Porteiro – O pregoeiro dos leilões e almoedas judiciais, e que também faz citações. Cobrador de direitos reais.
Posseiro – Quinhoeiro de um prédio; que está na posse legal de um prédio ou prédios indivisos (de posse)
Postumaria | Posthumaria – O tempo e as coisas que sucedem depois da morte de alguém.
Postumeiro – Último.
Poterna – Galeria subterrânea ou porta falsa, para sair secretamente de uma praça fortificada. Do baixo latim posterŭla «porta das traseiras», pelo francês poterne.
Pouquidade – Pequena coisa; coisa pouca; coisa de pouco tomo, de pouca monta, valor, importância; pequenez; exiguidade; insignificância; pequeno mérito; deficiência de aptidão; pouco talento.
Povorar | Povrar – Povoar; rotear; cultivar.
Poyar – “Poyar gente em terra", pô-la, desembarcá-la em terra.
Praçaria | Parçaria – O mesmo que pareceria.
Pintalegrete – Que ou aquele que é peralta; janota; pedante; alegre; vivaz. De pinto+alegrete.
Piorno – Planta arbustiva semelhante à giesta, espontânea em Portugal.
Pipia – Cano da cevada, em que os meninos sopram, e fazem um som agudo.
Pique – Arma ofensiva, a modo de lança, com um ferro pequeno e agudo.
Pírola – Pílula; bola de remédio que se toma pela boca; má nova, coisa desabrida que se faz a alguém.
Pisão – Moinho de uma roda dentada, que faz alçar e baixar uns paus como martelos sobre um pano, para o fazer mais liso e firme.
Pita – Fibra das folhas da piteira; obra feita com essas fibras.
Pitança – Ração diária ou ordinária. Mesada ou ordinária em dinheiro. Prato extraordinário, que se dava em festa, fora do comum. Ração de alimentos extraordinária que se dava em comunidade, por ocasião de uma festa; iguaria saborosa; ração diária de alimentação; comida; dádiva em dinheiro, mesada; pensão; esmola de missa.
Plinto | Plintho – Peça quadrada que serve de base a um pedestal ou coluna. Soco ou pedestal de estátua. (latim plinthus)
Pobra | Pobla – O mesmo que povoação.
Pobrado – Povoado.
Pobrador – Povoador de terra, vila, castelo, herdade, reguengo, ou os que se avizinharam com os primeiros povoadores.
Pobrar – Povoar.
Podestade – Primeiro magistrado de alguma província que juntamente administrava as coisas da justiça e guerra, cargo que era ocupado por ricos-homens ou pessoas dessa sorte. Rico-homem com autoridade suprema em certas comarcas ou províncias. (do latim protestas)
Poer – Pôr.
Poimento – Ato de pôr ou depositar.
Poleá – Homem plebeu, no Malabar, Índia; homem de raça ínfima.
Poliandra – Que ou mulher que tem mais de um marido, ao mesmo tempo. Do grego polýandros, «que tem muitos homens».
Policia – Cultura, aperfeiçoamento de nação culta, política ou polida, (…), no saber, artes liberais. Polidez no servir iguarias, no falar, vestir; obras de curioso lavor, manufaturas de luxo; polícias de guerra, artifícios bélicos.
Por uma parte – Sector.
Porende – Porém, portanto, à vista do que, por esta razão, por isto.
Porquanto – Porque, visto que, uma vez que, já que, por isso que.
Porra – Maça.
Porsuivan – Passavante; espécie de arauto da casa real, encarregado de anunciar a paz ou guerra.
Porteiro – O pregoeiro dos leilões e almoedas judiciais, e que também faz citações. Cobrador de direitos reais.
Posseiro – Quinhoeiro de um prédio; que está na posse legal de um prédio ou prédios indivisos (de posse)
Postumaria | Posthumaria – O tempo e as coisas que sucedem depois da morte de alguém.
Postumeiro – Último.
Poterna – Galeria subterrânea ou porta falsa, para sair secretamente de uma praça fortificada. Do baixo latim posterŭla «porta das traseiras», pelo francês poterne.
Pouquidade – Pequena coisa; coisa pouca; coisa de pouco tomo, de pouca monta, valor, importância; pequenez; exiguidade; insignificância; pequeno mérito; deficiência de aptidão; pouco talento.
Povorar | Povrar – Povoar; rotear; cultivar.
Poyar – “Poyar gente em terra", pô-la, desembarcá-la em terra.
Praçaria | Parçaria – O mesmo que pareceria.
Pranteadeira | Carpideira
| Choradeira – Mulher a quem se
pagava, para ir com outras prantear os mortos. Mulher que anda sempre a
lastimar-se.
Prasmar – Repreender de algum vício ou ação mal feita; censurar.
Praso | Praso | Emprazamento | Aforamento | Fateosim | Enfiteuse - Propriedade de raiz de que o dono concede a outrem o senhorio útil, por vida, ou vidas, impondo-lhe certa pensão, que se lhe paga em conhecimento, anualmente.
Preá – Roedor.
Préa – Presa.
Prear – Apresar.
Prebenda – Nome genérico dado a todos os benefícios eclesiásticos de ordem superior; rendimento pertencente a um canonicato; qualquer benefício eclesiástico. Figurado: emprego rendoso e de pouco trabalho; sinecura.
Preboste – Chefe de serviço de polícia militar nas grandes unidades, onde tem várias funções.
Precalçar – Ganhar; lucrar; alcançar.
Precudir – Castigar; ferir; desbaratar.
Prego – Carta fechada e selada, com ordens secretas. Peça de metal, delgada e pontiaguda dum lado e mais grossa do outro, destinada a cravar-se num ponto ou objeto, que se quer segurar ou fixar.
Preitar – Pagar, satisfazer.
Preitesia – Capitulação, ajuste, concerto.
Preito – Pacto; ajuste. Homenagem; tributo de vassalagem, veneração; juramento solene.
Prelo – Máquina tipográfica manual; prensa.
Prema – Constrangimento; opressão; vexame; angústia; dor; trabalho; pena; aflição; peia.
Premática – Pragmática.
Premissa – Antigo direito que os párocos tinham de receber certa parte das primeiras novidades que as terras produziam.
Prasmar – Repreender de algum vício ou ação mal feita; censurar.
Praso | Praso | Emprazamento | Aforamento | Fateosim | Enfiteuse - Propriedade de raiz de que o dono concede a outrem o senhorio útil, por vida, ou vidas, impondo-lhe certa pensão, que se lhe paga em conhecimento, anualmente.
Preá – Roedor.
Préa – Presa.
Prear – Apresar.
Prebenda – Nome genérico dado a todos os benefícios eclesiásticos de ordem superior; rendimento pertencente a um canonicato; qualquer benefício eclesiástico. Figurado: emprego rendoso e de pouco trabalho; sinecura.
Preboste – Chefe de serviço de polícia militar nas grandes unidades, onde tem várias funções.
Precalçar – Ganhar; lucrar; alcançar.
Precudir – Castigar; ferir; desbaratar.
Prego – Carta fechada e selada, com ordens secretas. Peça de metal, delgada e pontiaguda dum lado e mais grossa do outro, destinada a cravar-se num ponto ou objeto, que se quer segurar ou fixar.
Preitar – Pagar, satisfazer.
Preitesia – Capitulação, ajuste, concerto.
Preito – Pacto; ajuste. Homenagem; tributo de vassalagem, veneração; juramento solene.
Prelo – Máquina tipográfica manual; prensa.
Prema – Constrangimento; opressão; vexame; angústia; dor; trabalho; pena; aflição; peia.
Premática – Pragmática.
Premissa – Antigo direito que os párocos tinham de receber certa parte das primeiras novidades que as terras produziam.
Presbítero – Clérigo que recebeu
o presbiterado, isto é, a terceira ordem sacra; padre; sacerdote.
Presor – Cada um dos colonos, inferiores à classe nobre e privilegiada, que no tempo dos reis de Leão reconquistavam ou recebiam em partilha terras conquistadas aos Moiros. Tomador ou conquistador da Terra das mãos dos Mouros.
