O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.Friedrich Nietzsche

sábado, 30 de abril de 2011

Cultura – sentimento de pertença.

Os povos definem-se culturalmente pelas suas conquistas, tradições, saberes e formas de vida que compartilham em sociedade. Reforçam assim sentimentos de pertença, identificando-se entre si e diferenciando-se face aos outros. Nas culturas mais atrasadas, este sentimento de pertença é mais forte. Consoante a cultura se desenvolve, vai-se tornando mais permeável às outras, deixando-se contagiar e acrescenta à sua identidade traços que outrora eram vistos como negativos.
Porém, este processo de permeabilidade nunca se completa. Cada cultura manterá sempre traços fundamentais que a diferenciam das outras.
A começar pela capacidade de comunicação, a linguagem define a índole cultural de um povo, une esse povo e essa capacidade de comunicação, muito diversificada mas comum a todos os humanos, assegura que “o homem é todo o ser vivo que pensa com sentido e por isso nós podemos entendê-lo”.
Todas as culturas, sejam quais forem as suas leis culturais ou as normas vigentes na sua colectividade, merecem apoio e respeito, no entanto, o reconhecimento desse direito transcende a identificação dos seres humanos com o seu grupo: os valores dos direitos humanos devem ser (respeitados) acatados por todas as sociedades.

sábado, 23 de abril de 2011

EXISTENCIALISMO - Homem, Mundo, Responsabilidade – Liberdade

O homem não é definível, primeiro não é nada, depois será alguma coisa tal como a si próprio se fizer. É ele que define a sua essência.
Primeiro o homem existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define: segundo a tese existencialista, o homem não é mais do que ele se faz!
O homem é responsável por aquilo que é! O existencialismo coloca todo o homem no domínio do que ele é e atribui-lhe a responsabilidade pela sua existência.
O homem é livre e faz-se a si próprio, escolhe aquilo que acha melhor mas, como vive em sociedade, a sua liberdade é condicionada pela liberdade dos outros. A nossa liberdade termina quando começa a liberdade dos outros. A nossa liberdade implica assumir a responsabilidade dos nossos actos. O homem é aquilo que ele faz, mas está condicionado pelas circunstâncias; se eu pretendo melhorar o meu conhecimento mas não disponho, nem de tempo, nem de professor, não posso progredir.
Ao fazer uma escolha, o homem escolhe por todos os homens, assim sou responsável por mim e por todos os homens. Escolhendo-me, escolho o homem.
O homem é livre mas responsável por aquilo que é, por aquilo que faz.
O homem projecta, escolhe para si uma existência baseada no bem-estar, criando ao mesmo tempo a imagem do homem que julga que deve ser em termos de valores e de ideais.
Por contra-ponto, o marginal é um homem sem projecto que as circunstâncias levaram para o mal e a viver em conflito com a sociedade.

sábado, 16 de abril de 2011

Religião - Estado - Racismo - Xenofobia - Nacionalismo - Cidadania

A partir da invenção da igualdade e democracia na antiga Grécia e a introdução do direito, pelos romanos, as formas políticas continuaram a evoluir e a transformar-se. Os gregos foram directamente democráticos e igualitários apenas entre si, dentro de cada cidade (polis), enquanto que os romanos, imperialistas e saqueadores, através da extensão das suas conquistas, contribuíram para que os direitos políticos se tornassem universais, podendo qualquer indivíduo, no interior do império, deles ter pleno gozo.
Outrora, a hierarquia social, ditada pela natureza ou pelos deuses, opunha grandes resistências às transformações radicais, as iniciativas individuais eram bastante limitadas; hoje, as instituições são vistas como invenções humanas e a tentação de novas transformações está sempre presente. Se a pergunta de ontem era: porquê mudar alguma coisa?; hoje é antes: por que não mudar a todo o momento? Fortalece-se assim a oposição indivíduo/Estado. O Indivíduo, com a sua vontade, com as suas decisões e o apoio que constitui, é o fundamento último da legitimidade do Estado e o Estado apoia-se e justifica-se nos acordos firmados entre os indivíduos.

sábado, 9 de abril de 2011

Sociedade, convenções, vida humana, razão e sobrevivência.

A espécie humana, ao longo dos séculos, foi imprimindo a si própria normas de conduta como forma de melhorar a convivência entre si. Os costumes e as leis são convenções que se apoiam em fundamentos e condições naturais da vida humana. Enquanto que os animais actuam de forma instintiva, agindo de uma determinada maneira em detrimento de outra, os seres humanos têm instintos mais flexíveis, ou menos seguros. Nós humanos temos a capacidade de pensar, de determinar a nossa forma de agir e, por isso, somos capazes de inventar coisas novas, de novas descobertas, e também de alguns disparates, e de nos enganarmos muitas vezes; pelo contrário, os animais acertam quase sempre naquilo que fazem, mas estão limitados na sua acção e têm pouca capacidade de mudar.

sábado, 2 de abril de 2011

BIOGRAFIA DE ALVES DOS REIS


Entrou para a história de Portugal como o seu maior burlão, a partir de uma gigantesca fraude financeira.
Uma figura fascinante, dotada de grande inteligência e fértil imaginação que, apesar da gigantesca fraude que protagonizou, contribuiu, apesar disso, para o desenvolvimento de Angola, nomeadamente nos caminhos-de-ferro.
A família
Artur Virgílio Alves dos Reis nasceu em Lisboa a 3 de Setembro de 1898 e faleceu em 1955.
Filho de família modesta (o pai era cangalheiro e vivia com dificuldades), Alves do Reis chegou a frequentar estudos de engenharia mas não passaria do 1º ano. Abandonou o curso para casar com Maria Luísa Jacobetty de Azevedo, oriunda de uma família abastada, no mesmo ano em que a casa de seu pai faliu. Para fugir às humilhações impostas pela família da esposa, tenta a fortuna imigrando para Angola.