A evolução da sociedade é um processo contínuo e
exige adaptações que nem sempre são pacíficas. Foi o caso das profundas
transformações operadas na segunda metade do século passado que implicaram
mudanças de paradigma nas formas produtivas, uma nova organização laboral
associada a formas mais flexíveis de produção, acompanhadas pela restruturação
das economias e reajustamentos sociais e políticos.
Estas transformações, com a introdução de novas
tecnologias, implicam quase sempre a substituição progressiva do homem pela
máquina, a substituição de mão-de-obra menos qualificada por outra mais
qualificada, conduzindo ao aumento do desemprego, lançando assim mais pessoas
no mundo da exclusão e aumentando a injustiça social.
A formação e qualificação profissional tornam-se por
isso numa necessidade prioritária de qualquer sociedade, por forma a manter os
seus membros habilitados com os conhecimentos e competências de acordo com as
ofertas e procuras do mercado de trabalho, dos produtos e padrões de consumo,
face às inovações tecnológicas, laborais e sociais
A evolução tecnológica, a sua complexidade e
diversidade, exige do profissional qualificações e competências para enfrentar
os novos desafios. As novas tecnologias não se compadecem económica,
financeira, social e laboral de pessoas sem qualificações, relegando-as para o «analfabetismo
funcional», retirando-lhes hipóteses de um futuro garantido, diminuindo-lhes o
mérito e a capacidade individual.
Hoje em dia, a gestão de carreiras assenta
principalmente nas competências, nas capacidades demonstradas e reconhecidas em
diferentes níveis. Na maioria das médias e grandes empresas, os postos de
trabalho têm uma descrição detalhada das funções dos superiores e subordinados.
O profissional evolui linearmente e, se os objetivos delineados forem
atingidos, as promoções surgirão.
As mudanças que se operam no mundo do trabalho exigem
uma mudança cultural e uma maior maturidade aos profissionais. É longo e árduo
o caminho a percorrer e há desafios práticos para que a difusão do trabalho à
distância e por projetos, se popularize.
Quanto melhor forem compreendidas as novas
tecnologias, mais e melhores oportunidades surgirão, e novos projetos e novas
funções se acreditarão como profissão e profissionalismo. É importante que os
líderes do futuro percebam que as competências ligadas aos valores humanos são
essenciais para que se estabeleçam relações de confiança no futuro, perante os
grandes os desafios que se colocam na reformulação laboral tendentes à sua
adaptação às novas realidades: o trabalho em casa, o controlo da jornada,
remuneração de horas extras, responsabilidade pelos custos dos equipamentos e
serviços de telecomunicações e as condições de saúde e segurança no trabalho.
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