Prestameiro – Mordomo ou readeiro que cobrava os foros e pensões dos apréstamos.
Presor – Cada um dos colonos, inferiores à classe nobre e privilegiada, que no tempo dos reis de Leão reconquistavam ou recebiam em partilha terras conquistadas aos Moiros. Tomador ou conquistador da Terra das mãos dos Mouros.
Prestameiro – Mordomo ou readeiro que cobrava os foros e pensões dos apréstamos.
Préstamo
– Antigo imposto, em fruta ou em dinheiro, consignado a um terreno, a favor da
Coroa.
Preste – Sacerdote; padre; presbítero.
Prestimónio – Pensão ou bens destinados à sustentação de um padre, e separados das rendas de benefício (latim prӕstimónium). Antiquado: préstamo; aprestamo.
Prestumeiro – Último, derradeiro.
Presúria – Tomada; conquista. Reivindicação ou reconquista à mão armada. Repartição de terras conquistadas aos mouros. Posse de terreno com justo título.
Pret – Pré; o vencimento diário de um soldado, ou que se paga de 3 ou de 5 em 5 dias.
Pretor – Magistrado Romano que exercia jurisdição em Roma, capitaneava os exércitos e governava as províncias. Na Idade Média, alcaide-mor ou senhor absoluto das terras que lhe eram confiadas.
Pretório – O lugar onde o pretor fazia a audiência e administrava a justiça. A casa do pretor.
Prima – A fêmea da espécie açor; dizem ser o primeiro ou o segundo que nasce da ninhada. O açor e a gavião prima são os de melhor sorte.
Priol | Priul – Prior.
Prior Claustral | Crasteiro – A que também chamaram Subprior ou Prior do Claustro, cuja inspeção se não estendia fora do mosteiro.
Prioste – Recebedor de rendas da Igreja; na universidade, o que cobrava as rendas, ou rendeiro, em falta do Prebendeiro, por arrematação.
Procela – Tempestade no mar; tormenta; temporal. Figurado: do homem que faz grande e vasto estrago; o estrondo e estrago de guerra; grande agitação; exaltação de espírito.
Prócere – Homem importante; personagem eminente; magnata. Do latim procĕre-, «idem».
Proconsul – Magistrado romano que ia governar as províncias com a jurisdição e direitos de cônsul; e poderes extraordinários.
Proe | Prohe – Utilidade, conveniência, proveito.
Profaçar – Acusar; repreender cara a cara; invetivar; estorvar.
Proiz – Cabo, para amarrar embarcações à terra.
Proluxidade – Prolixidade.
Promagem – Todo o fruto da espécie dos abrunhos.
Pronau – Parte anterior dos tempos antigos; vestíbulo de um templo grego formado pela colunata da fachada.
Pronóstico – Prognóstico.
Propinar – Dar a beber a… Figurado: ministrar. Do latim propināre, «dar de beber».
Prostimeira – Fim; remate desta vida mortal; último; derradeiro.
Prestimónio – Pensão ou bens destinados à sustentação de um padre, e separados das rendas de benefício (latim prӕstimónium). Antiquado: préstamo; aprestamo.
Prestumeiro – Último, derradeiro.
Presúria – Tomada; conquista. Reivindicação ou reconquista à mão armada. Repartição de terras conquistadas aos mouros. Posse de terreno com justo título.
Pret – Pré; o vencimento diário de um soldado, ou que se paga de 3 ou de 5 em 5 dias.
Pretor – Magistrado Romano que exercia jurisdição em Roma, capitaneava os exércitos e governava as províncias. Na Idade Média, alcaide-mor ou senhor absoluto das terras que lhe eram confiadas.
Pretório – O lugar onde o pretor fazia a audiência e administrava a justiça. A casa do pretor.
Prima – A fêmea da espécie açor; dizem ser o primeiro ou o segundo que nasce da ninhada. O açor e a gavião prima são os de melhor sorte.
Priol | Priul – Prior.
Prior Claustral | Crasteiro – A que também chamaram Subprior ou Prior do Claustro, cuja inspeção se não estendia fora do mosteiro.
Prioste – Recebedor de rendas da Igreja; na universidade, o que cobrava as rendas, ou rendeiro, em falta do Prebendeiro, por arrematação.
Procela – Tempestade no mar; tormenta; temporal. Figurado: do homem que faz grande e vasto estrago; o estrondo e estrago de guerra; grande agitação; exaltação de espírito.
Prócere – Homem importante; personagem eminente; magnata. Do latim procĕre-, «idem».
Proconsul – Magistrado romano que ia governar as províncias com a jurisdição e direitos de cônsul; e poderes extraordinários.
Proe | Prohe – Utilidade, conveniência, proveito.
Profaçar – Acusar; repreender cara a cara; invetivar; estorvar.
Proiz – Cabo, para amarrar embarcações à terra.
Proluxidade – Prolixidade.
Promagem – Todo o fruto da espécie dos abrunhos.
Pronau – Parte anterior dos tempos antigos; vestíbulo de um templo grego formado pela colunata da fachada.
Pronóstico – Prognóstico.
Propinar – Dar a beber a… Figurado: ministrar. Do latim propināre, «dar de beber».
Prostimeira – Fim; remate desta vida mortal; último; derradeiro.
Protonotário – Notário-mor dos
imperadores romanos. Dignitário da Cúria Romana que recebe e expede os atos dos
consistórios. Título honorífico concedido pelo papa a alguns sacerdotes.
Protrair – Tirar para fora; prolongar; demorar; espaçar; protelar; adiar; procrastinar; prolongar-se; demorar-se. Do latim protrahĕre, «idem».
Prouve – Agradou.
Proveza – Pobreza.
Provicar – Publicar; elucidar.
Próvico – Público; manifesto; à vista de todos.
Proviso – Mofino; perverso; maldito; destinado para o inferno.
Prúbico – Público.
Prumagem – Antigo plumagem. Árvore que dá umas maçãzinhas amargosas, em que se enxertam maçãs.
Pruvico – Público; notório; sabido.
Psalterio – Livro de salmos. Instrumento de 10 cordas, usado pelos Hebreus.
Pugy – Pretérito de poer; eu pus - contra alguém; dar libelo, requer contra ele – em estado; formar acusação, queixa ou sumário contra alguém…
Punhar | Punar – Fazer todo o esforço e toda a boa diligência para concluir alguma coisa; empunhar; apunhar; pugnar; punir.
Puridade – Segredo íntimo de alguma pessoa.
Protrair – Tirar para fora; prolongar; demorar; espaçar; protelar; adiar; procrastinar; prolongar-se; demorar-se. Do latim protrahĕre, «idem».
Prouve – Agradou.
Proveza – Pobreza.
Provicar – Publicar; elucidar.
Próvico – Público; manifesto; à vista de todos.
Proviso – Mofino; perverso; maldito; destinado para o inferno.
Prúbico – Público.
Prumagem – Antigo plumagem. Árvore que dá umas maçãzinhas amargosas, em que se enxertam maçãs.
Pruvico – Público; notório; sabido.
Psalterio – Livro de salmos. Instrumento de 10 cordas, usado pelos Hebreus.
Pugy – Pretérito de poer; eu pus - contra alguém; dar libelo, requer contra ele – em estado; formar acusação, queixa ou sumário contra alguém…
Punhar | Punar – Fazer todo o esforço e toda a boa diligência para concluir alguma coisa; empunhar; apunhar; pugnar; punir.
Puridade – Segredo íntimo de alguma pessoa.
Pyropo – Liga de quatro
partes de cobre (ou três de latão) e uma de oiro, usada pelos antigos.
Variedade de pedra preciosa.
Qua
– Acha-se por cá; antigo porque.
Quaderna
| Caderna – Heráldica: objeto composto de quatro peças em quadrado, de
ordinário em forma de crescentes. A face do dado que apresenta quatro pontos. Pl. Os quatro pontos de uma face dos
dados. (Do latim quaternus, grupo de
quatro coisas). Sinónimo: quadra, quatro.
