sábado, 27 de fevereiro de 2016

Liga para a Proteção da Natureza

Fundada em 1948, a Liga para a Proteção da Natureza é a ONG ambiental mais antiga da Península Ibérica. É uma associação sem fins lucrativos com estatuto de utilidade pública e tem como objetivo principal contribuir para a conservação do património natural, da diversidade das espécies e dos ecossistemas.
A LPN encontra-se sedeada em Lisboa onde funciona o Centro de Formação Ambiental, possuindo 6 herdades com uma área total de cerca de 1800 ha, em Castro Verde, e o Centro de Educação Ambiental do Vale Gonçalinho (CEAVG). Em Évora, a LPN possui o Centro de Acolhimento e Recuperação de Animais Selvagens (CARAS) gerido pela Delegação LPN - Alentejo. E m Vila Nova de Poiares, a LPN possui uma herdade, a Quinta da Moenda, gerida pelo Núcleo LPN - Centro.
A Liga é membro da The World Conservation Union (IUCN), do European Environmental Bureau (EEB), do Conselho Ibérico para a Defesa da Natureza (CIDN), do Mediterranean Information Office for Environmental Culture and Sustainable Development (MIO - ECSDE), do Seas at Risk (SAR) e do European Union for Coastal Conservation (EUCC) e membro do Conselho Consultivo Regional das Águas Sul e Ocidentais (CCR- S).
São seus objetivos:
A.      Divulgar e sensibilizar para as questões relacionadas com o ambiente;
B.      Promover a cidadania ambiental através de ações de formação e educação ambiental;
C.      Contribuir para a conservação da Natureza através da investigação e implementação de projetos de conservação;
D.      Impedir a delapidação e destruição dos meios naturais, ou os seus elementos, e do património cultural;
E.       Participar de forma ativa no ordenamento e planeamento do território;
F.       Contribuir para a difusão do conhecimento produzido pelas comunidades académica e científica,
G.     Colaborar com organismos congéneres e entidades oficiais do país e do estrangeiro;
H.      Apoiar e desenvolver projetos de gestão sustentável dos recursos naturais com vista à conservação da Natureza numa perspetiva de desenvolvimento sustentado.
Na prossecução dos seus objetivos, a LPN procura trabalhar com os vários atores da sociedade: ONG nacionais e internacionais, agricultores, autarcas, investigadores regionais, nacionais ou internacionais, apoiar o desenvolvimento de estágios, teses de mestrado e doutoramento, estabelecendo parcerias na procura de formas de intervenção cívica participada.
A sua missão é contribuir para que a sociedade conserve o ambiente, conciliando as especificidades sociais e culturais com a conservação de biodiversidade e com o uso sustentável dos recursos naturais.
Enquanto ONG e representante da sociedade civil, pretende contribuir para o desenvolvimento sustentável intervindo em prol do Ambiente e da conservação da Natureza, através da emissão de propostas, pareceres, manifestos e comunicados na imprensa, participação em processos de discussão pública, instrumentos de ordenamento do território, estudos de impacto ambiental ou de propostas legislativas, assim como a organização e participação em eventos sobre os diferentes temas do ambiente, como conferências, seminários, debates e reuniões de grupos de trabalho, entre outros.
Referência:

sábado, 13 de fevereiro de 2016

O mercado energético em Portugal




Grande parte da energia produzida no mundo provém de recursos não renováveis: carvão, petróleo e gás natural.
Sendo Portugal um país com escassos recursos energéticos próprios, depende largamente da importação desses recursos, ficando vulnerável às variações dos preços internacionais de combustíveis fósseis, nomeadamente do petróleo. No entanto, e no que respeita as fontes de energia renováveis o país tem um enorme potencial que pode e deve ser explorado, não só no pressuposto de reduzir a dependência energética externa mas também do ponto de vista ambiental, no sentido de não aumentar demasiado, mas de reduzir, o consumo de energias que acarretam emissões de gases com efeito de estufa. Com efeito, Portugal apresenta uma rede hidrográfica relativamente densa, uma elevada exposição solar média anual, e dispõe de uma vasta frente marítima que beneficia dos ventos atlânticos, o que lhe confere potencialidades de aproveitamento energético da água, Sol, das ondas e do vento.
No contexto da União Europeia, Portugal é dos países mais dependentes dos recursos energéticos. O petróleo tem papel essencial como recurso energético. O gás natural veio diversificar a aposta e reduzir a dependência em relação ao petróleo.
Portugal depende quase na totalidade (71,5% em 2013) de recursos energéticos do exterior, encontrando-se em 4º lugar como país que mais necessita de recursos energéticos importados. Em contra partida a Noruega é excedentária, exportando cerca de 45% dos recursos que produz.
As linhas estratégicas para o setor da energia têm como objetivos principais:
a)      Garantir a segurança do abastecimento energético, diversificando os recursos primários e serviços energéticos e a promoção da eficiência energética;
b)      Estimular e favorecer a concorrência para defesa dos consumidores, assim como a competitividade e a eficiência das empresas;
c)       Garantir a adequação ambiental de todo o processo energético pela redução dos impactos ambientais à escala local, regional e global.
Face à grande diversidade de recursos energéticos renováveis de que o país dispõe, Portugal apresenta já, a nível europeu, uma das mais altas taxas de produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis. Importa prosseguir neste caminho, pois continuamos ainda demasiado dependentes dos recursos energéticos do exterior.
Sítios (sites) visitados:

