No dia anterior ao jogo FCPorto x Benfica para o
campeonato nacional, um tal Sr. Mexia afirmou que seria importante que o
Benfica vencesse, pois tal sucesso iria fazer aumentar o PIB. O Benfica perdeu
mas o nosso PIB não desceu nem subiu por causa disso, como era de esperar.
Veio a final da taça da Liga Europa e eu dou por mim
a pensar: meu Deus, se o Benfica perde é desta que o nosso PIB vai abaixo.
Afinal, o Benfica perdeu, mais uma vez, e o PIB manteve-se impávido e sereno,
teimando em não subir ou descer, mais descer do que subir, infelizmente, mas
por outras razões que não as do pontapé na bola.
Ontem foi a final da Taça de Portugal, disputada,
habitualmente, à porta de casa dos benfiquistas e eu pensei, - bem, eles desta
vez, a jogar praticamente em casa, têm mesmo que ganhar, senão o nosso PIB vai mesmo ao fundo, e de vez!
Perderam novamente! Isto vai ser uma catástrofe –
gritei eu!
A RTP1 sempre muito generosa no lançamento dos
eventos em que intervém o Benfica, mais uma vez teve que engolir em seco.
Possivelmente tinha muitos meios distribuídos um pouco por todo o país para
mostrar a suposta euforia que grassaria por todo o lado, mas tiveram que
recolher a penates.
Fui-me deitar, pesaroso, não pelo Benfica, claro, mas
pelo país que se teria afundado completamente. Quando acordei pensei que estava
morto, que estava tudo morto. Mas não, estava tudo na mesma. O País era o
mesmo. As pessoas eram as mesmas. Só o Benfica é que não era igual. Estava mais
em baixo. Tinha descido mais um degrau!
Então pus-me a pensar com os meus botões: que quereria
dizer o sr. Administrador da EDP quando afirmou que se o Benfica perdesse com
FCPorto e não fosse campeão, isso era mau para o PIB?
Pensei, pensei, e cheguei à seguinte conclusão: o sr.
da EDP quando referiu que as derrotas do Benfica não são boas para o PIB,
referia-se, pura e simplesmente, ao pobre e inglório Benfica. Digamos que era mesmo pib, mas outro e com letras minúsculas.
A megalomania de alguns benfiquistas é que veio
estragar tudo. O pensarem que são o supra sumo de tudo e julgarem que só eles
têm o direito de vencer, ou seja, que os outros se devem limitar a um papel
secundário, porque eles é que são «os mais maior grandes», isto é, só eles
podem vencer, custe o que custar, como dizem alguns políticos da nossa praça, ou contra tudo e contra todos, como dizem outros, é
que leva a estes dislates!
Mas, felizmente que não é assim, o que até está muito
bem! Os títulos estão ao alcance de todos e, no fim, vence aquele que demonstra
ter maior mérito e, o que é aconselhável, sem ajudas externas.
No desporto não cabe (não deve) a arrogância. Deve
prevalecer o desportivismo [Ou o «fair play», no lamentável linguajar dos portugueses, pretensos eruditos].
Em conclusão, podem todos os portugueses ficarem
descansados que as vitórias e as derrotas do Benfica não têm qualquer
significado no desenvolvimento do País, ao contrário das patranhas que nos
querem impingir.
Na minha opinião, o País está na fossa muito por
culpa dos políticos que teimamos em colocar no poleiro e que, em lugar de
cumprirem com a missão que assumem, de gerir o País no bom sentido, nos tratam
como puros imbecis e o gerem em conformidade com os interesses de meia dúzia de
agentes económicos, que lhes garantem, desde que cumpram os seus pressupostos,
um futuro risonho.
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