Quadrilheiro
– Oficial inferior de justiça nomeado pela câmara para servir 3 anos; dá
juramento; vigia o seu bairro, ou quadrilha; prende os incursos nas posturas;
acode às brigas; vigia sobre os vadios, etc.; na antiga milícia era o oficial
que repartia os despojos da guerra.
Quamanho
– Qual; quanto; quão grande; qual quinhão; por quanto.
Quartão
| Quartau | Painel
– Medida de líquidos que leva 3 canadas, ou a quarta parte dum almude. Cavalo
corpulento e quadrado, mas curto. Peça d'artilharia que é a quarta parte dum canhão.
Cartão ou papelão com claro e lavores à roda, para inscrição ou letreiro, ou
para lavores.
Quarto
da alva – Período que começa às 4 horas da manhã, na distribuição do
serviço náutico de 4 horas. (Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa).
Quejando
– Da mesma natureza ou laia, que tal.
Querena | Carena – Parte do navio que
fica abaixo do nível da água.
Querenar | Carenar - Virar de querena
(um navio) para consertar ou limpar.
Querençoso
– Amoroso, afável, benévolo, apaixonado por algo.
Questa
– O mesmo que queixa. Ant. Peditório; ato de pedir esmola. (Lat. quaesta)
Questor
– Antigo magistrado romano que tinha a seu cargo as finanças; juiz criminal
entre os romanos; funcionário que superintendia com outros nas repartições da
Câmara dos Pares.
Quíloa
– Ilhas de Kilwa Kisiwana e de Songo Mnara, à entrada da baía de Dar-es-Salam,
Tanzânia. Coordenadas, -8.98, 39.52.
Quindennio
– Quindénio – Porção de quinze anos
que se paga ao Papa de igrejas anexas. Pensão que, de quinze em quinze anos,
era para à Santa Sé por certos beneficiados eclesiásticos, para as necessidades
da Igreja. O mesmo que quinquénio. Porção ou espaço de quinze; quinzena.
Quinhoeiro
– O que tem parte e quinhão em alguma coisa. Aquele que tem quinhão;
comparticipante. O que é solidário, que compartilha, participa.
Quintal
– Antiga unidade de peso equivalente a 4 arrobas, isto é, cerca de 60Kg.
Raçoeiro
| Racioneiro | Reçoeiro – A quem
pertence uma ração ou que a recebe. Que dá ração. Espécie de beneficiado em
corporação religiosa. Aquele que tem direito a ração; aquele que distribui
ração.
Rábita
| Rábida
– Lugar sagrado; lugar de oração. (Do árabe rabita,
«idem»)
Rancora | Rancoura
| Rancura – Querela; agravo.
Rás
– Uma terra onde se tecem panos de guarnecer as paredes.
Rasa | Raza – Antiga medida de capacidade, correspondente ao alqueire.
Pau cilíndrico que serve para tirar o que fica acima das bordas de uma medida;
rasoira.
Raso
| Razo – Tecido de seda lustrosa e
fina; estofo de seda; cetim género de estofo de seda ou lã.
Rausar | Rouçar – Raptar e violar
mulher honesta ou donzela. Forçar; violentar (mulher).
Raz
– Cabeça; cabeceira.
Realengo
– Do rei; real; régio.
Reame
– Reino; governo do reino.
Rebelim
| Revelim
– construção externa de duas faces, que formam um ângulo saliente, para
defesa ou cobertura de uma cortina de muralha, ponte, fortaleza, etc.
Recábdo | Recábito - Recebimento solene
em face da Igreja e na forma dos sagrados cânones, santificado com a bênção do
sacerdote.
Recadar
– Recatar.
Reçafa
– Ressaca.
Reçaga
– Retaguarda de um exército; parte posterior.
Reção
– Ração.
Recova – Ato de recovar; transporte de bagagens,
mercadorias, etc., feito por recoveiro, mediante pagamento.
Recovar
– Transportar de um lado para o outro (bagagens, mercadorias, etc.).
Recoveiro
– Almocreve.
Recudir
– Sair, vir a ser para o futuro - tornar a acudir, voltar para alguma parte.
Redente
– Da fortificação: obra feita à feição de serra, com ângulos reentrantes e
salientes, que se defendem reciprocamente. Entrincheiramento em forma de ângulo
saliente.
Redingote – O mesmo que
sobrecasaca ou casacão, roupão largo que se veste sobre a casaca ou fraque,
contra a chuva ou frio, para montar a cavalo.
Refece
– De sentimentos ordinários; vil; infame; miserável; de baixa condição. O mesmo
que arfece - moeda baixa, assim no
metal como no valor - vender a refece:
por baixo valor; que não está na maior força, que declina dela.
Refertar
– Escaramuçar, discutir.
Refle – Espingarda curta,
espécie de bacamarte. (do inglês rifle)
Refojo
– Recôncavo de terreno; gruta ou caverna onde se abrigam animais. (de re-+fojo).
Regardar
– Ter respeito; olhar; respeitar.
Reguengo
– Próprio de rei, real; terra do património real arrendada com a
obrigatoriedade de certos tributos em géneros.
Rei
d’armas – Intérprete internúncio; o primeiro-oficial de armaria;
arauto.
Reinícola – Que habita no reino. Reinol. Jurisconsulto que
trata especialmente de jurisprudência nacional. (do latim. regnícola)
Reinol
– Que é do reino; próprio do reino.
Reitoria – Cargo ou dignidade
de reitor; paróquia sob a direção de um reitor.
Relaxado – Sentenciado;
dissoluto; devasso; desmazelado. Relaxado à justiça secular; i.e., entregue com
o processo e sentença, para se imporem ao relaxado as penas de sangue e morte,
como fazem certos juízes eclesiásticos.
Relé
– Casta; companhia, laia; forte; espécie.
Relego – Descanso; sossego; tranquilidade. História: Parece ser contração ou
abreviatura de Regalengo. Na baixa latinidade se disse Reletum e Bannum.
É um direito com que o Soberano, ou o seu donatário, podem livremente vender o
vinho que se cria nos seus Reguengos, jugadas ou coutos, em
certos meses e por tantos dias, nos quais não se pode vender impunemente outro
qualquer, segundo o que se determina nos respetivos forais ou mercês. Daqui nasceu
chamar-se Relego: lagar, tulha, adega ou celeiro, ao lugar em que tal
vinho se fazia e recolhia, e mesmo em que outros produtos se depositavam.
Também se disse Relegueiro ou Relegueira o homem ou mulher que
cobra as rendas dos senhorios que têm Relego.
Relinga
– Cabo com que se atam as velas das embarcações. Cabo cosido em volta da vela
para reforço.
Rem
– Antiq.; Coisa (fazem honra dos lugares onde pagam rem; i.é., honram os
lugares donde lhe pagam alguma coisa do censo).
Remercear
– Agradecer.
Renembrar
– Antq. Relembrar; lembrar; trazer à memória; fazer recordar.
Repairação
– Repairado; repairar; reparação; reparado; reparar.
Rependido
– Arrependido.
Rependimento
– Satisfação; paga; recompensa; arrependimento.
Reposte
– Casa de guardar móveis.
Reposteiro
– Oficial que tem a seu cargo o reposte, ou o fato nele guardado.
Réprobo
– Que ou aquele que foi reprovado; condenado; precito; detestado; malvado. Do
latim reprŏbu-, «idem».
Repunhar
– Repugnar; opor-se; ser contrário a…
Requeixada – Dizia-se de uma
terra ou localidade pequena e despovoada. Dizem que a terra do dito logo
(lugar) he requeixada por tal guiza que non ha hi homee, que aia (tenha)
terra que avonde huma junta de bois a lavrar… A minha terra fica por
esta rrazom mays requeixada para os meos foros e direitos. (Doc. da câmara
secular de Lamego de 1352).
Requesta
– Requerimento; súplica com instância; desafio; briga; duelo; estar prestes
para fazer duelo com todas as condições que se propuserem ate se matarem, ou
chegarem ao extremo da vida.
Resbutos
– Gentios de Cambaia ou Guzarate; reisbutos.
Resentir
– Tornar a sentir, ou sentir; ofender-se; mostrar algum sentimento ou pesar;
sentir o efeito de…; despertar; excitar-se; advertir; dar fé.
Resoar
– Retumbar; fazer eco; razoar.
Responsão – Pagar de conhecença a título foro, redito ou censo.
Restinga – Recife; escolho; banco de areia ou de rocha no alto
mar. Terreno arenoso e salino no litoral, com ervas e vegetação caraterística.
Retar
– Recusar; rejeitar. Denunciar o crime de… Raptar.
Reteúdo
– Pass. antq. de reter; retido.
Reto
– Repto.
Retoar
– Raptar.
Retouçar
– Fazer travessuras; traquinar. Do castelhano retozar, «retouçar; andar na brincadeira».
Retraher
| Retraer – Retrair; voltar atrás;
arremedar; representar.
Retrahir-se
– Recolher-se; retirar-se; agachar-se; recuar; retroceder; retirar.
Revelim | Rebelim – Construção externa de duas
faces, que formam um ângulo saliente, para defesa ou cobertura de uma cortina
de muralha, ponte, fortaleza, etc.
Revora | Rebora – Antiq. Alvedrio. Decisão. Idade exigida
por lei para certos atos. Idade da puberdade. Confirmação de doações ou de contratos.
Donativos, luvas por ocasião de contratos. O mesmo que robora.
Revoso
– Indignado; raivoso; cheio de ira; cuidadoso; pensativo.
Rezente
– Recente.
Rio
Madrasabat – Atual Shinghoda River (?), Kodinar, Gujarate, Índia.
Risso – Pano, veludo de lã ou seda.
Roble
– Nome vulgar por que também é designado o carvalho comum ou alvarinho (do
latim robŏre-, «carvalho»)
Rochete
| Roxete – Sobrepeliz que usam os
bispos por baixo do mantelete e sobre a sotaina; um tanto roxo, arroxeado.
Rocim
– Cavalo pequeno e fraco.
Rocio – Chuva miúda;
orvalho.
Rodela
– Escudo redondo.
Roio
– Arroio.
Rolação
– Relação (justiça).
Rolda
– Ronda.
Roncar
– Dar um som rouco; ressonar; bravatear, ameaçar grandes coisas em vão.
Rool
– O mesmo que rol. Plural rooles.
Rossio – Terreno que era
roçado, ou fruído em comum, pelo povo. Lugar espaçoso. Logradouro. Terreiro. Praça
larga.
Rostro
– Rosto.
Rouçar | Rausar – Raptar e violar
mulher honesta ou donzela. Forçar; violentar (mulher).
Roupas
de estrado – Roupas do leito.
Roussar
– Raptar ou violentar (uma mulher). Do latim tardio rapsãre, «raptar».
Rume
– Termo genérico adotado pelos Portugueses no século XVI para se referirem aos
Otomanos e Mamelucos que encontravam no Oceano Índico. Soldado turco ou
egípcio, filho de cristãos, subtraído em criança a seus pais, doutrinado no
maometismo e treinado para a guerra. Do hindustâni-persa-árabe rumi, «romano».
Ruxoxó
– Voz com que se enxotam as aves; assuada; troça.
Sa(s) – Variação feminina de sua(s).
Sabasto | Sabastro
| Sebasto | Sebastro – Tira de pano, sobre uma peça de vestuário,
de cor diferente. Nas casulas, a do meio.
Sabendas – Com acinte; com conhecimento e notícia. Caso pensado. Sabença.
Saber
de parte – Inquirir.
Sabudo
– Sabido; pão sabudo, a medida de pão que se paga de renda.
Sabujo
– Cão de montaria, variedade de podengo, de olfato apurado.
Sacaria
– Rebate falso; sacarias: imposições, tributos sobre a saca, ou exportações.
Saco
– Rapina que faz o vencedor depois da batalha; o mesmo que saque.
Sáfaro – Terreno ou solo
árido, estéril ou inculto. Animal bravio, indomado ou difícil de domar. Rude,
agreste, de trato difícil., indócil, arisco, esquivo, desconfiado, alheio,
distante. (Do árabe çahar: árido, selvagem)
Sagaçaria
– Sagacidade com muito juízo e finura; sagacidade; ardil.
Sage
– Avisado, circunspecto, discreto, judicioso, prudente, sabedor, sábio.
Sageira
| Sajaria
– Sabedoria; discrição; prudência.
Sagena
| Sejana – Cadeia ou prisão; cadeia de
cristãos entre os mouros (ságena | séjana).
Sagesmente
– Sabiamente; com sabedoria; com prudência; com juízo.
Sageza
– Sabedoria; prudência.
Sagu
– Espécie de farinha que se extrai da parte central das hastes de várias
palmeiras; sagueiro. Bebida espirituosa feita do licor de sagueiro, usada na Ásia.
Saião
| Sayom – Oficial executor de Justiça
civil ou criminal, ou sacador, exactor de dívidas e impostos. O algoz, verdugo.
Saimel – A primeira pedra que, formando a volta de um arco, assenta sobre um
capitel ou uma ombreira.
Saimento
– Fim, ou expedição de uma assembleia - exéquias solenes.
Salamim
– Direito de corretagem que se pagava em Dio.
Salamim
| Selamim | Celamim
– A décima sexta parte do alqueire.
Salema
– Turquesco, cortesia, reverência profunda em sinal de obediência e submissão,
acompanhada de certas palavras, entre as quais vem Zalamaq.
Salsete
– É uma subdivisão do distrito de Goa do sul no estado indiano de Goa. Sua sede
económica é Margão.
Sambuca
– Antigo instrumento de cordas de forma triangular. Máquina de guerra, espécie
de ponte de assalto, para o ataque de fortalezas.
Sambuco
– Batel ou lancha usado na Índia. Do árabe sanbuq,
«idem».
Sandalha
– O mesmo que sandália.
Sangage
– Também designado por samguajem ou sangaje. Termo proveniente do malaio Sang-Aji, formado pelos elementos samg - título honorífico usado na
intitulação real, e Aji, real. Grupo
equiparado aos duques. Homem nobre de Ternate.
Sanguicel – Pequena embarcação
da Índia.
Santa
Cruz no cabo de Aguer (Gué) – A fortaleza de Santa Cruz do cabo de Gué,
ou de Aguer, também designada de Agoa de Narba, localizava-se na atual cidade
de Agadir, no litoral de Marrocos (Wikipédia).
Ver Roteiro Geral dos Mares, Costas, Ilhas e Baixos reconhecidos no Globo 4ª
parte, págs 98/99.
Santimónia
– Santidade fingida; beatice; hipocrisia; modo ou aparência de santo. Do latim sanctimonĭa-, «santidade».
São
Lúcar – Almeria, Espanha.
Sapa
– Obra ou trabalho de sapador; figurado:
trabalho oculto, ardiloso (do latim sappa-,
«sachola»).
Saragoça
– Pano de lã preta fabricado no reino. Tecido grosso fabricado, primitivamente,
na cidade espanhola de Saragoça.
Sátrapa
– Governador de uma província, entre os antigos Persas; grande senhor, rico e
voluptuoso; déspota (do persa antigo xsathra-pavan,
«tutor do reino», pelo latim satrăpa-,
«idem»).
Saturnal
– Orgia; desregramento; devassidão. Do latim saturnāle-, «idem».
Sautor
| Santor – Cruz de S. André formada
por dois objetos em forma de X. Heráldica:
aspa nos brasões.
Savasto | Savastro
| Sevasto | Sevastro – O mesmo que sabasto.
Saya
– Este nome que hoje se apropria a veste de mulher, significava antigamente a
capa, saio ou roupão secular, e a túnica ou hábito do religioso.
Secaz
– Sequaz.
Secretáriamente
– Secretamente; escondidamente; em segredo.
Secta
– Seita.
Secular – Que tem séculos;
muito antigo; que se realiza de século a século; mundano; temporal; pessoa que
não fez votos religiosos; leigo.
Religião: clero que não pertence às ordens
religiosas.
Séda
– Tribunal do juiz: cadeira em que ele se senta.
Sege | Caleche | Caleça – Antiga
carruagem de 4 rodas e 2 assentos, aberta por diante, própria para jornada.
Segral – O mesmo que secular.
Segre
– O mesmo que século; das coisas do mundo.
Seitavaca – Capital do reino homónimo,
hoje Seethawaca ou Sitawaca 6°55'38.3"N, 80°08'36.0"E, no Sri Lanka. (https://domusinaequator.wordpress.com/2013/09/08/seitavaca-seethawaka-e-a-famosa-retirada-de-jeronimo-de-azevedo-de-1603/)
Seitosa
– Ciosa, zelosa, cuidadosa, ciumenta, invejosa.
Sem
torva – Sem impedimento.
Sembra – Na frase adv. ant. em sembra ou ensembra;
juntamente; ao mesmo tempo; de companhia.
Semel – Geração; descendência; descendente. (do latim semen)
Semençar
– Ponderar com engenho e subtileza; haver-se com veemência, atenção e
diligência, tratar com atividade alguma coisa; cuidá-la bem.
Semitarra
– O mesmo que cimitarra.
Sempremente – Simplesmente.
Sendal | Cendal – Tecido raro de cobrir o corpo, de sorte
que se veja o que está por baixo; serve para cobrir o rosto, etc. Véu fino; transparente.
Sendeiro | Sindeiro – Um quartão,
cavalo que não é de marca, nem pode servir para a guerra.
Sendo
– Mandou a cada um dar sendo, a cada um o seu.
Senecto
| Senectude – Antiquado; idoso. Do
latim senectu-, «envelhecido».
Velhice senilidade; decrepitude. Do latim senectūte-,
«idem».
Senescal
– Antigo mordomo-mor, ou vedor, em certas casas reais. Magistrado judicial em
alguns países.
Senho(a)|
Seno(a)
– Diversos; vários; seus, suas, cada um seu, sua; carranca.
Senteal
– Seara de centeio.
Sento
– Eu sinto; herdade cultivada.
Seráfico | Seráphico - Relativo aos
serafins; designativo da ordem dos franciscanos; beatífico, místico, devoto.
Sergente
– Moço ou moça de servir; criado ou criada; ministro; servente assalariado e
pronto para todo o serviço do seu amo.
Serralho – Palácio imperial na Turquia; parte desse palácio habitada pelas
mulheres do sultão; harém; mulheres que habitam o harém; lupanar; prostíbulo;
casa onde vivem concubinas várias de um só homem.
Sesmo
– Termo; sítio; limite em que há sesmarias.
Sestro
– Sistro, pandeiro usado pelos foliões. Manha de besta. Má manha; mau hábito.
Mau ou sinistro conselho. Esquerdo; sinistro; agourento; sorte; manha; vício; hábito;
mania; o mesmo que sistro.
Sestroso
– Que tem manha; manhoso.
Setentrião – O polo norte; as
regiões do norte; vento do norte.
Setual | Setial |
Sitial – Banco ou assento, ornamentado; escabelo; assento;
comoro ou elevação de terra em que alguém se pode sentar, como em banco.
Sevandija | Savandija – Pessoa que vive à
custa de outrem; servil; vil; desprezível; patife; parasita; que se deixa
humilhar. Designação extensível a todos os animais imundos e parasitas.
Sexteiro
– A sexta parte de um moio, que era mais, ou menos porção e quantidade, segundo
o moio era de mais, ou de menos, alqueires.
Sia
– Variação antiquada de ser; estava.
Sicário – Assassino; facínora;
faquista. Malfeitor ou homem armado de faca de ponta, adaga e semelhante arma
oculta e aleivosa. Assassino pago.
Significança
– Signo.
Sija
– Seja, esteja.
Sim
| Si – Consentimento; aprovação.
Antigamente também se dizia sim por si, variação do pronome da terceira
pessoa.
Simonia – Venda ou compra de bens
espirituais ou de objetos estritamente ligados ao benefício espiritual; tráfico
de coisas sagradas. Do latim eclesiástico simonīa-,
«ato de Simão, o Mágico» (século I), que queria comprar a S. Pedro o dom de
conferir o Espírito Santo.
Simpremente – Simplesmente.
Simpresa
– Simpleza; singeleza.
Sindeiro
| Sendeiro – Um quartão, cavalo
que não é de marca, nem pode servir para a guerra.
Síndico | Syndico – Antigo procurador
de uma comunidade, cortes, etc. Advogado de corporação administrativa. Aquele
que é encarregue de uma sindicância. O que é escolhido para zelar ou defender
os interesses de uma associação ou de uma classe.
Sinecura – Emprego rendoso e
de pouco trabalho, ou que não obriga a trabalho.
Sipres
– Simples e sem mistura.
Sirgir
– De sirgo; por uso se diz serzir
(cerzir).
Sisbordo
– Carregaram a nau até meterem o sisbordo
(cisbordo) debaixo d'água (risbordo ou resbordo?)
Sistro
– Manha de besta; má manha; mau hábito.
Sobceder
– Antiquado. O mesmo que suceder.
Sobcor
| Socolor – O mesmo que sob cor.
Debaixo de cor; pretexto; aparência. Socolor de piedade…
Sobegidão
| Sobejidão | Sobegedom – Nimiedade; demasia; excesso; supérflua abundância;
exorbitância; pujança; imensidade; transgressão; culpa.
Sobgeição
– Sujeição; obediência; domínio; submissão (?).
Sobreavondavel
– Superabundante.
Sobrestar
| Sobreestar – Não ir por diante;
descontinuar (sobresteja o juiz apelado
na causa e não proceda pelo feito em diante, sobresteja-se da execução da…).
Sobrosso – Embaraço; impedimento.
Socresto
– Depósito de coisa litigiosa até se averiguar cuja ela é. Pessoa em cuja mão
se faz o depósito.
Soer
– Antiq.: costumar.
Soes
| Sois – Somente.
Sofrença
– Sofrimento; aflição; dor; angústia; padecimento; sofrimento… dos trabalhos.
Sogigar
| Sugigar – Subjugar.
Sohia
| Soia – Costumava.
Solau – Antigo romance em
verso, ordinariamente acompanhado por música. Antiga canção de caracter
melancólico, que lembra o romance trovadoresco.
Solaz
– O que favorece, dá consolação e alívio ao próximo; distração; recreio;
consolação; consolador.
Soldadeiro
– Assoldado.
Solfa – Música; arte de
solfejar. As notas da música.
Solia
– Antigo tecido de lã; vestuário feito desse tecido. Fig.: escudeiro de
solia, i.é. de baixa sorte, não fidalgo, nem de linhagem ou de solar conhecido.
Someter
– Sujeitar; humilhar-se; subjugar; submeter.
Sopena
– Sob pena.
Sopitar
– Fazer adormecer, adormecer; abrandar, acalmar; refrear; enfraquecer; dar
esperança a (Do latim sopitāre,
frequentativo de sopīre,
«adormecer»).
Sorretício
– Sub-reptício.
Sortija | Sortilha | Sortelha – Anel
empregado nos sortilégios e magia. Anel e joias de homem ou mulher.
Sota
– Designativo de inferior.
Sota capitânea – Antiga nau
que servia de capitania.
Sota
capitão – Comandante de sota-capitânia.
Sotea
– Varanda no alto da casa; casa baixa para tomar o fresco; sótão.
Soteia
– Eirado ou terrado em substituição do telhado.
Sotil
| Sotis
– Subtil. Navios sotis; com as popas estreitas e agudas.
Soveral
– Mata de sobreiros.
Spathario
| Espatário
– Gladiador; soldado do corpo da guarda dos soberanos bizantinos. Soldado
armado de espata. (Latim Spatharius)
Suaquém
– Coordenadas 19.108395, 37.32826. Cidade e porto, situada no Mar vermelho a
sul de Porto Sudão, cerca de 56 km.
Suggeridor
– Que sugere
Sugigador
– Subjugador.
Sultana – Mulher ou filha de
Sultão. A odalisca ou amásia do Sultão que dele teve algum filho. Fita ou faixa
que as espanholas usavam ao pescoço como enfeite.
Sultão – Título do imperador
dos turcos e de outros príncipes maometanos e tártaros. Senhor poderoso;
príncipe absoluto. Homem que tem muitas amantes.