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Equipamentos domésticos e a condição da mulher portuguesa

No geral, as famílias portuguesas da primeira metade do século XX eram do tipo tradicional, cabendo ao homem o garante do sustento da família e à mulher cabiam exclusivamente a execução dos trabalhos domésticos e o papel de orientadora e educadora familiar. Estas tarefas ocupavam a tempo inteiro a vida da “dona-de-casa” mas, com os avanços da tecnologia, o aparecimento dos eletrodomésticos transformaram a vida das “fadas do lar”, sendo preciosos auxiliares da vida doméstica, poupando tempo e esforços, permitindo conciliar as lides domésticas com outras atividades de cariz quer social, que mesmo profissional.
Em resultado do fator socioeconómico do país e das grandes dificuldades económicas das famílias portuguesas, grande parte da mão-de-obra masculina viu-se forçada a emigrar, criando um grande desequilíbrio nos sexos e vagas nos postos de trabalho, até aqui ocupados pelos homens, que vão sendo ocupados pela mão-de-obra feminina, que procura, fora do lar, o ganha-pão para sustento da família. Os meios mecânicos são muito pouco utilizados e é a mão-de-obra feminina, mal remunerada, que é empregue preferencialmente no transporte braçal.
Nos pequenos trajetos, e dado que a maior dificuldade para os grandes pesos era colocá-los na cabeça, a melhor opção era transportar cargas à mão e com menos peso, de cada vez. Para distâncias maiores a melhor opção era o transporte à cabeça, depois era uma questão de equilíbrio que pela prática se adquiria com alguma facilidade, o que permitia transportar maiores pesos com menos esforço e sem correr grandes riscos de deformação corporal.
As dificuldades económicas que as famílias atravessam e o excedente de mão-de-obra feminina, condicionam a aceitação de qualquer tipo de trabalho por baixos salários. Esta mão-de-obra é aproveitada nas cargas e descargas nos portos marítimos, daí resultando o investimento tardio em equipamento mecânico neste tipo de manobras.
Na viragem do século XIX para o século XX, a sociedade sofreu alterações em resultado do crescimento da industrialização e da urbanização, isto é, o aumento das cidades. Apesar das tensões entre países, verificava-se um clima de otimismo e confiança. Melhoraram as condições de vida do operariado, a classe média aumentou a sua influência e importância nos domínios políticos, sociais e culturais e as desigualdades sociais diminuíram com a melhoria das condições de vida e do poder de compra.
Este período de prosperidade económica: aumento da produção; melhoria do nível de vida das populações; desenvolvimento do crédito e aumento do consumo, culminou com a queda da bolsa de Novo Iorque (1929), a Grande Depressão e a Grande Crise do Capitalismo nos anos 30.
A I Guerra Mundial provocou ainda grandes mudanças na sociedade desencadeando a emancipação da mulher ao levá-las a assumirem novos papéis e funções no trabalho e na família, antes exclusivos dos homens.
A seguir à I Guerra Mundial alguns países europeus atravessaram grandes dificuldades económicas. O crescimento dos sindicatos e dos partidos de esquerda, o triunfo da revolução soviética e as tentativas de revolução socialista noutros países, assustaram grandes setores da burguesia que, com as crescentes ocupações das fábricas, apoiaram os movimentos de extrema-direita, acabando por triunfar os regimes ditatoriais na maior parte da Europa, a que Portugal não escapou. Foi o surgimento de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas, em especial o nazismo alemão que levou ao desencadear da II Guerra Mundial.
Com a II Guerra Mundial a maioria dos países envolvidos tiveram que integrar cada vez mais a mão-de-obra feminina na produção, em substituição da masculina empenhada no esforço de guerra. Assiste-se, a partir daqui, a um gradual conquistar de espaço da mulher na sociedade que não tem retorno.
Com os avanços da ciência e da tecnologia, na sua maior parte desenvolvidos para a guerra, surgiram os eletrodomésticos que se transformaram em preciosos auxiliares e indispensáveis para a execução das tarefas domésticas, poupando esforços e tempo à mulher.
Com a introdução, cada vez em maior escala, deste tipo de equipamentos, a mulher passou a ter maior disponibilidade de tempo livre, o que lhe permitiu de forma gradual uma maior integração no mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, a sua progressiva autodeterminação. No entanto, a cada vez maior disponibilidade de equipamentos domésticos veio aumentar exponencialmente o consumo das famílias, pelo que os fabricantes têm apostado na produção de aparelhos cada vez mais eficientes, quer no uso, quer no consumo energético.
A partir de segunda metade do século XX é cada vez maior o número de mulheres que prosseguem uma carreira profissional, e assim, as tarefas que eram apenas consideradas para o exercício feminino passaram a ser executadas pelos homens que, embora desproporcionalmente, usam os mesmos equipamentos domésticos.
Referências: