sábado, 10 de novembro de 2012

O homem-massa e a sociedade de massas

O progresso tecnológico trouxe, de entre outras coisas, maior liberdade de movimentos; através dos média, uma outra amplitude da visão do mundo, e a democratização do poder político. A sociedade liberta-se do jugo da tirania, derruba fronteiras com respeito pela liberdade individual e pela assunção da responsabilidade pessoal, cultivando os valores espirituais que apoiam o ideal da civilização.
Todavia, um novo tipo de indivíduo depressa ganha influência na sociedade: o homem da multidão, «o homem-massa», que surge em todas as classes sociais; entre os ricos e os pobres, os cultos e os ignorantes. E esta ascensão do homem-massa – a rebelião de massas – ameaça directamente os valores e ideais da democracia liberal e do humanismo, as tradições em que se desenvolve a espiritualidade e a moral do homem livre, a garantia dos fundamentos de uma sociedade livre e aberta. Encara o indivíduo e a sociedade numa perspectiva diferente: recusa o confronto com os valores intelectuais e espirituais; não há medida ou valor que lhe possam ser impostos ou limitados. A vida deve ser sempre fácil e abundante. O esforço intelectual é desnecessário; não avalia criticamente as suas opiniões nem tem em conta as outras pessoas. Isto reforça nele o sentimento do poder, o desejo de controlar. Só ele e os seus congéneres contam, os outros terão que adaptar-se. Tudo o que seja diferente e de pouca ou nenhuma importância a seus olhos simplesmente não deve existir. Ajusta a sua aparência aos ditames da moda e as suas opiniões são moldadas pelos meios de comunicação. Livre de qualquer esforço intelectual, o homem-massa não pensa, erra sem objectivos pela vida, sem referências, verdades ou princípios orientadores, agarra-se às massas e deixa-se levar por elas.
 No século XX, os fenómenos de massa, a histeria de massas, são uma consequência fundamental do psiquismo deste homem moderno, destituído de espírito e indiferente. O medo e o desejo dominam o comportamento de massas.
Nesta cultura social, caracterizada pela falsidade e ilusão, que sobrevaloriza a tecnologia, a velocidade, o dinheiro, a fama, as celebridades e os aspectos exteriores, que despreza os valores mais nobres e orienta toda a sua existência para a satisfação do prazer, as consequências poderão ser pesadas.
A não existência de valores espirituais absolutos torna tudo subjectivo, porque deixou de haver critérios objectivos para avaliar os nossos actos. O meu ego é a medida de tudo e só interessa aquilo que eu sinto, aquilo que eu penso. Eu exijo que o meu gosto, que a minha opinião e a minha maneira de ser sejam respeitados, senão eu ficarei ofendido. O ego sensível como medida de todas as coisas recusa qualquer crítica e ignora a autocrítica. A vida espiritual já não é relevante. Já não somos a expressão de valores, mas de aspectos materiais. Compramos a nossa identidade, adaptámo-la e modificámo-la para que a possamos exibir perante o maior número de pessoas possível, esperando que nos achem agradáveis. O agradável passa a ser a medida de tudo.

sábado, 3 de novembro de 2012

As taxas de juro


A taxa de juro é o montante de juro expresso como percentagem do capital para uma determinada unidade de tempo. Refere-se, normalmente, à taxa remuneratória dos depósitos bancários ou devida por empréstimos,
As taxas de juro são influenciadas pelas variações no nível dos preços. Tendem a acompanhar de perto a inflação. A subida da inflação provoca, mais cedo ou mais tarde, a subida das taxas de juro. São, aliás, uma das formas de controlo da inflação.
A contratação de empréstimos, especialmente no crédito à habitação, é fortemente condicionada pelas taxas Euribor. Trata-se de o indexante utilizado nas operações de crédito, que pode ser negociado por diferentes prazos, sendo os mais usados de 3, 6 e 12 meses. É esta variação a que está sujeita a taxa de juro do empréstimo que vai alterar, para cima ou para baixo, o valor das prestações, com os inerentes problemas que coloca às famílias quando do agravamento da taxa Euribor. A esta taxa de juro, acresce ainda uma taxa de juro fixa (spread), atribuída pela instituição de crédito em função do risco de crédito do cliente e do rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel. O valor desta taxa, dependendo da estratégia comercial da instituição de crédito, poderá ser reduzido como contrapartida pela aquisição, facultativa, de outros produtos.
As taxas de juro também têm influência na dívida do Estado. Num país com forte endividamento e face ao risco de crédito, o aumento das taxas de juro pode atingir uma tal magnitude que, em casos extremos, o Estado nem sequer tenha capacidade para pagar o serviço da dívida, ou seja, pagar a totalidade dos juros vencidos, obrigando-se a contrair mais dívida.
A taxa de juro é o prémio ou remuneração oferecido ao aforrador. Quanto maior for a taxa de juro, maior é o incentivo a poupar. O aumento da taxa de juro influencia a poupança de duas maneiras: por ser a própria remuneração da poupança que aumenta; porque vai aumentar o custo do crédito ao consumo, dado que as prestações periódicas das compras a crédito têm implícito um juro determinado pelo mercado financeiro.
A taxa de juro oferecida à poupança deve ser superior à inflação, caso contrário a poupança não será remunerada, mas penalizada: a taxa de juro real (juro nominal descontado o efeito da inflação) seria negativa, pois o juro recebido não compensaria a perda de poder de compra do capital poupado posto a render durante o período da aplicação financeira.
O processo de capitalização, é o mecanismo através do qual um determinado capital aplicado produz juro ao fim de um certo tempo de aplicação.
A forma como o capital e o tempo estão relacionados, está na base da diferença entre dois processos de capitalização:
·         Um processo em que o juro é calculado só em função do tempo, mantendo o mesmo capital inicial – regime de juro simples;
·         Um outro processo em que o juro é calculado com base no capital e no tempo, uma vez que o juro vencido em cada unidade de tempo se adiciona ao capital inicial, vencendo também juro – regime de juro composto.
O processo de cálculo de juros depende ainda da relação entre o período de contagem dos juros e o período a que está referenciada a taxa de juro, podendo estes, por exemplo, serem referidos ao período de capitalização anual, capitalização semestral ou capitalização trimestral, existindo uma relação entre eles.

Consultas:

http://www.thinkfn.com/wikibolsa/Taxa_de_juro
http://pascal.iseg.utl.pt/~jcaiado/Papers/Gestin2001.pdf
http://pascal.iseg.utl.pt/~jcaiado/Papers/VAR_SPE2002.pdf
http://clientebancario.bportugal.pt/pt-PT/TaxasdeJuro/Creditohabitacao/Paginas/default.aspx
http://www.angelfire.com/mac/jpedro/economia/txt7.pdf