Sumagre - BOTÂNICA (Rhus
coriaria) planta arbustiva, da família das Anacardiáceas, pode atingir
cerca de três metros de altura e tem folhas ovadas a lanceoladas, flores
alvacentas e frutos drupáceos, usados como condimento
culinário; sumagreira. Pó que se obtém a partir da trituração das folhas,
flores e casca dessa planta, usado no curtimento de couros, em tinturas e em
medicina.
Sumilher – Reposteiro da casa
real; reposteiro do paço.
Supito
| Súpeto – Súbito; acelerado em ira,
assomado; sobressaltá-lo, tomá-lo de improviso.
Supricação
| Supricaçom – Suplicação.
Surgião
– O mesmo que cirurgião.
Surgidouro
– Lugar onde os navios surgem e estão ancorados; ancoradouro.
Surgir
– Aportar; lançar ferro no porto.
Sus
– Que vale tanto como acima, tende ânimo, erguei os espíritos.
Susão
– Que está acima. Dizia-se especialmente dalgumas localidades divididas em duas
partes, que se distinguiam pela sua posição. SUSANO; SUSÃO: superior, do alto,
de cima.
Suserania
| Suserano – Qualidade ou poder
suserano; área da jurisdição de um suserano; domínio; autoridade. Senhor de um
domínio, de cujos vassalos dependem outros que lhes rendem homenagem ou pagam
tributo, senhor feudal; designação dada aos monarcas durante o regime feudal.
Sya | Syha | Sia
– Variação antiq. do verbo ser; estava.
Syrtes
– Bancos de areia muito perigosos; coisa muito perigosa e arriscada.
Tabaliadego
– Ofício de tabelião.
Tabardo – Antigo capote de mangas e capuz. Veste
medieval, semelhante a uma túnica sem mangas, usada sobre outras peças. Hábito usado
pelos donatos da ordem dos carmelitas.
Tabaréu | Tabaréo – Soldado mal
exercitado, inexperiente; soldado bisonho; soldado de ordenança. Homem
acanhado, tímido.
Taboas
– Quaisquer escrituras e em qualquer material exaradas.
Tabola
– Peça de osso ou marfim, que se usa para jogar o gamão, as damas, etc.
Taboleta – Mostrador onde, nas lojas, estão as peças já feitas para se verem (de
tabola).
Taifa
– Conjunto de soldados e marinheiros que combatiam na tolda do navio e no
castelo da proa ou guarneciam estes pontos. História:
Nome dado aos reinos muçulmanos criados na Península Ibérica, após a dissolução
da Califado de Córdova.
Talante
| Talente | Talan
– Vontade, desejo, arbítrio, a seu bel-prazer.
Talapão – Monge budista da
Birmânia e de Sião.
Talar
– Sulcar (um campo) para o escoar; devastar; destruir. (do castelhano talar, «idem»).
Taleiga – Saco, de maiores ou
menores dimensões, próprio para transportar cereais e farinha. Antiga medida de
líquidos e cereais.
Talentoso
– Alegre; satisfeito; contente; desejoso.
Tam – Tão.
Tanadar | Tanadaria – Oficial que na Índia recebia as rendas
da gancaria. Território da jurisdição do Tanadar.
Tanor,
reino de – Tem por capital o porto de Tanur. Coordenadas: 10º58’N, 75º51’E.
Taracena
| Tarecena | Tercena | Tarracena –
Armazém; arsenal em que se construíam e guardavam os armamentos navais e tudo o
que era pertença da marinha.
Tarima – Estrado com
alcatifa, coberto com dossel.
Tartana – Pequena embarcação do Mediterrâneo, de
forma alongada, com um mastro e vela latina; carroça coberta de toldo em arco e
aberto nos dois topos.
Taumaturgia
– Poder ou obra de taumaturgo. Taumaturgo: que ou aquele que opera milagres.
Tavoa
– Tábua.
Tavolagem | Tabulagem
– Dar; ter casa de jogo de tabolas, dados ou cartas; casa de jogo; vício
de jogar.
Té
– Até.
Tea
de justas – Era o círculo, ou cerco, aliás liça, ou liçada dentro da
qual se faziam as justas e torneios; as coisas postas em ordem.
Teedor
| Tédor – O que atualmente tem, e
possui; ocupa; peja; dá estorvo; senhor; possuidor. Teedor das estradas e caminhos: ladrão público, que à mão armada e
violentamente, ocupa, tem e embarga estes lugares, roubando os passageiros.
Tégula – Telha; (encontrada
em escavações arqueológicas).
Teiga – Vasilha de palha
com feitio de cesto; antiga medida de cereais.
Teiró
– Parte da fecharia dalgumas armas de fogo.
Teito
– Teto.
Tenalha
– Pequena construção de duas faces nas fortalezas, com um ângulo reentrante
para o lado exterior; a tenalha doble, ou flanqueada, tem na frente quatro
faces, que se flanqueiam reciprocamente cada duas, e formam dois ângulos
reentrantes e três salientes.
Tendilhão
– Tenda; barraca; tenda de campanha; pavilhão.
Tenência
– O cargo de tenente, do que tem algum posto por outrem. Cargo, residência ou
repartição de tenente; posse; domínio.
Tenens |
Maiorino – Juiz supremo do rei, até
ao século XIV. Em Portugal havia desde o princípio da monarquia tantos maiorinos,
ou meirinhos mores, quantas eram as comarcas ou províncias em que ela se
dividia. O seu ofício se exprimia pela palavra Tenens, que vem do latim teneutentum.
Terçado – Espada curta, curva e larga. Diz-se do pão
feito de três qualidades de farinha, em partes iguais.
Terçaria – Depósito; reféns; segurança de
contrato; certo direito de uma terça parte; intercessão; mediação; caução.
Tercena | Tarracena | Tarecena | Terecena
– Armazém; arsenal em que se construíam e guardavam os armamentos navais e tudo
o que era pertença da marinha.
Tercer – O mesmo que terceiro.
Terrada
– Pequeno navio de guerra asiático. (Do árabe terrad)
Terrádego – Imposto que se
paga pela ocupação de um terreno, em que se faz barraca de feira, ou se expõem
quaisquer produtos à venda. Terreno ocupado para esse fim. O que se pagava de
renda pela posse e cultura de terra alheia. Laudémio de quarentena.
Terranquim
– Uma espécie de embarcação da Índia.
Teso
– Alto do monte difícil de subir; monte alcantilado, o ingreme; cimo do monte;
suster um negócio com firmeza, sem afrouxar.
Tetor
– O mesmo que tutor.
Teúdo
– Obrigado, constrangido.
Tigello
| Tigelo – Vara que se empregava em
certos jogos; tijolo.
Timbre
– Heráldica. Insígnia que se põe
sobre o escudo d’armas, para distinguir os graus de nobreza. Insígnia, marca.
Divisa. Divisa honrosa. Selo. Carimbo.
Tiorba
– Instrumento de cordas, semelhante ao alaúde, muito usado entre os séculos XVI
e XVII, distinguindo-se pelos seus dois braços ou cravelhais.
Tiro
de besta – Distância de 200 metros.
Tisso
– Tecido leve e ralo.
Titor
– Pop. e ant. O mês mo que tutor.
Tiufadia
– Designação de uma legião de mil soldados entre os Godos.
Toa
– Corda de rebocar; sirga.
Tomadia
– Presa, roubo, despojo, que se faz à força e com armas; ato de tomar
conquistando, fazendo apreensão; coisa apreendida.
Tomar
língua – Tomar informações.
Tombo
– Inventário autêntico dos bens e terras de alguém com suas confrontações,
rendas, direitos, encargos, demarcações, etc.
Tone – O mesmo que almadia; sorte de embarcação Asiática.
Toneletes
– Toneletes das armaduras ou peitos das armas: são como fralda, ou fraldão, ou
peças que descem da cintura, talvez até aos joelhos, como pernas separadas umas
das outras. (do francês tonnelle, ou tonnellet)
Tornaises
– Torneses. Torneses de prata do Sr. D. Pedro valeriam na moeda d’agora
40 reis.
