BELEZA
E FELICIDADE
Uma
das facetas mais marcantes da globalização é a intensificação das interações
entre as culturas que proporciona oportunidades crescentes de intercâmbio e
novas experiências culturais estrangeiras.
Os
estereótipos fazem parte da cultura de um grupo e, como tal, são adquiridos
pelos indivíduos e utilizados para uma melhor compreensão da realidade. Além disso,
esta crença tem para o indivíduo uma função de tipo defensivo, ao contribuir
para a preservação de uma cultura e de determinadas formas de organização
social, garantindo a salvaguarda das posições alcançadas.
O
estereótipo não é neutro, mas uma projeção que fazemos sobre o outro, um juízo de
valor. Está carregado de sentidos, de tradição. É um rótulo que condiciona o
olhar, mesmo antes que possamos ver algo.
Poderia
pensar-se que numa sociedade moderna, caracterizada pela predominância da
racionalidade tecnológica e por uma maior aceitação dos valores de igualdade e
convivência democrática, os estereótipos estavam destinados a perder terreno
progressivamente, no entanto, sabemos que não podemos pensar sem estereótipos,
o que torna esta temática teoricamente relevante.
Podemos
dizer que o estereótipo tem uma função na necessidade de simplificar a
realidade na pertença de um lugar, que faz com que o indivíduo tenha uma
identidade, reconheça o seu similar, mas que tenha aversão ao outro ou o
observe como exótico, mesmo que inconscientemente, e nas relações de tipo
histórico e social que definem a posição e funções de cada grupo humano a um
nível global.
As
características nacionais imaginadas, na ausência de informações consistentes,
funcionam como instrumento de previsão e orientação. Exemplos comuns de tais estereótipos
são as afirmações do tipo: os alemães são frios, os ingleses são reservados, os
italianos são simpáticos, os franceses são detentores de grande sentido
estético, etc.
O
conteúdo do estereótipo expressa tendências de comportamento de grupos humanos
inteiros. É por decorrência, um aspeto da natureza humana que interessa a uma
multiplicidade de áreas do conhecimento. Usamos os estereótipos como um padrão
para determinar comportamentos.
“A
consciência nacional da nossa existência como indivíduos únicos e incompletos,
levou a uma procura incansável da perfeição, hoje hipocritamente interpretada
como sendo a busca da felicidade. Neste contexto insere-se o conceito da
beleza, cuja definição assenta na combinação de qualidades pertencentes a
objetos ou pessoas, que originam prazer ou deleite. Alguns filósofos afirmam
ainda tratar-se de uma qualidade sensível ou intuitiva, podendo também ser
propriedade casual, a qual suscita uma reação especial. Porém, não será a
beleza a simples tradução das nossas inseguranças? Procuramos desculpabilizar a
nossa essência, relacionando-a com a nossa verdade física, no entanto, o que
somos não está carimbado na harmoniosa proporção dos elementos corporais, pero
contrário, expressa-se pelas nossas ações, harmoniosas ou não, mas jamais
perfeitas.
Há
quem afirme que a máxima da beleza está patente na Arte, ora nem todas as
formas que dela resultam, são visivelmente aceites e agradáveis, deixarão de
ser belas? Não, a sua captação e interpretação varia consoante o ser, e o que
poderá ser belo para uns, não o será para outros. Todavia, não somos peças de
arte e, como tal, não nos podemos moldar na origem.
Reagimos
quando os nossos sentidos são acionados, é a sua perceção que irá determinar o
que é ou não belo. Não deixamos de ser feios por sermos belos, mas podemos ser
belos e conjuntamente feios, feios e feios, assim como belos e belos, pois a
verdadeira beleza, aquela que perdura, refletindo-se nas palavras e nos gestos,
pertence à matéria do ser, enquanto que a beleza efémera pertence ao invólucro,
e não constrói os motores reais de uma sociedade (valores, princípios,
conhecimentos…). Ambas estão interligadas.” (MãoFina)
Será
possível uma pessoa ter sucesso, ser rica e ser feliz? Qual a relação entre
estes elementos? A primeira resposta lógica a esta pergunta, sem dúvida é: “SIM”.
Então, por que razão nem sempre as pessoas bem-sucedidas e ricas, são felizes?
Ou ainda, porque é que no meio de pessoas ricas e bem-sucedidas, é grande o
número de pessoas com depressões ou até casos de suicídios?
A resposto não é fácil,
principalmente porque nós, seres humanos, possuímos características e perceções
únicas e estes conceitos variam de pessoa para pessoa. Tudo gira em torno do
nosso pensamento. Como dizia René Descartes: “Penso, logo existo”, portanto, a
nossa existência baseia-se na habilidade humana de pensar e agir. A ignorância
pode ser uma bênção ou maldição, pois é o nosso pensamento quem controla as
nossas ações e os nossos sentimentos. A felicidade pode ser entendida como paz
de espírito e consequentemente um sentimento. “Eu” tenho o controlo sobre a
minha felicidade, pois posso controlar o meu pensamento e as minhas atitudes.
O que acontece é que, geralmente,
as pessoas não têm um pensamento estruturado e os seus comportamentos seguem o
mesmo padrão que tem o mesmo pensamento em relação a um determinado assunto ou
situação, fazendo com que os seus sentimentos sejam sempre os mesmos. Por mais
bem-sucedidas e ricas que as pessoas sejam, se a forma de pensar ou agir sobre
determinadas situações não se alterar, podem sempre ser pessoas com imensa
infelicidade, porque os seus sentimentos também sempre serão os mesmos.
Procurar a felicidade na riqueza,
na honra, no poder, na glória, na beleza e no prazer, é fragmentar a
felicidade. A felicidade verdadeira e perfeita torna autossuficiente, poderoso,
respeitável e alegre quem a possui, sendo portanto ema felicidade plena, não
necessitará de mais nada, uma vez que tudo está nela contido.