Pensa-se que «molete» é o aportuguesamento do nome do general francês
Mollet (ou Moulet), um dos comandantes do exército inimigo quando das invasões
francesas. O molete é um pão em forma de bola tal como outros produtos
similares de padaria conhecidos noutras regiões por: trigo, carcaça, papo-seco,
ou simplesmente um pão.
Atribui-se a origem do nome “molete” à região de Valongo, pois era aí que
se produzia o pão que se consumia na cidade do Porto. Tradicionalmente um pão
demasiado grande, para consumo individual, a Regueifa.
Aconteceu que quando das invasões francesas o general Moulet (ou Mollet)
tomou de assalto o Convento que é hoje o Colégio da Formiga, em Ermesinde, aí
aquartelou as suas tropas e se tornou um grande apreciador desse pão, não o
dispensando ao pequeno-almoço todos os dias.
Em virtude de ter um exército para alimentar e, face à crise de cereais
existente, determinou que o pão teria que ser mais pequeno e em doses
individuais.
Na localidade, os padeiros tinham que ter o pão, sempre fabricado durante
a noite, pronto à mesma hora. Já que eram obrigados a confecionar os pães
pequenos para o exército, faziam mais alguns para venda.
Assim, quando carregavam as cestas com o pão que iam para o Porto, como
não sabiam falar francês, diziam: lá vai
o pão para o Molete!
E foi assim que os pãezinhos pequenos começaram a ser conhecidos como
“moletes”. Como se verificou ser uma ideia bastante prática, passaram a ser
fornecidos às populações até aos nossos dias.
Uma outra
explicação para o nome deste tipo de pão conta que um soldado do exército de
Soult optou por ficar pelo Porto e aí se dedicou à profissão que exercia em
França – padeiro – introduzindo no país o "pain mollet", por oposição
ao pão duro (broa), sendo adotado imediatamente pelo povo portuense como "molete".
Circulam outras versões sobre a origem do nome «molete», mas todas sempre
à volta do mesmo evento: as invasões francesas.
Há, no entanto, quem atribua a origem do nome a uma influência castelhana,
porém, este vocábulo é referido no foral que D. Manuel I outorgou à vila de
Monção (Santa Rosa Viterbo, Elucidário). No Dictionarium ex Lusitanico in Latinium Sermonem, de 1562, é
referido «molete» como molliculus panis,
assim como no Vocabulário Portuguez e
Latino (1716) aparece como panis
molior. Em Espanha, o Tesoro de la
Lengua Catellana o Española (1611) menciona o mollete como el pan regalado
y blando.
Uma outra versão dá-nos conta que este tipo de pão terá sido uma criação
dos cozinheiros de Catarina de Médicis (1519/1589), cônjuge de Henrique II de
França, confecionado com leite, sal e levedura de cerveja, conhecido como pain mollet e que terá provocado grande
furor em Paris. O uso da levedura de cerveja provocou grande polémica sendo
considerada como prejudicial à saúde, passando a ser utilizado o tradicional
fermento. Fruto de inovações tecnológicas a panificação francesa sofreu uma
grande incrementação, a qualidade do seu pão conquistou a Europa e Portugal não
foi exceção.
Ao que parece o pão «molete» terá surgido, eventualmente por influência
castelhana, na região de Entre Douro e Minho, passando a ser de consumo corrente.
As invasões francesas terão reforçado o seu consumo na cidade do Porto e áreas
circundantes.
O certo é que este tipo de pão é a imagem de marca das gentes do Norte.
Sem comentários:
Enviar um comentário