Toste
– Antiquado: Breve; rápido; depressa.
Logo sem demora, ligeira e apressadamente.
Toura
| Tourá – O Pentateuco hebraico sobre
o qual se tomava juramento aos judeus tolerados no reino.
Trabuco
– Antiga máquina de guerra com que se expediam pedras contra praças; espécie de
bacamarte.
Trager
– Forma antiga de trazer.
Trager
mal – Maltratar.
Tragimentos
– Parece que do verbo antigo trager se
disse tragimentos sendo certo que os
procuradores dos povos levavam às Cortes todas as maldades e desordens que
precisavam de correção e emenda. E estes eram os maus tragimentos ou as maldades trazidas e dadas em apontamentos ou
capítulos a el-rei.
Trama
– Chaga; íngua; postema; mal contagioso; doença de peste; mal endémico.
Trance
– Angústia; aperto; aflição; adversidade; pressa na guerra e fação ariscada;
combater-se a todo o trance: até à morte, aos extremos da vida (frase da
cavalaria andante).
Tranqueira
– Cerca de madeira, estacada, paliçada para fortificar e fazer defensável um
posto, ou para corro, estacada.
Tranquibérnia - Popular:
confusão; desordem; misturada; trapalhada; negócio de má-fé; falcatrua;
trapaça; burla; tramoia; fraude.
Transtagano
– De além (ao sul) do rio Tejo. Do latim trans-,
«além de» +Tagu-, «Tejo» +-ano
Trauto
– Um bom espaço de caminho; um terço de légua; avença; contrato.
Travanca
– Empecilho; embaraço; obstáculo.
Través
– Baluarte feito de sorte, que do lado do ângulo pudesse defender o outro lado
do ângulo seguinte, e talvez paralelo.
Travou
dele – Agarrou-o.
Trebelhar
– Trabalhar; jogar; brincar; divertir-se; saltar; bailar.
Treçó
– O macho de uma espécie de ave de rapina; última ave ou a mais inferior de uma
ninhada de falcões ou açores.
Tredor
| Tredo – Traidor; traiçoeiro; falso.
Tremeter
– Atrever; entremeter-se.
Trena
– Fita, ou tecido semelhante de seda, ou fio d'oiro.
Trepeça
| Trepeço – Roda de madeira cravada
sobre três peças que serve de assento aos sapateiros e outros mecânicos;
tripeça.
Trespasso
– Dilação; demora.
Tresvariar
– Delirar; dizer disparates por ter o cérebro mal ordenado.
Treu
– Pano das velas do navio.
Triaga | Theriaga – Substância muito
amarga; mezinha; panaceia; recurso; auxílio.
Tribolo
| Turíbulo – Objeto de culto no qual
se queima o incenso; incensório.
Trigança
– Afã, azafama.
Trigar-se
– Apressar-se; azafamar-se; atrigar-se; envencilhar-se; emaranhar-se.
Tríglifo – Ornato arquitetónico
num friso de ordem dórica, constando de três sulcos verticais.
Trigosamente
– Rapidamente.
Trigoso
– Apressado.
Trintairo – O mesmo que trintário;
exéquias do trigésimo dia do falecimento.
Tripeiro – Vendedor de tripas;
natural ou habitante do Porto. História: D. João I, com um luzido exército e
uma grande armada, atravessa o Atlântico e conquista Ceuta. Esta armada saiu do
Porto sob o comando do Infante D. Henrique. Os habitantes do Porto, para que a
armada fosse abundantemente provida de víveres de boa qualidade, enviaram para
bordo toda a carne escolhida, reservando, para se sustentarem, somente as
entranhas, cabeças e miúdos das rezes. Foi desta circunstância que aos
portuenses se pôs a alcunha de tripeiros; poucos terão uma origem tão
patriótica e gloriosa. (Leal, Pinho; Portugal Antigo e Moderno, vol.
7º, pág. 292).
Tripó – Tripeça, com a
diferença de ter assento de sola e os três pés unidos em um eixo.
Triumvir | Triúnviro – Magistrado membro de
alguma junta, entre os Romanos, que constava de três juízes; membro de um triunvirato.
Trocer
– Torcer.
Trom
– Trovão - bombarda, canhão, ou seu som. Estrondo do canhão; nome dado às
primeiras peças de artilharia; espécie de catapulta; grande ruído; estrondo;
fragor para arremessar pedras. De origem onomatopeica (que imita o som daquilo
que significa).
Trosquiar
| Trusquiar – Tosquiar.
Trotão
– Cavalo que anda a trote, corredor ligeiro.
Troufer
| trouver – Usar, trazer.
Truão
(bobo) – Pessoa que diverte as outras; palhaço. Do provençal truan, «idem».
Tumba – Espécie de maca
onde se conduzem cadáveres à sepultura; esquife. Lápide sepulcral. Sepultura;
sepulcro; túmulo.
Tuna – Vida de vadio;
ociosidade. Andar à tuna, isto é, vagamundeando e como tunante.
Turcol
– Convento.
Turdetano
– Relativo à Turdetânia, antiga designação da província espanhola que
correspondia à parte ocidental da Andaluzia.
Turgimão
| Trugimão – Intérprete; que leva
recados; faraute.
Tutão – Antigo e principal dignatário na corte da China; governador de
província, na Ásia.
Ũa
– Uma. Variação feminina de um.
Ucasse | Ucace – Decreto outrora emanado do imperador da Rússia.
Ucha
– O mesmo que hucha. Ficar à hucha,
ficar sem nada, ficar a chuchar no dedo.
Uchão
| Eichão | Ichão
– Despenseiro; caixeiro; o que tinha à sua conta a ucharia real.
Ucharia
| Hucharia
– Depósito de géneros alimentícios. Despensa; ucha. Casa onde se guardam as
viandas. Prov. Abundância, fartura: é muito rico, tem em casa uma hucharia de
tudo o que é preciso.
Ufania
– Qualidade de que é ufano; vanglória; vaidade; ostentação.
Ulemás – Sábios ou doutores
de leis entre os árabes e turcos.
Ultramontanismo
- Doutrina dos que, em França, defendiam a concentração de todos os poderes e
atribuições da Igreja Católica na pessoa do papa e da Cúria Romana, deslocando,
assim, para além dos montes (os Alpes), a sede total dos poderes eclesiásticos
(em oposição ao galicanismo), e que preconizava ainda a permanência do poder
temporal dos papas.
Umanidade
| Umano – Humanidade; Humano.
Umbella | Umbela – Pequeno pálio
redondo. Guarda-sol; sombrinha.
Urca
– Antiga embarcação portuguesa, muito larga. Pop.: mulher gorda e feia.
Urco
– Cavalo forte e corpulento, também conhecido por frisão.
Úrgico – O mesmo que urgente.
Usso – O mesmo que urso, como hoje se diz.
Vadear - Passar a vau.
Vencer (uma dificuldade).
Vagamundo | Vagamão – Vagabundo. Que ou o
que corre o mundo sem finalidade determinada.
Val
– Vale: palavra latina de que usavam nas despedidas; a despedida.
Valencina | Valancina – Pano de lã fina que se fabricava no reino de
Valência.
Valhacouto | Valhacoito | Velhacouto
– Lugar seguro, forte, defensável. Asilo; refúgio; esconderijo; abrigo;
proteção; pretexto; disfarce. Encobrimento de defeitos ou intenções.
Expediente, meio de encobrir os seus intentos, propósitos.
Váli
– Antigo nome dos governadores árabes, em território de Espanha. Do árabe uali, «senhor», pelo francês vali, «idem».
Valido
– Que goza da estima e proteção de alguém; querido, estimado, prezado; aquele
que tem o apoio ou proteção de alguém mais poderoso; protegido; favorito.
Vanzear
| Banzear – Mover-se o mar
vagarosamente em grandes massas; quando está vanzeiro ou banzeiro.
Vara – Antiga medida de
comprimento, equivalente a onze centímetros. Vento rijo na costa do Coromandel.
Pano de varas; antigo tecido de lã, de fabrico nacional, espécie de
saragoça.
