O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.Friedrich Nietzsche

sábado, 10 de dezembro de 2011

ESTEREÓTIPOS CULTURAIS - BELEZA E FELICIDADE


BELEZA E FELICIDADE
Uma das facetas mais marcantes da globalização é a intensificação das interações entre as culturas que proporciona oportunidades crescentes de intercâmbio e novas experiências culturais estrangeiras.
Os estereótipos fazem parte da cultura de um grupo e, como tal, são adquiridos pelos indivíduos e utilizados para uma melhor compreensão da realidade. Além disso, esta crença tem para o indivíduo uma função de tipo defensivo, ao contribuir para a preservação de uma cultura e de determinadas formas de organização social, garantindo a salvaguarda das posições alcançadas.
O estereótipo não é neutro, mas uma projeção que fazemos sobre o outro, um juízo de valor. Está carregado de sentidos, de tradição. É um rótulo que condiciona o olhar, mesmo antes que possamos ver algo.
Poderia pensar-se que numa sociedade moderna, caracterizada pela predominância da racionalidade tecnológica e por uma maior aceitação dos valores de igualdade e convivência democrática, os estereótipos estavam destinados a perder terreno progressivamente, no entanto, sabemos que não podemos pensar sem estereótipos, o que torna esta temática teoricamente relevante.
Podemos dizer que o estereótipo tem uma função na necessidade de simplificar a realidade na pertença de um lugar, que faz com que o indivíduo tenha uma identidade, reconheça o seu similar, mas que tenha aversão ao outro ou o observe como exótico, mesmo que inconscientemente, e nas relações de tipo histórico e social que definem a posição e funções de cada grupo humano a um nível global.
As características nacionais imaginadas, na ausência de informações consistentes, funcionam como instrumento de previsão e orientação. Exemplos comuns de tais estereótipos são as afirmações do tipo: os alemães são frios, os ingleses são reservados, os italianos são simpáticos, os franceses são detentores de grande sentido estético, etc.
O conteúdo do estereótipo expressa tendências de comportamento de grupos humanos inteiros. É por decorrência, um aspeto da natureza humana que interessa a uma multiplicidade de áreas do conhecimento. Usamos os estereótipos como um padrão para determinar comportamentos.
“A consciência nacional da nossa existência como indivíduos únicos e incompletos, levou a uma procura incansável da perfeição, hoje hipocritamente interpretada como sendo a busca da felicidade. Neste contexto insere-se o conceito da beleza, cuja definição assenta na combinação de qualidades pertencentes a objetos ou pessoas, que originam prazer ou deleite. Alguns filósofos afirmam ainda tratar-se de uma qualidade sensível ou intuitiva, podendo também ser propriedade casual, a qual suscita uma reação especial. Porém, não será a beleza a simples tradução das nossas inseguranças? Procuramos desculpabilizar a nossa essência, relacionando-a com a nossa verdade física, no entanto, o que somos não está carimbado na harmoniosa proporção dos elementos corporais, pero contrário, expressa-se pelas nossas ações, harmoniosas ou não, mas jamais perfeitas.
Há quem afirme que a máxima da beleza está patente na Arte, ora nem todas as formas que dela resultam, são visivelmente aceites e agradáveis, deixarão de ser belas? Não, a sua captação e interpretação varia consoante o ser, e o que poderá ser belo para uns, não o será para outros. Todavia, não somos peças de arte e, como tal, não nos podemos moldar na origem.
Reagimos quando os nossos sentidos são acionados, é a sua perceção que irá determinar o que é ou não belo. Não deixamos de ser feios por sermos belos, mas podemos ser belos e conjuntamente feios, feios e feios, assim como belos e belos, pois a verdadeira beleza, aquela que perdura, refletindo-se nas palavras e nos gestos, pertence à matéria do ser, enquanto que a beleza efémera pertence ao invólucro, e não constrói os motores reais de uma sociedade (valores, princípios, conhecimentos…). Ambas estão interligadas.” (MãoFina)
Será possível uma pessoa ter sucesso, ser rica e ser feliz? Qual a relação entre estes elementos? A primeira resposta lógica a esta pergunta, sem dúvida é: “SIM”. Então, por que razão nem sempre as pessoas bem-sucedidas e ricas, são felizes? Ou ainda, porque é que no meio de pessoas ricas e bem-sucedidas, é grande o número de pessoas com depressões ou até casos de suicídios?
A resposto não é fácil, principalmente porque nós, seres humanos, possuímos características e perceções únicas e estes conceitos variam de pessoa para pessoa. Tudo gira em torno do nosso pensamento. Como dizia René Descartes: “Penso, logo existo”, portanto, a nossa existência baseia-se na habilidade humana de pensar e agir. A ignorância pode ser uma bênção ou maldição, pois é o nosso pensamento quem controla as nossas ações e os nossos sentimentos. A felicidade pode ser entendida como paz de espírito e consequentemente um sentimento. “Eu” tenho o controlo sobre a minha felicidade, pois posso controlar o meu pensamento e as minhas atitudes.
O que acontece é que, geralmente, as pessoas não têm um pensamento estruturado e os seus comportamentos seguem o mesmo padrão que tem o mesmo pensamento em relação a um determinado assunto ou situação, fazendo com que os seus sentimentos sejam sempre os mesmos. Por mais bem-sucedidas e ricas que as pessoas sejam, se a forma de pensar ou agir sobre determinadas situações não se alterar, podem sempre ser pessoas com imensa infelicidade, porque os seus sentimentos também sempre serão os mesmos.
Procurar a felicidade na riqueza, na honra, no poder, na glória, na beleza e no prazer, é fragmentar a felicidade. A felicidade verdadeira e perfeita torna autossuficiente, poderoso, respeitável e alegre quem a possui, sendo portanto ema felicidade plena, não necessitará de mais nada, uma vez que tudo está nela contido.

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