É nesta época
do ano que as pessoas se apresentam mais alegres, irradiando maior felicidade.
Cumprimentam-se mais efusivamente, trocam entre si mensagens, desejando-se
mutuamente muita saúde e muitas felicidades, e os desejos de “bom Natal e um
“próspero Ano Novo” que se avizinha.
Entre os
familiares e amigos mais chegados, trocam-se prendas e renovam-se os votos de
felicidade e muita saúde.
Na nossa
meninice, a época natalícia era particularmente ansiada, pois era nesta época
festiva que dávamos mais asas à nossa fantasia. Já imaginávamos o que nos iria
tocar em prendas que, para muitos de nós, não era o brinquedo novo o mais
importante, mas talvez a roupa domingueira: um par de calças, uma camisa ou a
camisola, para substituir as já gastas e usadas, ou até, em particular nos
rapazes, uns sapatos novos para o lugar dos já velhos, rotos e com a biqueira
aberta devido aos chutos na bola e nas pedras do caminho, e com as solas já tão
gastas que nos molhavam os pés logo aos primeiros pingos da chuva.
Se para as
crianças de hoje esta época natalícia é importante, julgo que já não tem aquela
magia do nosso tempo, tal é a profusão de brinquedos que têm para as suas
brincadeiras que já não sentem aquela ansiedade das crianças dos tempos mais
remotos, perdendo-se grande parte daquela magia do Natal. Não têm aquela
necessidade imperiosa de desejar a vinda do Natal, pois as roupas velhas ainda
são novas e depressa passam à reforma sem o uso intensivo de outrora, e os
sapatos dificilmente se reformam na velhice como antigamente, até porque já não
se joga à bola em terrenos pelados e cheios de pedras, para evitar que os
meninos de hoje tenham amanhã os problemas que nós, meninos de ontem, não temos
hoje.
Outros tempos,
melhor para estas crianças de agora, que não passam pelas dificuldades que
sentiram as crianças de ontem, faltando saber se estarão a ser bem preparadas
para enfrentarem os obstáculos que a vida futura sempre reserva. Pelo menos eu
sei (ou penso que sei), não sentirão a magia do Natal com a mesma intensidade
que os mais velhos sentiram e sentem. A época do Natal, para elas, é apenas
mais uma época mais ou menos igual às outras épocas do ano em que os pais e
outros familiares lhes oferecem mais uns brinquedos, ou coisa assim.
E volto ao início: Um feliz Natal, muitas felicidades e muita saúde para todos.
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