Varga – Armadilha para pesca,
espécie de rede. O mesmo que várzea ou veiga; terra plana e que na força do
inverno, pela maior parte, se cobre de água.
Vario
– Leviano; não firme, não assentado; sem ponderação; inconstante; ligeiro;
leve; leve de juízo.
Vaso
(náutica) – Peças em que se sustinha o casco do navio; envasadura.
Vate
– Indivíduo que faz vaticínios; profeta; poeta: Do latim vate-, «idem»
Vedro – Velho; antigo
(Torres Vedras – Torres Velhas). Nos campos: valado; tapume; cômoro;
sebe.
Veedor
– Antiq. Vedor, donde se formou Veador ou Viador; Proveedor ou
Provedor; mordomo-mor da casa do rei ou dos príncipes; veedores da fazenda real: que tratavam da sua recadação, despesa, etc.; juiz a que se deu a comissão de ver,
fiscalizar; juiz d'ofícios que avalia o bem ou mal feito das obras dos
respetivos mesteres.
Veeiro
| Vieira
– Pele delicada e preciosa; forro de peles caras.
Vegada
– Vez.
Veiga | Varga - Várzea; planície
cultivada e fértil. Regionalismo: terra de cultura de centeio ou de
milho serôdio.
Vela
– Guarda.
Vendicada
– Arrebatada; tirada por violência.
Vendidiço
– Vendido falsamente, ou que se finge vendido.
Veniaga - Artigo vendível;
mercadoria; traficância. Fig.: falcatrua, trapaça, tranquibérnia.
Ventagem
– Vantagem por uso; vantagem de avante, dianteira, melhoria, superioridade,
excesso, a respeito de outro, no lugar, posto, sítio.
Vento
suão – Vento quente e abafado que sopra do sul.
Vergueta – Heráldica: pala estreita, nos brasões e
escudos, que tem apenas a terça parte da largura ordinária.
Vestaes | Vestais | Vestálias –
Antigas festas romanas em honra da deusa Vesta.
Vestal – Sacerdotisa da
deusa Vesta; sacerdotisa virgem dedicada ao culto de Vesta, na antiga Roma.
Relativo ou semelhante às sacerdotisas de Vesta. Mulher casta ou virgem;
formosa; donzela.
Vexilo | Vexillo – Estandarte; insígnia.
Antiga bandeira dos exércitos romanos.
Vezado
| Avesado – Acostumado; habituado;
cada uma das vezes que se pratica ou sucede qualquer coisa.
Vêzo
– Costume censurável ou vicioso; qualquer hábito ou costume.
Viandas
– Mantimentos.
Viático – Dinheiro ou
provisão para a jornada. O Sacramento Eucarístico que se administra ao
moribundo.
Vicinal
– Vizinho; adjacente; próximo. Designativo dos caminhos ou estradas que põem em
comunicação povoações do mesmo concelho.
Vico – Prédio rústico,
entre os Romanos; bairro de uma cidade; aldeia.
Vigário – Aquele que
substitui alguém. Sacerdote que substitui o prelado da diocese (vigário-geral)
ou que é seu delegado em certas povoações (vigário da vara). Título do
pároco em algumas freguesias; coadjutor do pároco de uma freguesia.
Vilão
– Aquele que não era de linhagem nobre; plebeu; rústico; grosseiro.
Villãamente
– De modo vilão.
Villagem
– Vila.
Villico
| Vílico – Abegão; feitor; caseiro.
Antigo regedor de pequena localidade que arrecadava os impostos e administrava
a justiça.
Vilta
– Injúria; sem razão; afronta; vitupério; tratamento vil e com desprezo.
Viltar
– O mesmo que aviltar.
Vínculo – Ligação entre
pessoas estabelecida por lei, como é o caso da filiação, do casamento, dos
contratos laborais, etc. Correlação ou relações obrigatórias de deveres,
reconhecimento, prestanças, etc. Grupo de bens inalienáveis que se transmitem
sem serem divididos; morgadio.
Vinhático – Madeira não muito
dura, de cor amarelada, de boa qualidade para a fabrico de mobiliário.
Virote
| Virotão – Seta curta, forte e
grossa; peça que, nas antigas espadas, atravessava a parte superior dos copos.
Viso
| Vizo – Vista; ares; aparências. O
mesmo que vice.
Vitualha | Bitalha – Mantimentos; víveres; munições
de boca; aguadas; refrescos (vitualhas).
Vitualha(s)
– Mantimentos; víveres. Do latim tardio victualĭa,
«idem».
Vivandeiro – Aquele que vende
mantimentos nas feiras ou às tropas que acompanha.
Vizinho – Habitante.
Vizir | Wasir – Cada um dos
principais oficiais do conselho, ou ministros do imperador (sultão) da Turquia.
Ministro ou membro do supremo conselho do Emir. (Alexandre Herculano, tomo II)
Voda
– Boda.
Voivoda
– Designação dos antigos príncipes soberanos da Moldávia, Valáquia e de outros
países. Cobrador de impostos. Designação atribuída a chefe militar ou
administrativo em algumas regiões da Europa central e oriental. (do eslavo vaivod, pelo francês voïvode, «idem»)
Volataria | Volateria
– Arte de caçar aves. Arte de caçar por meio de falcões ou outras aves;
altanaria.
Voluta – Ornato espiralado muito utilizado no capitel da
coluna jónica.
Wasir | Vizir – Cada um
dos principais oficiais do conselho, ou ministros do imperador (sultão) da
Turquia. Ministro ou membro do supremo conselho do Emir. (Alexandre Herculano, tomo II)
Xá
– Título do soberano da Pérsia.
Xabândar – Patrão de porto na Índia; no Guzarate o
mesmo que cônsul de nação.
Xácara
– Romance, seguidilha que se canta à viola, em som alegre. Narrativa popular em
verso.
Xael
(ou Xaer) – Costa do Iémen no golfo de Adén (Ash Shihr - 14º45'49"N,
49º36'16"E).
Xarel | Xairel - Cobertura da
cavalgadura sobre que se põe o selim ou albarda. Vestido ou xaile de má
qualidade ou em mau estado. Diz-se do cavalo que tem malha branca no dorso, na
área onde assenta o selim ou sela; xairelado. Fraco; adoentado.
Xaveco | Chaveco – Pequena embarcação,
mal construída ou velha; embarcação ordinária.
Xiraz
– Cidade da Pérsia (atual Irão). Leite coalhado.
Xobregas
- Formula antiga de Xabregas, antigo
mosteiro de Lisboa.
Zambuco
– Embarcação de transporte asiática; sambuco. Do árabe sanbúq, «barca».
Zarguncho
– Uma meia lança, azagaia d'arremesso usada dos Cafres.
Zeilá
– Somália.
Zimbório – A parte mais e
exterior da cúpula de um edifício.
Zorrague
– Azorrague; chicote; látego.
Zuarte – Género de lençaria de algodão, que vem da Ásia. Pano
azul ou preto de algodão; ganga azul.
Zumbáia
| Zumbáya | Çalema – Cortesia profunda
cos braços cruzados: çalema ou çumbaia (entre os Malaios), a qual
cortesia é baixar a cabeça até aos joelhos e a mão direita no chão, e isto três
vezes, antes que cheguem ao senhor, e chegados a ele, metem-lhe a cabeça entre
as mãos, em sinal de que lha oferecem.
Bibliografia:
Dicionário da Língua Portuguesa (António
Moraes da Silva – 1813 Tomo I – 1831Tomo II)
Dicionário da Língua Portuguesa (Fr. D.
Rafael Bluteau, Tomo Primeiro/Segundo – 1789)
Dicionário da Língua Portuguesa (Candido
de Figueiredo – 1913)
Elucidário das Palavras, Termos e Frases
(Fr. Joaquim de Santa Rosa Viterbo – Tomo Primeiro/Segundo)
Diccionario Portatil das Palavras, Termos e Frases (Fr. Joaquim de Santa Rosa Viterbo, Imprensa Real da
Universidade, Coimbra, 1825)
Infopédia – Dicionários Porto Editora
Sem dúvida, é um ótimo auxiliar para quem se interessa pelo tema.
ResponderEliminarParabéns.