Ao enfrentar os problemas do dia-a-dia, o homem
sempre se confrontou com obstáculos de vária ordem para os quais procurou
encontrar as soluções. Porém, no princípio da civilização, as interrogações
para compreender as forças indomáveis da natureza eram imensas e muito poucas,
ou quase nulas, as respostas. Aquela que mais facilmente podia ocorrer era a de
que um poder sobrenatural comandava essas forças, um deus, ou vários deuses, seres
divinos que lá do alto comandavam toda a natureza e as nossas vidas.
Facilmente o homem terá começado a relacionar o seu
comportamento em sociedade com os fenómenos da natureza, associando-os a
benesses ou castigos que lhes eram impostos. Os homens deveriam obedecer aos
deuses para não os provocar. A partir desta premissa, ter-se-ão desenvolvido
diversas crenças que, com o desenvolvimento da humanidade, se terão
transformado nas diversas religiões e seitas, as quais proliferaram por todo o
globo, com cultos e deuses próprios.
Foi certamente a partir deste desenvolvimento que o
homem terá procurado encontrar explicações racionais para estes fenómenos,
atribuídos ao poder divino, e estariam precisamente no seio destes grupos
religiosos os espíritos mais esclarecidos e capazes de encontrarem as
respostas. No entanto, a humanidade foi evoluindo através da ciência praticada à
margem da Igreja e, portanto, subordinando-se à aceitação da religião. Estava
desta forma muito facilitada a influência religiosa nas sociedades.
Portugal sempre foi, apesar da implantação de outras
religiões, um país eminentemente católico, tendo a Igreja ao longo da história
tido um papel preponderante na sociedade. Não esqueçamos que desde os primeiros
tempos da formação da nação, a Coroa portuguesa, e não só, dependia do poder da
Igreja de Roma.
Vivendo praticamente paredes-meias com o poder
político, condicionando-o nas decisões, momentos houve em que a Igreja era o
próprio poder. Lembremos o tenebroso Santo Ofício e as suas consequências. No
entanto, e talvez pelo excessivo poder que a Igreja exercia, acabou por sofrer
revezes, sendo perseguidos muitos dos membros de algumas congregações e
expropriados os seus bens.
Nos tempos que correm, a Igreja católica ainda detém
uma forte implantação na sociedade portuguesa, mas está mais afastada do poder
político. Desenvolve, para além das suas ações do culto, diversas atividades de
cariz cultural, está presente como entidade privada no setor do ensino e,
através dos seus vários órgãos, desenvolve uma meritória ação social junto dos
mais desfavorecidos.
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